Acessibilidade / Reportar erro

Pressupostos epistemológicos das cidades amigas das pessoas idosas: revisão de escopo

Presupuestos epistemológicos de las ciudades amigables con las personas mayores: revisión de alcance

Resumo

Objetivo

Identificar os conceitos e perspectivas teóricas que fundamentam os estudos sobre Cidade Amiga da Pessoa Idosa.

Métodos

Revisão de escopo utilizando seis bancos de dados para identificar estudos publicados em revistas indexadas entre 2007 e 2021 usando as palavras-chave ‘age-friendly’ OR ‘age friendly’ OR ‘cidade amiga’.

Resultados

Foram encontrados 2.975 estudos que após aplicação de critérios de exclusão resultaram em 227. Observou-se ampla variação no conceito do termo, porém muitos autores o fizeram replicando a OMS, sendo que em 59,5% dos estudos não houve menção de nenhuma perspectiva teórica. A teoria ecológica foi o referencial mais frequente (26%), sendo o termo usado como um equivalente a envelhecimento ativo. Autores de quatro países respondem pela maioria dos artigos (61%).

Conclusão

É necessário articular o conceito de Cidade Amiga da Pessoa Idosa com uma abordagem teórica e cultural para compreender mais profundamente as perspectivas do urbano e do social sob a lógica do envelhecimento populacional principalmente para a América Latina. A análise teórica nestes estudos e na gerontologia favorecerão discussões mais críticas sobre o envelhecimento, o idadismo e a crescente desigualdade social em curso.

Etarismo; Enquadramento interseccional; Envelhecimento; Idoso; Cidade saudável; Inclusão social; Vida independente

Resumen

Objetivo

Identificar los conceptos y perspectivas teóricas que fundamentan los estudios sobre Cuidades Amigables con las Personas Mayores.

Métodos

Revisión de alcance utilizando seis bancos de datos para identificar estudios publicados en revistas indexadas entre 2007 y 2021, con las palabras clave ‘age-friendly’ OR ‘age friendly’ OR ‘ciudad amigable’.

Resultados

Se encontraron 2975 estudios que, luego de aplicar los criterios de exclusión, quedaron 227. Se observó una amplia variación del concepto del término, aunque muchos autores replicaron a la OMS. En el 59,5 % de los estudios no se mencionó ninguna perspectiva teórica. La teoría ecológica fue la referencia más frecuente (26 %), y el término se usó como un equivalente al envejecimiento activo. La mayoría de los artículos (61 %) son de autores de cuatro países.

Conclusión

Es necesario unir el concepto de Cuidades Amigables con las Personas Mayores con un enfoque teórico y cultural para comprender más profundamente las perspectivas de lo urbano y lo social de acuerdo con la lógica del envejecimiento poblacional, principalmente en América Latina. El análisis teórico en estos estudios y en la gerontología permitirán discusiones más críticas sobre el envejecimiento, el edadismo y la creciente desigualdad social en curso.

Ageísmo; Marco interseccional; Envejecimiento; Anciano; Ciudad saludable; Inclusión social; Vida independiente

Abstract

Objective

To identify the concepts and theoretical perspectives that underlie studies on age-friendly city.

Methods

This is a scoping review using six databases to identify studies published in indexed journals between 2007 and 2021 using the keywords ‘age-friendly’ OR ‘age friendly’ OR ‘cidade amiga’.

Results

A total of 2,975 studies were found, which, after applying the exclusion criteria, resulted in 227. There was wide variation in the concept of the term, but many authors did so by replicating the WHO, and in 59.5% of studies there was no mention of any theoretical perspective. The ecological theory was the most frequent reference (26%), the term being used as an equivalent to active aging. Authors from four countries account for most articles (61%).

Conclusion

It is necessary to articulate the concept of age-friendly city with a theoretical and cultural approach to understand more deeply the urban and social perspectives under the logic of population aging, mainly for Latin America. Theoretical analysis in these studies and in gerontology will favor more critical discussions about aging, ageism and the growing social inequality in progress.

Ageism; Intersectional framework; Ageing; Aged; Healthy city; Social inclusion; Independent living

Introdução

O envelhecimento e a urbanização representam tendências globais tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos.(11. Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239.
https://doi.org/10.1017/S0144686X2000023...
) Apesar disso, entre aqueles em desenvolvimento, os desafios e o enfrentamento desses dois fenômenos são diferentes em termos de recursos e apoios políticos para um envelhecimento ativo e saudável. Tal discrepância é agravada pelas estruturas e desigualdades sociais no curso de vida da população mais vulnerável.(22. Greenfield EA. Getting started: an empirically derived logic model for age-friendly community initiatives in the early planning phase. J Gerontol Soc Work. 2018;61(3):295–312.)

Por conseguinte, o estudo do envelhecimento humano torna-se uma tarefa complexa e desafiadora ao considerarmos todas as variáveis que envolvem a pessoa idosa e as velhices heterogêneas.(33. Greenfield EA. Age-friendly initiatives, social inequalities, and spatial justice. Hastings Cent Rep. 2018;48(Suppl 3):S41–5.)

Uma das possibilidades de compreender e estudar como a interseccionalidade e as múltiplas formas de desvantagem do espaço urbano, social e político impactam no processo de envelhecimento,(33. Greenfield EA. Age-friendly initiatives, social inequalities, and spatial justice. Hastings Cent Rep. 2018;48(Suppl 3):S41–5.,44. Thomése F, Buffel T, Phillipson C. Neighbourhood change, Social Inequalities and age-friendly communities. Age-friendly cities and communities: a global perspective. In: Buffel T, Handler S, Phillipson C, editors. Age-friendly cities and communities: a global perspective. Bristol: Policy Press; 2018. p. 33–50.) é possivelmente pelo rastreio da produção acadêmica.(11. Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239.
https://doi.org/10.1017/S0144686X2000023...
) Principalmente dos países da América Latina que podem contribuir com essa lacuna e ampliar o impacto de pesquisas e políticas públicas voltadas para o assunto.

Além de identificar e caracterizar estas políticas e populações, há de se embasar as investigações sob uma lente teórica relevante para trazer discussões construtivas sobre as experiências do envelhecer, seus contextos urbanos, políticos, sociais, econômicos e culturais articulados às questões de gêneros, racismo estrutural, deficiências, e outras constituintes de uma agenda interseccional.(33. Greenfield EA. Age-friendly initiatives, social inequalities, and spatial justice. Hastings Cent Rep. 2018;48(Suppl 3):S41–5.,44. Thomése F, Buffel T, Phillipson C. Neighbourhood change, Social Inequalities and age-friendly communities. Age-friendly cities and communities: a global perspective. In: Buffel T, Handler S, Phillipson C, editors. Age-friendly cities and communities: a global perspective. Bristol: Policy Press; 2018. p. 33–50.)

O estudo do envelhecer nas cidades envolve interdisciplinaridades que demandam perspectivas teóricas e delimitações conceituais na produção de evidências.(55. Bosch-Meda J. Is the Role of urban planning in promoting active ageing fully understood? A comparative review of international initiatives to develop age-friendly urban environments. Architecture City Environment. 2021;16(47):1-25.) Só assim poderemos ampliar a compreensão sobre como posição social e identidades múltiplas e sobrepostas podem afetar os resultados do envelhecimento ativo, saudável e cidadão.

