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Escolha profissional no curso de administração: tendências empreendedoras e gênero

Professional choice at a business management course: entrepreneurship tendencies and gender

Resumos

RESUMO A inserção da mulher no mercado de trabalho e seu acesso ao ensino superior têm contribuído para a mudança da natureza dos papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres, influenciando suas escolhas profissionais. Contudo, diferentemente do homem, as questões profissionais ainda ocupam um lugar secundário na vida da mulher. Dessa forma, as escolhas profissionais femininas privilegiam o emprego formal, em detrimento de tornarem-se empreendedoras. Nesse contexto, o propósito deste trabalho é estudar o empreendedorismo feminino como escolha profissional em um curso de Administração, relacioná-lo com as razões da opção pelo curso e estudar os fatores que os alunos consideram importantes na atividade profissional. A pesquisa é de caráter exploratório e as informações foram tratadas estatisticamente por meio de análise fatorial, ANOVA e regressão logistic

Escolhas profissionais; Empreendedorismo; Gênero; Ensino superior; Características empreendedoras


ABSTRACT The insertion of women in the market and their access to higher education has contributed for a change in the role traditionally attributed to them, influencing their professional choice. However, differently from men, professional issues still occupy a secondary position in women's lives. Therefore, women choose formal job instead of entrepreneurship. In this context, the purpose of this essay is to analyze women entrepreneurship as a professional choice at a business Management course and to relate it to the reasons why they choice for this course and to study the fact that the students consider important to their professional activity. The essay has an exploratory character and the data were statistically treated through factorial analyses, ANOVA and logistic regression.

Professional choice; Entrepreneurship; Gender; Higher education; Entrepreneurial characteristics


Escolha profissional no curso de administração: tendências empreendedoras e gênero

Professional choice at a business management course: entrepreneurship tendencies and gender

Verônica PeñalozaI; Camila Gomes DiógenesII; Sara Jamile Aragão SousaIII

IDoutora em Administração pela Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP). Professora Adjunta do Centro de Estudos Sociais Aplicados da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Rua Batista de Oliveira, 230, Papicu – Fortaleza – CE – CEP 60176-030 E-mail: veronica.penaloza@yahoo.com.br

IIGraduanda em Administração de Empresas pelo Centro de Estudos Sociais Aplicados da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Rua Batista de Oliveira, 1.000, apto. 1.101, Cocó – Fortaleza – CE – CE 60176-030 E-mail: camilagomesdiogenes@yahoo.com.br

IIIGraduanda em Administração de Empresas pelo Centro de Estudos Sociais Aplicados da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Rua J. da Penha, 631, apto. 803, Centro – Fortaleza – CE – CEP 60110-120 E-mail: sarajamile@gmail.com

RESUMO

A inserção da mulher no mercado de trabalho e seu acesso ao ensino superior têm contribuído para a mudança da natureza dos papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres, influenciando suas escolhas profissionais. Contudo, diferentemente do homem, as questões profissionais ainda ocupam um lugar secundário na vida da mulher. Dessa forma, as escolhas profissionais femininas privilegiam o emprego formal, em detrimento de tornarem-se empreendedoras. Nesse contexto, o propósito deste trabalho é estudar o empreendedorismo feminino como escolha profissional em um curso de Administração, relacioná-lo com as razões da opção pelo curso e estudar os fatores que os alunos consideram importantes na atividade profissional. A pesquisa é de caráter exploratório e as informações foram tratadas estatisticamente por meio de análise fatorial, ANOVA e regressão logistic.

Palavras-chave: Escolhas profissionais; Empreendedorismo; Gênero; Ensino superior; Características empreendedoras.

ABSTRACT

The insertion of women in the market and their access to higher education has contributed for a change in the role traditionally attributed to them, influencing their professional choice. However, differently from men, professional issues still occupy a secondary position in women's lives. Therefore, women choose formal job instead of entrepreneurship. In this context, the purpose of this essay is to analyze women entrepreneurship as a professional choice at a business Management course and to relate it to the reasons why they choice for this course and to study the fact that the students consider important to their professional activity. The essay has an exploratory character and the data were statistically treated through factorial analyses, ANOVA and logistic regression.

Keywords: Professional choice; Entrepreneurship; Gender; Higher education; Entrepreneurial characteristics.

