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Ventriculocisternostomia: Arne Torkildsen. Um volume com 240 páginas e 81 figuras. Johan Grundt Tanum Forlag, Oslo, 1947

ANÁLISES DE LIVROS

Ventriculocisternostomia. Arne Torkildsen. Um volume com 240 páginas e 81 figuras. Johan Grundt Tanum Forlag, Oslo, 1947

Baseado em ensaios preliminares executados em animais de laboratório e em 32 casos humanos operados, o A. apresenta novo método para o tratamento cirúrgico da hidrocefalia. É descrita a técnica cirúrgica e são dadas as indicações, limitações e as possíveis complicações pós-operatórias. A matéria encontra-se bem ordenada em capítulos e diversos quadros sintéticos são oportunamente encaixados no texto. O livro pode ser dividido em duas partes; nos primeiros capítulos, após a introdução e traçado das normas a seguir no trabalho, Torkildsen faz considerações de ordem anatômica e fisiológica do sistema ventricular, espaço subaracnóideo e seu conteúdo, estuda a hidrocefalia no seu aspecto clínico e radiológico e ventila os diversos processos terapêuticos, a maioria dos quais em desuso por não terem dado resultados satisfatórios. A segunda parte, que constitui contribuição pessoal, encerra a descrição da operação, suas indicações e complicações, os resultados obtidos em casos de hidrocefalia não comunicante, discussão e conclusões.

A ventriculocisternoanastomose consiste em fazer comunicar o sistema ventricular com o espaço subaracnóideo através de um tubo de borracha com uma das extremidades colocadas em um dos ventrículos laterais e a outra na cisterna magna, passando por fora do crânio, entre o osso e o periósteo. A extremidade cranial é introduzida no ventrículo, por meio de mandril especial, através de perfuração occipital semelhante à que se usa para ventriculografia: pequena craniotomia, com ou sem ressecção do arco posterior do atlas, permite introduzir a extremidade caudal do tubo na cisterna, onde é fixada por meio de fio de aço inoxidável.

Os resultados se referem a 32 doentes operados até julho de 1945, cujas observações bem documentadas foram divididas em três grupos: o primeiro consta de 8 casos de hidrocefalia interna por tumor da pineal e suas vizinhanças; no segundo, foram colocados 11 casos de hidrocefalia devida a tumor do III ventrículo e regiões vizinhas; o último grupo inclui 13 casos de obstrução do aqueduto de Sylvius independente de sua etiologia. Dos 32 pacientes, 7 morreram logo após ventriculocisternostomia; dos 25 restantes, 19 puderam ser observados de 1 a 8 anos após a intervenção. Na ocasião em que o livro foi publicado, havia 13 sobreviventes com um mínimo de 2 e máximo de 8 anos de pós-operatório. Uma súmula completa e bem feita precede cada um dos grupos de observações, proporcionando idéia panorâmica do conjunto. O livro é bem cuidado do ponto de vista tipográfico e conta com excelente e bem disposto material fotográfico e extensa bibliografia.

J. Zaclis

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Jun 1948
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