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A ventilação de furadeiras elétricas constitui fonte de contaminação para a cirurgia?

Resumos

OBJETIVO: Avaliar o risco de contaminação operatória pela ventilação do motor de furadeiras elétricas (FE) durante a perfuração óssea em cirurgias ortopédicas. MATERIAIS E MÉTODOS: estudo experimental, laboratorial, randomizado analisou FE da prática clínica e FE novas (limpas e esterilizadas) submetidas à contaminação com esporos de Bacillus atrophaeus na concentração 84 x 10(6) UFC. O ar gerado pelo acionamento do motor da FE foi coletado e cultivado. RESULTADOS: Foram identificadas apenas duas culturas positivas para as FE da prática clínica, assim como uma cultura positiva para o Bacillus atrophaeus com crescimento de 1UFC (1,19 x 10(8)). CONCLUSÃO: nas condições do estudo, pode-se afirmar que o ar gerado pela ventilação do motor da FE não consiste em fonte de contaminação para o sítio cirúrgico.

Cirurgia ortopédica; Contaminação; Equipamentos ortopédicos; Infecção da ferida operatória; Infecções relacionadas a prótese; Microbiologia do ar


OBJECTIVE: To evaluate the potential risk of surgical contamination by the venting port of ordinary electric drills (ED) employed in orthopaedic surgeries. MATERIALS AND METHODS: an experimental laboratory, randomized study was developed to analyze EDs in surgical practice and new cleaned and sterilized equipment, which were contaminated with Bacillus atrophaeus spores at a concentration of 84 X 10(6) UFC. The air generated by the engine of each drill was collected and cultivated on sterile agar plates. RESULTS: Positive culture was identified in two ED in surgical practice, as well as a positive culture to Bacillus atrophaeus with 1 CFU growth (1,19 X 10-8). CONCLUSION: In the conditions of the experiment, the airgenerated by the venting port of the ED's engine does not consist of a source of contamination for the surgical site.

Orthopaedic surgery; Contamination; Orthopaedic equipment; Surgical wound infection; Prosthesis-related infection; Air microbiology


ARTIGO ORIGINAL

A ventilação de furadeiras elétricas constitui fonte de contaminação para a cirurgia?

Vania Regina Goveia; Flávia Morais Gomes Pinto; Kazuko Uchikawa Graziano

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP, Brasil

Endereço de Correspondência Endereço de Correspondência: Rua Cláudio, 213, ap. 153 CEP 05043-000. São Paulo – SP-Brasil Email: vaniagoveia@uol.com.br

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar o risco de contaminação operatória pela ventilação do motor de furadeiras elétricas (FE) durante a perfuração óssea em cirurgias ortopédicas.

MATERIAIS E MÉTODOS: estudo experimental, laboratorial, randomizado analisou FE da prática clínica e FE novas (limpas e esterilizadas) submetidas à contaminação com esporos de Bacillus atrophaeus na concentração 84 x 106 UFC. O ar gerado pelo acionamento do motor da FE foi coletado e cultivado.

RESULTADOS: Foram identificadas apenas duas culturas positivas para as FE da prática clínica, assim como uma cultura positiva para o Bacillus atrophaeus com crescimento de 1UFC (1,19 x 108).

CONCLUSÃO: nas condições do estudo, pode-se afirmar que o ar gerado pela ventilação do motor da FE não consiste em fonte de contaminação para o sítio cirúrgico.

Descritores: Cirurgia ortopédica. Contaminação. Equipamentos ortopédicos. Infecção da ferida operatória. Infecções relacionadas a prótese. Microbiologia do ar.

