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Auto-exame das mamas entre estudantes de medicina

Breast self-examination among medical students

Resumos

Objetivo: avaliar o nível de conhecimento e prática do auto-exame da mama entre os estudantes do curso médico e determinar possíveis fatores associados a esta prática. Métodos: foi utilizado um questionário que continha informações sobre os alunos e o seu conhecimento a respeito do auto-exame, permitindo ainda, verificar entre as alunas a prática do mesmo. Utilizaram-se os testes do qui quadrado e "t" de Student, quando aplicáveis, para verificar a associação de alguns fatores com o auto-exame. Resultados: dos 348 questionários respondidos, 55 (16%) pertenciam aos alunos do 5º ano (estudantes que haviam cursado a Disciplina de Ginecologia da Universidade Federal de Goiás), 43% eram mulheres, 62% tinham familiares médicos e 17% apresentavam história familiar de câncer de mama. Em relação ao conhecimento do auto-exame, 95% conheciam o método. Das 149 estudantes, apenas 64% o praticavam. Os motivos para não fazê-lo eram: por ser muito jovem (24%), por não acreditar que pudesse acontecer com ela (4%), por medo (9%) e por preguiça (19%), sendo que 44% das alunas não souberam explicar o motivo. Tanto o conhecimento quanto a prática do auto-exame não estiveram associados ao ano do curso médico, história familiar de câncer de mama ou à presença de familiar médico. Conclusão: o auto-exame é conhecido por praticamente todos os estudantes de medicina mesmo assim, um terço das estudantes não o praticam. Com isso ressalta-se a importância do auto-exame no curso médico, a fim de que os alunos possam levar mais informações à população, não limitando esta tarefa aos meios de comunicação.

Mama; Diagnóstico precoce; Auto-exame de mamas; Educação Médica


Purpose: to evaluate the knowledge and practice of breast self-examination among medical students and to determine possible factors associated with this practice. Method: the authors used a questionnaire to gather information about the students and their knowledge of this self-examination. This questionnaire also allowed the authors to verify the frequency with which the female students performed breast self-examination. The chi² test and Student's "t" test were used, when applicable, to check the association of certain factors. Results: of the 348 questionnaires which were answered, 16% (55) were submitted by 5th year medical students, who had already attended the Gynecology course; 43% were answered by females, 62% of the students had medical doctors among their relatives, and 17% had a family history of breast cancer. In terms of breast self-examination, 95% knew about the method. Of the 149 females who answered the questionnaire, only 64% checked their breasts regularly. The reasons given for not performing self-examination varied: 24% considered themselves to be too young, 4% thought they would not have cancer, 9% listed fear as the reason, 19% reported they were too lazy, and 44% of the female students had no clear reason for not performing breast self-examination. Neither the knowledge nor the practice of the breast self-examination were associated with the subjects the students had or had not yet taken in medical school, with a family history of breast cancer or with the fact that one or more relatives were medical doctors. Conclusion: breast self-examination is known by practically all the medical students; nevertheless, only one third of the female students performed it regularly. This fact highlights the importance of emphasizing breast self-examination among medical students, so that they can help to disseminate this practice among the general population, rather than delegating this responsibility to the midia.

Breast cancer; Diagnosis; Breast self-examination; Medical Education


Trabalhos Originais

Auto-exame das Mamas entre Estudantes de Medicina

Breast Self-examination among Medical Students

Ruffo de Freitas Júnior, Lilian Freire Baêta Nilceana Maya Aires, Régis Resende Paulinelli Marta Curado Franco Finotti, Mariluza Terra Silveira

RESUMO

Objetivo: avaliar o nível de conhecimento e prática do auto-exame da mama entre os estudantes do curso médico e determinar possíveis fatores associados a esta prática.

Métodos: foi utilizado um questionário que continha informações sobre os alunos e o seu conhecimento a respeito do auto-exame, permitindo ainda, verificar entre as alunas a prática do mesmo. Utilizaram-se os testes do qui quadrado e "t" de Student, quando aplicáveis, para verificar a associação de alguns fatores com o auto-exame.

