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Origens étnicas dos dirigentes das empresas paulistas

ARTIGOS

Origens étnicas dos dirigentes das empresas paulistas* * Este artigo reproduz um dos capítulos do trabalho Mobilidade e carreira dos dirigentes das empresas paulistas, mimeografado, onde se encontram informações completas sobre a pesquisa realizada, inclusive sobre a metodologia empregada.

Luiz Carlos Bresser Pereira

Professor do Departamento de Economia da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas

A determinação das origens étnicas dos dirigentes das empresas paulistas apresenta um interesse direto, à medida que nos permite conhecer melhor esses dirigentes. Para termos um quadro mais completo da figura dos administradores de cúpula que dirigem as empresas do Grande São Paulo deveremos saber não só qual a sua nacionalidade, mas também qual a naturalidade dos seus pais e avós. O termo naturalidade é mais adequado porque não estávamos interessados em saber se o dirigente nascido no exterior é naturalizado brasileiro ou não. Importava-nos determinar onde nascera o dirigente, seus pais e avós: se no Brasil, na Itália, em Portugal ou em qualquer outro país.

Um levantamento das origens étnicas dos dirigentes das empresas paulistas revestir-se-á de especial significação, à medida que atribuirmos a esses dirigentes um papel importante no processo de desenvolvimento econômico do país. Foi especialmente em vista disto que realizamos anteriormente uma pesquisa sobre as origens étnicas e sociais dos empresários paulistas, cujos resultados mais importantes já publicamos.1 1 Pereira, Luiz Carlos Bresser. Origens étnicas e sociais dos empresários paulistas. In: Revista de Administração de Empresas, v. 4, n. 11, p. 83-106, jun. 1964. O relatório geral sobre esse pesquisa citada não foi publicado.

Embora semelhantes, o universo e os objetivos daquela pesquisa eram bastante diversos dos desta. Naquela pesquisa estávamos unicamente interessados em empresários, que são um tipo especial de dirigentes. Definimos empresários como sendo aqueles que fundaram e/ou desenvolveram decisivamente a empresa, de forma que todo empresário é um dirigente de empresas, mas nem todo dirigente ou diretor ativo de empresas é um empresário. Além disso, aquela pesquisa tinha até certo ponto um caráter histórico. Estávamos interessados em levantar dados sobre os homens que, nas empresas, iniciaram a Revolução Industrial Brasileira. Nesses termos, embora esse processo de radicais transformações econômicas e sociais por que passou o Brasil a partir de 1930 seja ainda um fenômeno recente, vários dos empresários sobre os quais levantamos dados estavam mortos ou aposentados. Finalmente, naquela pesquisa só nos pareceu relevante levantar dados sobre os empresários de empresas nacionais.

Ao realizarmos aquela pesquisa restringimos nosso universo apenas aos empresários, entendido este termo em -sua acepção schumpteriana, devido ao grande papel que estes desempenham no processo de desenvolvimento econômico do país, especialmente na fase de arranque desse desenvolvimento. Dados sobre suas origens étnicas e sociais, sobre países e classes sociais de origem, constituir-se-iam em elementos importantes na determinação das condições necessárias para o surgimento de um grupo de empresários industriais em um país. Poderiam daí resultar inclusive diretrizes de política econômica relativas à promoção do desenvolvimento econômico.

Já nessa segunda pesquisa incluímos em nosso universo todos os diretores de empresas, fossem eles empresários ou apenas administradores de cúpula. Fizemos isto porque, neste caso, estávamos mais interessados na influência do desenvolvimento econômico sobre as empresas e seus dirigentes, sobre o processo de burocratização das empresas e o de profissionalização de seus administradores. Nesta pesquisa procuramos ver os dirigentes como resultado do desenvolvimento industrial, enquanto que naquela examinamos os empresários como causa do desenvolvimento.

Depois da primeira arrancada em direção ao desenvolvimento, cuja direção, em um país capitalista, caberá a empresários schumpterianos, a continuação desse desenvolvimento e sua consolidação caberá aos dirigentes de empresas em geral. Muitos destes ainda serão os próprios empresários, já que a Revolução Industrial Brasileira teve início muito recentemente. Mas já começaram a surgir entre eles os administradores profissionais.

Neste caso a determinação das origens étnicas dos dirigentes das empresas, e não mais apenas dos empresários, poderá ainda ter interesse à medida que nos ajudar a compreender de onde e sob que condições surge um grupo de dirigentes de empresas em um país capitalista. Mas seu interesse principal estará em dar-nos uma informação precisa sobre a constituição do grupo dirigente das empresas paulistas, cuja importância política, econômica e social não necessita ser salientada.

Na determinação das origens étnicas dos dirigentes das empresas paulistas adotamos um critério patriarcal. Admitimos que esse critério é arbitrário. Justifica-se até certo ponto à medida que na sociedade brasileira e de modo geral nas sociedades modernas o homem tem posição social superior à mulher, inclusive do ponto de vista jurídico e religioso. A razão principal pela qual adotamos um critério patriarcal, todavia, foi de ordem prática. Se não adotássemos um critério patriarcal (ou matriarcal) poderíamos ter casos em que a origem étnica do dirigente ficaria indefinida. Um diretor poderia ter os avós paternos italianos e avós maternos brasileiros. Qual seria sua origem étnica nesse caso?

