RESUMO:
Objetivo:
Classificar os medicamentos usados durante o parto quanto aos riscos na amamentação, utilizando diferentes fontes e verificando suas discordâncias.
Métodos:
Estudo transversal inserido na coorte de nascimentos de Pelotas de 2015. Coletaram-se informações sobre o uso de medicamentos, classificando-os quanto ao risco de acordo com: manual do Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial da Saúde (OMS), classificação de Newton e Hale e Academia Americana de Pediatria (AAP).
Resultados:
Participaram 1.409 mães, utilizando 14.673 medicamentos, sendo 143 fármacos diferentes, dos quais 28 tiveram classificação de risco na amamentação discordante. Entre aqueles com classificação discordante estão morfina (64%), classificada pela AAP e OMS como compatível e pelo MS e por Newton e Hale como criterioso; hioscina (23%), criterioso pelo MS e compatível (A) pela AAP; e metoclopramida (18%), compatível pelo MS, de efeitos desconhecidos (D) pela AAP e evitado de acordo com a OMS. Do total de medicamentos, 49,7% foi classificado como compatível com a amamentação. Quase a totalidade das mulheres utilizou ocitocina (97,4%), seguida de lidocaína (75%), cetoprofeno (69%), cefalotina (66%) e diclofenaco (65%), classificados como compatíveis.
Conclusão:
Houve amplo uso de medicamentos pelas mães durante a internação para o parto, a maioria deles classificada no mesmo grau de risco, e quase a metade classificada como compatível com a amamentação, porém houve discordância entre as fontes para 19,6% dos medicamentos analisados, o que pode colocar em risco a saúde do lactente ou deixar dúvida quanto ao uso do medicamento ou à prática da amamentação.
Palavras-chave:
Aleitamento materno; Medicamento; Efeitos adversos; Lactação; Uso de medicamentos
ABSTRACT:
Objective:
To classify the drugs used during childbirth in relation to risks in breastfeeding, by using different sources of information and determining their disagreements.
Methods:
Cross-sectional study, within the 2015 Pelotas Birth Cohort. Information about the use of drugs was collected, classified and compared regarding risk according to: 1) Brazil Ministry of Health Manual (MS), 2) World Organization (WHO), 3) Newton and Hale’s classification and 4) American Academy of Pediatrics (AAP).
Results:
A total of 1,409 mothers participated, and they had used 14,673 medicines, with 143 different drugs, of which 28 showed discordant classification with regard to breastfeeding risk. These 28 drugs included the following: morphine (64%), classified by AAP and WHO as compatible and as judicious use use by MS and Newton and Hale; hyoscine (23%), classified as judicious use by MS and compatible (A) by AAP; and metoclopramide (18%), classified as compatible by MS, of effects unknown (D) by AAP, and should be avoided according to WHO. Of the total drugs, 49.7% were classified as compatible during breastfeeding. Almost all women used oxytocin (97.4%), followed by lidocaine (75%), ketoprofen (69%), cephalothin (66%) and diclofenac (65%), which were classified as compatible.
Conclusion:
There was extensive use of drugs by mothers in labor during admission, most of the drugs being classified at the same risk and almost half classified as compatible with breastfeeding. However, there was disagreement between the sources for 19.6% of the drugs analyzed, which could endanger the infant’s health or leave doubts about the use of the drug or breastfeeding.
Keywords:
Breastfeeding; Pharmaceutical preparations; Adverse drug reactions; Lactation; Drug utilization
INTRODUÇÃO
O uso de medicamentos no pós-parto imediato é altamente prevalente, podendo chegar a quase a totalidade das puérperas11. Lamounier JA, Cabral CM, Oliveira BC, Oliveira AB, Oliveira Jr. AM, Silva APA. O uso de medicamentos em puérpuras interfere nas recomendações quanto ao aleitamento materno? J Pediatria 2002; 77(1): 57-61., fato relevante, pois pode ser motivo para a não amamentação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno até pelo menos os 2 anos de vida e de forma exclusiva até o sexto mês22. World Health Organization. Report of the expert consultation on the optimal duration of exclusive breastfeeding [Internet]. Genebra: World Health Organization; 2001 [acessado em 6 mar. 2019]. Disponível em: Disponível em: https://www.who.int/nutrition/publications/infantfeeding/WHO_NHD_01.09/en/
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, pois a amamentação está relacionada com várias vantagens nutricionais, imunológicas, cognitivas, psicoafetivas, econômicas e sociais33. Chaves RG, Lamounier JA, César CC. Medicamentos e amamentação: atualização e revisão aplicadas à clínica materno-infantil. Rev Paul Pediatr 2007; 25(3): 276-88. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822007000300014
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, porém o tempo de amamentação no Brasil e em vários outros países continua abaixo dessa recomendação44. Passanha A, Benício MHDA, Venâncio SI, Reis MCG. Influence of the support offered to breastfeeding by maternity hospitals. Rev Saúde Pública 2015; 49: 85.. Segundo Victora et al.55. Victora CG, Bahl R, Barros AJ, França GV, Horton S, Krasevec J, et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet 2016; 387(10017): 475-90. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(15)01024-7
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, se a amamentação fosse ampliada a nível quase universal, poderia prevenir 823 mil mortes de crianças menores de 5 anos a cada ano e 20 mil mortes por câncer de mama, tendo como benefício adicional a economia de 300 bilhões de dólares.