Resultados: dos 348 questionários respondidos, 55 (16%) pertenciam aos alunos do 5o ano (estudantes que haviam cursado a Disciplina de Ginecologia da Universidade Federal de Goiás), 43% eram mulheres, 62% tinham familiares médicos e 17% apresentavam história familiar de câncer de mama. Em relação ao conhecimento do auto-exame, 95% conheciam o método. Das 149 estudantes, apenas 64% o praticavam. Os motivos para não fazê-lo eram: por ser muito jovem (24%), por não acreditar que pudesse acontecer com ela (4%), por medo (9%) e por preguiça (19%), sendo que 44% das alunas não souberam explicar o motivo. Tanto o conhecimento quanto a prática do auto-exame não estiveram associados ao ano do curso médico, história familiar de câncer de mama ou à presença de familiar médico.

Conclusão: o auto-exame é conhecido por praticamente todos os estudantes de medicina mesmo assim, um terço das estudantes não o praticam. Com isso ressalta-se a importância do auto-exame no curso médico, a fim de que os alunos possam levar mais informações à população, não limitando esta tarefa aos meios de comunicação.

PALAVRAS-CHAVE: Mama: câncer. Diagnóstico precoce. Auto-exame de mamas. Educação Médica.

Introdução

O diagnóstico do câncer de mama no Brasil ainda tem sido feito quando a neoplasia já atinge estádios avançados. Como exemplo, no Centro-Oeste, um trabalho conduzido com pacientes com diagnóstico de câncer de mama entre 1986 e 1990 concluiu que 68% dos casos foram diagnosticados nos estádios III e IV8. Ao contrário dessa realidade, em alguns locais nos Estados Unidos aproximadamente 80% dos casos são diagnosticados até o estádio II7.

Possivelmente, como causas desse problema devem ser citados: 1) falta de programas de detecção precoce e 2) ignorância da população, agravada pelo medo e desconhecimento das formas de apresentação da neoplasia, assim como das formas de detecção8.

Como 73% dos tumores são detectados pela própria mulher, nos locais onde não existem programas de "screening"2 a realização do auto-exame das mamas passa a representar um importante papel na detecção.

Entretanto, no nosso meio, muitas mulheres não fazem o auto-exame e parte delas sequer o conhecem. Em recente estudo, conduzido no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, observou-se que apenas 50% das pacientes que procuraram o Setor de Mastologia conheciam o auto-exame e somente 30% das mulheres o praticavam de maneira adequada3.

Existe um grande desconhecimento, nas diversas camadas da sociedade, a respeito do câncer de mama e do seu diagnóstico precoce e acredita-se que parte disso seja decorrente de um descaso e falta de conhecimento dos profissionais da área de saúde, que por sua vez não informam ou esclarecem a população acerca do tema, fazendo com que estas informações sejam veiculadas quase que exclusivamente pelos meios de comunicação.

Como futuros profissionais da área da saúde e formadores de opinião, acredita-se que entre os alunos da faculdade de medicina esses números deverão crescer, porém, até o momento, não se sabe qual é a taxa de conhecimento e prática do auto-exame entre os acadêmicos de medicina.

Assim, os objetivos deste estudo foram: 1) determinar a taxa de acadêmicos de medicina que conhecem o auto-exame das mamas; 2) determinar a freqüência de acadêmicas que o praticam de forma sistemática e 3) identificar alguns fatores associados à ausência da prática do auto-exame entre as acadêmicas de medicina da UFG.

Casuística e Métodos

Foram convidados a participar do estudo todos os alunos matriculados no curso médico da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

Um questionário foi desenhado especificamente para o presente estudo, contendo as seguintes informações: ano no curso médico, idade e sexo do aluno; se possui familiar médico ou não e se alguém na família apresentou câncer de mama. Também foi perguntado aos estudantes se conheciam o auto-exame e especificamente, para as acadêmicas, se elas o praticavam de maneira sistemática. Neste formulário não se permitia a identificação do aluno que o preencheu.

O questionário foi aplicado durante a realização dos exames periódicos dos acadêmicos. O professor responsável pelo exame era questionado por um dos membros do estudo sobre a possibilidade de, após o término do teste, aplicar-se o questionário para que os alunos o respondessem. Uma vez autorizado, o membro do estudo se dirigia à turma e explicava as finalidades do estudo, sua importância, como preencher o formulário e como entregá-lo posteriormente.

Após devolvidos, os questionários preenchidos foram arquivados por um dos investigadores e, posteriormente, foram digitados em um banco de dados. Após verificação da consistência dos dados, foram calculadas as freqüências. As respostas as questões foram cruzadas com as características dos alunos, por meio de tabelas cruzadas. Utilizaram-se os testes c2 e "t" de Student quando cabíveis. Considerou-se o nível de significância de 95% (p < 0,05).

