Acessibilidade / Reportar erro

Alterações nervosas na ritidoplastia: uma revisão sistemática

RESUMO

Introdução:

A ritidoplastia se tornou uma das cirurgias estéticas mais realizadas por cirurgiões plásticos ao redor do mundo. Junto com o aumento do número de cirurgias, a quantidade de complicações associadas ao procedimento também aumentou, sendo que as alterações nervosas são uma das que despertam maiores preocupações. O presente estudo visa a identificar, por meio de uma revisão sistemática, as principais estruturas nervosas lesadas durante uma ritidoplastia, tanto por técnicas convencionais como endoscópicas.

Métodos:

Uma revisão sistemática da literatura foi realizada nas principais bases de dados utilizadas atualmente. Artigos que preencheram os critérios de inclusão foram analisados na íntegra e suas referências, verificadas. Ao final, 20 estudos foram incluídos.

Resultados:

Nestes 20 artigos, no total, foram avaliados 3.347 pacientes, sendo encontradas 142 lesões nervosas: 79 do nervo facial; 55 do nervo trigêmeo, e oito do nervo auricular magno. Destas, apenas duas foram definitivas. As lesões, proporcionalmente, foram mais comuns nas técnicas videoassistidas (81%), quando comparadas com as convencionais (19%).

Conclusão:

Encontramos que as lesões dos ramos temporal e bucal são mais frequentes no facelift e as do nervo auricular magno, na ritidoplastia cervical. Apesar de as lesões nervosas serem pouco frequentes na literatura, faltam estudos bem desenhados que busquem conhecer melhor estas complicações.

Descritores:
Ritidoplastia; Nervo facial; Nervo trigêmeo; Plexo cervical

ABSTRACT

Introduction:

Rhytidoplasty has become one of the most common aesthetic surgeries performed by plastic surgeons worldwide. Along with the increase in the number of surgeries performed, the number of procedure-related complications has also increased. In particular, nerve injuries are the major concern. By conducting a systematic review, the present study aimed to identify the main nerve structures injured during rhytidoplasty, by either the conventional or endoscopic technique.

Methods:

A systematic literature review was performed in the main databases currently used. Articles that met the inclusion criteria were analyzed in their entirety, and their references were checked. Finally, 20 studies were included.

Results:

In these 20 articles, 3,347 patients were evaluated and 142 nerve injuries found, of which 79 were of the facial nerve, 55 were of the trigeminal nerve, and eight were of the great auricular nerve. Of these, only two were definitive. The lesions were more prevalent (81%) with the video-assisted techniques than with the conventional techniques (19%).

Conclusion:

We found that the injuries of the temporal and buccal branches were more frequent during facelifts; and those of the great auricular nerve, during cervical rhytidoplasty. Although nerve injuries are infrequent in the literature, well-designed studies that aim to better understand these complications are lacking.

Keywords:
Rhytidoplasty; Facial nerve; Trigeminal nerve; Cervical plexus

INTRODUÇÃO

A ritidoplastia é, na atualidade, uma das cirurgias estéticas mais realizadas por cirurgiões plásticos, ao redor do mundo. Muitas técnicas para rejuvenescimento facial têm sido descritas. A mais antiga na literatura foi relatada por Passot11 Passot R. La chirurgie esthétique des rides du visage. Presse Med. 1919;27:258-60., em 1919, que descreveu com riqueza de detalhes um browlift. Desde então, o rejuvenescimento facial vem passando por uma constante evolução nas técnicas cirúrgicas, com início nos procedimentos clássicos simples indo até técnicas compostas, que associam diversos procedimentos. Na atualidade, houve o acréscimo das cirurgias minimamente invasivas e endoscópicas, realizadas a partir dos anos 199022 Isse NG. Endoscopic forehead lift. Evolution and update. Clin Plast Surg. 1995;22(4):661-73. PMid:8846634.,33 Ozerdem OR, Vasconez LO, de la Torre J. Upper face-lifting. Facial Plast Surg Clin North Am. 2006;14(3):159-65. http://dx.doi.org/10.1016/j.fsc.2006.04.001. PMid:16908382
http://dx.doi.org/10.1016/j.fsc.2006.04....
. Junto com o aumento das cirurgias, também o número de complicações associadas ao procedimento cresceu, sendo as lesões nervosas as que despertam maiores preocupações.

O presente estudo visa a identificar, por meio de uma revisão sistemática da literatura, as principais estruturas nervosas lesadas durante uma ritidoplastia, tanto por técnicas convencionais como endoscópicas, independentemente da via utilizada, podendo, assim, direcionar o cirurgião plástico na redução das complicações de uma lesão nervosa facial ou cervical.