Deve-se ter cautela na tomada de decisão sobre se o medicamento é seguro, avaliando o risco para o bebê e o benefício para a mãe66. Ponti M, Stewart K, Amir LH, Hussainy SY. Medicine use and safety while breastfeeding: investigating the perspectives of community pharmacists in Australia. Aust J Prim Health 2015; 21(1): 46-57. https://doi.org/10.1071/PY13012
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. A biodisponibilidade oral dos medicamentos no trato gastrointestinal dos lactentes também precisa ser considerada, visto que muitos medicamentos não são absorvidos pelo seu sistema gastrointestinal. Maior quantidade de medicamentos pode ser transferida para o leite materno na fase colostral, contudo apenas doses mínimas são transferidas para o lactente, em razão do volume limitado de colostro. Por outro lado, com o leite maduro, tem-se volume maior, mas menos medicamentos são transferidos para o leite materno por causa do estreito contato das junções entre as células77. Rowe H, Baker T, Hale TW. Maternal medication, drug use, and breastfeeding. Pediatr Clin North Am 2013; 60(1): 275-94. https://doi.org/10.1016/j.pcl.2012.10.009
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. As características relacionadas ao fármaco, como peso molecular, lipossolubilidade, ligação às proteínas plasmáticas e meia-vida, também são muito importantes para determinar a quantidade que chega ao leite materno33. Chaves RG, Lamounier JA, César CC. Medicamentos e amamentação: atualização e revisão aplicadas à clínica materno-infantil. Rev Paul Pediatr 2007; 25(3): 276-88. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822007000300014
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.
Sabe-se que o uso de medicamentos pelas mães pode influenciar o sucesso da amamentação. Estudos sugerem que mais de 50% das mulheres no período pós-parto precisam usar pelo menos um medicamento88. Saha MR, Ryan K, Amir LH. Postpartum women’s use of medicines and breastfeeding practices: a systematic review. Int Breastfeed J 2015; 10: 28. https://doi.org/10.1186/s13006-015-0053-6
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. Levando em conta o fato de que essas mulheres podem interromper a amamentação ou não aderir ao tratamento por receio de expor o bebê ao fármaco por meio do leite materno99. Ito S, Lee A. Drug excretion into breast milk - overview. Adv Drug Deliv Rev 2003; 55(5): 617-27. https://doi.org/10.1016/s0169-409x(03)00034-6
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, avalia-se como de suma importância entender os riscos dos medicamentos para a mãe e para o bebê, assim como conhecer as classificações de risco existentes.
As principais classificações de risco dos medicamentos na amamentação, e também as mais citadas, são as estabelecidas pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS)1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010., pela Academia Americana de Pediatria (AAP)1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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, pela OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. e por Newton e Hale1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
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. Elas contemplam informações sobre fármacos e aleitamento, orientando os profissionais de saúde quanto ao uso de medicamentos nessa fase da vida das mulheres1414. Costa JM RL, Rocha LM, Santos CM, Abelha LL, Almeida KCA. Análise das prescrições medicamentosas em uma maternidade de Belo Horizonte e classificação de riscos na gestação e amamentação. Rev Bras Farm Hosp Serv Saúde 2012; 3(1): 32-6., no entanto essas publicações devem ser constantemente atualizadas para proporcionar maior segurança aos profissionais de saúde que prestam assistência à lactante, pois medicamentos surgem a cada dia no mercado e ainda, em algumas situações, as informações são controversas.
O objetivo do presente trabalho foi classificar os medicamentos usados durante a internação para o parto por mulheres participantes da coorte de nascimentos de Pelotas de 2015, quanto ao risco na amamentação, mediante diferentes fontes de informação, verificando as discordâncias entre elas e descrevendo as possíveis interferências na amamentação ou na saúde do bebê.