Na determinação da origem étnica decidimos, da mesma forma que havíamos feito em nossa pesquisa anterior sobre as origens dos empresários, buscar as origens étnicas apenas até a terceira geração. Esta decisão também é arbitrária. O fato, todavia, é que necessitávamos colocar a linha divisória em algum ponto. Caso contrário, todos os dirigentes teriam origem estrangeira a não ser que, eventualmente, encontrássemos algum cuja origem fosse tupi-guarani... Pareceu-nos, assim, que seria razoável pesquisar até os avós dos dirigentes. Aqueles que tivessem o avô paterno estrangeiro ainda seriam considerados de origem estrangeira; os demais seriam considerados brasileiros.

1. Origens étnicas e nacionalidade da população

Apresentamos os dados relativos à origem étnica dos dirigentes, definida essa origem pela naturalidade dos seus avós paternos, no quadro 1. Nesse quadro e nos dois quadros seguintes, em que temos o país de nascimento dos pais e dos próprios diretores, colocamos também dados relativos à nacionalidade da população do estado de São Paulo respectivamente em 1920, 1940 e 1955. Tomamos os dados relativos a 1920 para comparar com a origem étnica dos diretores, pois nessa data seus avós, em sua grande maioria, deviam estar vivos. Para 1920 infelizmente não conseguimos os dados relativos ao país de nascimento da população de São Paulo. Tivemos que nos contentar com o fato de serem brasileiros ou estrangeiros. Pelo mesmo motivo acima apresentado colocamos os dados referentes à nacionalidade da população em 1940 no quadro relativo ao país de nascimento dos pais dos diretores. Usamos dados relativos a 1955 para comparar com o país de nascimento dos próprios diretores. Cumpre observar que teria sido mais precisa nossa comparação se usássemos dados relativos apenas aos municípios que pertencem ao Grande São Paulo. Não dispúnhamos, porém, desses dados. Por outro lado, acreditamos que a distorção introduzida com esta falha não alterará de forma significativa as conclusões que poderemos tirar. Igualmente, em relação aos dados referentes aos estrangeiros em 1955 cumpre observar que este levantamento foi realizado com base no número de estrangeiros registrados, não sendo resultado portanto de um censo. Assim, os estrangeiros que por alguma razão não se tenham registrado, escaparam ao levantamento. Os erros, porém, são provavelmente desprezíveis.


Segundo os dados do quadro 1 apenas 20 % dos diretores das empresas paulistas são de origem brasileira, ou seja, são brasileiros de pelo menos terceira geração. Essa porcentagem de 20 % para os diretores de origem brasileira, e a correspondente porcentagem de 80% para os diretores de origem estrangeira apresentam-se em relação praticamente inversa à verificada no total da população de São Paulo em 1920. Nesse ano, conforme vemos pelo quadro 2, 81,8% da população do estado eram constituídos de brasileiros contra apenas 18,2% de estrangeiros.


A discrepância entre a origem étnica dos diretores e a nacionalidade da população é extraordinariamente grande. 80% dos diretores são originários de aproximadamente 18% de estrangeiros. Em contrapartida, apenas 20% dos diretores têm origem entre os 80% da população existente em São Pauto em 1920. Evidentemente, a escolha desta data, 1920, como termo de comparação, fornece-nos apenas uma aproximação. Nesse ano, a grande maioria dos avós dos atuais diretores devia estar viva. Entretanto, muitos desses avós estavam ainda na Itália, na Alemanha, em Portugal, ou em qualquer outro país estrangeiro, de forma que a comparação não é absolutamente precisa. Certamente, porém, é uma comparação conservadora. Depois de 1920 a porcentagem da população constituída de estrangeiros diminui. Estamos, portanto, tomando um ano em que a porcentagem de estrangeiros na população era muito grande e mesmo assim irrisória quando comparada com a de diretores de origem estrangeira.2 2 Em 1890 e 1900. os estrangeiros constituíam, respectivamente, 23,8% e 30,4% da população do estado. Se usarmos quaisquer dessas porcentagens o panorama não mudará significativamente. Ver: Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai. Desenvolvimento de São Paulo: imigração nacional e estrangeira. 1964. p. 15.