Em 2007, com o intuito de oportunizar o envelhecimento ativo e saudável globalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Guia Global das Cidades Amigas da Pessoa Idosa,(66. Organização Mundial da Saúde (OMS). Guia global das cidades amigas das pessoas idosas. Envelhecimento e ciclo de vida, saúde na família e na comunidade. Lisboa: OMS; 2007 [citado 2022 Out 11]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43755/9789899556867_por.pdf;sequence=3
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
) promovendo o termo que foi paulatinamente cunhado na história.

Há cerca de 50 anos, gerontólogos ambientais já haviam delineado o conceito de comunidades amigas da população idosa examinando a relação entre as pessoas, seu ambiente e a qualidade de vida dos sexagenários.(77. Lawton AH, Rich TA. Ecology and gerontology: an introduction. Gerontologist. 1968;8(2):76–7.) No entanto, nos anos 2000 o termo popularizou com o conceito da OMS intimamente ligado ao envelhecimento ativo ao propor “oportunidades de saúde, participação e segurança para melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem”.(88. Organização Mundial da Saúde (OMS). Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília (DF): OMS; OPAS; 2005 [citado 2022 Out 11]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
)

Para reforçar sua importância, as comunidades amigas da pessoa idosa são uma parte central na discussão da influência ambiental para um envelhecimento saudável dentro da interlocução do Plano de Ação da Década do envelhecimento saudável 2021-2030. Há uma expectativa de que as comunidades amigas da pessoa idosa serão ambientes propícios para envelhecer com segurança, desenvolver-se como pessoa, contribuir com suas comunidades, e manter a autonomia e saúde.(99. Moura LB de A, Maciel TF. Cidade amiga da pessoa idosa: uma utopia para a Brasília metropolitana na década do COVID-19. Rev CEAM. 2020;6(1):50–63.,1010. World Health Organization (WHO). Decade of healthy ageing: baseline report. Geneva: WHO; 2020 [cited 2022 Oct 11]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240017900
https://www.who.int/publications/i/item/...
)

Hoje, depois de muitos anos do lançamento do guia, o conceito de cidade amiga da pessoa idosa não está totalmente desenvolvido e carece de um consenso sobre sua definição,(55. Bosch-Meda J. Is the Role of urban planning in promoting active ageing fully understood? A comparative review of international initiatives to develop age-friendly urban environments. Architecture City Environment. 2021;16(47):1-25.) ainda que geralmente compartilhe ideias apoiadas na promoção do envelhecimento ativo e saudável.(1111. Wetle TT. Age-friendly ecosystems: an aspirational goal. J Am Geriatr Soc. 2020;68(9):1929–30.)

Descrito como um modelo complexo, dinâmico e multidimensional,(66. Organização Mundial da Saúde (OMS). Guia global das cidades amigas das pessoas idosas. Envelhecimento e ciclo de vida, saúde na família e na comunidade. Lisboa: OMS; 2007 [citado 2022 Out 11]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43755/9789899556867_por.pdf;sequence=3
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
) o termo requer uma abordagem teórica explícita para demonstrar sobre qual olhar ele está sendo analisado e aplicado. As iniciativas podem ser apoiadas sobre a perspectiva ageing in place, planejamento urbano, modelos socioecológicos, na gerontologia ambiental ou geográfica, em teorias ecológicas com modelos relacionados a competência e pressão, dentre outros.(55. Bosch-Meda J. Is the Role of urban planning in promoting active ageing fully understood? A comparative review of international initiatives to develop age-friendly urban environments. Architecture City Environment. 2021;16(47):1-25.)

Embora, o conceito de comunidades e cidades amigas da pessoa idosa tenha sido promulgado internacionalmente, sua implementação continua sendo mais uma aspiração do que uma realidade coordenada.(1111. Wetle TT. Age-friendly ecosystems: an aspirational goal. J Am Geriatr Soc. 2020;68(9):1929–30.) Neste intuito, as teorias funcionam como lentes para observar, entender, explicar e fazer previsões sobre a realidade.(1212. Thuesen J, Feiring M, Doh D, Westendorp RG. Reablement in need of theories of ageing: would theories of successful ageing do? Ageing Soc. 2021;41(8):1–13.) Portanto, o amparo claro de perspectivas teóricas é vital para a compreensão dos empecilhos e facilitadores do tema dentro do universo do envelhecimento.(55. Bosch-Meda J. Is the Role of urban planning in promoting active ageing fully understood? A comparative review of international initiatives to develop age-friendly urban environments. Architecture City Environment. 2021;16(47):1-25.)

Durante a constituição do estado da arte, foi possível identificar revisões de literatura voltados para a análise de barreiras e determinantes,(1313. Menec V, Brown C. Facilitators and barriers to becoming age-friendly: a review. J Aging Soc Policy. 2022;34(2):175-97. Review.) impactos, desafios e novos rumos(11. Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239.
https://doi.org/10.1017/S0144686X2000023...
,1414. van Hoof J, Marston HR. Age-friendly cities and communities: state of the art and future perspectives. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(4):1644.) para a constituição de comunidades amigas da pessoa idosa em ambiente urbano e rural.1414. van Hoof J, Marston HR. Age-friendly cities and communities: state of the art and future perspectives. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(4):1644. Nenhum dos estudos até o momento foi direcionado para os pressupostos teóricos, como aqui proposto.

Diante do exposto, o artigo pretende identificar os conceitos e perspectivas teóricas que fundamentam os estudos sobre Cidade Amiga da Pessoa Idosa.

Métodos

Trata-se de uma revisão de escopo conduzida conforme recomendações do Instituto Joanna Briggs (JBI) e PRISMA-ScR.(1717. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): checklist and Explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467–73.) A revisão de escopo foi escolhida devido à sua natureza sistemática, projetada para resumir o conhecimento atual, identificar lacunas e esclarecer conceitos ou definições na literatura.(1717. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): checklist and Explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467–73.)

Para construção da questão norteadora utilizou-se a estratégia PCC (população, conceito e contexto), sendo “P” estudos primários e secundários, qualitativos e quantitativos, “C” perspectivas teóricas, e “C” cidade amiga da pessoa idosa (age-friendly). Com base nesses critérios foi estabelecida a seguinte pergunta: Quais perspectivas teóricas foram utilizadas ao longo dos estudos sobre Cidade Amiga da Pessoa Idosa? e complementarmente: Qual o conceito do termo está sendo utilizado nas publicações?

As buscas foram realizadas independentemente por dois revisores, em dezembro de 2020, e atualizadas em julho de 2022, nas bases de dados CINAHL, LILACS, MEDLINE, Scopus, SocINDEX, e Web of Science. Na ausência de descritores indexados ao DeCS/MeSH, optou-se pelo uso das palavras-chave e operador booleno: ‘age-friendly’ OR ‘age friendly’ OR “cidade amiga”, respeitando-se as características específicas de cada uma das bases de dados selecionadas. As buscas foram limitadas ao período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2021, dado o propósito de identificar as evidências após o lançamento do guia global das Cidades Amigas das Pessoas Idosas, pela OMS em 2007.

Foram incluídos artigos de revisão da literatura ou originais, de abordagem quantitativa e qualitativa, empíricos e não empíricos que conceituassem e articulassem o termo “Age-friendly” no contexto de comunidade ou cidade, publicados em português, francês, inglês e espanhol (Quadro 1).