MÉTODOS
Estudo transversal realizado de junho a outubro de 2015, inserido no acompanhamento perinatal da coorte de nascimentos de Pelotas de 2015. Mais detalhes sobre a coorte de 2015 podem ser encontrados no artigo metodológico1515. Hallal PC, Bertoldi AD, Domingues MR, Silveira MFD, Demarco FF, da Silva ICM, et al. Cohort Profile: The 2015 Pelotas (Brazil) Birth Cohort Study. Int J Epidemiol 2018; 47(4): 1048-1048h. https://doi.org/10.1093/ije/dyx219
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.
Diariamente, entrevistadoras treinadas fizeram a coleta dos dados por meio dos prontuários das mães, após a alta hospitalar, referentes à prescrição e ao uso de medicamentos durante todo o período de internação para o parto. Também foram coletadas as informações: hospital de internação; tipo de anestesia (raquianestesia; peridural; tópica; geral; nenhuma); e tipo de parto (vaginal ou cesariano).
Os dados sociodemográficos das mães foram obtidos em entrevista logo após o parto, ainda no hospital, por entrevistadoras treinadas. Analisaram-se as variáveis: idade (categorizada em: 13-19, 20-30 e 31-45 anos completos), classificação econômica, conforme a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa1616. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas. Critério 2015 [Internet]. Brasil: Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas; [acessado 6 mar. 2019]. Disponível em: Disponível em: http://www.abep.org/
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(A, B, C e D/E), cor da pele autorreferida (branca, preta e parda) e escolaridade (categorizada em: 0-4, 5-8, 9-11 e 12 anos ou mais de estudo).
Os medicamentos utilizados pelas mães foram classificados quanto ao risco para a amamentação de acordo com o manual do MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010., a OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p., a classificação de Newton e Hale1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
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e a AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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. Essas classificações colocam os medicamentos em categorias de risco para uso na lactação pelos efeitos indesejados no lactente ou na produção láctea.
A classificação de Newton e Hale considera as categorias:
-
nível 1 (L1): compatíveis;
-
nível 2 (L2): provavelmente compatíveis;
-
nível 3 (L3): possivelmente compatíveis;
-
nível 4 (L4): possivelmente perigosos;
-
nível 5 (L5): contraindicados1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/... .
O manual do MS utiliza as cores verde, vermelho e amarelo para a classificação dos medicamentos, que indicam, respectivamente, uso compatível com a amamentação, uso contraindicado e não possuem informações seguras sobre seu uso durante a amamentação (criterioso)1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. A AAP classifica os medicamentos em:
-
Grupo A: compatível;
-
Grupo B: criterioso;
-
Grupo C: contraindicado;
-
Grupo D: efeitos desconhecidos nos lactentes, mas requerem cuidado1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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A OMS classifica os medicamentos como uso compatível, uso criterioso e evitáveis durante a amamentação1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002..
Levando em conta que cada fonte utiliza critérios diferentes para classificar os medicamentos, os autores consideraram concordantes para fim de comparação entre as classificações:
-
categoria compatível com a amamentação: L1 e L2 (Newton e Hale), A (AAP), compatível (OMS e MS);
-
categoria uso criterioso: L3 (Newton e Hale), B e D (AAP), criterioso (OMS e MS);
-
categoria contraindicado: L4 e L5 (Newton e Hale), C (AAP), evitável na amamentação (OMS), contraindicado (MS).
As informações foram digitadas em tablet e transferidas para o computador, sendo os dados analisados no pacote estatístico Stata versão 12.0 (StataCorp., College Station, TX, Estados Unidos). Foi realizada análise descritiva. Em primeiro lugar, a prevalência de medicamentos em cada classe de risco (compatível, criterioso, contraindicado) foi detalhada. Depois, foram calculadas as frequências absolutas e relativas de cada medicamento utilizado. Para as variáveis contínuas se calcularam a média e o desvio padrão (DP), ou mediana e intervalo interquartil (IQR), quando a distribuição não foi normal. Para as variáveis categóricas, foi calculada a proporção de cada categoria da variável. Também se calcularam a proporção de medicamentos com classificação concordante em cada categoria de risco e a proporção total com seus intervalos de confiança de 95%, para os medicamentos concordantes e discordantes.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, sob número do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) 26746414.5.0000.5313.
RESULTADOS
Participaram do estudo 1.409 mulheres, com média de idade de 27 anos (DP = 7, mínimo = 13 e máximo = 45 anos). Delas, 70,3% tinham cor da pele branca, 15,4% preta e 14,3% parda. A maioria (48,7%) pertencia à classe econômica C, e 33,9% tinha entre 9 e 11 anos de escolaridade.