Resultados

Foram aplicados 510 questionários dos quais 348 foram respondidos e retornados. Destes, 331 estudantes (95%) responderam que conheciam o auto-exame, e somente 17 (5%) não o conheciam. Quando as 149 acadêmicas foram questionadas sobre a prática do auto-exame, 95 afirmaram que praticavam-no regularmente (64%) e 54 não o praticavam (36%). Os motivos pelos quais as alunas não praticavam o auto-exame são mostrados na Tabela 1.

Quando foram cruzadas as variáveis independentes com o conhecimento do auto-exame, houve uma tendência de que os alunos, após terem cursado a Disciplina de Ginecologia, conhecessem mais o auto-exame que os demais, que ainda não haviam cursado a Disciplina, porém essa diferença não foi significativa (Tabela 2).

Também não houve diferença do conhecimento em relação ao sexo, presença de familiar médico e história familiar de câncer de mama (Tabela 2).

Em relação à prática do auto-exame pelas alunas, ela não foi influenciada pelo ano do curso médico, pela presença de familiar médico e nem pela história de câncer de mama na família (Tabela 3).

Discussão

A mortalidade pelo câncer de mama ainda tem se mantida inalterada em vários países4. Isso se deve à inexistência de um método de prevenção primária adequada bem como às dificuldades da prevenção secundária. A detecção precoce do câncer de mama no nossos dias tem sido baseada em três passos: o auto-exame das mamas, o exame físico realizado por profissional treinado e a mamografia. Destes, o único que tem se mostrado efetivo na redução da mortalidade por esta neoplasia é a mamografia5.

Apesar dos vários estudos não terem demonstrado, até o momento, que o auto-exame das mamas pode reduzir as taxas de mortalidade, este método tem sido exaustivamente comentado na literatura e mundialmente ensinado às pacientes na esperança de que possa trazer algum benefício na detecção do câncer de mama1,3,6,9.

De uma forma geral, o auto-exame das mamas apresenta sua grande vantagem por ser um método simples, de custo mínimo, de rápida execução e, principalmente, por não necessitar de aparelho ou aparatos para a sua prática.

Vários autores acreditam que, como vantagem, o método poderia propiciar um diagnóstico nas fases mais precoces da doença, detectando tumores de menor tamanho. Os dados a esse respeito são controversos e alguns estudos têm demonstrado que a antecipação do diagnóstico pode ser possível1,6, ao passo que outros mostraram que a prática do auto-exame não leva à diminuição do tamanho do tumor ou ao estadiamento da doença quando da detecção9.

O auto-exame também serve para a difusão e divulgação de informações a respeito do câncer de mama, desde os seus fatores de risco até a redução dos mitos a respeito do seu tratamento. Assim, utilizando-o para chamar a atenção das mulheres, é possível que elas acabem por se interessar mais pelo tema, tendo acesso às informações e aprendendo sobre o câncer de mama.

Em um país emergente, onde os recursos para a saúde são precários, com um número inadequado de mamógrafos para atender à massa de mulheres acima de 40 anos e na impossibilidade de destinar profissionais treinados aos vários rincões do país para realizar o exame físico, o auto-exame da mama pode representar uma importante forma, talvez a única, para detecção precoce do câncer de mama.

Não obstante, esse método possui algumas desvantagens, como a diversidade na transmissão das informações, o receio de a paciente não perceber alguma lesão e mesmo o risco de provocar cancerofobia. Assim, várias mulheres, apesar de conhecerem o auto-exame de mama, não o praticam, geralmente levadas pelos fatos comentados anteriormente3.

No presente estudo, deve ser observado que a grande maioria dos acadêmicos de medicina conhecem o auto-exame de mamas e, como formadores de opinião, possivelmente poderão passar estas informações para a população leiga. Não obstante, é importante lembrar que um terço das acadêmicas não praticam o auto-exame, apesar de conhecê-lo. Possivelmente, isso se deve ao fato de que elas são jovens, fase em que a preocupação com câncer de mama ainda não passou a ser prioridade. Pode ser notado nas respostas das alunas que houve um grande desinteresse das mesmas a respeito do tema e também uma enorme incredulidade no sentido de que o câncer talvez pudesse acometer alguma delas. É possível que essas mesmas acadêmicas, quando mais velhas, passem a executar o exame de maneira sistemática.