Quadro1
Critérios de inclusão e exclusão

Os registros identificados foram exportados para a plataforma Rayyan QCRI(1818. Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, Elmagarmid A. Rayyan-a web and mobile app for systematic reviews. Syst Rev. 2016;5(1):210.) para auxiliar na seleção, organização e exclusão de guidelines, livros, capítulos de livros, editoriais, resenha de livros, cartas e duplicatas. O processo de seleção dos estudos foi realizado por dois revisores independentes e divergências foram resolvidas por consenso. A seleção dos estudos foi realizada em duas etapas. Na primeira foram avaliados os títulos e resumos das referências identificadas e pré-selecionadas aquelas potencialmente elegíveis. Sendo considerados elegíveis estudos que continham em seu título, resumo ou manuscrito o termo “Cidade Amiga da Pessoa Idosa” e que abordasse o termo dentro do contexto de comunidade ou cidade, excluindo aqueles com foco em universidades, hospitais ou serviços de saúde. Na segunda etapa, foi realizada a avaliação na íntegra dos estudos selecionados para confirmar sua elegibilidade. Para tal, primeiro o estudo deveria apontar o conceito do termo. Sendo então elegível, o estudo seria avaliado sobre a existência de uma perspectiva teórica ou uma abordagem que pudesse ser assumida a partir do contexto (estrutura, modelo, teoria e/ou classificação). A expectativa para a seleção do estudo era que o autor apresentasse claramente o conceito de Cidade Amiga da Pessoa Idosa e subsequentemente uma teoria ou modelo que apoiasse o ponto de vista do estudo. Para sumarizar as informações e apresentar lacunas identificadas, utilizou-se o método de redução dos dados, por meio de leitura crítica e classificação dos resultados em categorias conceituais. O mapeamento dos resultados ocorreu na forma descritiva, com apresentação de contagem simples e sumarização em quadros. Esse processo foi realizado pela pesquisadora principal e revisado pela segunda autora (Quadro 2).

Quadro 2
Quadro sinóptico com estudos que apresentaram o conceito de age-friendly e perspectiva teórica

Resultados

Foram rastreados 2.975 estudos dos quais excluíram-se 1.035 publicações em duplicata, 40 tipos de documentos diversos a artigos e revisões, 35 estudos de língua diversa a inglesa, francesa, espanhola, ou portuguesa, e 70 fora do limite temporal de 2007-2021. Tiveram seus títulos e resumos triados com base nos critérios de inclusão e exclusão 1.795 arquivos, o que, por sua vez, levou à exclusão de 1.002 publicações, por explorarem o uso do termo investigado em contexto diverso ao de comunidade/cidade. Para análise do conteúdo, as buscas foram limitadas a estudos open access. Ao final, restaram 280 artigos que foram lidos integralmente. A amostra final da revisão foi composta de 227 artigos. O fluxo do processo de seleção dos estudos é ilustrado na figura 1.

Figura 1
Diagrama de fluxo PRISMA

Houve um predomínio de publicações com o primeiro autor dos Estados Unidos da América (22,9%), seguido de estudos do Canadá (14,5%), Reino Unido (12,8%) e Austrália (11%) (Quadro 2). Todos esses quatro países juntos representam 61% dos artigos incluídos neste estudo. Entre 2011 e 2015, foram publicados 23,79% (n = 54) dos artigos, média de 10,8 publicações anuais sobre o tema e entre 2016 e 2020, 56,39% (n = 128), média de 25,6 publicações. Nos últimos cinco anos, a média de publicações dobrou. O conceito de cidade amiga da pessoa idosa foi apresentado de várias formas, incluindo: (i) envelhecimento ativo 59,5% (n = 135); (ii) bem-estar 18,06% (n = 41); (iii) envelhecimento no local 11,89% (n = 27); (iv) inclusão social 7,93% (n = 18); e (v) envelhecimento bem-sucedido 2,2% (n = 5). Os artigos que apresentaram mais de uma abordagem para o conceito de cidade amiga da pessoa idosa foram contabilizados em mais de uma categoria (Tabela 1). A perspectiva ecológica foi observada em 26% (n = 59) dos artigos; entretanto, a maioria dos estudos (59,47%) não mencionou nenhuma perspectiva teórica para embasar o uso do termo cidade amiga da pessoa idosa (Quadro 2).

Tabela 1
Características descritivas da amostra (n=227)

Discussão

O aumento da média de publicações anual sobre Cidade Amiga da Pessoa Idosa nos últimos cinco anos confirma o crescente interesse no tema. Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália foram os países que apresentaram maior número de publicações no assunto, o que corrobora com suas ações políticas e organizacionais ligadas ao movimento “Age-friendly”.(1313. Menec V, Brown C. Facilitators and barriers to becoming age-friendly: a review. J Aging Soc Policy. 2022;34(2):175-97. Review.)

O achado reforça a discrepância entre os países de economia central e periférica. Conjecturando o volume de produção acadêmica ser um reflexo da importância que seus governos atribuem à ciência e à estrutura de sua sociedade para acomodar o crescimento da população idosa.(11. Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239.
https://doi.org/10.1017/S0144686X2000023...
,104104. Rodríguez JM, Prados JSF. Bibliometric analysis of the scientific production in scopus on care policies in Europe and Latin America. Rev Prisma Social. 2021;32:69–92.)

Antes da pandemia da COVID-19, estimava-se que até 2050 pouco mais de 80% dos indivíduos mais velhos do mundo viverão em países em desenvolvimento.(105105. United Nations. World population ageing, 2019 highlights. New York: United Nations; 2019 [cited 2022 oct 11]. Available from: https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WorldPopulationAgeing2019-Highlights.pdf
https://www.un.org/en/development/desa/p...
) Apesar disso, mesmo esta transição ocorrendo de modo célere e desafiadora nestes países o desempenho em publicar artigos na temática investigada não é significativo nem em inglês nem nas línguas latinas.

Com a pandemia em andamento, esses números ainda precisam ser revistos, mas é clara a necessidade de avançar a agenda favorável à pessoa idosa em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento. Incentivar a publicação científica e prover o desenvolvimento local de políticas para a população idosa em países da América Latina e Índia serão relevantes.(106106. Buffel T, Doran P, Goff M, Lang L, Lewis C, Phillipson C, et al. Covid-19 and inequality: developing an age-friendly strategy for recovery in low income communities. Qual Ageing. 2020;21(4):271–9.)

Apesar da identificação de diversos termos comumente utilizados para referir-se ao termo cidade amiga da pessoa idosa, já era esperado a ampla menção do conceito proposto pela OMS.(11. Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239.
https://doi.org/10.1017/S0144686X2000023...
) Dentre os trechos mais citados destaca-se: (i) “Numa cidade amiga das pessoas idosas, as políticas, os serviços, os cenários e as estruturas apoiam as pessoas e permitem-lhes envelhecer ativamente”(p.5), o que define cidade amiga como um local onde o envelhecimento ativo é oportunizado (ii)“uma cidade amiga das pessoas idosas é um incentivo ao envelhecimento ativo, através da otimização de oportunidades de saúde, participação e segurança, de modo a melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem”(p.72).(66. Organização Mundial da Saúde (OMS). Guia global das cidades amigas das pessoas idosas. Envelhecimento e ciclo de vida, saúde na família e na comunidade. Lisboa: OMS; 2007 [citado 2022 Out 11]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43755/9789899556867_por.pdf;sequence=3
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
)Embora não haja consenso sobre a definição do termo amigo da pessoa idosa,(2121. Menec VH, Means R, Keating N, Parkhurst G, Eales J. Conceptualizing age-friendly communities. Can J Aging. 2011;30(3):479–93.,107107. Lui CW, Everingham JA, Warburton J, Cuthill M, Bartlett H. What makes a community age-friendly: A review of international literature. Australas J Ageing. 2009;28(3):116–21.) muitos compartilham das designações da OMS como ferramenta relacionada ao envelhecimento ativo.(11. Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239.
https://doi.org/10.1017/S0144686X2000023...
,8181. Cao Q, Dabelko-Schoeny HI, White KM, Choi MS. Age-friendly communities and perceived disconnectedness: the role of built environment and social engagement. J Aging Health. 2020;32(9):937–48.)A presença frequente do conceito cunhado pela OMS corrobora com o papel importante da instituição, seu respeito e influência mundialmente.(11. Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239.
https://doi.org/10.1017/S0144686X2000023...
)

