Acessibilidade / Reportar erro

Elaboração e avaliação de uma ficha de notificação compulsória para a esporotricose humanaa a Artigo extraído da dissertação de Mestrado intitulada Esporotricose Humana: uma série de casos em um município do estado do Espírito Santo, de autoria de Marieli Thomazini Piske Garcia, orientada pela Profa. Dra. Franciéle Marabotti Costa Leite. Programa de Pós-Graduação em Mestrado Profissional em Enfermagem. Universidade Federal do Espírito Santo. Ano de defesa 2021.

Elaboración y evaluación de un formulario de notificación obligatoria para la esporotricosis humana

Resumo

Objetivos

elaborar e avaliar uma ficha de notificação compulsória para a esporotricose humana.

Métodos

estudo metodológico desenvolvido em duas etapas: elaboração do conteúdo teórico e construção da ficha de notificação e avaliação da ficha de notificação realizada por juízes, por meio de painel Delphi online, no período de julho a setembro de 2020. Entre os juízes, incluíram-se médicos, enfermeiros, biólogos e médicos veterinários, que atuavam na Atenção Primária à Saúde, com experiência mínima de dois anos na área de Epidemiologia e/ou Infectologia, Saúde Pública e Atenção Básica. Para a avaliação do conteúdo teórico, utilizou-se a escala tipo Likert de três pontos modificada e adaptada, sendo considerada aceitável uma taxa de concordância de 80%.

Resultados

a ficha foi dividida em sete categorias, sendo estas: dados gerais; notificação individual; dados de residência; antecedentes epidemiológicos; dados clínicos; hospitalização e conclusão, contendo 59 variáveis e 151 itens.

Conclusão e implicações para a prática

a ficha de notificação será um instrumento de comunicação, fornecendo dados para a orientação técnica de profissionais de saúde, para a recomendação das medidas de controle, promoção das ações, avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas e divulgação de informações.

Palavras-chave:
Epidemiologia; Esporotricose; Notificação Compulsória; Saúde Pública; Vigilância Epidemiológica

Resumen

Objetivos

desarrollar y evaluar un formulario de notificación obligatoria para la esporotricosis humana.

Métodos

estudio metodológico desarrollado en dos etapas: elaboración del contenido teórico y construcción del formulario de notificación y evaluación del formulario de notificación realizado por los jueces, a través de un panel Delphi en línea, de julio a septiembre de 2020. Entre los jueces, se incluyeron médicos, enfermeros, biólogos y veterinarios, que actuaban en Atención Primaria de Salud, con un mínimo de dos años de experiencia en el área de Epidemiología y/o Enfermedades Infecciosas, Salud Pública y Atención Primaria. Para evaluar el contenido teórico, se utilizó una escala de Likert de tres puntos modificada y adaptada, considerándose aceptable una tasa de acuerdo del 80%.

Resultados

el formulario fue dividido en siete categorías, a saber: datos generales; notificación individual; datos de residencia; antecedentes epidemiológicos; datos clínicos; hospitalización y conclusión, con 59 variables y 151 ítems.

Conclusión e implicaciones para la práctica

el formulario de notificación será una herramienta de comunicación, proporcionando datos para la orientación técnica de los profesionales de la salud, para la recomendación de medidas de control, promoción de acciones, evaluación de la eficacia y efectividad de las medidas adoptadas y difusión de informaciones.

Palabras clave:
Epidemiología; Esporotricosis; Notificación obligatoria; Salud pública; Vigilancia epidemiológica

Resumo

Objetivos

elaborar e avaliar uma ficha de notificação compulsória para a esporotricose humana.

Métodos

estudo metodológico desenvolvido em duas etapas: elaboração do conteúdo teórico e construção da ficha de notificação e avaliação da ficha de notificação realizada por juízes, por meio de painel Delphi online, no período de julho a setembro de 2020. Entre os juízes, incluíram-se médicos, enfermeiros, biólogos e médicos veterinários, que atuavam na Atenção Primária à Saúde, com experiência mínima de dois anos na área de Epidemiologia e/ou Infectologia, Saúde Pública e Atenção Básica. Para a avaliação do conteúdo teórico, utilizou-se a escala tipo Likert de três pontos modificada e adaptada, sendo considerada aceitável uma taxa de concordância de 80%.

Resultados

a ficha foi dividida em sete categorias, sendo estas: dados gerais; notificação individual; dados de residência; antecedentes epidemiológicos; dados clínicos; hospitalização e conclusão, contendo 59 variáveis e 151 itens.

Conclusão e implicações para a prática

a ficha de notificação será um instrumento de comunicação, fornecendo dados para a orientação técnica de profissionais de saúde, para a recomendação das medidas de controle, promoção das ações, avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas e divulgação de informações.

Palavras-chave:
Epidemiologia; Esporotricose; Notificação Compulsória; Saúde Pública; Vigilância Epidemiológica

INTRODUÇÃO

A esporotricose é uma infecção micótica subaguda ou crônica caracterizada por lesões polimórficas da pele e do tecido subcutâneo causadas por fungos dimórficos e geofílicos pertencentes ao Sporothrix complexo schenckii.11 Almeida-Paes R, Oliveira MME, Freitas DFS, Valle ACF, Gutierrez-Galhardo MC, Zancopé-Oliveira RM. Refractory sporotrichosis due to Sporothrix brasiliensis in humans appears to be unrelated to in vivo resistance. Med Mycol. 2017;55(5):507-17. Desde 1998, vem se tornando um problema de saúde pública no Brasil em razão do aumento significativo de casos em seres humanos.22 Barros MBL, Schubach AO, do Valle ACF, Gutierrez Galhardo MC, Conceição-Silva F, Schubach TMP, et al. Cat-transmitted sporotrichosis epidemic in Rio de Janeiro, Brazil: description of a series of cases. Clin Infect Dis Off Publ Infect Dis Soc Am. 2004;38(4):529-35.