Em uma pesquisa mais geral sobre mobilidade social e trabalho na cidade de São Paulo, em que não se tomou como universo os dirigentes de empresa, verificou-se que "as oportunidades oferecidas pela fase atual de desenvolvimento econômico em São Paulo são melhor aproveitadas pelo imigrante e por seu filho do que pelo brasileiro".3 3 Hutchinson, Bertram. Movilidad y trabajo. In: La industrialización en América Latina. Kahl, Joseph A., ed. México, Fondo de Cultura Económica, 1965. p. 330. A pesquisa foi realizada por Bertram Hutchinson, Carolina Martuscelli Bori, Juarez Brandão Lopes e Carlo Casttaldi, que publicaram Mobilidade e trabalho: um estudo da cidade de São Paulo. Rio de Janeiro, Centro Brasileiro de Estudos Educacionais, 1960. Os resultados por nós obtidos em relação aos dirigentes de empresa confirmam, assim, os resultados dessa pesquisa realizada anteriormente. A mobilidade ascendente das pessoas de origem estrangeira tende a ser maior, em São Paulo, do que a das de origem brasileira.

2. Falta de atração pelos negócios

Essa discrepância gritante, esse divórcio entre os brasileiros e as atividades administrativas tem provavelmente duas causas principais: a falta de atração exercida pelas carreiras no mundo dos negócios para os jovens originários de famílias brasileiras, e a falta de capacidade técnica dos mesmos.

A falta de atração pelas atividades empresariais deve ser entendida não em termos absolutos, mas quando se compara com a motivação dos imigrantes. Estes, ao chegarem ao Brasil, viam suas possibilidades, de ascensão social cortadas. A aristocracia agrário-comercial brasileira e a classe média tradicional fechavam as portas da mobilidade social para cima aos imigrantes, caso estes quisessem trilhar os caminhos tradicionais de acesso. Eram eles chamados depreciativamente de "italianinhos", ou de "turcos" (quando, na verdade, não descendiam da Turquia, mas do Líbano, da Síria ou da Armênia), e sofriam uma clara discriminação social. Nesses termos verificaram eles que a única maneira de subir socialmente seria a de obterem êxito em setores não tradicionais, e portanto, não dominados pelas classes tradicionais. Dirigiam-se, assim, para os negócios, onde, a partir especialmente de 1930, abriram-se oportunidades econômicas extraordinárias. Enquanto isso, os descendentes das famílias brasileiras tradicionais permaneciam trilhando os caminhos tradicionais, onde continuavam a ter oportunidade de acesso social. Dedicavam-se, assim, a administrar as fazendas de seus pais, em se tratando da aristocracia latifundiária, ou então a dedicarse às profissões liberais, ao funcionalismo público e à carreira militar, no caso da classe média. Como a oportunidade no mundo dos negócios nos últimos 30 ou 40 anos, era muito maior do que a oportunidade oferecida pelas profissões tradicionais, os imigrantes e seus filhos e netos que foram bem sucedidos tiveram uma rápida ascensão social, conseguindo, inclusive, um lugar tranqüilo dentro da classe alta brasileira.

É preciso inclusive salientar que esta falta de atração que os filhos das famílias tradicionais brasileiras sentiam pelas carreiras na indústria estava ligada ao desprestígio que envolvia esta atividade. Socialmente era muito mais significativo ser advogado, médico, juiz, político, do que ser um industrial. Foi só com o desenvolvimento da indústria, foi só depois de haver ocorrido no Brasil a Revolução Industrial que esta situação mudou, e as carreiras empresariais e administrativas obtiveram prestígio. No início, apenas os próprios empresários capitalistas passaram a ser reconhecidos socialmente. Nos últimos anos, todavia, com o crescimento das empresas e o processo de burocratização por que passaram, também os administradores profissionais de cúpula vieram a ser reconhecidos socialmente.

Entretanto, cabe salientar que ainda hoje, depois de todo o desenvolvimento industrial por que passou o Brasil e particularmente São Paulo, as carreiras administrativas continuam a atrair mais os descendentes de famílias estrangeiras do que os descendentes de famílias brasileiras, conforme podemos observar pelo quadro 2. Tomando, simplesmente, o último sobrenome dos alunos matriculados em 1966 no primeiro ano da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, e da tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, determinamos em uma e outra escola qual a porcentagem de descendentes de estrangeiros e de brasileiros. Este método de determinação da origem não é tão preciso quanto o que usamos em nossa pesquisa básica, já que alguns nomes permitem duas interpretações. Além disso, os descendentes recentes de portugueses são somados aos descendentes de brasileiros. Finalmente, por este método, as pessoas de origem estrangeira há mais de três gerações continuam a ser consideradas estrangeiras. Mas, de um modo geral, obtemos uma aproximação perfeitamente aceitável. Verificamos, então pelo quadro 3 a clara preferência dos estudantes de origem brasileira por uma escola e uma carreira tradicional, como é o Direito, em comparação com a Administração de Empresas. Em 1966, 57,3% dos primeiranistas da Faculdade de Direito são de origem brasileira contra apenas 43% entre os primeiranistas da Escola de Administração de Empresas. Repetimos este levantamento com os aprovados no vestibular destas duas escolas superiores no primeiro semestre de 1972. Os resultados foram confirmados, inclusive com uma tendência a se acentuar a preferência dos jovens de origem brasileira por uma profissão liberal tradicional como o Direito, enquanto que os de origem estrangeira preferiam a Administração de Empresas ou a Administração Pública (52 dos 220 aprovados foram admitidos para Administração Pública em 1972). Neste segundo levantamento, a porcentagem de alunos de origem brasileira tinha aumentado para 62,7% na Faculdade de Direito, enquanto tinha diminuído para 37,3% na Escola de Administração de Empresas. Se tomarmos apenas os aprovados para o curso de Administração de Empresas, temos que os de origem brasileira apareciam ainda em menor proporção. Apenas 32,5% dos alunos tinham origem brasileira contra 46,2% entre os alunos aprovados para Administração Pública.