1 INTRODUÇÃO

A inserção da mulher no mercado de trabalho e seu acesso ao ensino superior têm contribuído bastante para a mudança da natureza dos papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres. Parte dessas mudanças acontece a partir da década de 1960, quando se realiza a transição para o ensino superior de massa. A industrialização, o processo de urbanização que ocorre nos países, assim como as mudanças nos regimes políticos para sociedades mais democráticas na década de 1960 aumentam a demanda social por vagas no ensino superior. Incorporam-se ao ensino superior segmentos antes excluídos, entre eles a população feminina.

As mulheres têm acesso a carreiras tradicionais de prestígio, como medicina, direito e engenharia, áreas antes reservadas a profissionais do sexo masculino, ampliando o leque profissional para além dos tradicionais nichos femininos, como magistério e enfermagem. Em virtude desses aspectos, a escolha profissional feminina deve, portanto, tomar um dimensionamento diferente. A mulher não entra no mercado de trabalho só para complementar a renda familiar, a mudança social implica aspirações profissionais que influenciam sua vida pessoal e, como conseqüência, suas relações familiares.

Assim, a divisão sexual do trabalho definida a partir das atribuições dos gêneros – que, sob a concepção tradicional, destinam o homem ao trabalho e a mulher à família – é evidenciada pelas mais elevadas taxas de participação dos membros masculinos da família. As limitações que as representações das atribuições femininas impõem à inserção das mulheres-cônjuges e mães em atividades remuneradas são evidenciadas pelas taxas de ocupação mais baixas por elas apresentadas, tanto em relação às de outras mulheres em distintas posições familiares (por exemplo, filhas adultas e mulheres-chefes de família) como em relação às taxas de ocupação de maridos e de filhos adultos (MONTALI; LOPES, 2003).

Em razão da segurança proporcionada, a literatura sugere que as escolhas profissionais femininas são mais voltadas para as mulheres terem um emprego formal em detrimento de tornarem-se empreendedoras (POSSATI; DIAS, 2002). E quando elas optam por abrir um negócio, sua decisão em tornarem-se empreendedoras geralmente acontece de forma mais tardia em relação aos homens devido à preocupação com a criação dos filhos. Em conseqüência, as mulheres, provavelmente, são menos propensas ao empreendedorismo, quando comparadas aos homens (LEMOS et al., 2005).

Com a crescente participação da mulher em várias áreas da economia, os estudos sobre empreendedorismo feminino têm aumentado muito em número, contudo continuam centrados nas características empreendedoras femininas e na explicação do modo de atuação das empreendedoras em relação a seus empreendimentos, comparando os estilos de gerenciamento feminino e masculino.

Diferentemente da abordagem habitual, o propósito deste trabalho é estudar o empreendedorismo feminino como escolha profissional, especificamente as intenções de empreender dos estudantes antes mesmo do empreendimento acontecer. A finalidade também é relacionar essas intenções com escolhas profissionais vinculadas ao curso, com as razões pelas quais optaram por ele e com os fatores que consideram importantes na atividade profissional.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ASPECTOS DO EMPREENDEDORISMO FEMININO

Os estudos sobre empreendedorismo feminino tratam de questões que vão desde a personalidade das mulheres empreendedoras, o modo de gerenciar, o estilo administrativo, as estratégias adotadas pelas empreendedoras, sua forma de relacionar-se com o mercado até a forma como adquirem capital para seus investimentos (MACHADO, 1999; PELISSON et al., 2001; JONATHAN; SILVA, 2007; JONATHAN, 2005; GOMES; SANTANA; SILVA, 2005; VERHEUL; STEL; THURIK, 2006).

Quanto a suas características psicológicas e comportamentais, as mulheres empreendedoras são descritas como persistentes, com alto desejo de realização e independência, ativas, persuasivas, inovadoras, precisas e adaptáveis às mudanças, e acreditam ainda que seu destino seja fruto de suas ações (MACHADO, 1999).

Já sem distinção de gênero, a inclinação ao empreendedorismo está associada às características demográficas e familiares dos indivíduos; idade, status marital, número de irmãos, ordem do nascimento e inclinação empreendedora de membros da família, além de suas características psicológicas; necessidade de realização, lócus de controle, propensão ao risco, tolerância à ambigüidade, autoconfiança e inovação (KOH, 1996). De fato, entre os fatores ligados à decisão de iniciar um empreendimento, independentemente do gênero, a existência de modelos empreendedores na família sempre é mencionada.