MÉTODOS

A pesquisa se iniciou através da busca do tema nas principais bases de dados eletrônicas utilizadas na atualidade: PUBMED, SCOPUS e EMBASE. Foram usadas as seguintes palavras-chave, segundo a organização abaixo:

  1. Facelift

  2. Paresthesy ou paresis

  3. (#1) e (#2)

A estratégia inicial da pesquisa foi buscar os artigos relacionando o cruzamento das palavras antes mencionadas, nas principais bases de dados descritas acima. Os títulos e abstracts foram lidos, e todos os artigos que foram incluídos na pesquisa foram analisados na íntegra. Suas referências também foram rigorosamente pesquisadas, no intuito de incluir artigos de interesse. Todos os artigos foram acessados por dois pesquisadores independentes (MAS e EP), usando como base os seguintes critérios de inclusão: textos em inglês e português, publicados nos últimos 15 anos, pacientes de ambos os gêneros, com mais de 18 anos e sem limite de idade. Artigos duplicados foram retirados. Estudos usando animais, cadáveres ou adolescentes foram excluídos. Todos os dados da pesquisa foram tabelados em uma planilha eletrônica, para análise estatística dos dados. O organograma que exemplifica a pesquisa está descrita na Figura 1.

Figura 1
A princípio, foram encontrados 113 estudos, sendo que apenas 18 se enquadravam nos critérios de inclusão. Após análise das referências destes artigos, mais dois foram somados, totalizando 20 estudos.

RESULTADOS

A pesquisa encontrou 20 artigos, sendo analisados: o país de origem; o número, o gênero e a idade dos pacientes; a técnica cirúrgica empregada; a lesão nervosa encontrada, e o tempo de controle pós-operatório (Tabela 1). O país que mais produziu artigos de interesse foram os Estados Unidos, com nove, seguidos pelo Brasil e pela França, com dois artigos cada. Coreia do Sul, Lituânia, Argentina, Reino Unido, Singapura, Espanha e Turquia contabilizaram um artigo cada. A soma de todos os pacientes envolvidos foi de 3.347 pacientes. O estudo de Tanna & Lindsey (2008)44 Tanna N, Lindsey WH. Review of 1,000 consecutive short-scar rhytidectomies. Dermatol Surg. 2008;34(2):196-202, discussion 202-3. http://dx.doi.org/10.1097/00042728-200802000-00008. PMid:18093201
http://dx.doi.org/10.1097/00042728-20080...
, da Universidade de Washington, foi o que apresentou o maior número de indivíduos analisados, foram mil pacientes. Os artigos de Malata & Abood (2009)55 Malata CM, Abood A. Experience with cortical tunnel fixation in endoscopic brow lift: the “bevel and slide” modification. Int J Surg. 2009;7(6):510-5. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08.013. PMid:19800433
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08...
e Newman (2006)66 Newman J. Safety and efficacy of midface-lifts with an absorbable soft tissue suspension device. Arch Facial Plast Surg. 2006;8(4):245-51. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.245. PMid:16847170
http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.2...
, no Reino Unido e nos Estados Unidos, foram os que produziram uma pesquisa com o menor número de pacientes, 30 e 10, respectivamente.

Tabela 1
Artigos de interesse com as principais variáveis.

Alguns artigos não detalharam a divisão por gêneros77 Firmin FO, Marchac AC, Lotz NC. Use of the harmonic blade in face lifting: a report based on 420 operations. Plast Reconstr Surg. 2009;124(1):245-55. http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181ab130f. PMid:19568088
http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181...

8 Heinrichs HL, Kaidi AA. Subperiosteal face lift: a 200-case, 4-year review. Plast Reconstr Surg. 1998;102(3):843-55. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199809010-00036. PMid:9727455
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-19980...

9 Little JW. Three-dimensional rejuvenation of the midface: volumetric resculpture by malar imbrication. Plast Reconstr Surg. 2000;105(1):267-85, discussion 286-9. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200001000-00044. PMid:10626999
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-20000...

10 Ramirez OM. Three-dimensional endoscopic midface enhancement: a personal quest for the ideal cheek rejuvenation. Plast Reconstr Surg. 2002;109(1):329-40, discussion 341-9. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200201000-00052. PMid:11786834
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-20020...