INTRODUÇÃO

O crescente desenvolvimento tecnológico na área cirúrgica tem proporcionado mais intervenções com menos riscos, entretanto, as infecções associadas aos cuidados à saúde consistem em grande preocupação para os profissionais da área. A infecção do sítio cirúrgico em Hospitais Universitários tem se revelado a mais freqüente entre os pacientes submetidos às cirurgias variando de 11 a 16%.1,2

Em um hospital escola especializado, a incidência de infecção em artroplastia total de quadril foi 13%3, enquanto em artroplastia total de joelho tem se mantido em torno de 3%.4,5 Considera-se grave a ocorrência de infecção em paciente submetido à cirurgia ortopédica sendo a osteomielite a complicação mais séria que pode persistir e levar à deficiência funcional de extremidades.6

Cirurgias ortopédicas requerem o uso de equipamentos para a perfuração óssea. Os perfuradores específicos para uso médicocirúrgico, em geral, são passíveis de limpeza adequada para garantir o processo de esterilização, no entanto, hospitais brasileiros utilizam-se de furadeiras elétricas de uso doméstico para cirurgias ortopédicas. Esse equipamento possui aberturas para a ventilação do motor, pelas quais há risco de contaminação por sangue e resíduos. Considerando que a limpeza posterior ao uso cirúrgico, é realizada externamente devido a impossibilidade de imersão do equipamento em solução detergente, o material orgânico provavelmente permanece na parte interna e pode dificultar a esterilização. Dessa forma, quando a furadeira elétrica (FE) for acionada na sala de cirurgia haverá risco de gerar aerossóis contaminados e a possibilidade de contaminar o campo operatório.7

As publicações nacionais sobre infecções do sítio cirúrgico em cirurgias ortopédicas não identificam o emprego de FE de uso doméstico como um fator de risco, apesar da preocupação dos profissionais com o uso impróprio e improvisado.3-5 Em um estudo norte-americano, o ar de exaustão de perfuradores pneumáticos, específicos para uso cirúrgico, foi avaliado quanto a presença de bactérias e a capacidade de contaminar o campo operatório.8 Considerando que não há investigações que avaliem as FE utilizadas em cirurgias ortopédicas e a possibilidade dessas contaminarem o campo operatório pela geração de aerossóis durante o acionamento do motor, esse estudo foi desenvolvido para avaliar microbiologicamente o ar gerado pelo acionamento do motor de FE utilizadas em cirurgias ortopédicas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Pesquisa experimental, laboratorial, randomizada e aplicada para avaliar o ar gerado pelo acionamento do motor de FE. Os equipamentos, um a um, foram ligados por 3-6 minutos e o ar gerado pela ventilação do motor foi direcionado para as placas de Petri com meio de cultura sólido de caseína soja (TSA, DifcoTM, BD), posicionadas a uma distância de 5 cm no interior de uma capela de fluxo laminar (VLFS 12, VECO®, Campinas – SP) conforme demonstrado na Figura 1. Este estudo foi desenvolvido em duas fases no laboratório de pesquisas experimentais do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP).


2.1. Fase I

Foram coletadas amostras de ar de 15 FE após o uso em cirurgias ortopédicas no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (IOT-HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) no período de 05/03 a 09/04/2007. A distribuição foi randomizada e cega. A pesquisadora colhia duas FE disponíveis no momento da visita com a enfermeira da área, nem médicos-cirurgiões, nem funcionários do centro cirúrgico ou da central de materiais sabiam que o material seria analisado. De 15 FE analisadas, três foram provenientes diretamente da sala de cirurgias, três da área de limpeza da central de materiais e nove depois de submetidas à esterilização, sendo três em plasma de peróxido de hidrogênio (PPH) no próprio IOT-HC; três em óxido de etileno (ETO) na Central de Esterilização do HC e três em vapor baixa temperatura e formaldeído (VBTF) em uma Central de Esterilização externa.