Pelisson et. al (2001), em pesquisa realizada com homens e mulheres empreendedores do norte do Paraná, assinalam que o modelo referencial de empreendedor é uma potencial explicação para começar e manter um negócio. Os resultados desse estudo mostram que, entre as mulheres, 38,8% tiveram um pai que era um empreendedor, enquanto 20,4% delas tiveram uma mãe empreendedora. Para o caso dos homens, 50% tiveram um pai empreendedor e 20,4%, uma mãe empreendedora. No total, 66,9% dos entrevistados tiveram pelo menos um dos pais que também foi um empreendedor.

Muitas vezes, a família também participa financiando os empreendimentos. É sabido que as principais fontes de financiamento para empreendimentos nascentes são o capital pessoal ou familiar. Nesse sentido, as pessoas que provêm de famílias de menor renda teriam menos possibilidades de montar um negócio. Bastos e Peñaloza (2006), em pesquisa realizada com os 68 alunos do curso de Administração da Universidade Estadual do Ceará em 2005, observam que os alunos de faixas de renda maiores são aqueles que têm como objetivo profissional ser empresário, enquanto os alunos de faixas de renda menores almejam procurar emprego no funcionalismo público.

Além do estudo das características psicológicas e comportamentais das mulheres empreendedoras, sob a ótica do gênero outro tema de grande interesse dos pesquisadores são as razões que conduzem ao empreendedorismo feminino. Segundo Possati e Dias (2002), as mulheres envolvidas no mercado de trabalho relataram que a possibilidade de ajudar outras pessoas, a oportunidade de aprender novas coisas, o poder de decisão e o senso de realização são relevantes aspectos recompensadores no trabalho. Para Lombard (2001), entretanto, os motivos primordiais que levam as mulheres a abrirem seu próprio negócio são a necessidade de colocarem suas idéias em prática; de possuírem autonomia para trabalhar da forma que quiserem; de terem horários flexíveis para melhor conciliar a vida profissional e a familiar; e, em menor escala, de terem independência financeira.

Dessa forma, certas empreendedoras assumem que a multiplicidade de papéis gera dificuldades. Algumas afirmam que têm o sentimento de vitória por conseguirem conciliar vários papéis concomitantemente, enquanto outras ainda estão tentando harmonizar as demandas existentes em vários aspectos de suas rotinas (JONATHAN, 2005). Para Shelton (2006), o conflito enfrentado pelas mulheres empreendedoras em relação ao tempo dedicado à família versus o tempo dedicado ao negócio gera impactos negativos ao empreendimento, uma vez que há uma redução do bem-estar da empreendedora – o que, conseqüentemente, dificulta seu desempenho profissional.

Segundo Menzies, Diochon e Gasse (2004), os mitos existentes a respeito da mulher empreendedora acabam criando estereótipos deturpados com potencial para degradar a imagem da mulher no tocante à sua capacidade gerencial, trazendo obstáculos e inibindo as chances de crescimento de seus negócios.

Para Barnett (2004), os obstáculos enfrentados pela mulher no mercado de trabalho advêm de uma cultura histórica. Entretanto, as inúmeras realizações do gênero feminino provavelmente provocarão o desaparecimento dessas barreiras. Uma das tradições mais freqüentes repousa na concepção de que mulheres têm necessidades, inclinações e capacidades para cuidar e se ocupar com o lar, ao passo que os homens têm habilidades para atividades fora do lar, assim como a obrigação maior para dar provimento à família.

A herança cultural sexista – sustentada na idéia de que o lugar da mulher é em casa, cuidando das tarefas domésticas e da criação dos filhos – exige da mulher a superação de desafios adicionais aos do homem na gestão dos negócios (GOMES; SANTANA; SILVA, 2005). Presume-se que nessas razões estaria parte da explicação do porquê do predomínio masculino frente ao feminino, em relação à preferência para empreender. Assim sendo, essas diferenças de gênero, provavelmente, devem manifestar-se não só no campo do empreendedorismo como também no momento de a mulher fazer sua escolha profissional.