O parto cesariano foi o mais frequente, assim como a raquianestesia, ambos com 67% cada um. A descrição detalhada das características sociodemográficas e de internação da subamostra estudada pode ser encontrada em trabalho anterior1818. Silveira MPT, Miranda VIA, Silveira MF, Pizzol TSD, Mengue SS, Bertoldi AD. Drug use in delivery hospitalization: Pelotas births cohort, 2015. Rev Saúde Pública 2019; 53. http://dx.doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053000913
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. Após análise (não mostrada nos resultados, pois foi realizada somente para fins comparativos), evidenciou-se que as mães participantes deste subestudo são semelhantes às demais da coorte no que se refere às características sociodemográficas.
A mediana de medicamentos utilizados pelas mães foi 6 (intervalo interquartil - IQR25-75 3 - 9), sendo 14.673 o número total de medicamentos. O total de fármacos diferentes utilizados foi 143. Na Tabela 1 estão apresentadas as porcentagens dos medicamentos usados considerados compatíveis, criteriosos ou contraindicados em cada uma das classificações empregadas. O número de medicamentos possíveis de serem classificados foi diferente entre as fontes, pois estas não continham todos os medicamentos utilizados. Pelo manual do MS foi possível classificar 112 (78,3%) medicamentos; pela classificação de Newton e Hale, 38 (26,6%); 49 (34,3%) pela AAP; e 65 (45,5%) pela OMS. Entre os medicamentos utilizados, 71 (49,7%; IC95% 41,2 - 58,1) foram considerados compatíveis independentemente da fonte de classificação. Apenas dois (1,4%) foram vistos como contraindicados de acordo com o MS e com Newton e Hale. A OMS foi a classificação que enquadrou mais medicamentos estudados na categoria evitáveis na amamentação, apontados pelos autores como contraindicados (n = 9 / 6,3%).
Haja vista a concordância entre pelos menos duas classificações, do total de medicamentos utilizados (n = 143), 49,7% (71; IC95% 41,2 - 58,1), foi classificado como compatível, podendo ser administrado durante a amamentação. Por outro lado, 11,9% (17; IC95% 7,1 - 18,4) foi classificado como de uso criterioso, e 1,4% (2; IC95% 0,7 - 5,0) contraindicado. Encontraram-se discordâncias para 28 (19,6%; IC95% 13,4 - 27,0) medicamentos, e de 25 (17,5%; IC95% 11,6 - 24,7) não havia informações.
O Quadro 1 traz os medicamentos mais utilizados no período de internação para o parto (frequência superior a 10%) que não apresentam discordâncias entre as classificações estudadas. Entre eles, estão ocitocina (n = 1.372/97,4%), que é compatível com a amamentação quando usada por curto período de tempo. Seu uso prolongado deve ser evitado, já que pode causar dependência materna1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002.. Na sequência, vêm lidocaína (n = 1.058; 75%), paracetamol (n = 767; 54,4%), dipirona (n = 730; 51,8%), ondansetrona (n = 512; 36,3%), bupivacaína (n = 374; 26,5%) e fentanil (n = 156; 11,1%).
Por outro lado, os medicamentos mais empregados que exibiram discordâncias entre as classificações foram a morfina (n = 905) - classificada pelo MS como de uso criterioso, por Newton e Hale como possivelmente compatível (L3) e pela AAP e OMS como compatível - , seguida da hioscina (n = 324), classificada pelo MS como criterioso e pela AAP como compatível, e da metoclopramida (n = 256), que o MS considera compatível, a AAP classifica como de efeitos desconhecidos e a OMS recomenda evitar na amamentação. O metronidazol e o haloperidol são considerados compatíveis com a amamentação de acordo com o MS e a OMS recomenda evitá-los, mas foram utilizados por 1,6 e 0,1% das mães desta pesquisa, respectivamente. A ciprofloxacina foi classificada como compatível pela AAP, como possivelmente compatível por Newton e Hale, como de uso criterioso pelo MS e evitável na amamentação pela OMS (Quadro 2).
DISCUSSÃO
Este estudo objetivou classificar os medicamentos usados durante a internação para o parto quanto aos riscos na amamentação, utilizando quatro fontes e verificando a concordância entre elas. Do total de medicamentos utilizados, praticamente a metade foi considerada compatível com a amamentação, enquanto 6% foi contraindicado. Para um quinto dos medicamentos encontramos discordâncias entre as classificações.