11 Tabatabai N, Spinelli HM. Limited incision nonendoscopic brow lift. Plast Reconstr Surg. 2007;119(5):1563-70. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256073.49355.fc. PMid:17415251
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256...
-1212 Tapia A, Ruiz-de-Erenchun R, Rengifo M. Combined approach for facial contour restoration: treatment of malar and cheek areas during rhytidectomy. Plast Reconstr Surg. 2006;118(2):491-7, discussion 498-501. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000235265.26138.66 . PMid:16874222
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000235...
. Naqueles que informaram, foi possível observar que 143 eram homens e 1.825 eram mulheres, sendo, assim, apenas 7,2% do gênero masculino. Quando fizemos a análise comparativa da média das idades, observamos que esta variou de 42,4 anos nas mulheres para 69,8 anos nos homens, tendo o mais jovem, 29 anos1313 Kim IG, Oh JK, Baek DH. Personal experiences and algorithm of endoscopically assisted subperiosteal face lift in orientals for 5 years. Plast Reconstr Surg. 2001;108(6):1768-79, discussion 1780-1. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200111000-00053. PMid:11711962
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-20011...
, e o mais idoso, 84 anos1414 Almousa R, Amrith S, Sundar G. Browlift-a South East Asian experience. Orbit. 2009;28(6):347-53. http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104652. PMid:19929658
http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104...
. A média de seguimento dos pacientes também variou enormemente, dependendo do tipo de pesquisa, sendo a menor e mais comum de seis meses44 Tanna N, Lindsey WH. Review of 1,000 consecutive short-scar rhytidectomies. Dermatol Surg. 2008;34(2):196-202, discussion 202-3. http://dx.doi.org/10.1097/00042728-200802000-00008. PMid:18093201
http://dx.doi.org/10.1097/00042728-20080...
,66 Newman J. Safety and efficacy of midface-lifts with an absorbable soft tissue suspension device. Arch Facial Plast Surg. 2006;8(4):245-51. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.245. PMid:16847170
http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.2...
,1515 Patrocínio LG, Reinhart RJY, Patrocínio TG, Patrocínio JA. Frontoplastia endoscópica: três anos de experiência. Rev Bras Otorrinol. 2006;72(5):624-30. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992006000500008 .
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992006...
,1616 Viksraitis S, Astrauskas T, Karbonskiene A, Budnikas G. Endoscopic aesthetic facial surgery: technique and results. Medicina (Kaunas). 2004;40(2):149-55. PMid:15007274. e a maior, de cinco anos e meio1717 Behmand RA, Guyuron B. Endoscopic forehead rejuvenation: II. Long-term results. Plast Reconstr Surg. 2006;117(4):1137-43, discussion 1144. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000215331.89085.a6 . PMid:16582776
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000215...
. Independentemente da técnica cirúrgica específica utilizada, foi possível alocar as ritidoplastias em dois grupos: as que utilizaram técnicas convencionais ou clássicas, e as endoscópicas ou videoassistidas. Em sete artigos, utilizou-se a técnica convencional, enquanto dez relataram técnicas videoassistidas. Em três artigos88 Heinrichs HL, Kaidi AA. Subperiosteal face lift: a 200-case, 4-year review. Plast Reconstr Surg. 1998;102(3):843-55. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199809010-00036. PMid:9727455
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-19980...
,1111 Tabatabai N, Spinelli HM. Limited incision nonendoscopic brow lift. Plast Reconstr Surg. 2007;119(5):1563-70. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256073.49355.fc. PMid:17415251
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256...
,1414 Almousa R, Amrith S, Sundar G. Browlift-a South East Asian experience. Orbit. 2009;28(6):347-53. http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104652. PMid:19929658
http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104...
, ambas as técnicas foram empregadas.

Quando analisamos a região anatômica abordada durante os facelifts, observamos que a maioria dos autores optou por dissecção da fáscia temporal isolada44 Tanna N, Lindsey WH. Review of 1,000 consecutive short-scar rhytidectomies. Dermatol Surg. 2008;34(2):196-202, discussion 202-3. http://dx.doi.org/10.1097/00042728-200802000-00008. PMid:18093201
http://dx.doi.org/10.1097/00042728-20080...

5 Malata CM, Abood A. Experience with cortical tunnel fixation in endoscopic brow lift: the “bevel and slide” modification. Int J Surg. 2009;7(6):510-5. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08.013. PMid:19800433
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08...
-66 Newman J. Safety and efficacy of midface-lifts with an absorbable soft tissue suspension device. Arch Facial Plast Surg. 2006;8(4):245-51. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.245. PMid:16847170
http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.2...
,1212 Tapia A, Ruiz-de-Erenchun R, Rengifo M. Combined approach for facial contour restoration: treatment of malar and cheek areas during rhytidectomy. Plast Reconstr Surg. 2006;118(2):491-7, discussion 498-501. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000235265.26138.66 . PMid:16874222
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000235...
,1414 Almousa R, Amrith S, Sundar G. Browlift-a South East Asian experience. Orbit. 2009;28(6):347-53. http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104652. PMid:19929658
http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104...
,1818 Tuccillo F, Jacovella P, Zimman O, Repetti G. An alternative approach to brow lift fixation: temporoparietalis fascia, galeal, and periosteal imbrication. Plast Reconstr Surg. 2007;119(2):692702. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000246526.59290.57. PMid:17230109
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000246...
ou combinada com técnicas de dissecção da fáscia frontal1313 Kim IG, Oh JK, Baek DH. Personal experiences and algorithm of endoscopically assisted subperiosteal face lift in orientals for 5 years. Plast Reconstr Surg. 2001;108(6):1768-79, discussion 1780-1. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200111000-00053. PMid:11711962
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-20011...
,1919 Patrocínio JA, Patrocínio LG, Aguiar ASF. Complicações de ritidoplastia em um service de residência médica em otorrinolaringologia. Rev Bras Otorrinolaringol (Engl Ed). 2002;68(3):338-42. http://dx.doi.org/10.1590/S003472992002000300008.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034729920020...
. Já o sistema musculoaponeurótico superficial (SMAS) foi abordado apenas em seis trabalhos77 Firmin FO, Marchac AC, Lotz NC. Use of the harmonic blade in face lifting: a report based on 420 operations. Plast Reconstr Surg. 2009;124(1):245-55. http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181ab130f. PMid:19568088
http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181...
,88 Heinrichs HL, Kaidi AA. Subperiosteal face lift: a 200-case, 4-year review. Plast Reconstr Surg. 1998;102(3):843-55. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199809010-00036. PMid:9727455
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-19980...
,1111 Tabatabai N, Spinelli HM. Limited incision nonendoscopic brow lift. Plast Reconstr Surg. 2007;119(5):1563-70. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256073.49355.fc. PMid:17415251
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256...
,1515 Patrocínio LG, Reinhart RJY, Patrocínio TG, Patrocínio JA. Frontoplastia endoscópica: três anos de experiência. Rev Bras Otorrinol. 2006;72(5):624-30. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992006000500008 .
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992006...
,2020 Sullivan CA, Masin J, Maniglia AJ, Stepnick DW. Complications of rhytidectomy in an otolaryngology training program. Laryngoscope. 1999;109(2 Pt 1):198-203. http://dx.doi.org/10.1097/00005537-199902000-00005. PMid:10890765
http://dx.doi.org/10.1097/00005537-19990...
,2121 Celik M, Tuncer S, Buyukcayir I. Modifications in endoscopic facelifts. Ann Plast Surg. 1999;42(6):638-43. http://dx.doi.org/10.1097/00000637-199906000-00010. PMid:10382801
http://dx.doi.org/10.1097/00000637-19990...
.