Além da falta de atração ou de motivação pelas carreiras no mundo dos negócios uma segunda razão pela qual os descendentes de famílias brasileiras comparecem em pequena porcentagem em nossa amostra de diretores está em sua falta de capacidade técnica. Muitos dos imigrantes, especialmente alemães, e parte dos italianos já vinham de seus países com conhecimentos técnicos industriais. Os de origem sírio-libanesa vinham de países com uma longa tradição comercial. Enquanto isso, no Brasil não tínhamos qualquer tradição seja comercial, seja industrial. Além disso, o próprio nível cultural dos imigrantes estrangeiros era provavelmente um pouco superior ao da média dos brasileiros. Porque é preciso lembrar que na população brasileira, os membros da aristocracia e da classe média tradicional constituíam uma ínfima minoria. Tínhamos, além disso, a classe baixa, constituída em sua grande maioria dé analfabetos ou semi-analfabetos. Por outro lado, não devemos esquecer que nos 80% de diretores'de origem estrangeira estão incluídos também os diretores das empresas estrangeiras.

O despreparo técnico e cultural dos brasileiros em relação aos estrangeiros é portanto também uma causa, embora provavelmente de importância um pouco menor do que a anterior, para esta preponderância de diretores de origem estrangeira. É preciso, todavia, que fique claro que não pretendemos em hipótese alguma sugerir com isto que essa falta de capacidade técnica dos brasileiros seja algo constitutivo, seja algo que faz parte da própria etnia brasileira. Este é um absurdo sem nome. Está na mesma linha de afirmação insustentável de que os anglo-saxões são mais dotados para as atividades comerciais e industriais do que os latinos. Estamos apenas afirmando que as populações dos países industrialmente mais avançados tenderão a ter uma vantagem de ordem técnica sobre as dos países agrícolas. No momento em que os avós dos nossos diretores estavam vivos o Brasil era um país decididamente agrícola, sem nenhuma tradição industrial, de forma que é natural que o preparo técnico dos imigrantes originários de países mais industrializados fosse maior.

Aliás, continuando a examinar o quadro 1, vemos que os diretores de origem latina constituem claramente a maioria. Temos 20 % de origem brasileira, 31,2% de origem italiana, 10% de origem portuguesa, 3,8% de origem espanhola, totalizando, portanto, 64% de diretores de origem latina.

Outro fato digno de ser observado no quadro 1 é a pequena variação causada pelo fato de a empresa ser nacional ou estrangeira. Seria de se esperar que nas empresas estrangeiras fôssemos encontrar um número muito maior de diretores de origem estrangeira. Não foi, todavia, o que aconteceu. Ao contrário. Embora a diferença não seja significativa, verificou-se que nas empresas nacionais 19,7% dos diretores eram de origem brasileira, contra 21 % nas empresas estrangeiras. Em relação aos outros países, todavia, particularmente em relação aos de origem alemã (4,9% nas empresas nacionais contra 15,8% nas estrangeiras), italiana (36,1% contra 15,8% nas estrangeiras) e norteamericana (zero contra 15,8%), as diferenças são acentuadas. Enquanto os descendentes de brasileiros dirigem-se indiferentemente para empresas estrangeiras ou brasileiras, os de origem italiana parecem ter uma preferência nítida pelas empresas brasileiras (a maioria das quais eles fundaram), e os alemães e naturalmente os norte-americanos tendem a se dirigir para as empresas estrangeiras. As diferenças relativas ao tamanho das empresas não são significativas.

3. Origens étnicas de diretores e empresários

Podemos também comparar as origens dos nossos dirigentes de empresas com as origens dos empresários da pesquisa anterior que realizamos. Devemos usar, para os dirigentes, os dados relativos apenas às empresas nacionais, porque naquela primeira pesquisa, trabalhamos com um universo exclusivamente de empresas nacionais. Apesar das diferenças na definição do universo que já relatamos (naquela pesquisa estudamos apenas os empresários; nesta, os dirigentes de empresa, que incluem também administradores profissionais; na primeira pesquisa estávamos interessados em empresas industriais a partir de 100 empregados; nesta, levantamos nosso limite mínimo para 250 empregados; finalmente, nossa definição do Grande São Paulo foi um pouco mais extensa nesta segunda pesquisa), e apesar da amostra maior com que trabalhamos na primeira pesquisa (204 empresários, garantindo um nível de segurança de 95 % com margem de erro de no máximo 5%) obtivemos resultados muito semelhantes nas duas pesquisas, conforme podemos observar no quadro 4. Temos, principalmente em relação aos quatro primeiros países de origem de dirigentes - Itália, Brasil, Portugal e Líbano -, uma extraordinária semelhança.


