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As intercorrências clínicas, obstétricas e os resultados perinatais em grávidas portadoras de transplante renal

The clinical and obstetric reports and perinatal outcomes in pregnant womem with renal transplantation

RESUMO DE TESE

As intercorrências clínicas, obstétricas e os resultados perinatais em grávidas portadoras de transplante renal

The clinical and obstetric reports and perinatal outcomes in pregnant womem with renal transplantation

Autor: Leandro Gustavo de Oliveira

Orientador: Prof. Dr. Nelson Sass

Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Camano

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Mestre em Ciências, em 8 de novembro de 2004.

OBJETIVO: avaliar as inter-relações recíprocas entre o transplante renal e a gravidez por meio da análise das intercorrências clínicas e obstétricas, bem como da investigação do desfecho perinatal.

MÉTODOS: foi analisada uma série retrospectiva de 39 casos de gestação em 37 portadoras de transplante renal no período de janeiro de 1997 a dezembro de 2003. As variáveis estudadas foram relativas ao transplante, às intercorrências clínicas e obstétricas e aos resultados perinatais. Um grupo controle composto por 66 grávidas sem patologias prévias, que freqüentavam pré-natal e deram à luz em 2002 e 2003 foi estabelecido para possíveis avaliações de significância estatística. Foram utilizados os testes de qui quadrado (c2) e exato de Fisher.

RESULTADOS: a média de idade das pacientes no momento da concepção foi de 27 anos. O doador vivo foi o mais freqüente. A ocorrência de disfunção do enxerto foi de 47,4%, tendo sido a pré-eclampsia a sua principal causa. Perda do transplante ocorreu em 10,2% dos casos. Entre os imunossupressores, a ciclosporina foi o mais utilizado. Hipertensão arterial crônica incidiu em 82% dos casos, anemia em 77% e infecção do trato urinário em 38,5%. Quanto à via de parto, a cesariana foi realizada em 53,8%, tendo como principal indicação a insuficiência placentária. A freqüência de pré-eclampsia foi de 28,2%. Quanto às variáveis perinatais a prematuridade foi constatada em 46,1% dos casos, apresentando relação significativa com níveis de creatinina iguais ou superiores a 1,5 mg/dL no primeiro trimestre da gestação. Não houve relação com o uso de ciclosporina. Outra intercorrência observada foi restrição de crescimento fetal, verificada em 41,0% das gestações, não apresentando relação com os níveis iniciais de creatinina ou uso de ciclosporina.

CONCLUSÕES: grupo de estudo foi constituído por pacientes jovens. Disfunção do enxerto foi freqüente, havendo também casos de perda do transplante. Hipertensão arterial crônica, anemia e infecção do trato urinário foram as intercorrências clínicas mais freqüentes. Quanto à via de parto a cesariana teve incidência elevada. Pré-eclampsia ocorreu de forma significativamente maior que no grupo controle. Prematuridade e restrição de crescimento fetal foram as principais complicações perinatais.

Palavras-chave: Transplante renal; Imunossupressão; Pré-eclâmpsia

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Ago 2005
  • Data do Fascículo
    Maio 2005
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