Em relação às alterações dos nervos envolvidos na ritidoplastia, foi observado um número muito maior de lesões sensitivas em comparação com as motoras, sendo, em maior quantidade, do nervo facial, quando comparado com o trigêmeo. No total, foram 79 lesões do nervo facial, sendo que 18 foram provocadas por ritidoplastia convencional e 61 pela via endoscópica (Figura 2). Foram observadas 55 lesões do nervo trigêmeo, sendo uma pela via convencional e 54 pela endoscópica, e oito lesões do nervo auricular magno, durante ritidoplastias cervicais (Tabela 2). A totalidade das lesões encontradas foi transitória, com exceção do estudo de Sullivan et al. (1999)2020 Sullivan CA, Masin J, Maniglia AJ, Stepnick DW. Complications of rhytidectomy in an otolaryngology training program. Laryngoscope. 1999;109(2 Pt 1):198-203. http://dx.doi.org/10.1097/00005537-199902000-00005. PMid:10890765
http://dx.doi.org/10.1097/00005537-19990...
, que identificaram uma lesão definitiva do ramo frontal do nervo facial, que foi provocada durante o treinamento de residentes de Otorrinolaringologia, e do estudo de Williams et al. (2003)2222 Williams EF 3RD, Vargas H, Dahiya R, Hove CR, Rodgers BJ, Lam SM. Midfacial rejuvenation via a minimal-incision browlift approach: critical evaluation of a 5-year experience. Arch Facial Plast Surg. 2003;5(6):470-8. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.5.6.470 . PMid:14623683
http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.5.6.4...
, que verificaram uma alteração definitiva no ramo maxilar do nervo trigêmeo.

Tabela 2
Lesões nervosas. Localização × técnica. N=142.

Figura 2
Das 142 lesões nervosas identificadas, 79 foram de ramos do nervo facial, sendo que 77% dessas lesões foram causadas por técnicas videoassistidas.

Em relação ao tipo de técnica utilizada, 2.046 pacientes foram submetidos à ritidoplastia convencional, enquanto 1.301, à técnica endoscópica (61% versus 39%). Quando separamos as lesões nervosas pelo tipo de técnica utilizada, convencional ou endoscópica, observamos que, proporcionalmente, as técnicas videoassistidas apresentaram um valor muito maior em relação às técnicas clássicas (81% versus 19%).

DISCUSSÃO

A ritidoplastia está a cada dia se popularizando mais. O número de técnicas e os respectivos resultados variam bastante nos estudos. A habilidade de trazer de volta a harmonia dos traços faciais requer rigorosidade na aplicação das técnicas, conhecimento aprimorado da anatomia e uma sensibilidade artística para individualizar o objetivo cirúrgico para cada paciente1111 Tabatabai N, Spinelli HM. Limited incision nonendoscopic brow lift. Plast Reconstr Surg. 2007;119(5):1563-70. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256073.49355.fc. PMid:17415251
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256...
. O desrespeito a estas leis básicas pode levar a alterações extremamente indesejáveis, sendo algumas permanentes.