Podemos destacar como limitação deste estudo a dificuldade de conciliar, na mesma categoria de risco, medicamentos classificados por diferentes fontes, pois recorrem a nomenclaturas diferentes para estabelecer os riscos, o que levou os autores a realizar uma reclassificação, para tentar encontrar concordâncias e divergências no que se refere ao risco do medicamento no momento da amamentação. Essa falta de padronização e a discordância entre as classificações podem gerar insegurança nos profissionais de saúde, ocasionando, muitas vezes, dúvida sobre se o medicamento é compatível ou não com a amamentação, o que pode levar à descontinuação desta ou do medicamento que seria necessário.
Os principais fatores que podem explicar essas discordâncias são:
-
o uso de critérios de risco e classificações diferentes entre as fontes;
-
o tipo de evidência utilizado pelas fontes para fundamentar suas recomendações;
-
a atualização de cada fonte (edição).
No estudo de Long e Montouris1919. Long L, Montouris G. Knowledge of women’s issues and epilepsy (KOWIE-II): a survey of health care professionals. Epilepsy Behav 2005; 6(1): 90-3. https://doi.org/10.1016/j.yebeh.2004.11.006
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com base nas respostas de questionários aplicados a 202 profissionais que participaram da reunião anual do American College of Physicians em 2003, em que 92% desses indivíduos eram médicos, foi relatado que mais de 50% destes não têm o conhecimento de que a maioria dos medicamentos anticonvulsivantes é segura quando administrada durante a amamentação. Portanto, a constante atualização sobre segurança dos medicamentos é fundamental para evitar a interrupção da amamentação. Os médicos devem optar por prescrever medicamentos já estudados quanto à sua segurança na amamentação11. Lamounier JA, Cabral CM, Oliveira BC, Oliveira AB, Oliveira Jr. AM, Silva APA. O uso de medicamentos em puérpuras interfere nas recomendações quanto ao aleitamento materno? J Pediatria 2002; 77(1): 57-61..
No que se refere à escolha das fontes utilizadas, o uso da classificação da OMS deu-se pelo fato de esta ser mundialmente conhecida e o do MS por o estudo ter sido realizado neste país. As outras duas foram as mais citadas em artigos científicos - a da AAP foi a que mais encontramos em citações. A classificação da Food and Drug Administration (FDA) não foi apontada aqui, pois em junho de 2015 entrou em vigor uma nova classificação da FDA, Pregnancy and Lactation Labeling Rule, para uso de medicamentos na gravidez e lactação. Assim sendo, tendo em vista que estava sendo incorporada recentemente e que não nos permitia compará-la com as demais classificações que já estavam sendo analisadas no estudo, optamos por não utilizá-la, pois não coloca os medicamentos em categorias de risco, e sim expõe os riscos para o lactente ou para a produção de leite.
Das quatro classificações estudadas, a que contemplou maior número de medicamentos foi a do MS (n = 112), seguida da classificação da OMS (n = 65). As classificações de Newton e Hale e da AAP apresentaram número reduzido de medicamentos (38 e 49, respectivamente). Olhando em termos de recomendação de uso durante a amamentação, a classificação da OMS é a que tem o maior número de medicamentos contraindicados, parecendo ser a classificação mais rigorosa.
Em relação à nomenclatura empregada pelas classificações apontadas, todas, com exceção a de Newton e Hale, são bem claras e objetivas. No caso da de Newton e Hale, foi difícil caracterizar a diferença entre L2 (provavelmente compatível) e L3 (possivelmente compatível). Assim sendo, com a finalidade de poder comparar as classificações e pensando na maior segurança para o lactente, optamos por agrupar L2 e L1 (compatível). L3 foi considerado criterioso a exemplo das demais classificações, e L4 (possivelmente perigoso) , agrupado com L5 (contraindicado).
Na discussão dos resultados, foi dada ênfase para os medicamentos que apresentaram discordâncias nas classificações estudadas e/ou cujos efeitos foram considerados importantes. Os medicamentos cujas discordâncias foram maiores e tiveram maior prevalência de uso foram morfina, hioscina, metoclopramida, prometazina, iodopovidona, atropina e efedrina.
O analgésico narcótico morfina (n = 905) é excretado em baixas concentrações no leite materno2020. Bar-Oz B, Bulkowstein M, Benyamini L, Greenberg R, Soriano I, Zimmerman D, et al. Use of antibiotic and analgesic drugs during lactation. Drug Saf 2003; 26(13): 925-35. https://doi.org/10.2165/00002018-200326130-00002
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,2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001.. A OMS e a AAP consideram seu uso compatível com a amamentação1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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,1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p.,1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002.. Já o MS88. Saha MR, Ryan K, Amir LH. Postpartum women’s use of medicines and breastfeeding practices: a systematic review. Int Breastfeed J 2015; 10: 28. https://doi.org/10.1186/s13006-015-0053-6
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e Newton e Hale1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
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o consideram de uso criterioso. Apesar de a AAP classificar esse fármaco como seguro, recomenda que seu valor sérico seja mensurado nos bebês1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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, procedimento que na prática clínica é difícil de ser realizado2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001.. A morfina pode causar efeitos significativos na sucção dos lactentes, apneia, bradicardia, cianose1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
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,1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002. e sedação1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. O tratamento prolongado, em altas doses, pode aumentar sua concentração plasmática, estando presente no leite materno, e deve ser avaliado o risco-benefício da amamentação1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
https://doi.org/https://doi.org/10.1097/...