Destaca-se por ser uma doença fúngica endêmica cujos agentes etiológicos encontram-se amplamente distribuídos no ambiente e é causada por implantação traumática do fungo Sporothrix schenckii sensu lato na pele.33 Chakrabarti A, Bonifaz A, Gutierrez-Galhardo MC, Mochizuki T, Li S. Global epidemiology of sporotrichosis. Med Mycol. 2015;53(1):3-14. http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062.
http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062...
Pode acometer o ser humano de ambos os sexos, de qualquer faixa etária ou raça, independentemente de fatores individuais predisponentes.33 Chakrabarti A, Bonifaz A, Gutierrez-Galhardo MC, Mochizuki T, Li S. Global epidemiology of sporotrichosis. Med Mycol. 2015;53(1):3-14. http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062.
http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062...
,44 Freitas DFS. Avaliação de fatores epidemiológicos, micológicos, clínicos e terapêuticos associados à esporotricose [doutorado]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2014.

A transmissão está correlacionada, principalmente, a atividades agrícolas, jardinagem e contato com gatos infectados pelo fungo. Os agentes etiológicos prosperam no solo e na vegetação em decomposição, madeira, musgo e palitos de milho.33 Chakrabarti A, Bonifaz A, Gutierrez-Galhardo MC, Mochizuki T, Li S. Global epidemiology of sporotrichosis. Med Mycol. 2015;53(1):3-14. http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062.
http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062...
,44 Freitas DFS. Avaliação de fatores epidemiológicos, micológicos, clínicos e terapêuticos associados à esporotricose [doutorado]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2014. Estudos revelaram que os gatos são os únicos animais que apresentam um potencial zoonótico importante em virtude da elevada quantidade de leveduras encontrada nas lesões, facilitando, assim, a transmissão pelo contato.55 Barros MBL, Schubach TP, Coll JO, Gremião ID, Wanke B, Schubach A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Rev Panam Salud Publica. 2010;27(6):455-60. PMid:20721446.,66 Rossi CN, Odaguiri J, Larsson CE. Clinical and epidemiological characterization of sporotrichosis in dogs and cats (São Paulo, Brazil). Semina: Ciênc Agrár. 2013;34(6):3889-96.

O Brasil, enquanto área endêmica, de risco tropical e subtropical, tem, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Espírito Santo, a maior produção de estudos sobre a epidemiologia da esporotricose humana. No período de 2003 a 2013, no Estado de São Paulo, foram confirmados 25 casos de esporotricose humana.77 Marques GF, Martins ALGP, Sousa JMP, Brandão LSG, Wachholz PA, Masuda PY. Characterization of sporotrichosis cases treated in a dermatologic teaching unit in the state of São Paulo - Brazil, 2003-2013. An Bras Dermatol. 2015;90(2):273-5. Entre 2015 e 2017, foram confirmados 3.291 casos no Estado do Rio de Janeiro.88 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (RJ). Vigilância e Cenário epidemiológico: esporotricose no estado do RJ. Período de 2015 a 2018. Rio de Janeiro: Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses; 2018. Em Belo Horizonte, de 2016 a 2018, foram confirmados 121 casos.99 Santos AF, Rocha BD, Valgas e Bastos C, Oliveira CSF, Soares DFM. Guia prático para enfrentamento da esporotricose felina em Minas Gerais. Rev V&Z Em Minas; 2018;38(137):16-27. Entre 2008 e 2012, no Espírito Santo, foram confirmados 171 casos.1010 Caus ALO, Zanotti RL, Faccini-Martínez ÁA, Paterlini GV, Falqueto A. Epidemiological and clinical aspects of sporotrichosis in Espírito Santo State, Southeast Brazil: a study of three decades (1982-2012). Am J Trop Med Hyg. 2019;100(3):706-13.

Todavia, há pouca informação acerca de sua prevalência e somente com a Portaria nº 264, de 17 de fevereiro de 2020, que a esporotricose humana foi incluída na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública,1111 Portaria n. 264, de 17 de fevereiro de 2020 (BR). Altera a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir a doença de Chagas crônica, na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. Diário Oficial da União. Brasília (DF), 2020. sendo a notificação realizada por meio da ficha individual de notificação. Esse instrumento é preenchido pelas unidades assistenciais para cada paciente quando há suspeita do agravo e, posteriormente, encaminhado para a Vigilância Epidemiológica (VE).1212 Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Notificação Individual [Internet]. Brasília: SINAN; 2020 [citado 31 jan 2021]. Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/notificacoes#:~:text=A%20Ficha%20Individual%20de%20Notifica%C3%A7%C3%A3o,interesse%20nacional%2C%20estadual%20ou%20municipal
http://portalsinan.saude.gov.br/notifica...

