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Resultados da Cirurgia de Reservatórios Ileais em Pacientes com Doença de Crohn

RESUMO DE ARTIGOS

Luiz Cláudio Pandini

Ayrizono MLS., Meirelles LR., Leal RF., Coy CSR. Et al. Resultados da Cirurgia de Reservatórios Ileais em Pacientes com Doença de Crohn. Arq Gastroenterol v.45 n.3 Jul/Set 2008.

O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução tardia dos doentes com reservatórios ileais cujo diagnóstico foi doença de Crohn. Entre fevereiro de 1983 a março de 2007, 151 doentes do grupo de Coloproctologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, SP, foram submetidos à retocolectomia total e reservatório ileal, sendo 76 por retocolite ulcerativa inespecífica. Destes, 11 (14,5%) evoluíram como doença de Crohn, com diagnóstico histopatológico confirmado em 9:1 no espécime da retocolectomia, 2 na proctectomia, 2 em segmentos de intestino delgado, 3 em reservatórios ileais, sendo 2 em biópsias e 1 no reservatório ressecado, e 1 em material de abscesso perianal. Oito doentes (72,7%) eram mulheres, e a média de idade foi de 30,6 (18-65) anos. Todos tinham diagnóstico pré-operatório de retocolite ulcerativa inespecífica, e cinco foram operados inicialmente por megacólon tóxico. O tempo médio entre a confecção do reservatório ileal e a manifestação da doença de Crohn foi de 30,6 meses. Ileostomia de proteção não foi fechada apenas em um doente que apresentou fístula do reservatório no enema opaco e, posteriormente, abscesso perianal extenso, e recidiva da doença de Crohn na alça aferente do reservatório. No seguimento tardio, três doentes evoluíram com fístulas perineais complexas, sendo associada à fistula reservatório-vaginal em uma delas. Todos necessitaram de nova derivação e o reservatório foi excisado em um deles devido à persistência da sepse pélvica. Uma outra apresentou fístula do reservatório para o intróito vaginal, corrigida com cirurgia de avanço mucoso. Houve também progressão da doença para o íleo proximal em três doentes. Nos outros três, a recidiva da doença foi no reservatório ileal, com boa resposta ao tratamento clínico. Atualmente, com seguimento médio de 76,5 meses, todos os doentes estão assintomáticos, sendo que quatro estão com derivação e sete com reservatórios funcionantes, estes apresentando 6-10 evacuações ao dia, e continência praticamente normal. Os autores concluem que a recidiva da doença de Crohn após retocolectomia e reservatório ileal é relativamente frequente, com ocorrência de complicações como abscessos, fístulas e estenoses. Entretanto, reservatórios ileais com doença de Crohn e mantidos, podem ser compatíveis com função satisfatória.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Dez 2009
  • Data do Fascículo
    Mar 2009
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