2.2. Fase II

Foram coletadas amostras de ar de 22 FE novas no período de 30/07 a 20/08/2007. Dessas 22 FE, seis constituíam o controle positivo e 16, o experimento. Foram também incluídos três perfuradores de osso de uso médico-cirúrgico, da marca Dyonics® 450 Drill, Smith Nephew (Andover, MA. USA) para o controle negativo. Todos os equipamentos novos foram previamente limpos e esterilizados em ETO. A randomização foi feita para processar PO ou FE, e quando FE, se experimento ou controle positivo. Os equipamentos foram submetidos à contaminação intencional (Figura 2) com 30 mL de solução contendo sangue de carneiro desfibrinado e esterilizado e esporos de Bacillus atrophaeus (American Type Culture Collection - ATCC 9372TM), 2,8 x 106 esporos/mL, em capela de fluxo laminar por aproximadamente 60 minutos, tempo médio de uma cirurgia ortopédica. As 16 FE do experimento e os três PO do controle negativo foram submetidos a processo de limpeza e esterilização por ETO para então serem colhidas as amostras de ar. As 6 FE do controle positivo tiveram as amostras colhidas após o tempo de exposição ao contaminante.


As placas de ágar devidamente identificadas foram incubadas em estufa para cultura (Orion®, Modelo 502, Fanem São Paulo – SP), por 72 horas, à temperatura de 37 ºC e este tempo foi estendido para 14 dias com leitura diária. Para as placas que apresentaram crescimento foi realizada a contagem de colônias e Gram. Para as culturas positivas dos equipamentos intencionalmente contaminados (fase II), além de Gram foi realizada a coloração de Wirtz-Conklin para a visualização dos esporos conforme a Figura 3. A análise dos resultados da fase I foi realizada pela contagem de células e a análise dos resultados da fase II foi realizada aplicando a fórmula de probabilidade de sobrevivência de microrganismos considerando a carga inicial conhecida.


Probabilidade de sobrevivência

N0 = concentração inicial = número de células vivas iniciais = 2,8 x 106 UFC/mL x 30 mL = 84 x 106 UFC

Nt = concentração final = número de células vivas ao final da aplicação dos processos

2.3. Tamanho da amostra

Foi calculado considerando para efeito de sucesso uma eficiência de 99,9% da esterilização por óxido de etileno e para efeito de insucesso uma chance de 50%. O tamanho da amostra da fase II, experimental foi estimado em 16 unidades excluídas as 6 unidades do controle positivo e 3 perfuradores de osso próprios para uso cirúrgico para o controle negativo.

A Figura 4 apresenta de forma esquemática a metodologia desenvolvida neste estudo.


RESULTADOS

3.1. Fase I

Das 15 FE da prática cirúrgica, duas unidades não funcionaram no momento da coleta e então 13 foram analisadas pelo cultivo microbiológico do ar gerado quando acionado o motor. Os resultados estão apresentados na Tabela 1, duas unidades apresentaram crescimento de 1 unidade formadora de colônia (UFC) de cocos Gram positivo por placa.

3.2. Fase II

O ar gerado pelo acionamento do motor das FE do controle positivo foi colhido após o tempo de exposição à contaminação intencional com Bacillus atrophaeus, e todas apresentaram crescimento do bacilo em 24 horas de incubação a 37 ºC, conforme apresentado na Tabela 2. Após 3-4 dias de incubação, foi realizada a coloração de Wirtz-Conklin sendo confirmada a presença de esporos. Os resultados da coleta de ar das FE do experimento e dos PO do controle negativo estão apresentados respectivamente nas Tabelas 3 e 4.

Das 16 FE analisadas, sete apresentaram crescimento na placa, de 1 a 2 UFC. Dessas, quatro apresentaram colônias de bacilos, mas apenas uma foi confirmada a presença de esporos. Todos os procedimentos para a confirmação foram realizados. A recuperação do Bacillus atrophaeus foi confirmada para uma FE, ainda que apenas 1 UFC, que significa índice de sobrevivência de microrganismos de 1,19 x 10-8. Como não houve crescimento nas demais, podemos afirmar que a probabilidade de sobrevivência de microrganismos e disseminação pelo ar nas demais FE foi <1,19 x 10-8.