2.2 ESCOLHAS PROFISSIONAIS FEMININAS

A inserção das mulheres no mercado de trabalho deixou de ter a simples conotação do complemento financeiro familiar para expandir sua abrangência para o exercício vocacional, a formação da identidade profissional e a realização pessoal. A presença feminina na esfera econômica sofre alterações no tempo. Segundo Gomes, Santana e Silva (2005), o ingresso da mulher no mercado de trabalho não se dá somente para complementar a renda familiar, embora essa motivação esteja também presente; trata-se de uma mudança social que envolve transformações nas expectativas de vida pessoal e nas relações familiares.

Além do tradicional contingente de mulheres que se insere no mercado de trabalho em posições menos favoráveis e precárias e em ocupações tipicamente femininas, como o trabalho doméstico e as atividades de produção para consumo do grupo familiar, a expansão da escolaridade das mulheres – e, em conseqüência, seu ingresso maciço no ensino de 3º grau em uma gama mais ampla de carreiras universitárias – provoca transformações nas profissões, que abrem novas possibilidades para as mulheres no mercado de trabalho (BRUSCHINI; LOMBARDI, 2000).

Dois fatores devem ser considerados na análise do crescimento da participação da mulher em atividades remuneradas: por um lado, a seletividade do mercado, que, ao definir um novo padrão de absorção da força de trabalho, tem possibilitado a manutenção e o crescimento da participação feminina; e, por outro, as alterações nos valores em relação ao papel da mulher na sociedade e na estruturação dos núcleos domésticos, que têm aumentado a disponibilidade da mulher, em todas as idades e posições na família, para o trabalho remunerado (MONTALI; LOPES, 2003).

Lyness e Thompson (1997) constatam que, mesmo com maior participação da mão-de-obra feminina em várias áreas, as mulheres continuam a divergir substancialmente dos homens no que tange ao desenvolvimento de carreiras. Enquanto estes são impulsionados a buscar ascensão profissional e a dedicar-se mais intensamente à carreira, aquelas optam por profissões que exijam menos tempo e dedicação.

Ainda no caso do empreendedorismo feminino, Shelton (2006) retrata a existência do conflito enfrentado pelas mulheres empreendedoras entre a demanda existente em relação ao tempo necessário para dedicação à família e o tempo necessário para o negócio. Assim, quando ocorre alguma incompatibilidade entre a carreira profissional e a vida doméstica, a alternativa mais comumente adotada é a redução da carga horária de trabalho ou até mesmo o abandono deste. Elas freqüentemente agregam funções, não deixando de priorizar a esfera doméstica (LOBATO; KOLLER, 2003).

Demartino, Barbato e Jacques (2006) apontam diferenças de comportamento entre os sexos que afetam as propensões e as maneiras de empreender. De acordo com Pelisson et al. (2001), o ambiente em que o empreendedor está inserido influencia a construção cognitiva de uma realidade empresarial por parte de ambos os sexos, e tais percepções são absorvidas de formas diferentes, pois homens e mulheres aspiram valores de acordo com suas preferências.

Segundo Gupta et al. (2005), as mulheres são caracterizadas por terem mais facilidade na comunicação, como: expressividade, conectividade, amabilidade e realização. Já os homens, estão mais relacionados com qualidades realizadoras, como: agressividade, autonomia, independência e realização. Esses estereótipos não se limitam a descrever como são os homens e as mulheres, mas como eles deveriam ser. Influenciadas por pensamentos estereotipados, as pessoas tendem a fazer associações de gênero específico para determinadas profissões. No entanto, diversos países com culturas e religiões diferentes vêem a figura do empresário de forma eminentemente masculina (GUPTA et al., 2005).

Dessa forma, pode-se deduzir que o ingresso maciço da mulher no mercado de trabalho, na educação superior, nas instituições e até na chefia da família influencia suas escolhas profissionais. Contudo, diferentemente do homem, as questões profissionais ainda ocupam um lugar secundário em sua vida. A mulher ainda está subordinada às atividades domésticas – cuidados do lar e dos filhos. No momento em que ocorre alguma incompatibilidade entre o trabalho e o gerenciamento doméstico, ela se vê induzida a reduzir a carga horária de trabalho ou até mesmo a parar de trabalhar.