Porém, não há uma ficha específica de notificação para a esporotricose humana, o que dificulta a comunicação da ocorrência pelos profissionais da saúde a autoridades sanitárias para fins de adoção de medidas de intervenções, desencadeando o processo de informação-decisão-ação.1313 Ministério da Saúde (BR). Guia de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasilia: Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde; 2009 (A. Normas e Manuais Técnicos).

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi elaborar e avaliar uma ficha de notificação compulsória para a esporotricose humana.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa metodológica, de abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: elaboração do conteúdo teórico e construção da ficha de notificação e avaliação do conteúdo teórico da ficha de notificação.

Para a elaboração do conteúdo e construção da ficha de notificação, foram levantadas as principais informações na literatura sobre a esporotricose humana por meio de manuais do Ministério da Saúde, livros e publicações de textos de associações nacionais e internacionais.

A avaliação de conteúdo foi realizada por juízes, por meio de painel Delphi online, no período de julho a setembro de 2020. A técnica Delphi é designada como um método utilizado para deduzir e refinar as opiniões de um grupo de especialistas com o objetivo de alcançar o consenso das ideias. Na literatura científica, não há um padrão estabelecido em relação aos critérios para a definição da quantidade e características dos juízes. Dessa forma, destaca-se a importância da seleção de profissionais de saúde que possuam experiência clínica e conhecimento teórico no assunto.1414 Marques JBV, Freitas D. Método DELPHI: caracterização e potencialidades na pesquisa em Educação. Posições. 2018;29(2):389-415.

O grupo de juízes foi formado por médicos, enfermeiros, biólogos e médicos veterinários que atuavam na Atenção Primária à Saúde com experiência de, no mínimo, dois anos na área de Epidemiologia e/ou Infectologia, Saúde Pública e Atenção Básica. Os juízes foram selecionados por meio da rede de contatos dos pesquisadores pela técnica de amostragem snowball ou “bola de neve”, tratando-se, portanto, de uma amostragem por conveniência. Os juízes receberam, por meio de correio eletrônico, uma carta-convite com informações a respeito do estudo. Ao aceitar, o juiz assinava o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e recebia um formulário virtual no Google Formulário com duas seções distintas para preenchimento: caracterização dos juízes e avaliação do conteúdo teórico.

O formulário para a caracterização dos juízes continha os seguintes itens: sexo, idade, tempo de formação profissional, titulação profissional, área de atuação atual e tempo de atuação na área de Epidemiologia e/ou Infectologia, Saúde Pública e Atenção Básica. O segundo continha perguntas sobre a avaliação do conteúdo teórico da ficha de notificação compulsória de esporotricose.

Para a avaliação do conteúdo teórico da ficha de notificação, utilizou-se uma da escala tipo Likert de três pontos modificada e adaptada, permitido assinalar apenas uma das opções entre “Nunca relevante”, “Algumas vezes relevante” e “Sempre Relevante”.

Para a avaliação do grau de concordância dos juízes, utilizou-se o método da Porcentagem de Concordância, sendo considerada aceitável uma taxa de concordância de 80%.1515 Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(7):3061-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011...
As situações que apresentaram concordância inferior foram reformuladas, acatadas as sugestões, sendo o formulário reenviado para os juízes para nova avaliação até o alcance de 80%.

A análise dos dados foi realizada de forma descritiva e, para a tabulação e interpretação, os dados coletados foram organizados por meio do programa Microsoft Excel 2010 e dispostos em tabelas.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sob o CAAE nº 39008920.6.0000.5071, conforme a Resolução nº 466/2012.

RESULTADOS

Foram convidados 79 juízes para participar do estudo. Obteve-se o retorno de 25 juízes, dos quais três informaram que não estão atuando mais na área e 22 responderam ao instrumento da pesquisa para a análise. Do total de participantes, 77% (N=17) eram do sexo feminino e 23% (N= 5), do sexo masculino. Em relação à idade, 41% (N= 9) tinham entre 30-40 anos e 32% (N=7), 51 anos e mais. Quanto à área de atuação profissional, 41% (N= 9) eram da área em Saúde Pública e 23% (N=5), da área de Epidemiologia. No que tange ao tempo na área de atuação profissional atual, 55% tinham entre dois e dez anos. Nota-se que 50% (N= 11) têm o título de doutorado, 32% (N= 7), o título de especialistas e 18% (N= 4), o mestrado.

Na primeira rodada do estudo, 56 variáveis com 134 itens compuseram o instrumento da ficha de notificação, sendo que 106 itens atingiram a Porcentagem de Concordância maior ou igual a 80% e 28 itens tiveram a Porcentagem de Concordância menor que 80%, como mostra o Quadro 1. Ao considerar a média simples das 56 variáveis, somente duas variáveis tiveram a Porcentagem de Concordância menor de 80%, que foram as variáveis “Tempo de tratamento do animal” e “Tratamento medicamentoso recebido pelo animal”.

Quadro 1
Variáveis do instrumento de avaliação do conteúdo da ficha de notificação compulsória de esporotricose.

Em relação às sugestões dos juízes, foi sugerida a exclusão de três variáveis, sendo estas “Tempo de lesão do animal”, “Tempo de tratamento do animal” e “Tratamento medicamentoso recebido pelo animal” e de sete itens: “Mucosa”, “Subcutânea”, “Dorso”, “Tórax anterior”, “Tórax posterior”, “Dorso” e “Ombro”.