Os autores também usaram as contribuições de pesquisadores como Alley, Liebig, Pynoos, Benerjee, & Choi,(108108. Alley D, Liebig P, Pynoos J, Banerjee T, Choi IH. Creating elder-friendly communities: preparations for an aging society. J Gerontol Soc Work. 2007;49(1-2):1–18.) que definiram o ambiente amigo da pessoa idosa como um lugar onde: “os idosos estão ativamente envolvidos, valorizados e apoiados com infraestrutura e serviços que acomodam efetivamente suas necessidades”.(108108. Alley D, Liebig P, Pynoos J, Banerjee T, Choi IH. Creating elder-friendly communities: preparations for an aging society. J Gerontol Soc Work. 2007;49(1-2):1–18.)

Ser amigo da pessoa idosa também está positivamente relacionado à satisfação com a vida, e a autopercepção da qualidade de vida com saúde e bem-estar.(109109. Berkers E, Cloïn M, Kuunders T. Subjective wellbeing among older adults: the role of age-friendly facilities. Eur Jf Public Health. 2021;31(Suppl 3):iii422-3.) É um termo que se refere a um ambiente favorável para as pessoas idosas morarem, o que significa ambientes adequados às necessidades com instalações convenientes.(33. Greenfield EA. Age-friendly initiatives, social inequalities, and spatial justice. Hastings Cent Rep. 2018;48(Suppl 3):S41–5.) Ambientes amigáveis aos idosos são acessíveis, equitativos, inclusivos, seguros, protegidos e de suporte;(8080. Choi MS, Dabelko-Schoeny H, White K. Access to employment, volunteer activities, and community events and perceptions of age-friendliness: the role of social connectedness. J Appl Gerontol. 2020;39(9):1016–24.) promovem a saúde e previnem ou retardam o aparecimento de doenças e a perda da capacidade funcional;(110110. Trahutami S, Patria M. Getting to know Japan: an age-friendly environment country. E3S Web of Conferences. 2020;202:07054.) promovem e mantém as condições salutogênicas ao longo da vida;(111111. Reuter A, Liddle J, Scharf T. Digitalising the age-friendly city: insights from participatory action research. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(21):8281.) e encorajam a participação social e comunitária para erradicar o idadismo e reduzir o isolamento social.(8181. Cao Q, Dabelko-Schoeny HI, White KM, Choi MS. Age-friendly communities and perceived disconnectedness: the role of built environment and social engagement. J Aging Health. 2020;32(9):937–48.,112112. Bezerra PA, Nunes JW, Moura LB. Envelhecimento e isolamento social: uma revisão integrativa. Acta Paul Enferm. 2021;34:eAPE02661. Review.)

Comum a todos os estudos é a suposição de que o ambiente amigável ao idoso engloba fatores que abrangem o ambiente físico e social e têm impacto importante na qualidade de vida das pessoas idosas.

Importância da perspectiva teórica

Ao analisar os autores com maior número de publicações, evidenciou-se instituições de diferentes áreas, reforçando o conceito da multi e interdisciplinaridade da gerontologia.(55. Bosch-Meda J. Is the Role of urban planning in promoting active ageing fully understood? A comparative review of international initiatives to develop age-friendly urban environments. Architecture City Environment. 2021;16(47):1-25.) Buffel e Phillipson representam as ciências sociais, Menec as ciências da saúde, Van Hoof, a engenharia ambiental, dentre outros com o trabalho social e a educação. Essa multiplicidade de áreas confirmam a importância da elucidação de perspectivas teóricas e delimitações conceituais na produção de evidências na gerontologia.

Os achados do presente estudo comparados com os dos artigos de Bengtson et al.,(113113. Bengtson VL, Burgess EO, Parrott TM. Theory, explanation, and a third generation of theoretical development in social gerontology. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 1997;52(2):S72–88. Review.) e Alley et al.(114114. Alley DE, Putney NM, Rice M, Bengtson VL. The increasing use of theory in social gerontology: 1990-2004. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(5):583–90. Review.) é possível criar uma linha do tempo e demonstrar que o uso da teoria aumentou acentuadamente nas publicações de gerontologia nas últimas décadas. Em 1997, Bengtson et al.(113113. Bengtson VL, Burgess EO, Parrott TM. Theory, explanation, and a third generation of theoretical development in social gerontology. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 1997;52(2):S72–88. Review.) constataram que 27% dos artigos de gerontologia publicados entre 1990-1994 usaram alguma base teórica para discutir seus objetivos, contra 39% entre 2000-2004 por Alley et al.(114114. Alley DE, Putney NM, Rice M, Bengtson VL. The increasing use of theory in social gerontology: 1990-2004. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(5):583–90. Review.) Apesar da presente investigação rastrear apenas estudos dentro de um assunto restrito no universo da gerontologia, é plausível observar o incremento de perspectivas teóricas nesta amostra quando comparado com outros estudos.

Apesar desta investigação não ter o intuito de explorar as razões para o aumento de publicações e do uso de teorias nas últimas décadas, é possível associá-lo às exigências de editores e revisores.(114114. Alley DE, Putney NM, Rice M, Bengtson VL. The increasing use of theory in social gerontology: 1990-2004. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(5):583–90. Review.) Chamadas de periódicos para volumes especiais com tema e perspectiva teórica pré determinados incentivam a submissão de manuscritos bem delineados. Assim, editoriais especiais podem ter influenciado o uso da teoria em artigos publicados nas últimas décadas.

Nada obstante, é importante afirmar que mesmo avançando no uso de teorias nos estudos dentro da gerontologia, mais da metade da amostra analisada (59%) não utilizou arcabouço teórico para confrontar seus achados. Sem suporte teórico, é precário explicar por que alguns programas voltados para o desenvolvimento de cidades amigas das pessoas idosas floresceram e outros não. Estipulando a base teórica é possível avaliar relações, contribuições e barreiras para o sucesso da amigabilidade. Sem teoria, não é seguro confirmar ou refutar quais problemas são causados pela relação entre envelhecimento e ambiente, quais são as singularidades relacionadas à idade e quais não são, ou quanto e em quais circunstâncias os determinantes sociais são influentes.(1212. Thuesen J, Feiring M, Doh D, Westendorp RG. Reablement in need of theories of ageing: would theories of successful ageing do? Ageing Soc. 2021;41(8):1–13.)

