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Tumor odontogênico adenomatóide

RELATO DE CASO

Tumor odontogênico adenomatóide

Belmiro Cavalcanti do Egito VasconcelosI; Riedel FrotaII; Álvaro Bezerra CardosoIII; Gabriela Granja PortoIV; Suzana Célia de Aguiar Soares CarneiroIV

IDoutor, coordenador de pós-graduação da UPE

IIMestre em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial - Universidade de Pernambuco, Aluno do Doutorado - Área de Concentração em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial - Universidade de Pernambuco

IIIEspecialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial - Universidade de Pernambuco, Aluno do Curso de Mestrado em Odontologia - Área de Concentração em Diagnóstico Bucal - Universidade Federal da Paraíba

IVEspecialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial - Universidade de Pernambuco, Aluna do Curso de Mestrado - Área de Concentração em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial - Universidade de Pernambuco

Palavras-chave: mandíbula/patologia, maxila/patologia, patologia bucal.

INTRODUÇÃO

O Tumor Odontogênico Adenomatóide (TOA) normalmente é uma lesão assintomática de crescimento lento. Quando assume dimensões grandes é visto um aumento em volume de consistência firme à palpação. Deslocamento de dentes vizinhos devido à expansão do tumor é muito mais comum que reabsorções de raiz. Radiograficamente mostra uma imagem unilocular circunscrevendo um dente não-erupcionado, às vezes com radiopacidades no centro e esclerose na periferia. Considerando que o tumor é encapsulado, o tratamento de escolha é enucleação1. Este artigo descreve três casos deste tumor e seus sintomas, características radiográficas e achados anatômicos são discutidos.

RELATO DE CASOS

Casos 1 e 2

Ambos ocorreram na segunda década de vida, o primeiro numa garota e no segundo num garoto. Os tumores tiveram evolução de aproximadamente um ano, eram assintomáticos e apresentavam um aumento de volume endurecido na região paranasal com apagamento do sulco nasolabial e obstrução da narina. Os exames radiográficos revelaram uma imagem unilocular extensa envolvendo o seio maxilar e a cavidade nasal do lado afetado (Figura 1). O tratamento de escolha foi a enucleação sob anestesia geral. Houve acompanhamento pós-operatório de aproximadamente um ano, quando se observou regeneração óssea.


Caso 3

Este caso se refere a uma paciente de 28 anos de idade que apresentava o tumor na região anterior da mandíbula com evolução de aproximadamente 2 anos (Figura 1). Foi também enucleado sob anestesia geral e acompanhado no pós-operatório por um período de um ano.

DISCUSSÃO

O TOA apresenta uma freqüência relativa de 2,2 e 7,1% entre os tumores odontogênicos2. Este tipo de tumor freqüentemente acomete mais mulheres (1,9:1) na segunda década de vida2,3.

A localização na maxila deste tipo de tumor é duas vezes mais freqüente que na mandíbula4-6. A obstrução nasal progressiva é um achado comum em lesões maiores que 5.0cm situadas na maxila5.

O TOA apresenta três variantes (folicular, extra-folicular e periférico) bastante diferentes que fazem isto difícil de diferenciar de outras entidades patológicas (2). O diagnóstico diferencial depende do resultado da radiografia, que pode apresentar uma área radiolúcida com ou sem radiopacidades5. Uma biópsia incisional da lesão é indispensável no planejamento cirúrgico do tratamento, assim como a aspiração antes de qualquer procedimento com lesões radiolúcidas por causa da origem vascular delas.

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBORL em 11 de julho de 2006. cod. 2705.

Artigo aceito em 9 de agosto de 2006.

Universidade de Pernambuco - Faculdade de Odontologia - Av. Gel. Newton Cavalcanti, 1650 54753-220 Camaragibe PE Brasil.

Telefax: (0xx81) 3458-2867 - E-mail: belmiro@fop.upe.br

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  • 3
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jun 2008
  • Data do Fascículo
    Abr 2008
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