Com referência à inclusão, foi sugerido incluir duas variáveis, que foram “Presença de comorbidades” e “Destino do animal” e três itens: “Cabeça/face”, “Cirúrgico/crioterapia” e “Outros”. Houve ainda duas sugestões de alteração da redação das variáveis, que foram “Tratamento medicamentoso recebido” por “Tratamento” e “Presença de animal no domicílio com diagnóstico de esporotricose” por “Tem contato com animal” e de seis itens: “Cutânea” por “Cutânea Disseminada”, “Tórax anterior e Tórax posterior” por “Tórax” e os itens “Livre, Restrito e Ignorado” por “Domiciliados, Semidomiciliados e Com acesso irrestrito à rua”.

Apesar dos itens “ignorado” e “não se aplica” não atingirem a Porcentagem de Concordância em todas as variáveis do instrumento, estes foram mantidos, uma vez que é importante destacar que são campos que constam na ficha de notificação e que, em situação em que não se dispõe de informações sobre a variável, esses itens devem ser preenchidos (ignorado e não se aplica), conforme a orientação de um instrutivo de preenchimento de ficha de notificação do Ministério da Saúde.1616 Ministério da Saúde (BR). Instrutivo para preenchimento da ficha de notificação de violência interpessoal/autoprovocada. Brasília: Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde; 2014.

Na Etapa Delphi 2, foi reenviado o instrumento com as sugestões apontadas pelos juízes na Etapa Delphi 1 na qual nove juízes responderam ao questionário. Nesta segunda rodada, dez variáveis com 61 itens compuseram o instrumento da ficha de notificação com as sugestões dos juízes, sendo que 39 itens atingiram a Porcentagem de Concordância maior ou igual a 80% e 22 itens tiveram a Porcentagem de Concordância menor que 80%, que foram: “Joelho”, “Coxa”, “Cabeça/Face”, “Mês”, “Ano”, “Fluconazol”, “Cetoconazol”, “Outro”, “Abandonado”, “Enterrado”, “Jogado no Lixo e “Ignorado”. Ao considerar a média simples, cinco variáveis tiveram a média menor de 80%, que foram: “Tempo de lesão do animal”, “Tempo de tratamento do animal”, “Tratamento medicamentoso recebido pelo animal”, “Acesso à rua” e “Destino do animal”, conforme o Quadro 2.

Quadro 2
Variáveis do instrumento de avaliação do conteúdo da ficha de notificação compulsória de esporotricose.

As alterações propostas foram redigidas e o conteúdo da versão final da ficha de notificação para a esporotricose humana, como apresenta o Quadro 3, ficou constituído por sete categorias, sendo estas:

Quadro 3
Ficha de notificação compulsória para esporotricose humana.
  1. 1

    Dados gerais: contém informações da data da notificação, município da notificação, Unidade de Saúde (fonte notificadora) e data dos primeiros sintomas;

  2. 2

    Notificação individual: compreende dados do nome do paciente, data de nascimento, idade, sexo, gestante, raça/cor, escolaridade, entre outros;

  3. 3

    Dados de residência: informações sobre o município de residência, bairro, logradouro, número, entre outros;

  4. 4

    Antecedentes epidemiológicos: compreende a data da investigação, ocupação, se exerce atividade que resulte em contato constante com plantas, história de lesão, trauma, manuseio de plantas ou material orgânico, dentre outros;

  5. 5

    Dados clínicos: descreve os aspectos clínicos da lesão, localização da lesão, ponto de inoculação, presença de comorbidades, data do início do tratamento, tempo de tratamento, dentre outros;

  6. 6

    Hospitalização: informações se ocorreu hospitalização, data da internação, município do hospital, nome do hospital;

  7. 7

    Conclusão: é o encerramento da ficha de notificação, informando se o caso é autóctone do município de residência, qual o município, critério de confirmação/descarte, evolução do caso, data do óbito e data do encerramento.

DISCUSSÃO

Esta pesquisa promoveu a elaboração e a avaliação do conteúdo da ficha de notificação para a esporotricose humana. A análise dos juízes foi fundamental para a avaliação dos dados da ficha de notificação adequada e abrangente em seu conteúdo por meio da técnica Delphi, que tem o objetivo de trazer objetividade aos resultados e por proporcionar a partilha de responsabilidades entre os juízes.1414 Marques JBV, Freitas D. Método DELPHI: caracterização e potencialidades na pesquisa em Educação. Posições. 2018;29(2):389-415.

No processo de avaliação do conteúdo da ficha de notificação, foram incluídas as contribuições dos juízes. A Porcentagem de Concordância global foi satisfatória na primeira e segunda rodadas, além disso, os juízes realizaram sugestões de forma a garantir a construção mais qualificada da ficha de notificação. É importante destacar que a avaliação de conteúdo é um dos métodos mais utilizados para a avaliação de estudos que precisam passar por ajustes até a versão final, sendo um processo importante na elaboração de um material de qualidade.1717 Lima ACMACC, Bezerra KC, Sousa DMN, Rocha JF, Oriá MOB. Construção e Validação de cartilha para prevenção da transmissão vertical do HIV. Acta Paul Enferm. 2017;30(2):181-9. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700028.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-019420170...

