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Cultura e cotidiano nas minas de ouro: trabalhadores em tempos de experiências autoritárias e suas resistênciasplurais

Resumos

O artigo pretende analisar algumas questões fundamentais para a compreensão da vida cotidiana dos trabalhadores da mina de Morro Velho (Nova Lima, Minas Gerais), nas décadas de 1930 e 1940 (primeira fase do governo de Getúlio Vargas), destacando as antidisciplinas que esses trabalhadores foram construindo em seu cotidiano. O exame das diferentes formas de recepção às ideias divulgadas pelo Estado Novo permite identificar certas práticas presentes nesse meio operário: pequenas resistências face ao "colonizador" inglês; manifestações de insubmissão às ideologias presentes no Estado varguista, em seu período autoritário.

trabalhadores do Brasil; Getúlio Vargas; cultura popular; ideias autoritárias; Minas Gerais.


This article analyzes some fundamental questions for understanding the daily life of Morro Velho (Nova Lima, Minas Gerais) mineworkers in the 1930s and 1940s (first phase of Getulio Vargas government), highlighting the anti-disciplines that these workers were constructing in their daily lives. The examination of different forms of reception to the ideas disseminated by the Estado Novo identifies certain practices present in this labor class: small resistances against English "colonizer" boss; expressions of insubordination to the ideologies present in Vargas State, in its authoritarian period.

Brazilian Workers; Getúlio Vargas; popular culture; authoritarian ideas; Minas Gerais.