Também chamou a atenção o fato de que 10% das acadêmicas disseram não realizar o auto-exame devido ao receio de encontrar alguma lesão focal. Considerando que se trata de pessoas esclarecidas ou em fase de esclarecimento a respeito do tema, esse é um número expressivo, e entre as mulheres da comunidade, é possível que esta cifra seja bastante maior, em razão do desconhecimento a respeito das lesões mamárias.

Ao tentarmos correlacionar alguns fatores como o ano de realização do curso de medicina, a presença de familiares com câncer de mama ou a presença de familiares médicos, não conseguimos demonstrar que algum destes três fatores pudesse estar associado ao conhecimento ou à prática do auto-exame das mamas.

Uma vez mais, é possível que a distância entre a possibilidade de ocorrência do câncer e o que pensam as estudantes de medicina tenha interferido de forma que nenhum desses fatores fosse importantes. Permanece a questão de que, se essas acadêmicas fizessem mais avanços de suas vidas e se os outros fatores comentados também não poderiam estar associados com a prática do auto-exame.

Acreditamos que, no nosso meio, o auto-exame das mamas deva ser estimulado nos mais diversos setores de nossa sociedade, incluindo desde os bancos da Faculdade de Medicina até as escolas primárias. No momento, não sabemos se tamanha mobilização poderá salvar algumas vidas da morte causada pela neoplasia mamária. Porém, acreditamos que seja o nosso papel levar um pouco de luz para aqueles que tem um profundo desconhecimento a respeito da patologia mamária e, principalmente, a respeito do câncer de mama, seu diagnóstico e suas conseqüências. Ainda mais, acreditamos que o auto-exame sirva como um vetor que leva as mulheres a conhecerem o seu próprio corpo, além de ser um bom mecanismo de discussão e troca de idéias no seio da família na qual mães e filhas possam trocar opiniões e experiências de uma maneira amena, aberta e direta.

SUMMARY

Purpose: to evaluate the knowledge and practice of breast self-examination among medical students and to determine possible factors associated with this practice.

Method: the authors used a questionnaire to gather information about the students and their knowledge of this self-examination. This questionnaire also allowed the authors to verify the frequency with which the female students performed breast self-examination. The c2 test and Student's "t" test were used, when applicable, to check the association of certain factors.

Results: of the 348 questionnaires which were answered, 16% (55) were submitted by 5th year medical students, who had already attended the Gynecology course; 43% were answered by females, 62% of the students had medical doctors among their relatives, and 17% had a family history of breast cancer. In terms of breast self-examination, 95% knew about the method. Of the 149 females who answered the questionnaire, only 64% checked their breasts regularly. The reasons given for not performing self-examination varied: 24% considered themselves to be too young, 4% thought they would not have cancer, 9% listed fear as the reason, 19% reported they were too lazy, and 44% of the female students had no clear reason for not performing breast self-examination. Neither the knowledge nor the practice of the breast self-examination were associated with the subjects the students had or had not yet taken in medical school, with a family history of breast cancer or with the fact that one or more relatives were medical doctors.

Conclusion: breast self-examination is known by practically all the medical students; nevertheless, only one third of the female students performed it regularly. This fact highlights the importance of emphasizing breast self-examination among medical students, so that they can help to disseminate this practice among the general population, rather than delegating this responsibility to the midia.

KEY WORDS: Breast cancer. Diagnosis. Breast self-examination. Medical Education.

Referências

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

Correspondência: Ruffo de Freitas Júnior

Alameda das Rosas, 533, Setor Oeste

74110-060 - Goiânia - GO

Tel./Fax: (062) 212-2049

  • 1. Caseldine J, Dowle CS, Hinton CP, Manhire AR, Todd JH, Elston CW, Blamey RW. Breast self-examination for the early detection of breast cancer. Aust N Z J Surg, 1988; 58: 289-93.
  • 2. Donegan WL. Diagnosis. In Donegan, WL Spratt, JS, editores. Cancer of the Breast. 4th ed, Philadelphia: Saunders, 1995; p.157-205.
  • 3. Freitas Jr R, Soares VF, Melo NF, Andrade ML, Philocreon GR. Fatores determinantes do conhecimento e prática do auto-exame de mama. Rev Bras Ginecol Obstet 1996; 18: 387-91.
  • 4. Hardy EE, Pinotti JA, Faundes A. Variações internacionais da incidência e da mortalidade por câncer de mama. Femina 1983; 11: 106-15.
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Ago 2006
  • Data do Fascículo
    Jun 1999
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