Se essas expectativas fazem parte do universo feminino, elas devem afetar as escolhas profissionais de forma tal que as razões pelas quais optam por um determinado curso deveriam ser diferentes segundo o gênero, assim como os fatores que os homens e as mulheres consideram importantes na atividade profissional. Com relação aos objetivos profissionais depois de formados, deve existir um predomínio masculino frente ao feminino em relação à preferência para empreender.

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Com esse referencial apresentado, estruturou-se o trabalho delimitando os seguintes objetivos de pesquisa:

  • conhecer quais são os objetivos profissionais dos alunos e estabelecer se há diferenças por gênero, especificamente quanto à preferência por empreender;

  • conhecer as razões pelas quais os alunos optaram pelo curso e estabelecer se elas diferem de acordo com o gênero para alunos empreendedores versus alunos não empreendedores;

  • conhecer quais são os fatores considerados importantes na atividade profissional e estabelecer se eles diferem de acordo com o gênero para alunos empreendedores versus alunos não empreendedores;

  • estabelecer se a preferência por empreender é função de variáveis demográficas e se essa função difere segundo o gênero.

Esta pesquisa de caráter exploratório pretende prover critérios para a compreensão do fenômeno estudado e identificar cursos alternativos de ação para futuras pesquisas. Trabalhou-se com uma amostra não representativa, escolhida por conveniência, pela facilidade de acesso. A amostra foi composta por 370 estudantes, 263 do curso de Administração de Empresas de uma faculdade pública e 107 alunos de uma instituição privada, ambos da cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará.

No momento da pesquisa, a instituição pública não oferecia, dentro da grade curricular, a disciplina de "Empreendedorismo”; já o curso ministrado pela instituição particular trazia explícito em sua ementa que os objetivos a serem atingidos eram formar um profissional empreendedor, desenvolvendo em seus alunos as competências necessárias para empreender e criar novos negócios.

O questionário aplicado foi dividido em três seções. A primeira seção de perguntas, de alternativa única, destinava-se a classificar o perfil socioeconômico do aluno. Na segunda parte, constavam perguntas cujo objetivo era conhecer a opinião do aluno sobre conteúdos e orientações do curso. A terceira parte, relacionada com a situação laboral dos estudantes, objetivava conhecer as aspirações profissionais dos alunos, sua opinião sobre a importância de determinados fatores na atividade profissional e suas tendências empreendedoras.

Foi perguntado diretamente ao aluno quais eram seus objetivos profissionais de médio e curto prazo – uma pergunta de resposta única, na qual a alternativa de abrir ou consolidar negócio próprio foi interpretada, neste caso, como tendência ou motivação empreendedora. É importante ressaltar que, apesar das inúmeras definições de empreendedor e empreendorismo, no contexto desta pesquisa o empreendedor é entendido exclusivamente como a pessoa que tem expectativas profissionais de abrir ou consolidar um negócio.

O tratamento de dados foi feito no software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 15.0 for Windows, utilizando estatística descritiva, análise fatorial, ANOVA e regressão logistic.

4 RESULTADOS E ANÁLISES

Dos 370 respondentes, 202 são mulheres (54,6%) e 168 homens (45,4%). As idades variam entre 17 e 48 anos, contudo há uma predominância de jovens até 25 anos, representando 80,6% da amostra. A maioria se declara como solteira, sendo 83,2% das mulheres e 86,9% dos homens. Com relação às condições de moradia, 69,3% das mulheres e 75,6% dos homens moram com os pais, quase a metade não trabalha e são financiados pelos pais (49,5% das mulheres e 41,75% dos homens), sendo que só 3,0%, no caso das mulheres, e 7,7%, no caso dos homens, são responsáveis por sustentar uma família.

Uma primeira leitura acerca dos objetivos profissionais dos alunos (vide Tabela 1) indicou que a maioria, provavelmente, não tem espírito empreendedor. Aproximadamente 22% da totalidade dos alunos mostra interesse em abrir ou consolidar um negócio, enquanto o objetivo profissional do maior percentual de respondentes (39%) é ser funcionário público – o que é colocado muitas vezes na literatura como antítese do espírito empreendedor. Os percentuais são consideravelmente similares no caso dos alunos da instituição particular – cujo ensino estaria voltado especificamente para o empreendedorismo –, não apresentando nenhuma diferença relevante em relação aos alunos da instituição pública.

