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Concentração sérica de leptina na síndrome dos ovários policísticos: correlação com resistência à insulina e parâmetros metabólicos

Resumo de Tese

Concentração Sérica de Leptina na Síndrome dos Ovários Policísticos: Correlação com Resistência à Insulina e Parâmetros Metabólicos.

Autora: Hérica Cristina Mendonça

Orientador: Prof. Dr. Rui Alberto Ferriani

Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ginecologia, em 10 de abril de 2000.

A descoberta da leptina trouxe novas perspectivas para a relação entre gordura corporal e distúrbios mens-truais. Devido aos efeitos da leptina sobre o eixo reprodutivo e sua correlação tanto com a insulinemia quanto com a obesidade, este estudo teve como objetivo testar a possibilidade de que altos níveis de leptina poderiam contribuir na fisiopatologia da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Para isso, foram correlacionados os níveis de leptina com a sensibilidade à insulina e com outros parâmetros metabólicos em 28 pacientes com SOP obesas e não-obesas comparadas com grupo controle de 24 mulheres ovulatórias, também obesas e não-obesas. A leptina, as gonadotrofinas, os androgênios e os lípides foram dosados no jejum e a insulinemia e a glicemia nos intervalos do teste de tolerância oral à glicose -75 g-2h (GTT). Foram calculadas as áreas sob as curvas da insulina (ASC-I) e da glicemia (ASC-G), para se definir a resistência à insulina (RI). As pacientes SOP e controles ainda foram subdivididas em: obesas, IMC ³ 28 e não obesas, IMC < 28. Os critérios para o diagnóstico de SOP foram os preconizados pelo NIH (1990). O grupo SOP (17-35 anos, IMC 29,4 ± 7,8 kg/m2, média ± dp) e o grupo controle (16-43 anos, IMC 32,5 ± 10,6 kg/m2) foram semelhantes. Os níveis de leptina no grupo SOP se correlacionaram significativamente com o IMC (r=0,74; p<0,0001) e com o estradiol (r=0,48; p<0,008); Houve ainda uma tendência à correlação da leptina com o ICQ (índice cintura/quadril) e com a ASC-I (r=0,36; p=0,05). Os níveis séricos de leptina (média ± dp) não foram maiores no grupo SOP que no controle (20,5 e 27,3 ng/ml respetivamente). As obesas, independentemente se SOP ou controles, apresentaram níveis significativamente maiores de leptina (32,2 ng/ml) que as não-obesas (13,5 ng/ml). Estes resultados indicam que as concentrações séricas de Leptina nas portadoras da SOP estão fortemente relacionados ao IMC e não são afetados independentemente pela insulinemia ou pela hiperandrogenemia. Entretanto, o estradiol pode ter um papel regulador da produção de Leptina na SOP.

Palavras-chave: SOP. Leptina. Resistência à insulina. Hiperandrogenismo. Obesidade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Jun 2003
  • Data do Fascículo
    Mar 2001
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