São bem conhecidas as complicações da ritidoplastia, que incluem hematoma; alopecia; cicatriz hipertrófica; infecção; deformidade no contorno facial, e lesão sensitiva e motora. O hematoma continua sendo a complicação mais comum, porém, se controlado precocemente, pouco impacto causa no resultado cirúrgico final2424 Daane SP, Owsley JQ. Incidence of cervical branch injury with “marginal mandibular nerve pseudo-paralysis” in patients undergoing face lift. Plast Reconstr Surg. 2003;111(7):24148. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000061004.74788.33. PMid:12794490
http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000061...
.

A lesão do nervo auricular magno é a lesão nervosa mais comum na ritidoplastia cervical1616 Viksraitis S, Astrauskas T, Karbonskiene A, Budnikas G. Endoscopic aesthetic facial surgery: technique and results. Medicina (Kaunas). 2004;40(2):149-55. PMid:15007274.. Sullivan et al.2020 Sullivan CA, Masin J, Maniglia AJ, Stepnick DW. Complications of rhytidectomy in an otolaryngology training program. Laryngoscope. 1999;109(2 Pt 1):198-203. http://dx.doi.org/10.1097/00005537-199902000-00005. PMid:10890765
http://dx.doi.org/10.1097/00005537-19990...
, durante investigação de lesões sensitivas na ritidoplastia, em um programa de residência médica, encontraram seis casos de parestesias temporárias em orelha e um caso que evoluiu com perda sensorial permanente da região auricular, por lesão do nervo auricular magno.

Parestesia e hiperestesia transitória dos dois terços inferiores da orelha, da região pré-auricular e do pescoço, usualmente, duram de duas a seis semanas, e são resultado da lesão inevitável de pequena quantidade de tecido nervoso na área cirúrgica da ritidoplastia. Já a lesão sensitiva permanente na porção inferior da orelha é, geralmente, devida à dissecção profunda da porção média do músculo esternocleidomastoideo2525 McCollough EG, Perkins SW, Langsdon PR. SASMAS suspension rhytidectomy. Rationale and long-term experience. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1989;115(2):228-34. http://dx.doi.org/10.1001/archotol.1989.01860260102023. PMid:2643976
http://dx.doi.org/10.1001/archotol.1989....
.

O mecanismo de lesão sensorial mais comumente associado inclui a infiltração anestésica, a perfuração nervosa pela agulha de anestesia, a dissecção profunda e extensa, além do edema do nervo ou sua lesão pelo eletrocautério. Nos artigos incluídos nesta revisão, não há referência sobre o uso deste último equipamento; porém, no estudo de Firmin et al., de 200977 Firmin FO, Marchac AC, Lotz NC. Use of the harmonic blade in face lifting: a report based on 420 operations. Plast Reconstr Surg. 2009;124(1):245-55. http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181ab130f. PMid:19568088
http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181...
, foi utilizado um aparelho similar a um eletrocautério, o Harmonic Blade. Neste estudo, foram observadas apenas quatro paralisias temporárias do nervo facial, sendo que todas tiveram resolução completa em até três meses do pós-operatório.

A parestesia causada pela infiltração anestésica, em geral, desaparece em poucas horas, ao cessar o efeito anestésico. Já a lesão temporária pode durar de 24 horas até semanas e é, geralmente, causada pela lesão nervosa direta2020 Sullivan CA, Masin J, Maniglia AJ, Stepnick DW. Complications of rhytidectomy in an otolaryngology training program. Laryngoscope. 1999;109(2 Pt 1):198-203. http://dx.doi.org/10.1097/00005537-199902000-00005. PMid:10890765
http://dx.doi.org/10.1097/00005537-19990...
. Em nossa revisão, foi possível observar uma grande variação na recuperação de lesões nervosas temporárias. O tempo mínimo observado foi de 41 dias, para lesão de ramo temporal do nervo facial, no estudo de Heinrichs & Kaidi, em 199888 Heinrichs HL, Kaidi AA. Subperiosteal face lift: a 200-case, 4-year review. Plast Reconstr Surg. 1998;102(3):843-55. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199809010-00036. PMid:9727455
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-19980...
, e o tempo máximo foi de dois anos, para um paciente com lesão do ramo supratroclear do nervo oftálmico, submetido ao facelift, em trabalho de Behmand & Guyuron, de 20061717 Behmand RA, Guyuron B. Endoscopic forehead rejuvenation: II. Long-term results. Plast Reconstr Surg. 2006;117(4):1137-43, discussion 1144. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000215331.89085.a6 . PMid:16582776
http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000215...
. Foi possível observar, no entanto, que na maioria dos artigos em análise, o intervalo de tempo mais comum de recuperação foi entre seis semanas e seis meses55 Malata CM, Abood A. Experience with cortical tunnel fixation in endoscopic brow lift: the “bevel and slide” modification. Int J Surg. 2009;7(6):510-5. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08.013. PMid:19800433
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08...