,1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002.,2222. Spigset O. Anaesthetic agents and excretion in breast milk. Acta Anaesthesiol Scand 1994; 38(2): 94-103. https://doi.org/10.1111/j.1399-6576.1994.tb03848.x
https://doi.org/https://doi.org/10.1111/...
. O MS recomenda, quando há dependência materna por opioides, suspender a amamentação1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010..
A hioscina (n = 324) é classificada como de uso criterioso pelo MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010. e compatível com a amamentação pela AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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. Apesar de os neonatos serem sensíveis a efeitos anticolinérgicos2222. Spigset O. Anaesthetic agents and excretion in breast milk. Acta Anaesthesiol Scand 1994; 38(2): 94-103. https://doi.org/10.1111/j.1399-6576.1994.tb03848.x
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, a AAP considera a hioscina segura, talvez pelo fato de ela ser excretada no leite materno em quantidades insignificantes, não sendo reportados efeitos secundários nos lactentes1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.,2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001..
A metoclopramida (n = 256) é classificada como compatível com a amamentação de acordo com o MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010., a OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. contraindica o seu uso, e a AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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classifica-a como de uso criterioso. Ela é excretada no leite materno, ocorrendo seu acúmulo após doses repetidas. Esse fármaco estimula a liberação de prolactina em mulheres com produção de leite diminuída ou inadequada1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.,1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002.,2323. Hagemann TM. Gastrointestinal medications and breastfeeding. J Hum Lact 1998; 14(3): 259-62. https://doi.org/10.1177/089033449801400321
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. O MS considera o medicamento compatível quando usado por curto período. Quando utilizado por mais de quatro semanas, foram descritas agitação, sedação e manifestações extrapiramidais na nutriz1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010., e nos lactentes podem ocorrer problemas no desenvolvimento neural1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002. e sintomas de desconforto gastrointestinal2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001.. A metoclopramida aparentemente não apresenta risco para o lactente com o uso de doses maternas de até 45 mg por dia2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001..
A prometazina (n = 189) é considerada pela OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. e pelo MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010. compatível com a amamentação quando administrada em dose única, mas Newton e Hale1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
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consideram-na de uso criterioso. Quando utilizadas doses repetitivas, devem-se monitorar alguns efeitos adversos, como sonolência1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.,1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002., boca seca, sintomas extrapiramidais e risco de apneia1313. Newton ER, Hale TW. Drugs in Breast Milk. Clinical Obstetrics and Gynecology 2015; 58(4): 868-84. https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000142
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nos lactentes. Já na lactante, é possível que o fluxo do leite seja reduzido1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010..
Quanto à iodopovidona (n = 153), devem-se evitar aplicações tópicas repetitivas da solução, pois pode ser absorvida e concentrar-se no leite materno, atingindo nível tóxico no lactente. Portanto, não é recomendado seu uso crônico e recomenda-se monitorar a função tireoidiana do bebê1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. A AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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considera a substância compatível com a amamentação; o MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010., de uso criterioso; e a OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. contraindica seu uso. Aconselha-se monitorar os lactentes para hipotireoidismo1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002., pois foi observado que os recém-nascidos alimentados com leite materno de mães que fizeram uso desse medicamento tiveram aumento de 25 a 30 vezes na taxa de hipotireoidismo congênito em comparação com bebês alimentados com mamadeira2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001.. O MS relata que podem ocorrer aumento do nível de iodo no leite materno e, consequentemente, alteração da concentração neonatal do hormônio estimulante da tireoide1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.,2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001.. Esse aumento do nível do iodo no leite materno causa odor forte na pele do bebê1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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,2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001..
Atropina (n = 129) é classificada como compatível pela OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. e pela AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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e de uso criterioso pelo MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. É excretada no leite materno em pequena quantidade, sendo o pico de concentração plasmática em uma hora1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. Quando utilizada em doses elevadas, pode causar diminuição da lactação. Apesar de neonatos serem suscetíveis a efeitos anticolinérgicos, a AAP e a OMS consideram esse fármaco seguro2222. Spigset O. Anaesthetic agents and excretion in breast milk. Acta Anaesthesiol Scand 1994; 38(2): 94-103. https://doi.org/10.1111/j.1399-6576.1994.tb03848.x
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.