Assim, o processo de construção da ficha com atenção às sugestões dos juízes é uma etapa essencial, com um maior rigor científico. A ficha de notificação segue um padrão do Ministério da Saúde, como, por exemplo, as variáveis das categorias dados gerais, notificação individual e dados de residência.

Na avaliação da ficha, foi sugerido, na variável “aspectos clínicos da lesão”, alterar o item “cutânea” para “cutânea disseminada” e retirar os itens “mucosa” e “subcutânea”. Há várias classificações clínicas e utilizou-se a descrição baseada em Freitas,44 Freitas DFS. Avaliação de fatores epidemiológicos, micológicos, clínicos e terapêuticos associados à esporotricose [doutorado]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2014. classificando a doença em linfocutânea, cutânea fixa, cutânea disseminada e extracutânea. A esporotricose apresenta-se sob várias formas clínicas em humanos, que se relacionam diretamente com a via de infecção e o estado imunológico do paciente, afetando ambos os sexos e pode ocorrer em qualquer idade.44 Freitas DFS. Avaliação de fatores epidemiológicos, micológicos, clínicos e terapêuticos associados à esporotricose [doutorado]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2014.

Na variável “Localização da lesão”, foi sugerido incluir o item “cabeça/face” e retirar o item “dorso”. A descrição da localização da lesão é importante, pois a terapia de escolha depende da forma clínica, localização da doença e status clínico do indivíduo.1818 Silva CEF. Esporotricose humana em Pernambuco: apresentação clínica, identificação e sensibilidade das espécies, avaliação dos testes diagnósticos e resposta terapêutica [doutorado]. Recife: Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco; 2018. Estudos relataram que as áreas do corpo menos cobertas são as mais acometidas pelas lesões da esporotricose humana.1919 Caus AL O. Esporotricose no estado do Espírito Santo: um estudo de três décadas [dissertação]. Vitória: Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas, Universidade Federal do Espírito Santo; 2013.

Na variável “ponto de inoculação”, houve a sugestão de inclusão dos itens “cabeça/face”, alterar os itens “tórax anterior” e “tórax posterior” por “tórax” e retirar os itens “dorso” e “ombro”. A principal forma de infecção dos seres humanos ocorre quando há a inoculação traumática de material contaminado pelo fungo em feridas ou cortes na pele, assim como pelo contato direto com feridas dos animais doentes. E a lesão inicial no paciente pode permanecer localizada no ponto de inoculação traumática e até involuir espontaneamente, remanescendo apenas a “cicatriz imunológica”2020 Larsson CE. Esporotricose. Braz J Vet Res Anim Sci. 2011;48(3):250. http://dx.doi.org/10.11606/S1413-95962011000300010.
http://dx.doi.org/10.11606/S1413-9596201...
.

Foi sugerida a inclusão da variável “presença de comorbidades” com os itens “Síndrome de Imunodeficiência Humana, diabetes, etilismo, tratamento imunossupressor e outros”, pois, em pacientes com condições imunossupressoras, podem ocorrer a disseminação e o acometimento extracutâneo e, por vezes, fatal.33 Chakrabarti A, Bonifaz A, Gutierrez-Galhardo MC, Mochizuki T, Li S. Global epidemiology of sporotrichosis. Med Mycol. 2015;53(1):3-14. http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062.
http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062...
,2121 Falcão EMM, de Lima Fo JB, Campos DP, Valle ACFD, Bastos FI, Gutierrez-Galhardo MC et al. Hospitalizations and deaths related to sporotrichosis in Brazil (1992-2015). Cad Saude Publica. 2019;35(4):e00109218. PMid:31066776. Estudo realizado por Bonifaz2222 Bonifaz A, Tirado-Sánchez A. Cutaneous disseminated and extracutaneous sporotrichosis: current status of a complex disease. J Fungi (Basel). 2017;3(1):6. http://dx.doi.org/10.3390/jof3010006. PMid:29371525.
http://dx.doi.org/10.3390/jof3010006...
descreveu que o diabetes descompensado e o alcoolismo são fatores predisponentes para a forma disseminada, pois ocorre uma deterioração imunológica relacionada à resposta celular.2222 Bonifaz A, Tirado-Sánchez A. Cutaneous disseminated and extracutaneous sporotrichosis: current status of a complex disease. J Fungi (Basel). 2017;3(1):6. http://dx.doi.org/10.3390/jof3010006. PMid:29371525.
http://dx.doi.org/10.3390/jof3010006...
Em pacientes infectados pelo HIV ou em imunossupressão, a esporotricose disseminada é uma forma clínica rara, porém grave, e ocorre com contagem de células T CD4 muito baixa e quando há envolvimento visceral de múltiplos órgãos.2323 Moreira JAS, Freitas DFS, Lamas CC. The impact of sporotrichosis in HIV-infected patients: a systematic review. Infection. 2015;43(3):267-76.

Na variável “tratamento medicamentoso recebido”, foi sugerida a alteração do nome da variável para “tratamento”, pois, em alguns casos de esporotricose cutânea, as lesões podem ser tratadas com o uso de termoterapia local, que inviabiliza o crescimento das espécies de fungos não termotolerantes.2424 Rosa CS, Meinerz ARM, Osorio LG, Cleff MB, Meireles MCA. Terapêutica da esporotricose: revisão. Sci Anim Health. 2017;5(3):212-8. Outra sugestão foi a inclusão dos itens “cirúrgico/crioterapia” e “outros”, que é outra opção de tratamento e tem respostas melhores quando utilizada em doentes com resposta mais lenta aos antifúngicos sistêmicos, reduzindo o tempo de tratamento, os efeitos adversos e o custo da terapêutica convencional.2525 Carvalho BW. Avaliação da resposta terapêutica ao iodeto de sódio em cápsulas na esporotricose felina [mestrado]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas; 2016.