As teorias não só podem nos permitir predizer os efeitos e avaliar a implementação de estudos aplicados ao envelhecimento, mas também podem melhorar nosso aprendizado com o sucesso e o fracasso de suas aplicações. Teorizar é um processo de desenvolvimento de ideias que nos permite compreender e explicar as observações empíricas.(114114. Alley DE, Putney NM, Rice M, Bengtson VL. The increasing use of theory in social gerontology: 1990-2004. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(5):583–90. Review.) Fazer uso da teoria de uma maneira mais explícita será crucial para uma pesquisa bem-sucedida no campo do envelhecimento e longevidade.(1212. Thuesen J, Feiring M, Doh D, Westendorp RG. Reablement in need of theories of ageing: would theories of successful ageing do? Ageing Soc. 2021;41(8):1–13.)

Os resultados sugerem que os autores dos estudos selecionados precisam ser mais explícitos ao discutir o tema cidade amiga. Os dados de envelhecimento que são coletados e manipulados estatisticamente em todo o mundo não são apenas “fatos”. São também matéria-prima essencial para o raciocínio e teorização sobre a construção social da realidade. Ao deixar a teoria implícita ou nem mesmo mencioná-la, o estudo pode distorcer a interpretação dos resultados e realizar análises superficiais do fenômeno.

Mencionada em diversos artigos como base teórica, a perspectiva ecológica é aplicada na gerontologia desde 1960,(77. Lawton AH, Rich TA. Ecology and gerontology: an introduction. Gerontologist. 1968;8(2):76–7.) advinda da psicologia, sociologia e saúde pública(2121. Menec VH, Means R, Keating N, Parkhurst G, Eales J. Conceptualizing age-friendly communities. Can J Aging. 2011;30(3):479–93.) Bronfenbrenner, em 1979, sugeriu uma estrutura ecológica para examinar o comportamento e desenvolvimento humano, explicado por fatores individuais (microssistema), relações interpessoais (mesossistema), o ambiente externo (exossistema), valores sociais e crenças (macrossistema) e transição do curso de vida (transição ecológica).(115115. Bronfenbrenner U. The Ecology of Human Development: Experiments by nature and design. Harvard University Press; 1979.)

A teoria ecológica fornece uma estrutura coerente para conceituar uma cidade amiga da pessoa idosa, pois mostra claramente as inter-relações entre o ambiente e as pessoas que nele vivem. Este referencial permite a compreensão do comportamento humano, saúde ou bem-estar dependendo do contexto do curso de vida.(66. Organização Mundial da Saúde (OMS). Guia global das cidades amigas das pessoas idosas. Envelhecimento e ciclo de vida, saúde na família e na comunidade. Lisboa: OMS; 2007 [citado 2022 Out 11]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43755/9789899556867_por.pdf;sequence=3
https://apps.who.int/iris/bitstream/hand...
) É razoável supor que fatores ambientais em diferentes níveis podem afetar o envelhecimento ativo, incluindo o elemento cidade.

Menec et al.(2121. Menec VH, Means R, Keating N, Parkhurst G, Eales J. Conceptualizing age-friendly communities. Can J Aging. 2011;30(3):479–93.) utilizaram a perspectiva ecológica para justificar a presença de fatores no ambiente que estão inter-relacionados e interagem entre si para influenciar a conectividade social. Na perspectiva da ecologia social, o comportamento humano cotidiano é organizado em padrões recorrentes de atividades desenvolvidas em ambientes e domínios da vida altamente estruturados.(116116. Black K. Promoting aging in place via research, policy, and practice in age-friedly communities [abstract]. Innov Aging. 2019;3(Suppl 1):S26–6.)

Articulando os oito domínios do Guia das Cidades Amigas da Pessoa Idosa(6) com a perspectiva ecológica de Bronfenbrenner(115115. Bronfenbrenner U. The Ecology of Human Development: Experiments by nature and design. Harvard University Press; 1979.), os autores avaliaram os aspectos determinantes e dominantes na criação de ambientes amigáveis de acordo com a percepção da pessoa idosa, identificando pontos de alto impacto e intermediários que podem facilitar a implementação de intervenções de promoção à saúde e bem-estar, bem como mensurar os resultados da intervenção em períodos prolongados.(2121. Menec VH, Means R, Keating N, Parkhurst G, Eales J. Conceptualizing age-friendly communities. Can J Aging. 2011;30(3):479–93.,117117. Buffel T. Social research and co-production with older people: developing age-friendly communities. J Aging Stud. 2018;44:52–60.)

No tocante desta investigação existem algumas limitações a serem pontuadas. A busca por artigos limitados por idiomas e seis bancos de dados limitaram o número de fontes revisadas, retirando assim potenciais estudos, que poderiam contribuir para uma perspectiva multicontextual de outros países e realidades. Adicionalmente, limitar a busca a artigos de periódicos significava que relatos em livros, outras mídias ou literatura cinzenta foram perdidos. Principalmente pelo fato de discussões conceituais ocorrerem em livros. E, finalmente, alguns artigos ao usarem o termo Amigo do Idoso conseguiram ser suficientemente claros com seu significado abrindo exceção para a ausência de uma base teórica.

Conclusão

A variedade de terminologias e conceitos associados ao termo Cidade Amiga da Pessoa Idosa ilustra a gama de políticas e iniciativas que são promovidas por governantes, lideranças comunitárias e pesquisadores para atender a heterogênea população idosa. No entanto, a escassez de posicionamento crítico na escolha de uma perspectiva teórica pode induzir uma reprodução superficial ou marginal da estrutura conceitual do guia global da OMS. O termo empregado sob uma perspectiva regional e cultural pode ganhar direcionamento para avaliar as interseccionalidades, o idadismo, a colonialidade do saber dentre outras lentes teóricas. A ampla menção do conceito da OMS mostra importância e credibilidade da organização. Ademais, a agenda das Cidades Amigas da Pessoa Idosa contribuiu para intervenções positivas nas comunidades e cidades, oportunizando as pessoas idosas integrarem o espaço em que vivem. Espera-se que futuros estudos deem a devida atenção no campo teórico, para a evolução e consolidação de conhecimentos na gerontologia. Para observação e compreensão da produção científica a partir de perspectivas concretas e situadas.

