Acessibilidade / Reportar erro

Estudo analítico dos pólipos endometriais: a importância da polipectomia

Analytic study of polyps: the importance of polypectomy

RESUMO DE TESE

Estudo analítico dos pólipos endometriais: a importância da polipectomia

Analytic study of polyps: the importance of polypectomy

Autor: Féres Abrão

Orientador: Rogério Dias

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação (PG-GOM) do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, em 15 de fevereiro de 2007.

OBJETIVO: avaliar a polipectomia por vídeo-endoscopia como método terapêutico para pacientes com infertilidade, com sangramento uterino anormal e assintomáticas com pólipos endometriais.

PACIENTE E MÉTODOS: trabalho analítico e retrospectivo, cujos dados foram obtidos por meio de consultas aos prontuários de pacientes já submetidas a histeroscopias diagnósticas e cirúrgicas, no Setor de Endoscopia Ginecológica da Disciplina de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) e da Clínica de Ginecologia "Dr. Feres Abrão" de Marília, atendidas entre o período de janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Foram estudadas 208 mulheres submetidas ao exame histeroscópico com diagnóstico de pólipo endometrial. As pacientes foram distribuídas em três grupos, assim denominados: Grupo I (n=54), pacientes com queixa de infertilidade, Grupo II (n=59), pacientes com queixa de sangramento uterino anormal e Grupo III (n=95), pacientes assintomáticas com ultra-som transvaginal anormal.

RESULTADOS: Pacientes do grupo I (Infertilidade), a faixa etária situou-se com maior incidência entre 31 e 35 anos, o peso situou-se entre 66,0 e 70,0 Kg, o IMC de 20-25 (normal) em metade dos casos, 88,8% das pacientes eram da raça branca, não fumantes em 98,10%, hipertensão arterial em 1,8%, gestação 0 (G0) em 77,7%, associação de pólipo cervical e endometrial em 40% dos casos. A localização dos pólipos endometriais foi em 61,1% na parede anterior e posterior do útero. A biópsia orientada revelou 11,1% de pólipos endometriais, sendo todos benignos e o anátomo patológico, após polipectomia, encontrou 98,1% de pólipos endometriais benignos e pólipos endometriais com atipias em 1,8%. A infertilidade persistiu em 77,7% e a gravidez ocorreu em 31,4% das pacientes no primeiro ano, após a polipectomia. O ultra-som transvaginal apresentou normalidade em 24% dos casos. Pacientes do grupo II (sangramento uterino anormal) a faixa etária situou-se entre 41 e 45, o peso situou-se entre 66,0 e 70,0 Kg, o IMC de 26-30 (sobrepeso) em 49,1%, predomínio da raça branca em 88,19%, não fumantes em 91,52%, hipertensão arterial sistêmica de 10,1%, pacientes com duas gestações (G2) em 52,2%, amenorréia entre 1 e 5 anos em 13,5%, uso de terapia hormonal em 5,08%, uso de tamoxifeno em 1,6%, associação pólipo cervical e endometrial em 41,66%. A localização dos pólipos endometriais foi em 76,2% na parede anterior e posterior do útero, o principal sinal foi a metrorragia em 47,45%, seguido pela hipermenorragia em 23,7%. O ultra-som vaginal apresentou endométrio espessado em 10,1%. A biópsia orientada encontrou 10,16% de pólipos endometriais, sendo todos benignos e o anátomo patológico, após polipectomia, encontrou 88,1% de pólipos endometriais benignos, pólipos endometriais com atipias em 5,08%, pólipos endometriais com adenocarcinoma em 5,08%. Pacientes do Grupo III (assintomáticas), a faixa etária situou-se entre 61 e 65 anos, o peso situou-se entre 66,0 e 70,0 Kg, IMC de 26-30 (sobrepeso) em 43,1%, predominou a raça branca em 83,1%, não fumantes em 93,6%, hipertensão arterial sistêmica de 18,9%, 2 gestações (G2) em 56,8%, amenorréia em 15,7% a mais de 11 anos, uso de terapia hormonal em 4,21% uso de tamoxifeno em 4,2%, associação de pólipos cervical e endometrial em 36,1%. A localização dos pólipos endometriais foi de 74,7% na parede anterior e posterior do útero, na biópsia orientada encontrou 15,7% de pólipos endometriais, sendo todos benignos; no anátomo patológico, após polipectomia foram encontrados pólipos endometriais benignos em 90,0%, pólipos endometriais com atipias em 6,31%, pólipos endometriais com adenocarcinoma em 1,05%; o ultra-som vaginal apresentou endométrio espesso em 31,0%.

CONCLUSÕES: os pólipos endometriais predominaram na faixa de idade de 31 a 45 anos, peso corporal entre 66 a 70 KG, o IMC entre 26-30 (sobrepeso), raça branca, não fumante, com hipertensão arterial sistêmica, 2 gestações (G2) e amenorréia há mais de 11 anos, com uso de terapia hormonal. Localização uterina dos pólipos endometriais na sua maioria foi na parede posterior e anterior. O principal sintoma em pacientes com pólipo endometrial com sangramento uterino anormal foi metrorragia. Pólipos endometriais encontrado em pacientes com infertilidade, com sangramento uterino anormal e assintomáticas é recomendável a sua extirpação.

Palavras-chave: Pólipos endometriais, Endométrio, Polipectomia

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Nov 2007
  • Data do Fascículo
    Ago 2007
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: editorial.office@febrasgo.org.br