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Colaboração Internacional • Rev. adm. empres. 32 (3) • Ago 1992 • https://doi.org/10.1590/S0034-75901992000300008   copiar

A caminho de uma nova ética das relações nas organizações

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumos

O tema da ética vem sendo resgatado da filosofia pela freqüência com que jovens executivos manifestam atitudes egoístas, em detrimento do interesse pelos outros. Com esta atitude egocêntrica, acaba por desaparecer o interesse pela própria instituição. Por sua vez, as organizações também têm falhado em atender o interesse dos indivíduos. O autor expressa sua inquietação face a um mundo orientado por valores econômicos e propõe uma renovação da ética das relações nas organizações, fundamentada sobre o desenvolvimento do que ele denomina ética individual articuladamente com a ética coletiva.

Ética nas organizações; ética individual; ética coletiva

The subject maiter on ethics has been recovered from philosophy due to the frequency that young executives show egotistic altitudes in detriment to concern towards others. This egocentric altitude leads to the vanishment of interest for the institution itself. On the other hand, the organizations have also failed in responding to the interests of the individuais. The author expresses his uneasiness towards a world oriented to economic values and proposes a renewal of ethics in relations inside the organizations, based upon the development of what he calls individual ethics articulated to collective ethics.

Ethics in organizations; individual ethics; collective ethics

COLABORAÇÃO INTERNACIONAL

A caminho de uma nova ética das relações nas organizações* * Texto publicado originalmente sob o título "Vers une nouvelle éthique des relations dans les organisations", no livro L'individu dans l'organisation: les dimensions oubliées, sob a coordenação de [ean-François Chanlat. Queôec e Otawa, Canadá, Les presses de l'Université Laval/ Editions ESKA, 1990. (Algumas frases que faziam menção a outros capítulos do livro foram excluídas, pois ficavam fora de contexto.) Tradução de Maria Irene Stocco Betiol, Professora do Departamento de Fundamentos Sociais e Jurídicos da Administração da EAESP/FGV. Revisão técnica de Claude Machline, Maria Cecilia C. Arruda, Nilza V. Manso do Prado. 1. ARISTOTE, L'éthique à Nicomaque. Paris, Urin, 1972, pp.522-23. 2. WEIL, E. "Morale". In: Encyclopaedia Universalis, 15. 1989, pp.743-50. 3. DUMONT, L. Essais sur l'Individualisme: une perspective anthropologique sur f'ideologie humaine. Paris, Editions du Seuil, 1983. 4. BENEDICT, R. Echantillons de civilisaffons. Paris, Gallimard, 1950. 5. FOUCAULT, M. Histoire de la sexualité. VaI. 4: Le souci de soi. Paris, Gallimard, 1984. 6. DUMONT, L. Op. cil. 7. Ver principalmente os trabalhos de: LAURENT, A. Del'individualisme: enquête sur Ie retour de I'individu. Paris, P.U.F.,1985; LAURENT, A. L 'individu et ses ennemis. Paris, Hachette, 1987; VERNANT, J. P. L'individu, lamort, I'amour: soi-même et I'autre en Grece ancienne. Paris, Gallimard, 1989. 8. Ver o excelente número que Magazine Littéraire consagrou a este assunto (Edwald et alii, 1989). 9. LASCH, C. Le complexe de Narcisse: la nouvelle sensibilité américaine. Paris, Robert Latlont, 1981, p.90. 10. ETZIONI, A. "Money, power and fame". Newsweek, 18, Sap. 1 O, 1989. 11. JACKALL, R. Moral mazes: lhe world of oorporale managers. New York, Oxford Universily Press, 1988, p.204. 12. FREUD, S. Essais de psychanalyse. 9 1 éd. Paris, Payot (0011. "Prismes"), 1988, p.129. 13. O termo "deontologia" vem, aliás, do grego déon, que significa dever. 14. NAKANE, C . . La sociélé japonaise. Paris, CoIin, 1974, p.12. 15. Com esta distinção, queremos evitar a reificação que está associada às afirmações do tipo "a organização faz isso", "a organização pensa que", pois é preciso ter sempre em mente que são os homens e as mulheres que assim agem (e não as construções abstratas). Ver ERAL Y, A. "Des usages sociaux de la réification", Actes du Co/loque, Travail el pratiques /angagiéres. Paris, CNRS, 1989, pp.379-86. 16. GORZ, A. Metamorphoses du trava;l, quête du sens, critique de la raison économique. Paris, Galilée, 1988. 17. SCHMID, W. "Foucault: la forme de I'individu'. Magazine littéraire, 264, abro 1989, pp.54-6. 18. PAZ, O. Uneplaneteetquatreou cinq mondes: réflexions sur I'histoire oontemporaine. Paris, Gallimard (call. "Foliolessais'; 20), 1985, p.249.

