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LES TRAUMATISMES DE LA TÊTE (SANS LES PLAIES PÉNÉTRANTES). PIERRE GOINARD E PIERRE DESCUNS

ANÁLISES DE LIVROS

LES TRAUMATISMES DE LA TÊTE (SANS LES PLAIES PÉNÉTRANTES). PIERRE GOINARD E PIERRE DESCUNS. Um volume com 177 páginas e 38 figuras. Masson et Cie. edit. Paris, 1948.

Trata-se de obra de inegável valor prático, baseada quase inteiramente na experiência adquirida em cêrca de 2000 traumatismos crânio-encefálicos observados pelos autores durante o período de 1943 a 1947. O livro é dividido em 7 capítulos. No capítulo introdutório são enaltecidas as vantagens do serviço especializado para atender aos traumatizados crânio-encefálicos, constituído por neurocirurgiões e corpo de enfermagem devidamente adestrados, assim como todo o material hospitalar que um serviço dessa natureza exige. O capítulo seguinte trata das lesões do couro cabeludo, cujo tratamento, na maioria das vêzes, pode ser feito por médico não especializado, que, entretanto, deve estar ao par das complicações possíveis.

Cinco capítulos são dedicados ao estudo, sob todos os aspectos, dos traumatismos crânio-encefálicos pròpriamente ditos, classificados, com fim didático, embora artificialmente, em: 1 - traumatismos crânio-encefálicos em foco; 2 - lesões da caixa craniana; 3 - traumatismos encefálicos; 4 - complicações infecciosas; 5 - complicações tardias e seqüelas. Na parte final encontra-se extenso quadro estatístico.

O conteúdo dessas 5 partes principais do livro, que se referem aos traumatismos crânio-encefálicos e suas complicações imediatas e tardias, é muito interessante, principalmente do ponto de vista prático. São condensados de modo mais ou menos esquemático os diversos tipos de lesões em relação às diferentes modalidades e formas de traumatismos, assim como os mecanismos patogênicos de cada caso. A seleção dos doentes para tratamento cirúrgico e as indicações operatórias são baseadas, sempre que possível, em elementos objetivos, porém, nos casos de dúvida, embora se manifestem contrários ao intervencionismo intempestivo, os autores preferem trepanar. Esta conduta nos parece bastante ponderada e lógica porque um orifício do trépano, mesmo quando desnecessário, pouco agrava o estado do paciente, enquanto que uma contemporização demasiada pode ser fatal. Posto que não existem sinais patognemônicos, os autores dão maior valor à evolução dos diferentes sinais do que à evolução dos diferentes sinais do que à sintomatologia em si.

Quanto ao ato cirúrgico, nada há a acrescentar ao que já é sabido. Os autores dominam perfeitamente a tática neurocirúrgica, socorrem-se de todos os meios materiais modernos e cercam-se de todos os cuidados necessários para a obtenção dos melhores resultados.

O texto do livro é ilustrado por observações muito oportunamente encaixadas, o que torna a leitura agradável e muito proveitosa.

J. ZACLIS

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Jun 1949
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