Para a variável “presença de animal no domicílio com diagnóstico de esporotricose”, foi sugerido alterar a redação para “tem contato com animal”, pois muitos animais podem ser assintomáticos ou ter lesões cutâneas sem o diagnóstico de esporotricose. Os gatos têm um importante papel epidemiológico na transmissão e propagação da doença e são um fator importante na compreensão da evolução da transmissão de doenças e emergência em áreas urbanas. Características do comportamento desses animais, como escavar e encobrir as dejeções com terra, afiação de unhas em matéria orgânica, mordedura e arranhadura durante disputas territoriais e por fêmeas para acasalamento e contato íntimo para esfregar o rosto nos manipuladores, levam a arranhões e mordidas, que permitem a inoculação traumática do fungo.2626 Almeida AJ, Reis NF, Lourenço CS, Costa NQ, Bernardino MLA, Vieira-da-Motta O. Esporotricose em felinos domésticos (Felis catus domesticus) em Campos dos Goytacazes, RJ. Pesqui Veterinária Bras. 2018;38(7):1438-43.

Sugeriu-se a exclusão das variáveis “tempo de lesão do animal”, “tempo de tratamento do animal” e “tratamento medicamentoso recebido pelo animal”, correspondendo a informações detalhadas da parte animal. Mantiveram-se essas variáveis, pois a esporotricose felina é de difícil e longo período de tratamento e os gatos nem sempre respondem bem à terapêutica utilizada, portanto, a cooperação e persistência do responsável pelo animal são fundamentais para o sucesso do tratamento e o animal deverá ficar em isolamento até a sua cura.2727 Gremiao IDF, Menezes RC, Schubach TMP, Figueiredo ABF, Cavalcanti MCH, Pereira SA. Feline sporotrichosis: epidemiological and clinical aspects. Med Mycol. 2015;53(1):15-21. http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu061. PMid:25477076.
http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu061...

Na variável “acesso à rua”, foi sugerida a substituição dos itens por “domiciliado”, “semidomiciliado” e “acesso irrestrito à rua”, pois o hábito característico da espécie, como de escavar e encobrir as dejeções com terra, caracteriza-se como notável fonte de infecção.2626 Almeida AJ, Reis NF, Lourenço CS, Costa NQ, Bernardino MLA, Vieira-da-Motta O. Esporotricose em felinos domésticos (Felis catus domesticus) em Campos dos Goytacazes, RJ. Pesqui Veterinária Bras. 2018;38(7):1438-43.

Outra sugestão de inclusão foi “destino do animal” com os itens “abandonado”, “enterrado”, “jogado no lixo” e “cremado”. O destino inadequado do animal contribui para maior proliferação do fungo no ambiente. O fungo presente no ambiente habita o solo, vegetais e madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. Os animais, em contato com esse ambiente, contaminam-se e transmitem a doença por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a pele lesionada.2828 Almeida AJ, Reis NF, Lourenço CS, Costa NQ, Bernardino MLA, Vieira-da-Motta O. Esporotricose em felinos domésticos (Felis catus domesticus) em Campos dos Goytacazes, RJ. Pesq Vet Bras. 2018;38(7):1438-43. http://dx.doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-5559.
http://dx.doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-...

A principal fonte de investigação epidemiológica para a VE é por meio da ficha de notificação compulsória. Os serviços de saúde desempenham um papel imprescindível neste contexto, pois é por meio das informações da ficha de notificação que poderão ser tomadas medidas de promoção, proteção e controle.1313 Ministério da Saúde (BR). Guia de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasilia: Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde; 2009 (A. Normas e Manuais Técnicos).

A notificação é obrigatória a todos os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, biomédicos e outros no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos ou privados de saúde e de ensino, e é realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo por meio da ficha de notificação.2929 da Silva MBT. Distribuição sócio-espacial da esporotricose humana de pacientes atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas no período de 1997 a 2007, residentes no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2010.

Uma ficha de notificação específica para o agravo facilita a comunicação da doença ao serviço de saúde e possui campos para preenchimentos essenciais que permitem obter dados que possibilitam a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de transmissão da doença.3030 Portaria n. 204, de 17 de fevereiro de 2016 (BR). Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória dedoenças, agravos e eventos de saúde pública nosserviços de saúde públicos e privados em todo oterritório nacional, nos termos do anexo, e dá outrasprovidências. Diário Oficial da União [periódico na internet]. Brasília (DF), 2016 [citado 9 set 2021]. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/25/Portaria-n---2014-de-17--Fevereiro-2016.pdf
http://portalarquivos2.saude.gov.br/imag...