Referências

  • 1
    Torku A, Chan AP, Yung EH. Age-friendly cities and communities: a review and future directions. Ageing Soc. 2021;41(10):1-38. https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239
    » https://doi.org/10.1017/S0144686X20000239
  • 2
    Greenfield EA. Getting started: an empirically derived logic model for age-friendly community initiatives in the early planning phase. J Gerontol Soc Work. 2018;61(3):295–312.
  • 3
    Greenfield EA. Age-friendly initiatives, social inequalities, and spatial justice. Hastings Cent Rep. 2018;48(Suppl 3):S41–5.
  • 4
    Thomése F, Buffel T, Phillipson C. Neighbourhood change, Social Inequalities and age-friendly communities. Age-friendly cities and communities: a global perspective. In: Buffel T, Handler S, Phillipson C, editors. Age-friendly cities and communities: a global perspective. Bristol: Policy Press; 2018. p. 33–50.
  • 5
    Bosch-Meda J. Is the Role of urban planning in promoting active ageing fully understood? A comparative review of international initiatives to develop age-friendly urban environments. Architecture City Environment. 2021;16(47):1-25.
  • 6
    Organização Mundial da Saúde (OMS). Guia global das cidades amigas das pessoas idosas. Envelhecimento e ciclo de vida, saúde na família e na comunidade. Lisboa: OMS; 2007 [citado 2022 Out 11]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43755/9789899556867_por.pdf;sequence=3
    » https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43755/9789899556867_por.pdf;sequence=3
  • 7
    Lawton AH, Rich TA. Ecology and gerontology: an introduction. Gerontologist. 1968;8(2):76–7.
  • 8
    Organização Mundial da Saúde (OMS). Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília (DF): OMS; OPAS; 2005 [citado 2022 Out 11]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
    » https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
  • 9
    Moura LB de A, Maciel TF. Cidade amiga da pessoa idosa: uma utopia para a Brasília metropolitana na década do COVID-19. Rev CEAM. 2020;6(1):50–63.
  • 10
    World Health Organization (WHO). Decade of healthy ageing: baseline report. Geneva: WHO; 2020 [cited 2022 Oct 11]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240017900
    » https://www.who.int/publications/i/item/9789240017900
  • 11
    Wetle TT. Age-friendly ecosystems: an aspirational goal. J Am Geriatr Soc. 2020;68(9):1929–30.
  • 12
    Thuesen J, Feiring M, Doh D, Westendorp RG. Reablement in need of theories of ageing: would theories of successful ageing do? Ageing Soc. 2021;41(8):1–13.
  • 13
    Menec V, Brown C. Facilitators and barriers to becoming age-friendly: a review. J Aging Soc Policy. 2022;34(2):175-97. Review.
  • 14
    van Hoof J, Marston HR. Age-friendly cities and communities: state of the art and future perspectives. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(4):1644.
  • 15
    Scheller M, Proulx MJ, de Haan M, Dahlmann-Noor A, Petrini K. Late- but not early-onset blindness impairs the development of audio-haptic multisensory integration. Dev Sci. 2021;24(1):e13001.
  • 16
    Sánchez-González D, Rojo-Pérez F, Rodríguez-Rodríguez V, Fernández-Mayoralas G. Environmental and psychosocial interventions in age-friendly communities and active ageing: a systematic review. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(22):8305.
  • 17
    Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. PRISMA extension for scoping reviews (PRISMA-ScR): checklist and Explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467–73.
  • 18
    Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, Elmagarmid A. Rayyan-a web and mobile app for systematic reviews. Syst Rev. 2016;5(1):210.
  • 19
    Lehning AJ, Scharlach AE, Dal Santo TS. A web-based approach for helping communities become more “aging friendly.”J Appl Gerontol. 2010;29(4):415–33.
  • 20
    Plouffe L, Kalache A. Towards global age-friendly cities: determining urban features that promote active aging. J Urban Health. 2010;87(5):733–9.
  • 21
    Menec VH, Means R, Keating N, Parkhurst G, Eales J. Conceptualizing age-friendly communities. Can J Aging. 2011;30(3):479–93.
  • 22
    Emlet CA, Moceri JT. the importance of social connectedness in building age-friendly communities. J Aging Res. 2012;2012:1–9.
  • 23
    Keating N, Eales J, Phillips JE. Age-friendly rural communities: conceptualizing ‘Best-Fit’. Can J Aging. 2013;32(4):319–32.
  • 24
    De Donder L, Buffel T, Dury S, De Witte N, Verté D. Perceptual quality of neighbourhood design and feelings of unsafety. Ageing Soc. 2013;33(6):917–37.
  • 25
    Lehning AJ, Smith RJ, Dunkle RE. Age-friendly environments and self-rated health: an exploration of Detroit elders. Res Aging. 2014;36(1):72–94.
  • 26
    Provencher C, Keating N, Warburton J, Roos V. Ageing and community: introduction to the special issue. J Community Appl Soc Psychol. 2014;24(1):1–11.
  • 27
    Vitman A, Iecovich E, Alfasi N. Ageism and social integration of older adults in their neighborhoods in Israel. Gerontologist. 2014;54(2):177–89.
  • 28
    Menec VH, Nowicki S. Examining the relationship between communities’ ‘age-friendliness’ and life satisfaction and self-perceived health in rural Manitoba, Canada. Rural Remote Health. 2014;14:2594.
  • 29
    Liddle J, Scharf T, Bartlam B, Bernard M, Sim J. Exploring the age-friendliness of purpose-built retirement communities: evidence from England. Ageing Soc. 2014;34(9):1601–29.
  • 30
    Bigonnesse C, Beaulieu M, Garon S. Meaning of Home in Later Life as a Concept to Understand Older Adults’ Housing Needs: Results from the 7 Age-Friendly Cities Pilot Project in Québec. J Hous Elder. 2014 ;28(4):357–82.
  • 31
    Yan B, Gao X, Lyon M. Modeling satisfaction amongst the elderly in different Chinese urban neighborhoods. Soc Sci Med. 2014;118:127–34.
  • 32
    Novek S, Menec VH. Older adults’ perceptions of age-friendly communities in Canada: a photovoice study. Ageing Soc. 2014;34(6):1052–72.
  • 33
    Greenfield EA, Oberlink M, Scharlach AE, Neal MB, Stafford PB. Age-friendly community initiatives: conceptual issues and key questions. Gerontologist. 2015;55(2):191–8.
  • 34
    Santinha G, Marques S. Ambiente construído, saúde pública e políticas públicas: uma discussão à luz de perceções e experiências de idosos institucionalizados. Saude Soc. 2015;24(3):1047–60.
  • 35
    Lehning AJ, Smith RJ, Dunkle RE. Do age-friendly characteristics influence the expectation to age in place? A comparison of low-income and higher income Detroit elders. J Appl Gerontol. 2015;34(2):158–80.
  • 36
    Menec V, Hutton L, Newall N, Nowicki S, Spina J, Veselyuk D. How “age-friendly” are rural communities and what community characteristics are related to age-friendliness? The case of rural Manitoba, Canada. Ageing Soc. 2015;35(1):203–23.
  • 37
    Steels S. Key characteristics of age-friendly cities and communities: A review. Cities. 2015;47:45–52.
  • 38
    Kerbler B. Population ageing and urban space. Ann Ser Hist Sociol. 2015;25(1):33–45.
  • 39
    Moulaert T, Garon S. researchers behind policy development: comparing “Age-Friendly Cities” models in Quebec and Wallonia. J Soc Work Pract. 2015;29(1):23–35.
  • 40
    Van Dijk H, Cramm J, Van Exel J, Nieboer AP. The ideal neighbourhood for ageing in place as perceived by frail and non-frail community-dwelling older people. Ageing Soc. 2015;35(8):1771–95.
  • 41
    Spina J, Menec VH. What community characteristics help or hinder rural communities in becoming age-friendly? Perspectives from a Canadian prairie province. J Appl Gerontol. 2015;34(4):444–64.
  • 42