6 Newman J. Safety and efficacy of midface-lifts with an absorbable soft tissue suspension device. Arch Facial Plast Surg. 2006;8(4):245-51. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.245. PMid:16847170
http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.2...
-77 Firmin FO, Marchac AC, Lotz NC. Use of the harmonic blade in face lifting: a report based on 420 operations. Plast Reconstr Surg. 2009;124(1):245-55. http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181ab130f. PMid:19568088
http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181...
,99 Little JW. Three-dimensional rejuvenation of the midface: volumetric resculpture by malar imbrication. Plast Reconstr Surg. 2000;105(1):267-85, discussion 286-9. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200001000-00044. PMid:10626999
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-20000...
,1313 Kim IG, Oh JK, Baek DH. Personal experiences and algorithm of endoscopically assisted subperiosteal face lift in orientals for 5 years. Plast Reconstr Surg. 2001;108(6):1768-79, discussion 1780-1. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200111000-00053. PMid:11711962
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-20011...
,1414 Almousa R, Amrith S, Sundar G. Browlift-a South East Asian experience. Orbit. 2009;28(6):347-53. http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104652. PMid:19929658
http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104...
,1919 Patrocínio JA, Patrocínio LG, Aguiar ASF. Complicações de ritidoplastia em um service de residência médica em otorrinolaringologia. Rev Bras Otorrinolaringol (Engl Ed). 2002;68(3):338-42. http://dx.doi.org/10.1590/S003472992002000300008.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034729920020...
.

A lesão definitiva do nervo facial é uma rara complicação. As lesões temporárias são muito mais comuns. Em uma revisão da literatura feita por Rubin & Simpson2626 Rubin LR, Simpson RL. The new deep plane face lift dissections versus the old superficial techniques: a comparison of neurologic complications. Plast Reconstr Surg. 1996;97(7):1461-5. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199606000-00024. PMid:8643732
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-19960...
, em 1996, de sete mil casos de ritidoplastia superficial, houve apenas 55 casos de lesão motora, sendo mais comum do ramo temporal, seguido do marginal mandibular. Destes 55, apenas sete foram definitivos. Em nossa revisão, dos 3.347 pacientes, 139 observaram algum grau de lesão temporária, sendo apenas duas definitivas. Uma das lesões definitivas foi do ramo maxilar do nervo trigêmeo durante um browlift2222 Williams EF 3RD, Vargas H, Dahiya R, Hove CR, Rodgers BJ, Lam SM. Midfacial rejuvenation via a minimal-incision browlift approach: critical evaluation of a 5-year experience. Arch Facial Plast Surg. 2003;5(6):470-8. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.5.6.470 . PMid:14623683
http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.5.6.4...
. A paciente evoluiu com perda da sensibilidade definitiva da região suprida por este nervo. O segundo caso foi do nervo auricular magno, durante uma ritidoplastia cervical, em um programa de residência médica, como descrito anteriormente2020 Sullivan CA, Masin J, Maniglia AJ, Stepnick DW. Complications of rhytidectomy in an otolaryngology training program. Laryngoscope. 1999;109(2 Pt 1):198-203. http://dx.doi.org/10.1097/00005537-199902000-00005. PMid:10890765
http://dx.doi.org/10.1097/00005537-19990...
.

Apesar de as porcentagens das lesões variarem enormemente dependendo do estudo, todos concordam que os ramos frontal e marginal mandibular são os que apresentam maior risco de acometimento e disfunção permanente durante um facelift2727 Biggs TM. Endoscopic brow lift: a retrospective review of 628 consecutive cases over 5 years. Plast Reconstr Surg. 2004;113(7):2219, author reply 2219-20. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000123600.67295.57 . PMid:15253222
http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000123...
. Os mecanismos de lesão do ramo marginal incluem transecção durante dissecção profunda no retalho subplatismal, suturas de plicatura, tração tecidual e lipoaspiração cervical no plano subplatismal. Ellenbogen2828 Ellenbogen R. Pseudo-paralysis of the mandibular branch of the facial nerve after platysmal face-lift operation. Plast Reconstr Surg. 1979;63(3):364-8. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-197903000-00012. PMid:419214
http://dx.doi.org/10.1097/00006534-19790...
descreveu dois casos de pseudoparalisia transitória do ramo marginal mandibular, devido à lesão do ramo cervical. Estas lesões podem ser distinguidas das lesões dos ramos do marginal mandibular devido ao fato de que estes pacientes ainda podem everter o lábio inferior por causa da preservação da função do músculo mentoniano. O ponto de vulnerabilidade para lesão do nervo marginal mandibular é após a sua saída da fascia cervical profunda, quando corre sobre a face anterior da mandíbula, na região da artéria facial2727 Biggs TM. Endoscopic brow lift: a retrospective review of 628 consecutive cases over 5 years. Plast Reconstr Surg. 2004;113(7):2219, author reply 2219-20. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000123600.67295.57 . PMid:15253222
http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000123...
.

Independentemente do artigo analisado, em todos optou-se por conduta conservadora frente às lesões nervosas. Em nenhum destes estudos, foi proposto qualquer tratamento clínico direcionado.

