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EDITORIAL

Não é novidade que "a falta de comprometimento das instituições mantenedoras com a publicação de seus periódicos" (Stumpf, 1998, p. 5) pode comprometer o desempenho de uma revista, mesmo que bem avaliada pelo sistema Qualis. Embora inúmeros progressos tenham se efetuado nos últimos anos, em alguns casos, como o nosso, encontramos muitos percalços que a instituição poderia favorecer a superação, mesmo com toda a luta reivindicativa por parte da equipe que coordena a sua edição.

Apesar de todas as dificuldades, temos feito esforços homéricos para produzir um periódico com nível de qualidade conforme os padrões nacional e internacional. Entretanto, nem sempre tais esforços são suficientes para superar alguns entraves, desde financeiros, burocráticos e outros de cunho mais específico do processo editorial propriamente dito, como a pontualidade e a diminuição do tempo entre a submissão e a avaliação do artigo.

Reconhecemos o quanto é imprescindível a pontualidade na publicação, tanto na versão impressa quanto on line, e que é necessário o desenvolvimento de estratégias que aumentem a eficiência do processo editorial, diminuindo o tempo entre a submissão e a avaliação dos artigos. Entretanto, um dos aspectos que dificulta diminuir em muitos casos esse tempo é a dificuldade de que os consultores ad hoc cumpram os prazos estabelecidos para o bom andamento do processo. Mas isto não é o que acontece na maioria das vezes. É frequente, depois de vencido o prazo dado para a conclusão da avaliação do artigo, o consultor declinar do convite, alegando os mais diversos motivos que o impossibilitam de emitir o parecer.

Embora tal constatação seja uma constante nos últimos anos, não é possível simplesmente atribuir aos consultores ad hoc a responsabilidade por tais atrasos, desconsiderando outros fatores. Sabemos por experiência própria que as pressões institucionais são imensas e a constante cobrança de produtividade nos assola de tal modo que nos vemos sempre lutando contra o tempo. Por outro lado, contribuir com um periódico como consultor tem um peso insignificante em termos de pontuação em nossos currículos, seja nas avaliações internas em nossas instituições, seja pelas agências de fomento.

Mesmo sendo fundamental ao processo editorial de um periódico científico, na prática a consultoria ad hoc acaba por ser considerada uma atividade não prioritária diante das imensas exigências a serem cumpridas, para atender às demandas de produtividade. Alguém mais idealista poderia questionar tal afirmação, alegando que ser consultor faz parte da produtividade. Certamente que sim. Mas na hora em que nos constatamos sobrecarregados, com tempo exíguo para cumprir prazos de relatórios, de produção de artigos, de pesquisas, o que provavelmente será mais indicado para ser protelado? É certo que a emissão de um parecer será deixada para depois, as vezes para muito depois, ou será mais viável que se decline do convite, até por já estar em atraso, quem sabe.

Já passou da hora de o trabalho do revisor ser valorizado de modo mais efetivo. Não um valor idealizado, no mundo das ideias, nem apenas nas consciências daqueles que se dispõem a encontrar um tempo não existente em suas rotinas para tal fim, mas um valor reconhecido com peso nos currículos, nas avaliações internas e externas, expresso na objetividade das pontuações.

Certamente que as considerações acima se pautam num modelo de sistema de avaliação mais descentralizado, adotado por nossa revista, onde é imprescindível que cada artigo seja encaminhado para a avaliação por consultores ad hoc. Todos os artigos recebidos passam por uma avaliação preliminar efetuada pela Equipe Executiva e/ou Conselho Editorial, mas seu objetivo é verificar se está de acordo com as normas para publicação e o escopo do nosso periódico. Confirmada a adequação, como um material potencialmente publicável, os avaliadores são escolhidos de acordo com a especificidade de cada texto e a eles são enviados para que façam suas análises e emitam um parecer.

Do nosso ponto de vista, como não poderia deixar de ser, a avaliação dos artigos recebidos por parte de árbitros independentes é fundamental para consolidar um processo editorial competente, muito embora demande esforços consideráveis de todos os elementos envolvidos.

Por fim, novamente convidamos para que apreciem os artigos publicados no presente número, de autores oriundos de diversas instituições e de diferentes Estados da Federação, contribuindo para a ampliação do nosso conhecimento. Boa leitura!

Prof. Dr. Paulo José da Costa

Editor Geral Revista Psicologia em Estudo

E-mail: pjcosta@uem.br

  • 1
    Stumpf, I. R. C. (1998). Reflexões sobre as revistas brasileiras. Intexto, 1(3), 1-10.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Out 2014
  • Data do Fascículo
    Jun 2014
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