Esta semelhança pode ser explicada por duas razões, além do fator coincidência, que provavelmente teve também alguma influência. Em primeiro lugar, apesar das diferenças, há uma evidente superposição de universos.

Parte considerável dos dirigentes é também de fundadores ou herdeiros dos fundadores.

Nesta pesquisa pudemos classificar os dirigentes das empresas nacionais paulistas em duas categorias: diretores profissionais (34,4%) e não profissionais (59,0%), não tendo sido possível classificar 6,6%. Os não profissionais, por sua vez, puderam ser classificados em empresários ou fundadores (16,4%), dirigentes herdeiros (36,0%) e dirigentes amigos (6,6%). Os empresários e seus herdeiros, porém, têm evidentemente, origens étnicas muito semelhantes. Há apenas a defasagem de uma geração, defasagem esta que provavelmente não influenciou os resultados. Em segundo lugar, também pudemos verificar que as origens étnicas dos diretores profissionais e dos não profissionais são bastante semelhantes. Nestes termos, as variações causadas pela existência de diretores profissionais na amostra não são grandes. Se as eliminarmos, porém, e considerarmos apenas os diretores não profissionais, os resultados ainda são mais semelhantes aos da primeira pesquisa sobre origem dos empresários. Tomando-se apenas diretores não profissionais temos que 30% dos diretores tinham origem na Itália, 12,5% no Brasil, 15% em Portugal, 10% no Líbano e 10% na Alemanha.

Esta semelhança permite-nos ainda um outro tipo de inferência. Sugere que, apesar dos problemas que enfrentamos em nosso processo de amostragem, quando realizamos esta pesquisa, e que relatamos na introdução desse trabalho, obtivemos uma amostra bastante representativa. Na primeira pesquisa pudemos levantar uma amostra maior, alcançamos um nível de segurança de 95%, tivemos muito poucas recusas e substituições, não tivemos o problema de definir a amostra em dois estágios. Pudemos, portanto, pretender precisão estatística para aquela pesquisa. A semelhança de resultados agora verificada é um indício de que a presente pesquisa é também representativa do universo que pretende representar.

É preciso observar, todavia, que nossa amostra limita-se, estritamente, aos dirigentes industriais. É nesta área industrial que as origens étnicas dos diretores e dos empresários paulistas é muito semelhante. A semelhança mantém-se, tomando-se um universo um pouco diferente. Fernando Henrique Cardoso, em pesquisa realizada em 1965 e 1966, através do ILPES, com uma amostra de 50 empresas grandes e 50 empresas médias, em São Paulo e no Rio de Janeiro,6 6 Ver: Cardoso, Fernando Henrique. Política e desenvolvimento em sociedades dependentes. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1971. Resultados desta pesquisa, cuja direção geral coube a F. H. Cardoso, foram também publicados e analisa dos por Luciano Martins, (Industrialização, burguesia nacional e desenvolvimento. Rio de Janeiro, Editora Saga, 1968). Luciano Martins dirigiu o pesquisa no Brasil, tendo a mesma pesquisa sido realizada na Argentina, sob a direção de Juan Carlos Marin. A nacionalidade dos avós dos empresários, entretanto, não foi publicada em nenhum desses trabalhos. Foi fornecida por F. H. Cardoso a Carlos Hasenbalg & Clóvis Brigão; ver nota seguinte. verificou que 73 % dos avós dos empresários eram estrangeiros. O domínio dos empresários de origem estrangeira é novamente absoluto. A menor incidência de empresários de origem estrangeira deve-se, provavelmente, à inclusão dos empresários do Rio de Janeiro.

Entretanto, se tomarmos um outro grupo de empresários - os banqueiros - os resultados serão muito diversos. Carlos Hasenbalg e Clóvis Brigão realizaram em 1968 e 1969 uma pesquisa sobre a formação do empresário financeiro no Brasil. Foram entrevistados 98 banqueiros pertencentes a 44 dos 60 maiores bancos nacionais. Verificou-se então que apenas 38% dos banqueiros tinham avós estrangeiros.7 7 Hasenbalg, Carlos & Brigão, Clóvis. Formação do empresário financeiro no Brasil, op. clt. p. 80 e 93. Nesta pesquisa não foi feita uma distinção entre empresário e dirigente. 0 universo era constituído de diretores de bancos, fossem eles empresários no sentido schumpteriano ou não. Em outras palavras, o termo empresário é ali empregado como sinônimo de dirigente ou diretor, que estamos usando nesta pesquisa. Reservamos o termo empresário apenas para aqueles que fundaram ou desenvolveram decisivamente a empresa na qualidade de seu dirigente máximo. Idem, p. 81,

Estes dados sugerem que a concentração de empresários e dirigentes de empresa com origem estrangeira ocorre principalmente em São Paulo e no setor industrial. Quando o âmbito geográfico da amostra se amplia reduz-se um pouco a participação dos empresários com origem estrangeira. Quando tomamos dirigentes do setor bancário, os resultados são totalmente diversos, com uma clara maioria de banqueiros de origem brasileira.