A efedrina (n = 103) é classificada como compatível durante a lactação pela OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. e AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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e de uso criterioso de acordo com o MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. Há recomendação de monitorar irritabilidade e sono perturbado nos lactentes1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.,1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002., efeitos que se resolvem espontaneamente 12 horas após a suspensão da amamentação2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001.. Nas mães, deve-se monitorar a diminuição da produção de leite1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010..
A metilergometrina (n = 89) é classificada como compatível com a amamentação de acordo com a OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. e de uso criterioso pelo MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. Ela é excretada no leite materno, podendo causar ergotismo2424. Wells RE, Turner DP, Lee M, Bishop L, Strauss L. Managing Migraine During Pregnancy and Lactation. Curr Neurol Neurosci Rep 2016; 16(4): 40. https://doi.org/10.1007/s11910-016-0634-9
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, vômitos, diarreias e convulsões no bebê2525. Rozas A. Medicamentos na gravidez e lactação. Rev Fac Ciênc Méd Sorocaba 2004; 6(1): 38-43., e na mãe pode ocorrer inibição da lactação e da prolactina1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002.,2424. Wells RE, Turner DP, Lee M, Bishop L, Strauss L. Managing Migraine During Pregnancy and Lactation. Curr Neurol Neurosci Rep 2016; 16(4): 40. https://doi.org/10.1007/s11910-016-0634-9
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. Na vigência do uso desse fármaco, o crescimento do lactente deve ser rigorosamente acompanhado33. Chaves RG, Lamounier JA, César CC. Medicamentos e amamentação: atualização e revisão aplicadas à clínica materno-infantil. Rev Paul Pediatr 2007; 25(3): 276-88. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822007000300014
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.
O benzodiazepínico diazepam (n = 35) e seus metabólitos são excretados no leite materno2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001., porém a OMS classifica-os como compatíveis com a amamentação se administrados em dose única. Já em doses repetitivas, deve-se evitá-los quando possível1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p.. O MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010. e a AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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consideram o fármaco de uso criterioso. Se necessário o uso de um benzodiazepínico, devem-se preferir os de curta duração1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.,1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002.. Esse medicamento, quando utilizado pelas lactantes, provocou efeitos adversos nos bebês, como lentidão, sedação1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002., baixa sucção1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010., perda de peso, apneia, irritabilidade, risco mínimo de depressão do sistema nervoso central2626. Kelly LE, Poon S, Madadi P, Koren G. Neonatal benzodiazepines exposure during breastfeeding. J Pediatr 2012; 161(3): 448-51. https://doi.org/10.1016/j.jpeds.2012.03.003
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e eletrocardiograma consistente com o uso de fármaco sedativo1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010.. Esses efeitos podem estar presentes se a amamentação ocorrer menos de oito horas após o uso do medicamento, pois o pico de concentração no plasma materno ocorre entre uma e duas horas após a administração1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010. e quando o infante é prematuro ou tem baixo peso1717. World Health Organization. Breastfeeding counselling. A training courses. Participants’ manual. Genebra: World Health Organization ; 2002.,2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001..
Foi encontrado na urina do neonato o metabólito ativo (oxazepam), porém no plasma materno e no leite não foi detectada a substância, mesmo o bebê apresentando longo tempo de meia-vida. É conhecido que doses maiores que 30 mg por dia de diazepam devem ser evitadas durante a lactação, enquanto doses de 10 mg ou menores não produzem importantes efeitos adversos nos infantes. Entretanto, mais recentemente, efeitos significantes têm sido notados com doses entre 6 e 10 mg2222. Spigset O. Anaesthetic agents and excretion in breast milk. Acta Anaesthesiol Scand 1994; 38(2): 94-103. https://doi.org/10.1111/j.1399-6576.1994.tb03848.x
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.