    Jeste D, Blazer D, Buckwalter K, Cassidy K, Fishman L, Gwyther L, et al. Age-friendly communities initiative: public health approach to promoting successful aging. Am J Geriatr Psychiatry. 2016;24(12):1158-1170.
  • 43
    Glicksman A, Ring L, Kleban MH. Defining a framework for age-friendly interventions. J Hous Elder. 2016;30(2):175–84.
  • 44
    John DH, Gunter K. engAGE in community: using mixed methods to mobilize older people to elucidate the age-friendly attributes of urban and rural place. J Appl Gerontol. 2016;35(10):1095–120.
  • 45
    Ncube C, Ormerod M, Newton R. Exploring ageing, gender and co-producing urban space in the global south. TRIA - Territorio della Ricerca su Insediamenti e Ambiente. 2016;9(1):23-36.
  • 46
    Menec VH, Brown CL, Newall NE, Nowicki S. How important is having amenities within walking distance to middle-aged and older adults, and does the perceived importance relate to walking? J Aging Health. 2016;28(3):546–67.
  • 47
    Lai MM, Lein SY, Lau SH, Lai ML. Modeling age-friendly environment, active aging, and social connectedness in an emerging Asian economy. J Aging Res. 2016;2016:2052380.
  • 48
    Winterton R. Organizational responsibility for age-friendly social participation: views of australian rural community stakeholders. J Aging Soc Policy. 2016 ;28(4):261–76.
  • 49
    Au AM, Chan SC, Yip HM, Kwok JY, Lai KY, Leung KM, et al. Age-friendliness and life satisfaction of young-old and old-old in Hong Kong. Curr Gerontol Geriatr Res. 2017;2017:6215917.
  • 50
    Park S, Lee S. Age-friendly environments and life satisfaction among South Korean elders: person-environment fit perspective. Aging Ment Health. 2017;21(7):693–702.
  • 51
    Levasseur M, Dubois MF, Généreux M, Menec V, Raina P, Roy M, et al. Capturing how age-friendly communities foster positive health, social participation and health equity: a study protocol of key components and processes that promote population health in aging Canadians. BMC Public Health. 2017;17(1):502.
  • 52
    Menec VH. Conceptualizing social connectivity in the context of age-friendly communities. journal of housing for the elderly 2017;31(2):99–116.
  • 53
    DeLaTorre A, Neal MB. Ecological approaches to an age-friendly portland and multnomah county. J Hous Elder. 2017;31(2):130–45.
  • 54
    Frochen S, Pynoos J. Housing for the elderly: addressing gaps in knowledge through the lens of age-friendly communities. Innov Aging. 2017;1 Suppl_1:1306–7.
  • 55
    Greenfield E, Mauldin RL. Participation in community activities through Naturally Occurring Retirement Community (NORC) Supportive Service Programs. Ageing Soc. 2017;37(10):1987–2011.
  • 56
    Hartt MD, Biglieri S. Prepared for the silver tsunami? An examination of municipal old-age dependency and age-friendly policy in Ontario, Canada. J Urban Aff. 2018;40(5):625–38.
  • 57
    Lehning AJ, Greenfield EA. Research on age-friendly community initiatives: taking stock and moving forward. J Hous Elder. 2017;31(2):178–92.
  • 58
    Neville S, Adams J, Napier S, Shannon K, Jackson D. “Engaging in my rural community”: perceptions of people aged 85 years and over. Int J Qual Stud Health Well-being. 2018;13(1):1503908.
  • 59
    Buffel T, Phillipson C. A manifesto for the age-friendly movement: developing a New Urban agenda. J Aging Soc Policy. 2018;30(2):173–92.
  • 60
    Xie L. Age-friendly communities and life satisfaction among the elderly in urban China. Res Aging. 2018;40(9):883–905.
  • 61
    Vitman Schorr A, Khalaila R. Aging in place and quality of life among the elderly in Europe: A moderated mediation model. Arch Gerontol Geriatr. 2018;77:196–204.
  • 62
    Liu LC, Kuo HW, Lin CC. Current status and policy planning for promoting age-friendly cities in Taitung county: dialogue between older adults and service providers. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(10):2314.
  • 63
    Del Barrio E, Marsillas S, Buffel T, Smetcoren AS, Sancho M. from active aging to active citizenship: the role of (age) friendliness. Soc Sci (Basel). 2018;7(8):134.
  • 64
    Wanka A, Moulaert T, Drilling M. From environmental stress to spatial expulsion - rethinking concepts of socio-spatial exclusion in later life. Int J Ageing Later Life. 2018;12(2):25–51.
  • 65
    Wang Y, Chen YC, Shen HW, Morrow-Howell N. neighborhood and depressive symptoms: a comparison of rural and urban chinese older adults. Gerontologist. 2018;58(1):68–78.
  • 66
    Toohey AM, Hewson JA, Adams CL, Rock MJ. Pets, social participation, and aging-in-place: findings from the canadian longitudinal study on aging. Can J Aging. 2018;37(2):200–17.
  • 67
    Van Hoof J, Kazak JK, Perek-Białas JM, Peek ST. The challenges of urban ageing: making cities age-friendly in Europe. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(11):2473.
  • 68
    Lindqvist E, PerssonVasiliou A, Hwang AS, Mihailidis A, Astelle A, Sixsmith A, et al. The contrasting role of technology as both supportive and hindering in the everyday lives of people with mild cognitive deficits: a focus group study. BMC Geriatr. 2018;18(1):185.
  • 69
    Cramm J, Van Dijk H, Nieboer AP. The creation of age-friendly environments is especially important to frail older people. Ageing Soc. 2018;38(4):700–20.
  • 70
    Marston HR, Samuels J. A review of age friendly virtual assistive technologies and their effect on daily living for carers and dependent adults. Healthcare (Basel). 2019;7(1):49.
  • 71
    Amoah PA, Mok KH, Wen Z, Li LW. Achieving the age-friendly city agenda: an interventional study in Hong Kong’s Islands District. J Asian Public Policy. 2019;14(3):333–52.
  • 72
    Paiva NM, Daniel F, Silva AG, Vicente HT. Coimbra, Portugal, cidade amiga da(s) idade(s): percepção da cidade e qualidade de vida de uma amostra de pessoas idosas. Cien Saude Colet. 2019;24(4):1473–82.
  • 73
    Nykiforuk CI, Rawson D, Mcgetrick JA, Belon AP. Canadian policy perspectives on promoting physical activity across age-friendly communities: lessons for advocacy and action. Ageing & Society. 2019;39(2):307–39.
  • 74
    Hebert CA, Scales K. Dementia friendly initiatives: A state of the science review. Dementia. 2019;18(5):1858–95.
  • 75
    Wanka A. Wiesböck L, Allex B, Mayrhuber Ea-S, Arnberger A, Eder R, et al. Everyday discrimination in the neighbourhood: what a “doing” perspective on age and ethnicity can offer. Ageing Soc. 2019;39(9):2133–58.
  • 76
    Evans S, Waller S, Bray J, Atkinson T. Making homes more dementia-friendly through the use of aids and adaptations. Healthcare (Basel). 2019;7(1):43.
  • 77
    Zheng Z, Yang L (Lydia). Neighborhood environment, lifestyle, and health of older adults: comparison of age groups based on ecological model of aging. Sustainability (Basel). 2019;11(7):2077.
  • 78
    Golant SM. Stop bashing the suburbs: mobility limitations of older residents are less relevant as connectivity options expand. J Aging Stud. 2019 Sep;50:100793.
  • 79
    Zheng Z, Chen H, Yang L. Transfer of promotion effects on elderly health with age: from physical environment to interpersonal environment and social participation. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(15):2794.
  • 80
    Choi MS, Dabelko-Schoeny H, White K. Access to employment, volunteer activities, and community events and perceptions of age-friendliness: the role of social connectedness. J Appl Gerontol. 2020;39(9):1016–24.
  • 81
    Cao Q, Dabelko-Schoeny HI, White KM, Choi MS. Age-friendly communities and perceived disconnectedness: the role of built environment and social engagement. J Aging Health. 2020;32(9):937–48.
  • 82