Quando analisamos essas opções por gênero, fica evidente que a maioria das mulheres opta pelo funcionalismo público (45,5%), sendo que só 14,4% delas mostram intenção de abrir ou consolidar um negócio. Entre os homens, este percentual sobe a 32,1%, sendo que 31,0% optam pelo funcionalismo público. Conseguir um emprego na empresa privada é o objetivo de 24,3% das mulheres e de 23,2% dos homens. Já a carreira acadêmica é opção de 12,4% daquelas e de 11,3% destes.

Assim, dados os resultados acima, é possível deduzir que existe uma relação entre escolha profissional e gênero. Para se certificar de que essa relação é real e não devida ao acaso, realizou-se o teste qui-quadrado. A tabela de contingência utilizada dividiu as variáveis em dois grupos: aqueles que pretendem abrir ou consolidar um negócio e aqueles que não pretendem. Realizado o teste qui-quadrado, os coeficientes foram significativos; porém, como o qui-quadrado indica a existência de relação, mas não o grau desta, é necessário observar as medidas de sime tria: Coeficiente de Contingência e V de Cramer (0,213). Ambos os coeficientes são significativos, indicando que essa correlação existe de fato e é de aproximadamente 21%. A escolha profissional, ou melhor, a escolha por empreender é dependente do gênero. Mulheres, portanto, são menos empreendedoras.

Também é interessante saber se essa diferença reflete-se nas razões pelas quais os alunos optam por determinada área, se existem diferenças na escolha entre aqueles que pretendem empreender daqueles que não, e, principalmente, se existem diferenças com relação ao gênero. As respostas a essas indagações foram obtidas no questionário por meio de nove itens respondidos em escala de Lickert de cinco pontos, trabalhadas com análise fatorial (rotação varimax) para reduzir as informações e encontrar fatores que pudessem ser relacionados com a escolha entre ser ou não empreendedor e com o gênero.

A análise fatorial mostrou-se apropriada1 1 KMO = 0,661 e Teste de Barlett significativo. Para KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy), valores maiores que 0,5 indicam que a análise fatorial pode ser usada. O teste Barlett de esfericidade é um teste estatístico que serve para ver a presença de correlações entre as variáveis; ele deve ser significativo. . Foram extraídos três fatores que agrupam as informações do porquê os alunos optaram por este curso e explicam 60,62% da variância total (veja Tabela 2). O primeiro fator concentrou-se especificamente nos itens relacionados ao emprego, à escolha da carreira, às questões de como melhorar a posição no emprego, ao aumento das chances de emprego, ao credenciamento profissional e à complementação de informação. O segundo fator agrupou os itens que assinalam influências de terceiras pessoas na escolha da carreira, questões como seguir o conselho de parentes ou amigos, ou até mesmo conhecer alguém que atue na área. Já o terceiro fator agrupou itens relacionados especificamente com interesses e preferências pela área de estudo; nesse fator, entra a opção de trabalhar em empresa própria ou da família, mas a correlação parcial entre o item e o fator é menor que 0,5.

Para saber se existem diferenças com relação ao gênero, foram realizados os testes da ANOVA, que avaliam a significância estatística da diferença entre duas médias do gênero. Os testes "t” mostraram-se não significativos, implicando a não-existência de diferenças de gênero com relação aos fatores que agrupam as razões da escolha do curso. Com relação aos grupos empreendedores versus não empreendedores, o teste resultou significativo para o terceiro fator, que agrupa os itens de preferência pela área.

Com relação às questões que os alunos consideram importantes na vida profissional (veja Tabela 3), a análise fatorial agrupou os itens em quatro fatores que explicam em conjunto 62,06% da variância total. O primeiro fator agrupou oito itens, alguns muito diferentes dos outros e até um pouco conflitantes, dificultando a interpretação. No segundo fator, agruparam-se os itens de salário, emprego estável e boas possibilidades de promoção. O terceiro fator reuniu itens relacionados à qualificação, ao trabalho desafiador e às possibilidades de fazer algo útil à sociedade. O quarto fator abordou questões de relacionamento com os colegas e possibilidades de concretização de idéias próprias. Analogamente ao caso anterior, não se evidenciaram diferenças entre gêneros com a aplicação da ANOVA nos quatro fatores citados.

A aplicação da ANOVA tampouco mostrou diferenças entre os grupos dos alunos empreendedores versus os não empreendedores. Dessa forma, os resultados estariam apontando que os fatores considerados importantes na vida profissional dos alunos são os mesmos tanto para as mulheres quanto para os homens, sejam estes empreendedores ou não.