A principal causa da subnotificação é a falta de capacitação dos profissionais diante dos casos suspeitos. A ausência de dados e informações oficiais dificulta o planejamento de ações de vigilância e o controle desta enfermidade, tanto em humanos quanto nos animais. Como instrumento eficaz de política pública, a notificação insere-se como uma das estratégias primordiais do Ministério da Saúde, contribuindo para a implementação de políticas públicas de vigilância.3030 Portaria n. 204, de 17 de fevereiro de 2016 (BR). Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória dedoenças, agravos e eventos de saúde pública nosserviços de saúde públicos e privados em todo oterritório nacional, nos termos do anexo, e dá outrasprovidências. Diário Oficial da União [periódico na internet]. Brasília (DF), 2016 [citado 9 set 2021]. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/25/Portaria-n---2014-de-17--Fevereiro-2016.pdf
http://portalarquivos2.saude.gov.br/imag...

CONCLUSÃO E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA

Este estudo descreveu a elaboração e avaliação de uma ficha de notificação compulsória para a esporotricose humana. A ficha foi dividida em sete categorias, sendo estas: dados gerais; notificação individual; dados de residência; antecedentes epidemiológicos; dados clínicos; hospitalização e conclusão, contendo 59 variáveis e 151 itens.

Acredita-se que a ficha de notificação será um instrumento de comunicação à VE, fornecendo dados para a orientação técnica para profissionais de saúde, para a recomendação das medidas de controle, promoção das ações, avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas e divulgação de informações pertinentes.

No que tange às implicações para o trabalho da Enfermagem na vigilância em saúde, é importante destacar que a ficha de notificação contribuirá para o planejamento das ações de saúde, a organização e a avaliação do trabalho do enfermeiro, visando ao maior controle da esporotricose na população assistida. Ainda, é importante mencionar que a ficha de notificação elaborada é uma ferramenta no processo de trabalho do enfermeiro com vistas a contribuir na prestação de cuidados aos usuários com esporotricose, uma vez que, identificados, é possível ter um maior controle de sua inserção nos serviços de saúde e, consequentemente, na realização do tratamento e controle dessa enfermidade.

Em relação às implicações para estudos futuros, sugere-se a avaliação, na prática, da ficha de notificação por meio da implantação nos serviços de saúde e de VE.

No que se refere às limitações do estudo, aponta-se o reduzido número de participantes com experiência clínica e conhecimento teórico no assunto.

AGRADECIMENTOS

Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica, Espírito Santo, como instituição coparticipante.