A explicação destas variações é mais ou menos óbvia. São Paulo, além de foco do desenvolvimento industrial, foi o centro de todo o processo imigratório brasileiro. Não é surpreendente, portanto, que os empresários e dirigentes de origem estrangeira se concentrem principalmente nessa área.

Quanto à variação entre banqueiros e industriais, a explicação é de natureza diversa. O sistema bancário nacional estabeleceu-se no Brasil bem antes do sistema industrial. Em nossa primeira pesquisa sobre as origens étnicas dos empresários paulistas, verificamos que 67 % das empresas industriais com mais de 100 empregados haviam sido fundadas depois de 1930. Já para os bancos esta porcentagem cai para 59%. Em outras palavras, os principais bancos brasileiros foram fundados antes de ter início o processo de industrialização brasileiro. A base econômica dos principais bancos brasileiros era a agricultura e o comércio de exportação e importação desenvolvido em torno e em função da produção do café. Todas as bases do sistema bancário brasileiro foram estabelecidas entre, aproximadamente, 1850 e 1930, ou seja, no período do auge do café. Esse período caracterizou-se, no plano econômico, por um modelo de desenvolvimento primario-exportador, todo voltado para fora, para a exportação de produtos primários e a importação de manufaturados, e no plano político, pelo domínio de uma oligarquia agrário-comercial beneficiária desse modelo econômico, e desinteressada, senão contrária, à industrialização. O sistema bancário foi produto desse modelo de desenvolvimento. A oligarquia agráriocomercial combinava uma visão aristocrática e tradicional do mundo a uma mentalidade capitalista muito próxima do mercantilismo, voltada para a produção agrícola e a obtenção de grandes lucros no comércio de exportação e importação. Para desempenhar suas funções econômicas, necessitava de um sistema bancário. É natural que o mesmo fosse estabelecido à base de empresários de origem brasileira, relacionados de alguma forma com a oligarquia agrário-comercial que dominou o Brasil até 1930.

Já o caso dos empresários e dirigentes industriais é muito diverso. A oligarquia agrário-comercial, aliada politicamente ao capitalismo internacional não estava interessada em industrializar o país. Sua posição de domínio baseada na agricultura e no comércio era tranqüila. Seus lucros com o café eram enormes. A industrialização implicaria elevação de tarifas alfandegárias, aumento dos preços dos bens de consumo importados, reorganização de todo o comércio de importação e exportação, disputa de mão-de-obra à agricultura, desvio de estímulos governamentais para a indústria. Nenhum desses resultados interessava à oligarquia agrário-comercial.

Por estas razões, esse grupo sempre se opôs à industrialização do país durante o Império e a Primeira República. A industrialização era considerada artificial e desnecessária. Qualquer protecionismo industrial era condenado em nome do liberalismo econômico. O Brasil era um país essencialmente agrícola sem vocação nem possibilidades industriais.

Quando todo o sistema capitalista internacional entrou em crise, com a grande depressão dos anos 30, conjuntamente com o modelo primario-exportador, que não era outra coisa senão a expressão do capitalismo internacional nos países subdesenvolvidos, entrou também em crise a oligarquia agrário-comercial brasileira. Surgiu uma oportunidade de industrialização, à medida que o capitalismo internacional entrava em crise. Esta oportunidade foi aproveitada no Brasil. Não é de se estranhar, porém, que não o tenha sido por empresários de origem brasileira. A velha oligarquia agrário-comercial não só estava nesse momento em crise, como também sempre se opusera à industrialização. Além disso, não dispunha de conhecimentos técnicos. Coube assim aos imigrantes, aos empresários de origem estrangeira, comandar o processo de industrialização brasileiro.

Isto ficou demonstrado em nossa pesquisa anterior, exclusivamente sobre os empresários. Foi confirmado agora com a pesquisa com os dirigentes. Muitos deles são empresários ou seus filhos. E os próprios administradores profissionais que também se encontram entre os dirigentes tendem a ter prevalentemente origem estrangeira. Voltaremos a este problema quando examinarmos as origens sociais dos dirigentes. Verificaremos que se confirma a desvinculação da oligarquia agrário-comercial, marcada por aspirações sociais aristocráticas, com o desenvolvimento da indústria em São Paulo.

4. Origens dos pais dos diretores

Embora menos significativas do que as constantes no quadro 1 as informações do quadro 4 são também muito esclarecedoras quanto às origens étnicas dos diretores das empresas paulistas. A porcentagem de diretores com pais brasileiros (38,8%) é quase duas vezes maior do que a de diretores com avós paternos brasileiros. Esta diminuição de participação dos estrangeiros à medida que passamos da naturalidade dos avós para a dos pais dos diretores (e que continuará a ocorrer quando passarmos para o país de nascimento dos próprios diretores) deve-se ao fato de que a imigração começou no Brasil no século passado e teve seu auge em fins do século passado e começo deste século. Tomando-se períodos de 25 anos, temos que entraram no estado de São Paulo o seguinte número de imigrantes a partir de 1885, quando foi instalada a Hospedaria de Imigrantes de São Paulo:

de 1885 a 1909 - 1.270.483 imigrantes;

de 1910 a 1934 - 1.062.734 imigrantes;

de 1935 a 1959 - 488.120 imigrantes.8 8 Ibid. p. 14.