    Choi YJ. Age-friendly features in home and community and the self-reported health and functional limitation of older adults: the role of supportive environments. J Urban Health. 2020;97(4):471–85.
  • 83
    Sun Y, Kam Ng M, Stessa Chao T-Y. Age-friendly urbanism: intertwining “ageing in place” and “place in ageing.” Town Plan Rev. 2020;91(6):601–19.
  • 84
    Woolrych R, Duvurru J, Portella A, Sixsmith J, Menezes D, Fisher J, et al. Ageing in urban neighbourhoods: exploring place insideness amongst older adults in India, Brazil and the United Kingdom. Psychol Dev Soc J. 2020;32(2):201–23.
  • 85
    Hsu HC. Associations of city-level active aging and age friendliness with well-being among older adults aged 55 and over in Taiwan. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(12):E4304.
  • 86
    Liddle J, Pitcher N, Montague K, Hanratty B, Standing H, Scharf T. Connecting at local level: exploring opportunities for future design of technology to support social connections in age-friendly communities. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(15):5544.
  • 87
    Naah FL, Njong AM, Kimengsi JN. Determinants of active and healthy ageing in sub-saharan africa: evidence from Cameroon. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(9):E3038.
  • 88
    King AC, King DK, Banchoff A, Solomonov S, Ben Natan O, Hua J, et al. Employing participatory citizen science methods to promote age-friendly environments worldwide. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(5):1541.
  • 89
    Black K, Jester DJ. Examining older adults’ perspectives on the built environment and correlates of healthy aging in an American age-friendly community. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(19):7056.
  • 90
    Blakey J, Clews J. Knowing, being and co-constructing an age-friendly Tāmaki Makaurau Auckland. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(23):9136.
  • 91
    Luciano A, Pascale F, Polverino F, Pooley A. Measuring age-friendly housing: a framework. Sustainability (Basel). 2020 Jan;12(3):848.
  • 92
    Au A, Lai DW, Yip HM, Chan S, Lai S, Chaudhury H, et al. Sense of community mediating between age-friendly characteristics and life satisfaction of community-dwelling older adults. Front Psychol. 2020;11:86.
  • 93
    Kim EJ, Kim M-Y, Kim H. Spatio-temporal trend of aging regions and their neighborhood environment: findings from Daegu Metropolitan City, Korea. Sustainability. 2020;12(3):1-20.
  • 94
    Portegijs E, Keskinen KE, Eronen J, Saajanaho M, Rantakokko M, Rantanen T. Older adults’ physical activity and the relevance of distances to neighborhood destinations and barriers to outdoor mobility. Front Public Health. 2020;8:335.
  • 95
    Woolrych R, Sixsmith J, Fisher J, Makita M, Lawthom R, Murray M. Constructing and negotiating social participation in old age: experiences of older adults living in urban environments in the United Kingdom. Ageing Soc. 2021;41(6):1398–420.
  • 96
    Dutka G, Gawron G, Rojek-Adamek P. Creativity based on new technologies in design of age-friendly cities: polish seniors about their needs – research reflection. Creativity Studies. 2021;14(1):218–34.
  • 97
    Patch CM, Conway TL, Kerr J, Arredondo EM, Levy S, Spoon C, et al. Engaging older adults as advocates for age-friendly, walkable communities: The Senior Change Makers Pilot Study. Transl Behav Med. 2021;11(9):1751–63.
  • 98
    Shi Ying L, Ming Ming L, Siok Hwa L. Modelling age-friendly environment for social connectedness: a cross-sectional study. F1000 Res. 2021;10:955.
  • 99
    McDonald B, Scharf T, Walsh K. Older people’s lived experience and the World Health Organization age-friendly policy framework: a critical examination of an age-friendly county programme in Ireland. Ageing Soc. 2021 Sep: 1–26. doi:10.1017/S0144686X21001355
    » https://doi.org/10.1017/S0144686X21001355
  • 100
    Pan L, Sun J, Zhou R. Research on the construction of age-friendly community based on Fuzzy Comprehensive Evaluation Model: evidence from Community in Hefei of China. Risk Manag Healthc Policy. 2021;14:3841–52.
  • 101
    Wang C, Huertas DS, Rowe JW, Finkelstein R, Carstensen LL, Jackson RB. Rethinking the urban physical environment for century-long lives: from age-friendly to longevity-ready cities. Nat Aging. 2021;1(12):1088–95.
  • 102
    Hsu HC, Bai CH. Social and built environments related to cognitive function of older adults: a multi-level analysis study in Taiwan. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(6):2820.
  • 103
    Phillipson C, Grenier A. Urbanization and ageing: ageism, inequality, and the future of “Age-Friendly” Cities. Univ Toronto Q. 2021;90(2):225–41.
  • 104
    Rodríguez JM, Prados JSF. Bibliometric analysis of the scientific production in scopus on care policies in Europe and Latin America. Rev Prisma Social. 2021;32:69–92.
  • 105
    United Nations. World population ageing, 2019 highlights. New York: United Nations; 2019 [cited 2022 oct 11]. Available from: https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WorldPopulationAgeing2019-Highlights.pdf
    » https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WorldPopulationAgeing2019-Highlights.pdf
  • 106
    Buffel T, Doran P, Goff M, Lang L, Lewis C, Phillipson C, et al. Covid-19 and inequality: developing an age-friendly strategy for recovery in low income communities. Qual Ageing. 2020;21(4):271–9.
  • 107
    Lui CW, Everingham JA, Warburton J, Cuthill M, Bartlett H. What makes a community age-friendly: A review of international literature. Australas J Ageing. 2009;28(3):116–21.
  • 108
    Alley D, Liebig P, Pynoos J, Banerjee T, Choi IH. Creating elder-friendly communities: preparations for an aging society. J Gerontol Soc Work. 2007;49(1-2):1–18.
  • 109
    Berkers E, Cloïn M, Kuunders T. Subjective wellbeing among older adults: the role of age-friendly facilities. Eur Jf Public Health. 2021;31(Suppl 3):iii422-3.
  • 110
    Trahutami S, Patria M. Getting to know Japan: an age-friendly environment country. E3S Web of Conferences. 2020;202:07054.
  • 111
    Reuter A, Liddle J, Scharf T. Digitalising the age-friendly city: insights from participatory action research. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(21):8281.
  • 112
    Bezerra PA, Nunes JW, Moura LB. Envelhecimento e isolamento social: uma revisão integrativa. Acta Paul Enferm. 2021;34:eAPE02661. Review.
  • 113
    Bengtson VL, Burgess EO, Parrott TM. Theory, explanation, and a third generation of theoretical development in social gerontology. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 1997;52(2):S72–88. Review.
  • 114
    Alley DE, Putney NM, Rice M, Bengtson VL. The increasing use of theory in social gerontology: 1990-2004. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(5):583–90. Review.
  • 115
    Bronfenbrenner U. The Ecology of Human Development: Experiments by nature and design. Harvard University Press; 1979.
  • 116
    Black K. Promoting aging in place via research, policy, and practice in age-friedly communities [abstract]. Innov Aging. 2019;3(Suppl 1):S26–6.
  • 117
    Buffel T. Social research and co-production with older people: developing age-friendly communities. J Aging Stud. 2018;44:52–60.

Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Paula Hino (https://orcid.org/0000-0002-1408-196X) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Maio 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    4 Fev 2022
  • Aceito
    30 Nov 2022
Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo R. Napoleão de Barros, 754, 04024-002 São Paulo - SP/Brasil, Tel./Fax: (55 11) 5576 4430 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: actapaulista@unifesp.br