DISCUSSÃO

Atribuiu-se à FE, alto risco de contaminação interna por sangue e resíduos devido à impossibilidade de realizar a limpeza adequada por tratar-se de equipamento elétrico que não pode ser imerso em solução com detergente. Sabe-se da importância da limpeza de materiais de uso médico-cirúrgico para garantir a eficácia dos processos de esterilização. Pesquisadores têm comprovado a baixa carga microbiana em materiais cirúrgicos, após o seu uso, tanto antes da limpeza, quanto após a realização da mesma, em média, 102 UFC/material.9-11 Os resultados da análise das culturas do ar gerado pelo motor das FE na fase I deste estudo, demonstraram a baixa capacidade da corrente de ar mobilizar microrganismos do interior da FE da prática cirúrgica para o exterior, ou seja, para o sítio cirúrgico. A mesma preocupação de contaminação do campo operatório despertou o interesse de pesquisadores americanos8 que investigaram PO pneumáticos, com a ressalva de que esses consistem em equipamentos específicos para perfuração óssea em cirurgias ortopédicas e utilizam-se de ar comprimido para o acionamento do motor. Os resultados da investigação de Sagi et al.8 sugerem que a corrente de ar formada durante a exaustão gera um turbilhonamento do ar que movimenta partículas de superfícies não estéreis para o campo operatório. A baixa positividade das culturas do presente estudo, contrapondo com os resultados do estudo americano8 pode ser justificada tanto pela coleta realizada no interior da capela de fluxo laminar sob condições assépticas e controladas como pela baixa capacidade da ventilação do motor mobilizar partículas ou microrganismos do interior para o exterior da FE. Sagi et al.8 testaram diferentes tempos de acionamento do motor e diferentes distâncias entre o equipamento e a placa de Petri, respectivamente 15 a 30 segundos e 10 a 30 cm. Nessa investigação, foi empregado tempo maior de exposição, seis minutos na fase I e três minutos na fase II, e, distância menor, 5 cm, entre o equipamento e a placa no momento da coleta. Sagi et al.8 encontraram 21 e 25 UFC em cada um dos PO testados. A amostra da presente investigação foi maior e foram encontradas apenas 1 UFC/FE em duas FE da fase I e quando investigado o microrganismo inoculado na fase II, foi identificada 1 UFC em apenas uma FE.

Os resultados desse experimento mostraram que o índice de sobrevivência microbiana no interior da FE é muito baixo e a probabilidade do microrganismo ser disseminado durante o funcionamento da FE foi de 1,19 x 10-8. Sabe-se que a infecção do sítio cirúrgico pode ocorrer devido à contaminação microbiana do local da cirurgia, dependendo de fatores como a quantidade de microrganismos inoculados, sua virulência e o estado imunológico do paciente. O risco de infecção é acentuado quando o local é contaminado com microrganismos na concentração acima de 105 por grama de tecido, embora o inóculo necessário para causar infecção possa ser muito mais baixo quando acompanhado de algum material como, por exemplo, 102 microrganismos introduzidos com fios de sutura.12

Não há intenção de recomendar ou aprovar a utilização de FE domésticas para cirurgias porque a probabilidade de contaminação pelo ar gerado pela ventilação do motor inexiste. Faz-se necessário investigar o equipamento quanto ao seu controle mecânico, a eficácia da esterilização por ETO, o dano tecidual e a ocorrência de necrose óssea, entre outros aspectos importantes. Assim haverá contribuição para o desenvolvimento de uma prática assistencial mais ética e segura.

CONCLUSÃO

Os resultados dessa investigação permitem concluir que nas condições do estudo, apesar do ar da ventilação do motor da furadeira elétrica ter mobilizado 1,19 x 10-8 contaminante para o exterior da furadeira, esta quantidade não caracteriza risco para infecção do sítio cirúrgico.

AGRADECIMENTOS

Pesquisa desenvolvida com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.

Trabalho recebido em 20/03/08

aprovado em 16/09/08

Todos os autores declaram não haver nenhum potencial conflito de interesses referente a este artigo.

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  • Endereço de Correspondência:

    Rua Cláudio, 213, ap. 153
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Jul 2009
    • Data do Fascículo
      2009

    Histórico

    • Recebido
      08 Mar 2008
    • Aceito
      16 Set 2008
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