É natural, portanto, que haja maior número de diretores brasileiros do que diretores com pais brasileiros e maior número destes do que de diretores com avós paternos brasileiros. A Revolução Industrial Brasileira, embora fato recente, teve início há mais de 40 anos, de forma que uma parte dos diretores dirige empresas fundadas por seus pais. Por outro lado, nem sempre o próprio imigrante tem condições para ele próprio chegar à posição de empresário ou de diretor. Ele estabelecerá as bases para que seus filhos e netos o façam.

Ao mesmo tempo que aumenta a porcentagem de diretores com pais brasileiros (em relação à porcentagem dos diretores com avós brasileiros) aumenta, ainda que não proporcionalmente, também a porcentagem da população do estado constituída de brasileiros. Em 1940, 89,4% da população de São Paulo eram constituídos de brasileiros. Podemos, assim, dizer que enquanto 89,4% da população eram constituídos de brasileiros em 1940, apenas 38,8% dos diretores atuais têm pais brasileiros. Por outro lado, enquanto apenas 10,6% da população de São Paulo em 1940 eram constituídos de estrangeiros, 61,2% dos atuais diretores têm pais estrangeiros. O quadro 6 permite-nos ainda comparar o país de nascimento dos diretores com a nacionalidade dos estrangeiros existentes em São Paulo em 1940. Há, percentualmente, mais de sete vezes mais diretores filhos de italianos do que italianos existentes em São Paulo em 1940. Para os. alemães essa relação é de 12 vezes, para os portugueses de 2 vezes, para os espanhóis, 2 vezes. Se tomarmos apenas as empresas nacionais, teremos as seguintes relações entre nacionalidades da população de São Paulo e a porcentagem de diretores classificados de acordo com o país de nascimento de seus pais: brasileiros, aproximadamente duas vezes mais do que diretores filhos de brasileiros (89,4% contra 39,3%); estrangeiros, 6 vezes; menos italianos, quase 9 vezes menos; alemães, quase 10 vezes menos; portugueses, mais de 2 vezes menos; espanhóis, quase 3 vezes menos do que diretores filhos de espanhóis. Estes dados revelam a especial habilidade e/ou atração para os negócios revelados pelos descendentes de italianos e alemães.


Ainda em relação ao quadro 5 podemos verificar que em relação à nacionalidade das empresas não houve grande variação entre as empresas nacionais e estrangeiras quanto aos filhos de brasileiros e portugueses que se dirigiram quase indiferentemente para as empresas nacionais ou estrangeiras. Já os filhos de italianos, espanhóis, libaneses e austríacos revelaram uma nítida preferência pelas empresas nacionais enquanto o inverso se revelava em relação aos norte-americanos e alemães, provenientes que são de países que estão realizando investimentos no Brasil atualmente.


Quanto à variável tamanho, podemos observar que os filhos de italianos, alemães e espanhóis tanto se encontram em empresas grandes como pequenas; que os filhos de brasileiros tendem estar um pouco mais presentes nas empresas maiores; que os filhos de norte-americanos só se encontram em empresas com mais de 500 empregados; e que os filhos de portugueses, libaneses e austríacos se concentram nas empresas menores

5. País de nascimento dos diretores

O quadro 7 apresenta-nos o país de nascimento dos diretores. Conforme já adiantamos, a porcentagem de brasileiros (72,5%) é muito maior do que a de filhos de brasileiros (38,8%) e de netos de brasileiros (20%). Já vimos as causas deste fenômeno. Depois dos brasileiros, os italianos continuam ainda o grupo étnico mais importante, embora sua participação, naturalmente, tenha diminuído muito. Dos diretores, 10% são nascidos na Itália. Apenas entre as empresas brasileiras temos 11,5% de diretores italianos. Ainda entre as empresas nacionais, em terceiro lugar, depois dos diretores nascidos no Brasil e na Itália, temos os nascidos na Alemanha.


Entre as empresas estrangeiras, ou seja, entre as empresas controladas por capitais estrangeiros um fato significativo é o de que mesmo nelas os diretores brasileiros constituem maioria (57,9%). Se houvéssemos nos limitado apenas aos diretores presidentes ou superintendentes provavelmente essa porcentagem seria muito menor, já que é fato conhecido que as empresas estrangeiras não costumam entregar as decisões finais a diretores brasileiros. Nossa pesquisa, porém, mostra que entre todos os diretores ativos das empresas estrangeiras os brasileiros já constituem maioria. Em segundo lugar, como já era de se esperar, temos os diretores norte-americanos.