Em nossa revisão sistemática, observamos que, proporcionalmente, as técnicas videoassitidas apresentaram uma quantidade maior de lesões nervosas que as técnicas clássicas (81% versus 19%). Apesar de poucos estudos abordarem este tema na literatura, é certo que, nos EUA, a técnica endoscópica vem sendo, aos poucos, abandonada, seja devido ao custo do equipamento, à longa curva de aprendizado ou ao maior tempo operatório consumido pelo procedimento. A verdade é que, naquele país, tem se dado mais atenção às técnicas que utilizam vias reduzidas de acesso, porém por técnicas convencionais2929 Chiu ES, Baker DC. Endoscopic brow lift: a retrospective review of 628 consecutive cases over 5 years. Plast Reconstr Surg. 2003;112(2):628-33, discussion 634-5. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000071042.11435.2E. PMid:12900626
http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000071...
.

CONCLUSÃO

O conhecimento das reais ocorrências das lesões nervosas em ritidoplastia ainda não foi alcançado. Serão necessários estudos prospectivos que, objetiva e criticamente, avaliem a sensibilidade e a motricidade facial e cervical dos pacientes de forma mais acurada. Esta revisão sistemática reafirma a observação feita por outros autores sobre as principais alterações faciais e ainda conseguiu observar que, proporcionalmente, estas lesões são mais comuns quando realizadas por procedimentos endoscópicos.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Passot R. La chirurgie esthétique des rides du visage. Presse Med. 1919;27:258-60.
  • 2
    Isse NG. Endoscopic forehead lift. Evolution and update. Clin Plast Surg. 1995;22(4):661-73. PMid:8846634.
  • 3
    Ozerdem OR, Vasconez LO, de la Torre J. Upper face-lifting. Facial Plast Surg Clin North Am. 2006;14(3):159-65. http://dx.doi.org/10.1016/j.fsc.2006.04.001 PMid:16908382
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.fsc.2006.04.001
  • 4
    Tanna N, Lindsey WH. Review of 1,000 consecutive short-scar rhytidectomies. Dermatol Surg. 2008;34(2):196-202, discussion 202-3. http://dx.doi.org/10.1097/00042728-200802000-00008 PMid:18093201
    » http://dx.doi.org/10.1097/00042728-200802000-00008
  • 5
    Malata CM, Abood A. Experience with cortical tunnel fixation in endoscopic brow lift: the “bevel and slide” modification. Int J Surg. 2009;7(6):510-5. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08.013 PMid:19800433
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2009.08.013
  • 6
    Newman J. Safety and efficacy of midface-lifts with an absorbable soft tissue suspension device. Arch Facial Plast Surg. 2006;8(4):245-51. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.245 PMid:16847170
    » http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.8.4.245
  • 7
    Firmin FO, Marchac AC, Lotz NC. Use of the harmonic blade in face lifting: a report based on 420 operations. Plast Reconstr Surg. 2009;124(1):245-55. http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181ab130f PMid:19568088
    » http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0b013e3181ab130f
  • 8
    Heinrichs HL, Kaidi AA. Subperiosteal face lift: a 200-case, 4-year review. Plast Reconstr Surg. 1998;102(3):843-55. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199809010-00036 PMid:9727455
    » http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199809010-00036
  • 9
    Little JW. Three-dimensional rejuvenation of the midface: volumetric resculpture by malar imbrication. Plast Reconstr Surg. 2000;105(1):267-85, discussion 286-9. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200001000-00044 PMid:10626999
    » http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200001000-00044
  • 10
    Ramirez OM. Three-dimensional endoscopic midface enhancement: a personal quest for the ideal cheek rejuvenation. Plast Reconstr Surg. 2002;109(1):329-40, discussion 341-9. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200201000-00052 PMid:11786834
    » http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200201000-00052
  • 11
    Tabatabai N, Spinelli HM. Limited incision nonendoscopic brow lift. Plast Reconstr Surg. 2007;119(5):1563-70. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256073.49355.fc PMid:17415251
    » http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000256073.49355.fc
  • 12
    Tapia A, Ruiz-de-Erenchun R, Rengifo M. Combined approach for facial contour restoration: treatment of malar and cheek areas during rhytidectomy. Plast Reconstr Surg. 2006;118(2):491-7, discussion 498-501. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000235265.26138.66 . PMid:16874222
    » http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000235265.26138.66
  • 13
    Kim IG, Oh JK, Baek DH. Personal experiences and algorithm of endoscopically assisted subperiosteal face lift in orientals for 5 years. Plast Reconstr Surg. 2001;108(6):1768-79, discussion 1780-1. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200111000-00053 PMid:11711962
    » http://dx.doi.org/10.1097/00006534-200111000-00053
  • 14
