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Nietzsche em voga* * Pulicado na revista católica A Ordem. Rio de Janeiro, Abril de 1941, p. 28-30.

Nietzsche in vogue

Resumo:

Texto publicado em 1941, na revista de orientação católica A Ordem, no Rio de Janeiro. Seu autor considera que Nietzsche teria negado a moral tradicional, concebendo em seu lugar outra, porém imoral e brutal. Acusa o filósofo, por fim, de ser responsável pela Guerra ora e curso na Europa.

Palavras-chave:
Nietzsche; guerra; moral

Abstract:

Text published in 1941 in the Catholic orientation magazine, A Ordem, in Rio de Janeiro. The author believes that Nietzsche would have denied traditional morality, conceiving another in its place, but immoral and brutal. Accuses the philosopher, finally, to be responsible for war now and travel in Europe

Keywords:
Nietzsche; guerra; morality

Nasceu em 1844 em Röcken perto de Luetzen (Alemanha). Como filho de pastor protestante, frequentou o ginásio de Schulpforta (o prédio histórico da Abadia dos Cisterciences). Estudou filosofia clássica nas Universidades de Bonn (Rio Renno) e Lipsia. Formou-se em filologia na cidade de Basel (Suíça). Tomou parte na guerra de 1870-1871 como enfermeiro; voltou desta guerra doente e nunca mais se reestabeleceu completamente.

As suas obras mais importantes são:

"Assim falava Zaratustra" - "Also sprach Zaratustra" e "Além do bem e do mal" - "Jenseits von Gut und Bese" (1886).

Em 1889 foi vítima de uma fraqueza mental. Morreu em 1900 nos braços de Julio Langbehn, que se converteu do protestantismo à Igreja. Langbehn continuou e completou a obra espiritual de Nietzsche nas obras:

"O Espírito da Totalidade" - "Der Geist des Ganzen" e "Rembrandt como instrutor" - "Rembrandt als Erzieher".

Nietzsche é um dos representantes mais lídimos da vida espiritual. A sua moral se aplica ao homem materializado; seu estilo é brilhante, rico de sentenças e quase um poema.

Especialmente as mulheres se afeiçoaram às obras de Nietzsche, ainda que ele as tivesse em pouca consideração, tratando-as como escravos do homem, nascidas para seu serviço.

Na sua mocidade Nietzsche estudou Schopenhauer (1860), o moderno filósofo pessimista admirou o seu ateísmo na vida e na morte.

Nietzsche nutriu um ódio infernal ao cristianismo. "O novo Testamento, a ideia do inferno, da penitência, da Igreja Católica devem desaparecer da vida alemã".

Nietzsche só admitia a moral tradicional para os escravos e psicopatas. Ele fazia uma distinção real entre a moral do "Uebermensch" - "homem superior" e do escravo.

O "Uebermensch" ou "Herrmensch" não necessita da moral tradicional, ele mesmo faz sua moral, conforme a sua disposição e vontade.

"Leben ist Wille zur Macht" - "A vida é a vontade do poder". "A atividade, a sobriedade, a religião e a misericórdia são virtudes de escravos ("Herdentugenden").

A moral de Nietzsche é imoral e brutal.

Ele reproduziu as ideias de Maquiavel. Tudo é lícito aos príncipes (Fuehrer).

Defende a escravidão como condição para o renascimento da cultura. O seu ideal é a Rússia Tzaristica, que escravizou o homem.

A doutrina de Nietzsche é o culto do egoísmo moderno. Os seus asseclas realizaram o sistema do mestre na Europa atual.

"A vontade do poder". Para consecução deste ideal se erguem os túmulos de esqueletos em Flandres. Para o culto do egoísmo cobre-se a terra do fogo. O pretenso homem superior é responsável pela onda de sangue que afoga o mundo.

Nietzsche morreu devotando um ódio de morte ao Cristo. O seu amigo Julio Langbehn voltou à Igreja, transformou a sentença da "Vontade de poder" em "Vontade de totalidade".

"A totalidade" (Ganzheit) de Langbehn aspira ardentemente a ordem e harmonia entre Deus e o homem.

Langbehn morreu como um bom cristão.

Esperamos que também o homem atual faça o caminho de Nietzsche a Langbehn, do Ateísmo a Cristo.

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    Pulicado na revista católica A Ordem. Rio de Janeiro, Abril de 1941, p. 28-30.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2015
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