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  • ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense-universitária, 1983.
  • BACKTIN, Michael. Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. O contexto de François Rabelais. São Paulo: HUCITEC, EdUNB, 1987.
  • BOSI, Alfredo (Org.). Cultura Brasileira. Temas e Situações. São Paulo: Ática, 1987.
  • CANCLINI, Néstor García. Culturas populares no capitalismo. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1981.
  • CERTEAU, Michel De; GIARD, Luce; MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano. 2. Morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 1996.
  • CHATELET, François et al. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
  • CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.
  • DARNTON, Robert. O grande massacre dos gatos e outros episódios da história cultural francesa. Rio de Janeiro, Graal, 1986.
  • DAVIS, Natalie Zemon. Culturas do povo. Sociedade e cultura no início da França moderna. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
  • ENRIQUEZ, Eugene. Da horda ao Estado. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.
  • FERREIRA, Jorge. Trabalhadores do Brasil. O imaginário popular. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.
  • GROSSI, Yonne. A extração do homem. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1980.
  • OZOUF, Mona. A festa sob a Revolução Francesa. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: Novos Objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.
  • RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O velho novo discurso conservador. Revista Brasileira de História, Rio de Janeiro, 1991.
  • SAROLDI, Luiz Carlos; MOREIRA, Sonia Virginia. Rádio Nacional. O Brasil em sintonia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
  • THOMPSON, E. P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
  • WISNIK, José Miguel. Algumas questões de música e política no Brasil. In: BOSI, Alfredo (Org.). Cultura Brasileira. Temas e Situações. São Paulo: Ática, 1987.
  • 1
    DARNTON, Robert. O grande massacre dos gatos e outros episódios da história cultural francesa. Rio de Janeiro, Graal, 1986.
  • 1
    Pronunciamento de Lourival Fontes, então Diretor Geral do DIP, a 18 de abril de 1942, na solenidade de instalação dos novos estúdios da Rádio Nacional. Apud SAROLDI, Luiz Carlos e MOREIRA, Sonia Virginia. Rádio Nacional. O Brasil em sintonia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
  • 3
    FERREIRA, Jorge. Trabalhadores do Brasil. O imaginário popular. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997, p. 49.
  • 4
    RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O velho novo discurso conservador. Revista Brasileira de História, Rio de Janeiro, 1991, p. 36. Grifo nosso.
  • 5
    Discurso de Getúlio Vargas, 1942, publicado no jornal Minas Geraes, p. 4.
  • 6
    Apresentado pelo jornal Minas Geraes, de 21 de abril de 1942, p. 5 e 6.
  • 7
    WISNIK, José Miguel. Algumas questões de música e política no Brasil. In: BOSI, Alfredo (Org.). Cultura Brasileira. Temas e Situações. São Paulo: Ática, 1987. p. 114-123.
  • 8
    FERREIRA. Jorge. Op. cit., p. 88.
  • 9
    Entrevista de história de vida com o Sr. Waldir dos Santos realizada pela autora. Belo Horizonte, maio de 1995.
  • 10
    Idem.
  • 11
    Idem.
  • 12
    Idem.
  • 13
    Idem.
  • 14
    CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 47.
  • 15
    Idem, ibidem, 1994, p. 85.
  • 16
    CANCLINI, Néstor García. Culturas populares no capitalismo. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1981. p. 129.
  • 17
    Cf. OZOUF, Mona. A festa sob a Revolução Francesa. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: Novos Objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989. p. 216-232.
  • 18
    DAVIS, Natalie Zemon. Culturas do povo. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1990. p. 87.
  • 19
    Entrevista com o Sr. Waldir dos Santos realizada pela autora. Belo Horizonte, maio de 1995.
  • 20
    CERTEAU, Michel De; GIARD, Luce; MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano. 2. Morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 1996.
  • 21
    Idem, ibidem, p. 57.
  • 22
    Ibidem, ibidem, p. 135.
  • 23
    Idem, ibidem, p. 143.
  • 24
    Cf. verbete "Cerveja e Bebedeira" em CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.
  • 25
    Entrevista com o Sr. Waldir dos Santos realizada pela autora. Belo Horizonte, maio de 1995.
  • 26
    Idem.
  • 27
    Entrevista com operário anônimo realizada por GROSSI, Yonne. A extração do homem. Petrópolis: Vozes, 1980. p. 72.
  • 28
    GROSSI, Yonne. A extração do homem. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1980. p. 80.
  • 29
    Essa análise parece se aproximar dos estudos sobre a carnavalização realizados por Michael Bakhtin.
  • 30
    BACKTIN, Michael. Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. O contexto de François Rabelais. São Paulo: HUCITEC, EdUNB, 1987.
  • 31
    BACKTIN, Michael. Op. cit., 1987.
  • 1
    Idem.
  • 33
    Entrevista com o Sr. Waldir dos Santos realizada pela autora. Belo Horizonte, maio de 1995.
  • 34
    ENRIQUEZ, Eugene. Da horda ao Estado. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.
  • 35
    Como postulavam estruturalistas, como Louis Althusser e seus aparelhos ideológicos do Estado. Cf. Althusser, L. P. Aparelhos ideológicos de Estado. 7 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1998. Nota do Editor.
  • 36
    LA BOETIE, Etienne de. Apud CHATELET, François et al. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. p. 384.
  • 37
    ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1983. p. 338.
  • 38
    Folha de Minas, Belo Horizonte, 12 de maio de 1936, p. 12. Manchete: "Acusados de Extremistas".
  • 39
    Minas Geraes, Belo Horizonte, 3 de setembro de 1936. Manchete: "Inaugura-se hoje a Rádio Inconfidência".
  • 40
    Minas Geraes, Belo Horizonte, 4 de setembro de 1936. Manchete: "A inauguração da Rádio Inconfidência". Minas Geraes, Belo Horizonte, 2 de maio de 1940. Manchete: "As comemorações do Dia do Trabalho em Belo Horizonte".
  • 41
    Minas Geraes, Belo Horizonte, 3 de setembro de 1940. Manchete: "Rádio. O aniversário da Rádio Inconfidência".
  • 42
    Minas Geraes, Belo Horizonte, 21 de abril de 1942. Manchete: "Presidente Getúlio Vargas. A saudação do desembargador Mário Matos, pelo microfone da Rádio Inconfidência".
  • 43
    Minas Geraes, Belo Horizonte, 2 de maio de 1942. Manchete: "Produzir, produzir sem desfalecimentos, produzir cada vez mais".
  • 44
    Fontes orais: Entrevista com o Sr. Waldir dos Santos realizada pela autora. Belo Horizonte, maio de 1995.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 2011
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