    Almousa R, Amrith S, Sundar G. Browlift-a South East Asian experience. Orbit. 2009;28(6):347-53. http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104652 PMid:19929658
    » http://dx.doi.org/10.3109/01676830903104652
  • 15
    Patrocínio LG, Reinhart RJY, Patrocínio TG, Patrocínio JA. Frontoplastia endoscópica: três anos de experiência. Rev Bras Otorrinol. 2006;72(5):624-30. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992006000500008 .
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992006000500008
  • 16
    Viksraitis S, Astrauskas T, Karbonskiene A, Budnikas G. Endoscopic aesthetic facial surgery: technique and results. Medicina (Kaunas). 2004;40(2):149-55. PMid:15007274.
  • 17
    Behmand RA, Guyuron B. Endoscopic forehead rejuvenation: II. Long-term results. Plast Reconstr Surg. 2006;117(4):1137-43, discussion 1144. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000215331.89085.a6 . PMid:16582776
    » http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000215331.89085.a6
  • 18
    Tuccillo F, Jacovella P, Zimman O, Repetti G. An alternative approach to brow lift fixation: temporoparietalis fascia, galeal, and periosteal imbrication. Plast Reconstr Surg. 2007;119(2):692702. http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000246526.59290.57 PMid:17230109
    » http://dx.doi.org/10.1097/01.prs.0000246526.59290.57
  • 19
    Patrocínio JA, Patrocínio LG, Aguiar ASF. Complicações de ritidoplastia em um service de residência médica em otorrinolaringologia. Rev Bras Otorrinolaringol (Engl Ed). 2002;68(3):338-42. http://dx.doi.org/10.1590/S003472992002000300008
    » http://dx.doi.org/10.1590/S003472992002000300008
  • 20
    Sullivan CA, Masin J, Maniglia AJ, Stepnick DW. Complications of rhytidectomy in an otolaryngology training program. Laryngoscope. 1999;109(2 Pt 1):198-203. http://dx.doi.org/10.1097/00005537-199902000-00005 PMid:10890765
    » http://dx.doi.org/10.1097/00005537-199902000-00005
  • 21
    Celik M, Tuncer S, Buyukcayir I. Modifications in endoscopic facelifts. Ann Plast Surg. 1999;42(6):638-43. http://dx.doi.org/10.1097/00000637-199906000-00010 PMid:10382801
    » http://dx.doi.org/10.1097/00000637-199906000-00010
  • 22
    Williams EF 3RD, Vargas H, Dahiya R, Hove CR, Rodgers BJ, Lam SM. Midfacial rejuvenation via a minimal-incision browlift approach: critical evaluation of a 5-year experience. Arch Facial Plast Surg. 2003;5(6):470-8. http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.5.6.470 . PMid:14623683
    » http://dx.doi.org/10.1001/archfaci.5.6.470
  • 23
    Dardour JC, Ktorza T. Endoscopic deep periorbital lifting: study and results based on 50 consecutive cases. Aesthetic Plast Surg. 2000;24(4):292-8. http://dx.doi.org/10.1007/s002660010049 PMid:10954794
    » http://dx.doi.org/10.1007/s002660010049
  • 24
    Daane SP, Owsley JQ. Incidence of cervical branch injury with “marginal mandibular nerve pseudo-paralysis” in patients undergoing face lift. Plast Reconstr Surg. 2003;111(7):24148. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000061004.74788.33 PMid:12794490
    » http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000061004.74788.33
  • 25
    McCollough EG, Perkins SW, Langsdon PR. SASMAS suspension rhytidectomy. Rationale and long-term experience. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1989;115(2):228-34. http://dx.doi.org/10.1001/archotol.1989.01860260102023 PMid:2643976
    » http://dx.doi.org/10.1001/archotol.1989.01860260102023
  • 26
    Rubin LR, Simpson RL. The new deep plane face lift dissections versus the old superficial techniques: a comparison of neurologic complications. Plast Reconstr Surg. 1996;97(7):1461-5. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199606000-00024 PMid:8643732
    » http://dx.doi.org/10.1097/00006534-199606000-00024
  • 27
    Biggs TM. Endoscopic brow lift: a retrospective review of 628 consecutive cases over 5 years. Plast Reconstr Surg. 2004;113(7):2219, author reply 2219-20. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000123600.67295.57 . PMid:15253222
    » http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000123600.67295.57
  • 28
    Ellenbogen R. Pseudo-paralysis of the mandibular branch of the facial nerve after platysmal face-lift operation. Plast Reconstr Surg. 1979;63(3):364-8. http://dx.doi.org/10.1097/00006534-197903000-00012 PMid:419214
    » http://dx.doi.org/10.1097/00006534-197903000-00012
  • 29
    Chiu ES, Baker DC. Endoscopic brow lift: a retrospective review of 628 consecutive cases over 5 years. Plast Reconstr Surg. 2003;112(2):628-33, discussion 634-5. http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000071042.11435.2E PMid:12900626
    » http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000071042.11435.2E

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Jun 2023
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2014

Histórico

  • Recebido
    05 Nov 2012
  • Aceito
    10 Mar 2013
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Rua Funchal, 129 - 2º Andar / cep: 04551-060, São Paulo - SP / Brasil, Tel: +55 (11) 3044-0000 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbcp@cirurgiaplastica.org.br