Em função do referencial teórico que explicitava que muitas vezes a mulher se vê induzida a reduzir a carga horária de trabalho para compatibilizar a vida doméstica e a profissional, aplicou-se também a ANOVA ao item específico referente à importância de uma atividade profissional que tenha um volume de trabalho definido e que deixe tempo livre; mas, da mesma forma, os resultados do teste não evidenciaram diferenças entre homens e mulheres.

Infere-se, assim, que o gênero não influencia os fatores que os alunos consideram importantes na vida profissional. As diferenças que se observam na escolha profissional, especificamente homens mais empreendedores que as mulheres, podem vir de fatores sociodemográficos, assim como das razões pelas quais optaram pelo curso.

Como se observa na Tabela 4 a seguir, nos resultados da regressão bynary logistic, a variável empreendedor é função direta do fator que representa interesses e preferências pela área de estudo (FAC3_1); essa variável é significativa tanto no caso dos empreendedores do sexo feminino como daqueles do sexo masculino, não apresentando diferenças quanto ao gênero – o que confirma os resultados da ANOVA antes mencionados. Ser empreendedor é função inversa da variável pai não empreendedor (Q9PC_MO), apresentando diferença segundo o gênero; essa variável apresenta-se não significante no caso do sexo feminino e significante no caso do sexo masculino. Ser empreendedor também é função direta do salário familiar (Q6_SM); e essa variável também apresenta diferenças com relação ao gênero, sendo significativa no caso do sexo feminino e não significativa no caso do sexo masculino. R2 de Nagelkerke2 2 Em regressão linear, a estatística de R 2 mede a proporção de variação na resposta que é explicada pelo modelo. A estatística de R 2 não pode ser exatamente computada pelos modelos de regressões logísticos, por isso, estas aproximações são computadas. é de 0,323 no caso do sexo feminino e de 0,388 no caso do sexo masculino.

Em suma, a opção por abrir ou consolidar um negócio é função de preferência pela área, de pai empreendedor para os homens, mas não para as mulheres, bem como é função direta da renda familiar para as mulheres, mas não para os homens.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um ponto sempre destacado pelos especialistas ouvidos pelo GEM (2006) no Brasil é que a sociedade brasileira supervaloriza o emprego formal, principalmente no Estado, em detrimento da carreira empresarial, considerando o início de um novo negócio uma opção pouco desejável de carreira. Essa premissa é evidenciada pela pesquisa realizada. Ao consultar os alunos sobre seus objetivos profissionais, apenas 22% da totalidade mostra interesse em abrir ou consolidar um negócio, enquanto o objetivo profissional do maior percentual de respondentes (39%) é ser funcionário público.

As mulheres apresentam-se menos empreendedoras que os homens: só 14,4% delas (em comparação com 32,1% deles) têm intenções de montar um negócio. Tal resultado – condizente com o que prega a literatura de que as mulheres são menos propensas ao empreendedorismo, quando comparadas aos homens – foi analisado mediante as razões pelas quais os alunos optam pelo curso e também em função dos fatores que consideram importantes na atividade profissional.

Na presente pesquisa, não se procuraram explicações ao pouco interesse das mulheres em empreender nas características psicológicas ou comportamentais femininas. Entretanto, procurou-se relacionar essas tendências com alguma motivação que já estava presente (e que se devia manifestar) no momento da escolha da profissão, assim como nos fatores que os alunos consideram importantes na atividade profissional.

A literatura sugere que as escolhas profissionais femininas são mais voltadas ao emprego formal em detrimento da atividade empreendedora, devido à segurança proporcionada pelo emprego formal. Sustenta-se também que a herança cultural que atribui à mulher a função de cuidar das tarefas domésticas e da criação dos filhos as induz a preferir trabalhos que lhe deixem mais tempo livre. Mais ainda, a mulher empreendedora enfrenta conflitos pelas demandas entre o tempo necessário dedicado à família e ao negócio. Contudo, nesta pesquisa, não foram observados resultados que sustentem esses argumentos.