Em relação ao metronidazol (n = 23), a OMS1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p. contraindica seu uso, a AAP1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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considera-o de uso criterioso, e o MS1010. Brasil. Ministério da Saúde. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas; 2010., compatível com a amamentação. Ocorre pouca absorção sistêmica com seu uso tópico, quando utilizado em doses baixas, e em terapia de curta duração não interfere na amamentação2020. Bar-Oz B, Bulkowstein M, Benyamini L, Greenberg R, Soriano I, Zimmerman D, et al. Use of antibiotic and analgesic drugs during lactation. Drug Saf 2003; 26(13): 925-35. https://doi.org/10.2165/00002018-200326130-00002
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. Todavia, se a exposição for prolongada, apresenta risco potencial de toxicidade2727. Huang V, Leung Y, Nguyen GC, Seow CH. Management of Inflammatory Bowel Disease in Pregnancy: A Practical Approach to New Guidelines. Can J Gastroenterol Hepatol 2016; 2016: 9513742. https://dx.doi.org/10.1155%2F2016%2F9513742
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. Esse fármaco é excretado no leite materno, podendo causar alguns efeitos adversos nos lactentes, como diarreia, intolerância à lactose2121. Briggs GG, Freeman RK, Yaffe SJ. Drugs in Pregnancy and Lactation: a reference guide to fetal and neonatal risk. 9ª ed. Filadélfia: Wolters Kluwer; 2001. e modificação da flora intestinal do bebê66. Ponti M, Stewart K, Amir LH, Hussainy SY. Medicine use and safety while breastfeeding: investigating the perspectives of community pharmacists in Australia. Aust J Prim Health 2015; 21(1): 46-57. https://doi.org/10.1071/PY13012
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, além de o leite apresentar gosto desagradável. Portanto, recomenda-se descontinuar a amamentação por 12-24 horas após o uso pela mãe1111. American Academy of Pediatrics Committee on Drugs. Transfer of drugs and other chemicals into human milk. Pediatrics 2001; 108(3): 776-89. https://doi.org/10.1542/peds.108.3.776
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,2020. Bar-Oz B, Bulkowstein M, Benyamini L, Greenberg R, Soriano I, Zimmerman D, et al. Use of antibiotic and analgesic drugs during lactation. Drug Saf 2003; 26(13): 925-35. https://doi.org/10.2165/00002018-200326130-00002
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,2727. Huang V, Leung Y, Nguyen GC, Seow CH. Management of Inflammatory Bowel Disease in Pregnancy: A Practical Approach to New Guidelines. Can J Gastroenterol Hepatol 2016; 2016: 9513742. https://dx.doi.org/10.1155%2F2016%2F9513742
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. Uma alternativa para não ocorrer a descontinuação da amamentação nesse caso é retirar o leite do peito e conservá-lo em refrigerador, a fim de amamentar o bebê durante esse período1212. World Health Organization; UNICEF. Breastfeeding and maternal medication. Recommendations for drugs in the eleventh WHO model list of essential drugs. Genebra: WHO; 2002. 35 p.. Estudos australianos mostram que um terço dos médicos e farmacêuticos não está ciente de que o metronidazol é compatível com a amamentação quando utilizado como recomendado66. Ponti M, Stewart K, Amir LH, Hussainy SY. Medicine use and safety while breastfeeding: investigating the perspectives of community pharmacists in Australia. Aust J Prim Health 2015; 21(1): 46-57. https://doi.org/10.1071/PY13012
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.
Como perspectivas futuras, é importante a realização de estudos com os medicamentos utilizados por puérperas, analisando seus efeitos sobre a produção de leite e sobre desfechos importantes no bebê a curto e a longo prazo, a fim de confirmar a compatibilidade dessas substâncias com esse período de vida das mulheres.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Faz-se relevante que a mãe e o profissional de saúde conheçam os riscos dos medicamentos utilizados durante o período de amamentação, para que esta não seja interrompida caso seja necessário o uso de medicamentos, ou para que a paciente não deixe de utilizar algum medicamento que ela necessita por conta da preocupação de que ele cause algum risco para a criança, assim como, caso o medicamento não seja seguro, interrompa a amamentação ou procure outra opção terapêutica mais segura.
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6Ponti M, Stewart K, Amir LH, Hussainy SY. Medicine use and safety while breastfeeding: investigating the perspectives of community pharmacists in Australia. Aust J Prim Health 2015; 21(1): 46-57. https://doi.org/10.1071/PY13012
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Fonte de financiamento: Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Wellcome Trust (095582), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - Processo 472.159/2013-5 e 407.111/2016-6) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS).
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ERRATA / ERRATUM
DOI: https://doi.org/10.1590/1980-549720200026erratumNo artigo “Classifcação de risco dos medicamentos usados na internação para o parto na amamentação: coorte de nascimentos de Pelotas/2015”, DOI: 10.1590/1980-549720200026, publicado no periódico Rev. bras. epidemiol. 2020; 23: e200026, na página 1:Onde se lia:IIIPrograma de Pós-graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Pelotas - Pelotas (RS), Brasil.Leia-se:IIIPrograma de Pós-graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre (RS), Brasil.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
11 Maio 2020 -
Data do Fascículo
2020
Histórico
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Recebido
08 Out 2019 -
Revisado
07 Jan 2020 -
Aceito
09 Jan 2020