Acessibilidade / Reportar erro

Estadiamento do câncer do estômago

DIRETRIZES EM FOCO

CLÍNICA CIRÚRGICA

Estadiamento do câncer do estômago

Carlos Alberto Malheiros; Paulo Kassab

Durante a avaliação pré-operatória, é importante tentar determinar o estádio da doença, usando a classificação tumor, linfonodo e metástase, que permite o planejamento do tratamento, uniformiza a nomenclatura entre os diversos serviços e facilita o estudo dos resultados da terapêutica empregada.

A endoscopia nos informa o tamanho do tumor, sua localização, características macroscópicas e tipo histológico. A tomografia computadorizada auxilia na investigação da ressecabilidade da lesão, invasão de órgãos adjacentes e detecção de metástases. A tomografia helicoidal aumentou a acurácia da avaliação da invasão da parede gástrica (T), que se encontra em torno de 77% com o método e o índice de subestadiamento está em torno de 19%.

A ultra-sonografia endoscópica parece ser o método mais adequado para avaliar a profundidade da lesão. Quando as lesões não são ulceradas, sua acurácia é de 91% nos tumores precoces. O método também é de grande importância para avaliar a ressecabilidade.

O comprometimento linfonodal (N) pode ser avaliado pela tomografia (acurácia de 25% a 51%) e pela ultra-sonografia endoscópica (acurácia de 74% a 87%).

A laparoscopia também é de grande importância na avaliação do estádio do câncer gástrico, principalmente na avaliação dos cânceres avançados.

Comentário

A Associação Brasileira de Câncer Gástrico (ABCG) adota o método da ''Japanese Gastric Cancer Association'' (JGCA), onde é avaliada a profundidade do tumor (T), a presença de metástases linfonodais (N), peritoneais (P) e hepáticas (H). O estudo citológico do lavado peritoneal ou da ascite também pode ser designado (CY), assim como as outras metástases à distância (M). Quando se desconhece a extensão é utilizada a letra X.

A complementação do estádio é feita no intra-operatório com a avaliação local da doença. Este estadiamento é importante e uniformiza as informações, permitindo o estudo dos resultados e a comparação dos dados obtidos por vários cirurgiões.

Referências

1. Malheiros CA, Kassab P. Classificação, diagnóstico e estadiamento. In: Gama-Rodrigues JJ, Lopasso FP, Del Grande JC, Safatle NF, Bresciani C, Malheiros CA, et al., editores. Câncer do estômago. Aspectos atuais do diagnóstico e tratamento. São Paulo: Andrei; 2002.p.121-38.

2. Rahal F, Pereira V, Malheiros CA, Rodrigues FCM, Gonçalves AJ, editores. Câncer gástrico. In: Condutas normativas–Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 9ª ed. 1998. p.28-47.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Maio 2004
  • Data do Fascículo
    2004
Associação Médica Brasileira R. São Carlos do Pinhal, 324, 01333-903 São Paulo SP - Brazil, Tel: +55 11 3178-6800, Fax: +55 11 3178-6816 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ramb@amb.org.br