Em relação ao tamanho, observe-se a concentração de diretores norte-americanos nas empresas grandes, enquanto que os nascidos nos demais países (exceto no Brasil e nos países não especificados) encontram-se em geral nas empresas menores.

No quadro 8 temos a comparação entre a naturalidade dos diretores e a nacionalidade da população do estado de São Paulo em 1955. Novamente a comparação mais significativa é entre a naturalidade dos diretores em empresas nacionais e a nacionalidade da população. Temos 77% de diretores brasileiros contra 91,6% de brasileiros na população do estado; 23% de diretores estrangeiros contra 8,4% de estrangeiros. O leitor poderá fazer as demais comparações, verificando inclusive, em termos porcentuais, quantas vezes mais temos de diretores nascidos em um determinado país em comparação com a porcentagem da população de São Paulo nascida naquele país. Os dados tornam-se especialmente significativos quando tomamos apenas as empresas nacionais. Vemos então que a porcentagem de diretores brasileiros é um pouco menor (77% contra 91,6%) do que a porcentagem de brasileiros na população de São Paulo.


Em nossa amostra não aparecem diretores norteamericanos e espanhóis de empresas nacionais. Para os demais países (exceto os "outros países") a porcentagem de diretores nascidos nesse país é sempre maior do que a porcentagem de nacionais desse país na população de São Paulo. A diferença é especialmente grande, em relação aos alemães (uma porcentagem de diretores alemães de empresas brasileiras 11 vezes maior do que a porcentagem de alemães na população de São Paulo) aos italianos (seis vezes mais diretores italianos do que italianos na população), aos libaneses e austríacos (16 vezes mais). Estas relações devem ser encaradas com cautela dado o pequeno tamanho da amostra. São, porém, uma indicação a mais da atração e habilidade dos imigrantes alemães, italianos, libaneses e austríacos pelas atividades industriais.

  • *
    Este artigo reproduz um dos capítulos do trabalho
    Mobilidade e
    carreira dos dirigentes das empresas paulistas, mimeografado, onde se encontram informações completas sobre a pesquisa realizada, inclusive sobre a metodologia empregada.
  • 1
    Pereira, Luiz Carlos Bresser. Origens étnicas e sociais dos empresários paulistas. In:
    Revista de Administração de Empresas, v. 4, n. 11, p. 83-106, jun. 1964. O relatório geral sobre esse pesquisa citada não foi publicado.
  • 2
    Em 1890 e 1900. os estrangeiros constituíam, respectivamente, 23,8% e 30,4% da população do estado. Se usarmos quaisquer dessas porcentagens o panorama não mudará significativamente. Ver: Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai.
    Desenvolvimento de São Paulo: imigração nacional e estrangeira. 1964. p. 15.
  • 3
    Hutchinson, Bertram. Movilidad y trabajo. In:
    La industrialización en América Latina. Kahl, Joseph A., ed. México, Fondo de Cultura Económica, 1965. p. 330. A pesquisa foi realizada por Bertram Hutchinson, Carolina Martuscelli Bori, Juarez Brandão Lopes e Carlo Casttaldi, que publicaram
    Mobilidade e trabalho: um estudo da cidade de São Paulo. Rio de Janeiro, Centro Brasileiro de Estudos Educacionais, 1960.
  • 4
    Pereira, L. C. Bresser. op. cit. p. 95.
  • 5
    Hasenbalg, Carlos & Brigão, Clóvis. Formação do empresário financeiro no Brasil. Revista
    Dados, Rio de Janeiro, n. 8. p. 93, 1971.
  • 6
    Ver: Cardoso, Fernando Henrique.
    Política e desenvolvimento em sociedades dependentes. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1971. Resultados desta pesquisa, cuja direção geral coube a F. H. Cardoso, foram também publicados e analisa dos por Luciano Martins,
    (Industrialização, burguesia nacional e desenvolvimento. Rio de Janeiro, Editora Saga, 1968). Luciano Martins dirigiu o pesquisa no Brasil, tendo a mesma pesquisa sido realizada na Argentina, sob a direção de Juan Carlos Marin. A nacionalidade dos avós dos empresários, entretanto, não foi publicada em nenhum desses trabalhos. Foi fornecida por F. H. Cardoso a Carlos Hasenbalg & Clóvis Brigão; ver nota seguinte.
  • 7
    Hasenbalg, Carlos & Brigão, Clóvis.
    Formação do empresário financeiro no Brasil, op. clt. p. 80 e 93. Nesta pesquisa não foi feita uma distinção entre empresário e dirigente. 0 universo era constituído de diretores de bancos, fossem eles empresários no sentido schumpteriano ou não. Em outras palavras, o termo empresário é ali empregado como sinônimo de dirigente ou diretor, que estamos usando nesta pesquisa. Reservamos o termo empresário apenas para aqueles que fundaram ou desenvolveram decisivamente a empresa na qualidade de seu dirigente máximo. Idem, p. 81,
  • 8
    Ibid. p. 14.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      13 Maio 2015
    • Data do Fascículo
      Mar 1973
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