Jean-François Chanlat

Professor na Ecole des Hautes Etudes Commerciales, Montréal, Québec, Canadá

RESUMO

O tema da ética vem sendo resgatado da filosofia pela freqüência com que jovens executivos manifestam atitudes egoístas, em detrimento do interesse pelos outros. Com esta atitude egocêntrica, acaba por desaparecer o interesse pela própria instituição. Por sua vez, as organizações também têm falhado em atender o interesse dos indivíduos. O autor expressa sua inquietação face a um mundo orientado por valores econômicos e propõe uma renovação da ética das relações nas organizações, fundamentada sobre o desenvolvimento do que ele denomina ética individual articuladamente com a ética coletiva.

Palavras-chave: Ética nas organizações, ética individual, ética coletiva.

ABSTRACT

The subject maiter on ethics has been recovered from philosophy due to the frequency that young executives show egotistic altitudes in detriment to concern towards others. This egocentric altitude leads to the vanishment of interest for the institution itself. On the other hand, the organizations have also failed in responding to the interests of the individuais. The author expresses his uneasiness towards a world oriented to economic values and proposes a renewal of ethics in relations inside the organizations, based upon the development of what he calls individual ethics articulated to collective ethics.

Key words: Ethics in organizations, individual ethics, collective ethics.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1. ARISTOTE, L'éthique à Nicomaque. Paris, Urin, 1972, pp.522-23.
  • 2. WEIL, E. "Morale". In: Encyclopaedia Universalis, 15. 1989, pp.743-50.
  • 3. DUMONT, L. Essais sur l'Individualisme: une perspective anthropologique sur f'ideologie humaine. Paris, Editions du Seuil, 1983.
  • 4. BENEDICT, R. Echantillons de civilisaffons. Paris, Gallimard, 1950.
  • 5. FOUCAULT, M. Histoire de la sexualité. VaI. 4: Le souci de soi. Paris, Gallimard, 1984.
  • 7. Ver principalmente os trabalhos de: LAURENT, A. Del'individualisme: enquête sur Ie retour de I'individu. Paris, P.U.F.,1985;
  • LAURENT, A. L 'individu et ses ennemis. Paris, Hachette, 1987;
  • VERNANT, J. P. L'individu, lamort, I'amour: soi-même et I'autre en Grece ancienne. Paris, Gallimard, 1989.
  • 9. LASCH, C. Le complexe de Narcisse: la nouvelle sensibilité américaine. Paris, Robert Latlont, 1981, p.90.
  • 10. ETZIONI, A. "Money, power and fame". Newsweek, 18, Sap. 1 O, 1989.
  • 11. JACKALL, R. Moral mazes: lhe world of oorporale managers. New York, Oxford Universily Press, 1988, p.204.
  • 12. FREUD, S. Essais de psychanalyse. 91 éd. Paris, Payot (0011. "Prismes"), 1988, p.129.
  • 14. NAKANE, C .. La sociélé japonaise. Paris, CoIin, 1974, p.12.
  • 15. Com esta distinção, queremos evitar a reificação que está associada às afirmações do tipo "a organização faz isso", "a organização pensa que", pois é preciso ter sempre em mente que são os homens e as mulheres que assim agem (e não as construções abstratas). Ver ERAL Y, A. "Des usages sociaux de la réification", Actes du Co/loque, Travail el pratiques /angagiéres. Paris, CNRS, 1989, pp.379-86.
  • 16. GORZ, A. Metamorphoses du trava;l, quête du sens, critique de la raison économique. Paris, Galilée, 1988.
