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In Memoriam: Luiz César Póvoa (1937-2012)

In Memoriam: Luiz César Póvoa (1937–2012)


Luiz César Póvoa foi um sonhador que realizou seus sonhos. Desde que assumiu o Curso de Pós-Graduação em Endocrinologia da PUC-Rio, fez com que crescesse cada vez mais, criando novos endocrinologistas que disseminam suas ideias por todo o Brasil. Atualmente, é o curso de especialização com maior número de alunos do Brasil e o escolhido pelos mais bem colocados no concurso de Residência do Rio de Janeiro. O Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, seu querido IEDE, era uma de suas paixões. A outra era o Clube de Regatas do Flamengo. No IEDE, foi diretor por quinze anos e, mesmo depois de deixar o cargo, há 22 anos, para se dedicar mais ao ensino, continuou a contribuir com suas orientações, participando das Reuniões Acadêmicas e da diretoria da Fundação Francisco Arduíno, da qual foi presidente mais de uma vez.

Ao longo de sua vida colecionou merecidos títulos: Membro Titular da Academia Nacional de Medicina e da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, Livre-Docente da UFRJ, Professor Titular do Curso de Pós-Graduação em Endocrinologia da PUC-Rio, Decano do Centro de Ciências Biológicas e de Medicina da PUC-Rio, Diretor do IEDE, Presidente de Honra da Associação dos Ex-Alunos do IEDE, diversos cargos na Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Foram mais de 100 títulos universitários e honoríficos. O mais recente foi ter seu nome batizando um prêmio concedido aos melhores trabalhos apresentados no Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia de 2012, em Goiânia.

Tinha uma capacidade de memorização invejável, recordando não só os nomes das pessoas que passaram pela sua vida, mas suas atividades e até os seus relacionamentos. Quando necessário, não hesitava em recorrer a quem quer que fosse seu conhecido para ajudar quem necessitasse. Sabia sempre a quem recorrer.

Utilizou também sua prodigiosa memória para escrever vários livros, entre os quais se destaca a História da Endocrinologia no Brasil, importante obra de consulta para quem queira conhecer melhor como se desenvolveu a especialidade nos diversos estados brasileiros.

O mais importante, porém, foi a influência que exercia sobre os que o cercavam. Conseguiu reunir em torno de si aqueles que passavam pelo IEDE, que passavam a constituir o que chamava de "famiglia" do IEDE. Esse sentimento familiar permanece nas pessoas, mesmo depois que deixam o Instituto, fazendo com que, sempre que se encontrem, se sintam unidos por laços fraternos. É o que ele também chamava de "espírito do IEDE".

Perdemos este grande Mestre e, sobretudo, este grande Amigo.

Partiu na madrugada do dia 15 de dezembro de 2012, como disse que o faria, no seu último discurso, "abandonando o palco como um mágico, tirando coelhos e pombos da cartola, sob aplausos". Deixou-nos no Encontro Anual do IEDE, criado por ele há 41 anos, depois de diplomar mais uma turma de alunos do curso, cercado pelos seus discípulos e amigos. Dormindo. Sonhando, como não podia deixar de ser.

Ricardo M. R. Meirelles

Presidente da Comunicação Social da SBEM

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Maio 2013
  • Data do Fascículo
    Dez 2012
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