NOTA FITOPATOLÓGICA / PHYTOPATHOLOGICAL NOTE
OCORRÊNCIA DE Pestalotiopsis cruenta EM MANGOSTÃO
CLEBER N. BASTOS1* * Bolsistas do CNPq , JOSÉ L. BEZERRA2* * Bolsistas do CNPq & AUGUSTO O. SANTOS1
1Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira/Superintendência da Amazônia Oriental, Cx. Postal 5150,
CEP 66.035-110, Belém, PA: e-mail: cleber@ufpa.br; 2Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira/Centro de Pesquisa do Cacau, Cx. Postal 7, CEP 45.600-000, Itabuna, BA
(Aceito para publicação em 18/04/2001)
Autor para correspondência: Cleber N. Bastos
RESUMO
Occurence of Pestalotiopsis cruenta on mangostama
Pestalotiopsis cruenta was observed causing leaf and fruit spots on mangostana (Garcinia mangostana) in the State of Pará, Brazil in 1999. Pathogenicity tests were successfully completed.
O mangostão (Garcinia mangostana L.) é originário da Indonésia e do Sudeste da Ásia, sendo cultivado no Brasil, nos Estados da Bahia, Pará e São Paulo (Donadio et al., Frutas Exóticas, 1998). Pelo sabor agradável e exótico, o fruto é utilizado somente para consumo ao natural. Em 1999, foram observadas manchas nas folhas e lesões nos frutos de plantas cultivadas em quintais, em Belém, PA. Nas folhas os sintomas exprimem-se na forma de manchas necróticas bem pronunciadas, de coloração marrom, bordas bem definidas, demarcadas por uma distinta margem de cor mais escura. Ao coalescerem as manchas formam extensas áreas de tecidos necrosados (Figura 1), provocando a queda prematura das folhas. Nos frutos verdes os sintomas se caracterizam por pequenas lesões superficiais, que evoluem posteriormente, ficando com o centro deprimido e, muitas vezes com rachaduras (Figura 2). Sob condições de câmara úmida, nas lesões dos frutos e necroses das folhas, formaram tufos de micélio branco e massas gelatinosas negras, formadas pelos conídios do fungo. O fungo foi isolado em BDA e identificado como pertencente à espécie Pestalotiopsis cruenta (Syd.) Steyaert, caracterizada por conídios (20 - 25 x 6 - 7 mm) com células intermediárias coloridas e célula central mais escura com uma a quatro sétulas de 10 - 20 mm de comprimento. O teste de patogenicidade foi realizado em laboratório, atomizando-se uma suspensão de 1x105 conídios/ml, sobre folhas destacadas de mangostão, mantidas sob câmara úmida. Os sintomas da doença foram reproduzidos a partir do quinto dia após a inoculação e o patógeno reisolado. Há registros de ocorrência de P. cruenta sobre Poligonum lasianthum Maxim. e Prunus persica (L.) Stokes, no Japão (Bull. Jard. État. Bruxelles, 19:318-319, 1949). Quanto à ocorrência de Pestalotiopsis no mangostão, são relatadas as espécies P. flagisetula Guba (loc. Cit. 223-224, 1949) e P. espailatii Cif. Gonz Frag. (Est. Agron. de Haina, Rep. Dominicana, Ser. Bot. 1:13, 1925). Este é o primeiro relato de ocorrência de P. cruenta em mangostão no Brasil.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
14 Maio 2002 -
Data do Fascículo
Dez 2001