  • a
    Artigo extraído da dissertação de Mestrado intitulada Esporotricose Humana: uma série de casos em um município do estado do Espírito Santo, de autoria de Marieli Thomazini Piske Garcia, orientada pela Profa. Dra. Franciéle Marabotti Costa Leite. Programa de Pós-Graduação em Mestrado Profissional em Enfermagem. Universidade Federal do Espírito Santo. Ano de defesa 2021.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Almeida-Paes R, Oliveira MME, Freitas DFS, Valle ACF, Gutierrez-Galhardo MC, Zancopé-Oliveira RM. Refractory sporotrichosis due to Sporothrix brasiliensis in humans appears to be unrelated to in vivo resistance. Med Mycol. 2017;55(5):507-17.
  • 2
    Barros MBL, Schubach AO, do Valle ACF, Gutierrez Galhardo MC, Conceição-Silva F, Schubach TMP, et al. Cat-transmitted sporotrichosis epidemic in Rio de Janeiro, Brazil: description of a series of cases. Clin Infect Dis Off Publ Infect Dis Soc Am. 2004;38(4):529-35.
  • 3
    Chakrabarti A, Bonifaz A, Gutierrez-Galhardo MC, Mochizuki T, Li S. Global epidemiology of sporotrichosis. Med Mycol. 2015;53(1):3-14. http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062
    » http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu062
  • 4
    Freitas DFS. Avaliação de fatores epidemiológicos, micológicos, clínicos e terapêuticos associados à esporotricose [doutorado]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2014.
  • 5
    Barros MBL, Schubach TP, Coll JO, Gremião ID, Wanke B, Schubach A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Rev Panam Salud Publica. 2010;27(6):455-60. PMid:20721446.
  • 6
    Rossi CN, Odaguiri J, Larsson CE. Clinical and epidemiological characterization of sporotrichosis in dogs and cats (São Paulo, Brazil). Semina: Ciênc Agrár. 2013;34(6):3889-96.
  • 7
    Marques GF, Martins ALGP, Sousa JMP, Brandão LSG, Wachholz PA, Masuda PY. Characterization of sporotrichosis cases treated in a dermatologic teaching unit in the state of São Paulo - Brazil, 2003-2013. An Bras Dermatol. 2015;90(2):273-5.
  • 8
    Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (RJ). Vigilância e Cenário epidemiológico: esporotricose no estado do RJ. Período de 2015 a 2018. Rio de Janeiro: Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses; 2018.
  • 9
    Santos AF, Rocha BD, Valgas e Bastos C, Oliveira CSF, Soares DFM. Guia prático para enfrentamento da esporotricose felina em Minas Gerais. Rev V&Z Em Minas; 2018;38(137):16-27.
  • 10
    Caus ALO, Zanotti RL, Faccini-Martínez ÁA, Paterlini GV, Falqueto A. Epidemiological and clinical aspects of sporotrichosis in Espírito Santo State, Southeast Brazil: a study of three decades (1982-2012). Am J Trop Med Hyg. 2019;100(3):706-13.
  • 11
    Portaria n. 264, de 17 de fevereiro de 2020 (BR). Altera a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir a doença de Chagas crônica, na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. Diário Oficial da União. Brasília (DF), 2020.
  • 12
    Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Notificação Individual [Internet]. Brasília: SINAN; 2020 [citado 31 jan 2021]. Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/notificacoes#:~:text=A%20Ficha%20Individual%20de%20Notifica%C3%A7%C3%A3o,interesse%20nacional%2C%20estadual%20ou%20municipal
    » http://portalsinan.saude.gov.br/notificacoes#:~:text=A%20Ficha%20Individual%20de%20Notifica%C3%A7%C3%A3o,interesse%20nacional%2C%20estadual%20ou%20municipal
  • 13
    Ministério da Saúde (BR). Guia de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasilia: Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde; 2009 (A. Normas e Manuais Técnicos).
  • 14
    Marques JBV, Freitas D. Método DELPHI: caracterização e potencialidades na pesquisa em Educação. Posições. 2018;29(2):389-415.
  • 15
    Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(7):3061-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
  • 16
    Ministério da Saúde (BR). Instrutivo para preenchimento da ficha de notificação de violência interpessoal/autoprovocada. Brasília: Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde; 2014.
  • 17
    Lima ACMACC, Bezerra KC, Sousa DMN, Rocha JF, Oriá MOB. Construção e Validação de cartilha para prevenção da transmissão vertical do HIV. Acta Paul Enferm. 2017;30(2):181-9. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700028
    » http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201700028
  • 18
    Silva CEF. Esporotricose humana em Pernambuco: apresentação clínica, identificação e sensibilidade das espécies, avaliação dos testes diagnósticos e resposta terapêutica [doutorado]. Recife: Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco; 2018.
  • 19
    Caus AL O. Esporotricose no estado do Espírito Santo: um estudo de três décadas [dissertação]. Vitória: Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas, Universidade Federal do Espírito Santo; 2013.
  • 20
    Larsson CE. Esporotricose. Braz J Vet Res Anim Sci. 2011;48(3):250. http://dx.doi.org/10.11606/S1413-95962011000300010
    » http://dx.doi.org/10.11606/S1413-95962011000300010
  • 21
    Falcão EMM, de Lima Fo JB, Campos DP, Valle ACFD, Bastos FI, Gutierrez-Galhardo MC et al. Hospitalizations and deaths related to sporotrichosis in Brazil (1992-2015). Cad Saude Publica. 2019;35(4):e00109218. PMid:31066776.
  • 22
    Bonifaz A, Tirado-Sánchez A. Cutaneous disseminated and extracutaneous sporotrichosis: current status of a complex disease. J Fungi (Basel). 2017;3(1):6. http://dx.doi.org/10.3390/jof3010006 PMid:29371525.
    » http://dx.doi.org/10.3390/jof3010006
  • 23
    Moreira JAS, Freitas DFS, Lamas CC. The impact of sporotrichosis in HIV-infected patients: a systematic review. Infection. 2015;43(3):267-76.
  • 24
    Rosa CS, Meinerz ARM, Osorio LG, Cleff MB, Meireles MCA. Terapêutica da esporotricose: revisão. Sci Anim Health. 2017;5(3):212-8.
  • 25
    Carvalho BW. Avaliação da resposta terapêutica ao iodeto de sódio em cápsulas na esporotricose felina [mestrado]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas; 2016.
  • 26
    Almeida AJ, Reis NF, Lourenço CS, Costa NQ, Bernardino MLA, Vieira-da-Motta O. Esporotricose em felinos domésticos (Felis catus domesticus) em Campos dos Goytacazes, RJ. Pesqui Veterinária Bras. 2018;38(7):1438-43.
  • 27
    Gremiao IDF, Menezes RC, Schubach TMP, Figueiredo ABF, Cavalcanti MCH, Pereira SA. Feline sporotrichosis: epidemiological and clinical aspects. Med Mycol. 2015;53(1):15-21. http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu061 PMid:25477076.
    » http://dx.doi.org/10.1093/mmy/myu061
  • 28
    Almeida AJ, Reis NF, Lourenço CS, Costa NQ, Bernardino MLA, Vieira-da-Motta O. Esporotricose em felinos domésticos (Felis catus domesticus) em Campos dos Goytacazes, RJ. Pesq Vet Bras. 2018;38(7):1438-43. http://dx.doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-5559
    » http://dx.doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-5559
  • 29
    da Silva MBT. Distribuição sócio-espacial da esporotricose humana de pacientes atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas no período de 1997 a 2007, residentes no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2010.
  • 30
    Portaria n. 204, de 17 de fevereiro de 2016 (BR). Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória dedoenças, agravos e eventos de saúde pública nosserviços de saúde públicos e privados em todo oterritório nacional, nos termos do anexo, e dá outrasprovidências. Diário Oficial da União [periódico na internet]. Brasília (DF), 2016 [citado 9 set 2021]. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/25/Portaria-n---2014-de-17--Fevereiro-2016.pdf
    » http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/25/Portaria-n---2014-de-17--Fevereiro-2016.pdf

Editado por

EDITOR ASSOCIADO

EDITOR CIENTÍFICO

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    21 Set 2021
  • Aceito
    06 Dez 2021
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rua Afonso Cavalcanti, 275, Cidade Nova, 20211-110 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil, Tel: +55 21 3398-0952 e 3398-0941 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: annaneryrevista@gmail.com