  • 17. SCHMID, W. "Foucault: la forme de I'individu'. Magazine littéraire, 264, abro 1989, pp.54-6.
  • 18. PAZ, O. Uneplaneteetquatreou cinq mondes: réflexions sur I'histoire oontemporaine. Paris, Gallimard (call. "Foliolessais'; 20), 1985, p.249.
  • *
    Texto publicado originalmente sob o título "Vers une nouvelle éthique des relations dans les organisations", no livro L'individu dans l'organisation: les dimensions oubliées, sob a coordenação de [ean-François Chanlat. Queôec e Otawa, Canadá, Les presses de l'Université Laval/ Editions ESKA, 1990. (Algumas frases que faziam menção a outros capítulos do livro foram excluídas, pois ficavam fora de contexto.)
    Tradução de Maria Irene Stocco Betiol, Professora do Departamento de Fundamentos Sociais e Jurídicos da Administração da EAESP/FGV. Revisão técnica de Claude Machline, Maria Cecilia C. Arruda, Nilza V. Manso do Prado.
    1. ARISTOTE,
    L'éthique à
    Nicomaque. Paris, Urin, 1972, pp.522-23.
    2. WEIL, E. "Morale". In:
    Encyclopaedia Universalis, 15. 1989, pp.743-50.
    3. DUMONT, L.
    Essais sur l'Individualisme: une perspective anthropologique sur f'ideologie humaine. Paris, Editions du Seuil, 1983.
    4. BENEDICT, R.
    Echantillons de civilisaffons. Paris, Gallimard, 1950.
    5. FOUCAULT, M.
    Histoire de la sexualité. VaI. 4:
    Le souci de soi. Paris, Gallimard, 1984.
    6. DUMONT, L. Op. cil.
    7. Ver principalmente os trabalhos de: LAURENT, A.
    Del'individualisme: enquête sur Ie retour de I'individu. Paris, P.U.F.,1985; LAURENT, A.
    L 'individu et
    ses ennemis. Paris, Hachette, 1987; VERNANT, J. P.
    L'individu, lamort, I'amour: soi-même et
    I'autre en Grece ancienne. Paris, Gallimard, 1989.
    8. Ver o excelente número que
    Magazine Littéraire consagrou a este assunto (Edwald et alii, 1989).
    9. LASCH, C.
    Le complexe de Narcisse: la nouvelle sensibilité américaine. Paris, Robert Latlont, 1981, p.90.
    10. ETZIONI, A. "Money, power and fame".
    Newsweek, 18, Sap. 1 O, 1989.
    11. JACKALL, R.
    Moral mazes: lhe world of oorporale managers. New York, Oxford Universily Press, 1988, p.204.
    12. FREUD, S.
    Essais de psychanalyse. 9
    1 éd. Paris, Payot (0011. "Prismes"), 1988, p.129.
    13. O termo "deontologia" vem, aliás, do grego
    déon, que significa dever.
    14. NAKANE, C .
    . La sociélé japonaise. Paris, CoIin, 1974, p.12.
    15. Com esta distinção, queremos evitar a reificação que está associada às afirmações do tipo "a organização faz isso", "a organização pensa que", pois é preciso ter sempre em mente que são os homens e as mulheres que assim agem (e não as construções abstratas). Ver ERAL Y, A. "Des usages sociaux de la réification",
    Actes du Co/loque, Travail el
    pratiques /angagiéres. Paris, CNRS, 1989, pp.379-86.
    16. GORZ, A.
    Metamorphoses du trava;l, quête du sens, critique de la raison économique. Paris, Galilée, 1988.
    17. SCHMID, W. "Foucault: la forme de I'individu'.
    Magazine littéraire, 264, abro 1989, pp.54-6.
    18. PAZ, O.
    Uneplaneteetquatreou cinq mondes: réflexions sur I'histoire oontemporaine. Paris, Gallimard (call. "Foliolessais'; 20), 1985, p.249.

    • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      Ago 1992
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