Também não foi encontrada explicação para a diferença da intenção de empreender entre os gêneros nos fatores considerados importantes na atividade profissional. Ainda que entre os itens figurem questões como emprego estável ou volume de trabalho que deixe tempo livre (assinalados na literatura como decisórios das opções de trabalho feminino), os testes estatísticos não mostraram qualquer indício de relação entre estas opções e o gênero.

Quanto às razões pelas quais os alunos optam pelo curso, o fator que agrupou itens relacionados com interesses e preferências pela área de estudo se relacionou diretamente com o fato de ser empreendedor, mas não contribuiu para explicar as diferenças empreendedoras por gênero.

Em suma, se o gênero não influencia os fatores que os alunos consideram importantes na vida profissional, nem as razões pelas quais estes optam pelo curso, infere-se que a explicação para as diferenças observadas na escolha profissional – especificamente considerando os homens como mais empreendedores que as mulheres – podem vir de outro tipo de fatores, tais como características sociodemográficas.

Nesse caso, os resultados mostraram que, além de uma questão específica de preferência pela área de estudo, válida tanto para os homens quanto para mulheres, a opção por abrir ou consolidar um negócio relaciona-se diretamente com o fato de ter pai empreendedor, no caso dos homens, e inversamente com a renda familiar, no caso das mulheres.

Na interpretação dos resultados do estudo, algumas limitações devem ser consideradas. A principal limitação é que os fatores considerados importantes na vida profissional e assinalados na literatura como diferenciadores das escolhas profissionais femininas não conseguem explicar por que as mulheres têm uma tendência menor ao empreendedorismo do que os homens. As variáveis que despontaram como explicativas dessa diferença são características sociodemográficas, tratadas de forma secundária na pesquisa, já que não eram o objeto central desta.

Essa limitação aponta possíveis direcionamentos para futuras pesquisas. Sugere-se, por exemplo, ampliar a base de dados para verificar se a figura materna empreendedora é determinante do empreendedorismo feminino, assim como a figura paterna aparece nesta pesquisa como determinante do empreendedorismo masculino. O papel dos pais empreendedores na decisão dos alunos a empreender tem sido inúmeras vezes mencionado em trabalhos preferencialmente qualitativos, mas pouco abordado em trabalhos de caráter quantitativo. O mesmo vale para o caso da renda familiar, variável pouco explorada como determinante das intenções de empreender nos estudantes universitários.

Dado que os resultados da pesquisa evidenciaram que as opções dos alunos de Administração pelo empreendedorismo relacionam-se com os motivos pelos quais optam pela área de estudo, infere-se que eles já trazem consigo a idéia de ser empreendedor no momento de ingressar na faculdade. Assim sendo, uma sugestão para futuras pesquisas seria fazer um acompanhamento dos alunos, levantando suas opções profissionais no momento do ingresso e posteriormente no final do curso, indagando, dessa forma, qual é o papel ou a contribuição do ensino de Administração para fomentar ou incentivar o empreendedorismo.

Um aspecto que merece ser destacado, apesar de não fazer parte do escopo deste trabalho, é o elevado percentual de alunos, principalmente de mulheres, que optam pelo funcionalismo público. Como sugestão para futuras pesquisas, interessaria saber se este é um fenômeno especificamente regional, se faz parte de uma tendência geral associada a problemas conjunturais ou se trata de uma situação estrutural que caracteriza as escolhas profissionais femininas. De qualquer forma, as escolhas profissionais dos alunos de Administração, sejam elas empreendedoras ou não, é um tema pouco explorado até agora e merece ser mais estudado, principalmente desde a ótica dos diferenciais por gênero.

REFERÊNCIAS

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Submissão: 28 abr. 2007.

Aceitação: 20 set. 2008.

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  • 1
    KMO = 0,661 e Teste de Barlett significativo. Para KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy), valores maiores que 0,5 indicam que a análise fatorial pode ser usada. O teste Barlett de esfericidade é um teste estatístico que serve para ver a presença de correlações entre as variáveis; ele deve ser significativo.
  • 2
    Em regressão linear, a estatística de R
    2 mede a proporção de variação na resposta que é explicada pelo modelo. A estatística de R
    2 não pode ser exatamente computada pelos modelos de regressões logísticos, por isso, estas aproximações são computadas.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      21 Nov 2011
    • Data do Fascículo
      Dez 2008

    Histórico

    • Aceito
      20 Set 2008
    • Recebido
      28 Abr 2007
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