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Influência do Sistema Imunológico nas Doenças Cardiovasculares

Aterosclerose/fisiopatologia; Insuficiência Cardíaca; Hipertensão; Mortalidade; Infarto do Miocárdio; Sistema Imunológico

O sistema imunológico reage a diversos estímulos como corpos estranhos e dano tecidual. A inflamação é a resposta fisiológica inata do organismo às injúrias teciduais desencadeadas por agentes físicos, químicos e biológicos como infecção, trauma, toxina, e necrose tecidual. Uma vez iniciado, o processo somente cessa com a eliminação ou neutralização do agente agressor e a regeneração do tecido danificado.11. Akhmerov A, Parimon T. Extracellular vesicles, inflammation, and cardiovascular disease. Cells. 2022; 11(14):2229. doi: 10.3390/cells11142229.
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O processo inflamatório decorre de complexa reação desencadeada por eventos moleculares e bioquímicos que envolvem células imunes, células do tecido conjuntivo, moléculas inflamatórias e vasos sanguíneos.11. Akhmerov A, Parimon T. Extracellular vesicles, inflammation, and cardiovascular disease. Cells. 2022; 11(14):2229. doi: 10.3390/cells11142229.
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, 22. Libby P, Loscalzo J, Ridker PM, Farkouh ME, Hsue PY, Fuster V, et al. Inflammation, immunity, and infection in atherothrombosis. J Am Coll Cardiol. 2018; 72(17):2071-81. doi: 10.1016/j.jacc.2018.08.1043.
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Na inflamação aguda, células residentes e células imunes presentes na lesão liberam histaminas, quimiocinas, interleucinas (IL), e fator de necrose tumoral-α (TNF-α) que aumentam a permeabilidade vascular permitindo a infiltração tecidual de fluidos e células imunes como monócitos e neutrófilos. Consequentemente, ocorre a eliminação de patógenos, células necróticas e debris celulares. Finalmente, há inibição das vias inflamatórias e o reparo tecidual ou a substituição do tecido lesado por fibrose.22. Libby P, Loscalzo J, Ridker PM, Farkouh ME, Hsue PY, Fuster V, et al. Inflammation, immunity, and infection in atherothrombosis. J Am Coll Cardiol. 2018; 72(17):2071-81. doi: 10.1016/j.jacc.2018.08.1043.
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A amplitude da resposta inflamatória depende do tipo, tempo e intensidade da injúria tecidual. Se o estímulo agressor não for eliminado, o processo inflamatório evolui para fase crônica caracterizada, principalmente, por inflamação aguda persistente e destruição tecidual. Os linfócitos participam ativamente da inflamação crônica, facilitando a sinalização entre vários tipos celulares e a secreção de citocinas inflamatórias.33. Golia E, Limongelli G, Natale F, Fimiani F, Maddaloni V, Pariggiano I, et al. Inflammation and cardiovascular disease: from pathogenesis to therapeutic target. Curr Atheroscler Rep. 2014; 16(9):435. doi: 10.1007/s11883-014-0435-z.
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Doenças cardiovasculares como aterosclerose, insuficiência cardíaca, e hipertensão arterial sistêmica constituem as principais causas de óbito no mundo.44. Tsao CW, Aday AW, Almarzooq ZI, Anderson CA, Arora P, Avery CL, et al. Heart disease and stroke statistics—2023 update: a report from the American Heart Association. Circulation. 2023; 147(8):e93-621.doi: 10.1161/CIR.0000000000001123.
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A inflamação participa ativamente da patogênese dessas doenças. Neste Editorial, vamos comentar sobre o envolvimento da inflamação nas doenças cardiovasculares com ênfase em artigos recentemente publicados nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia.

A fisiopatologia da aterosclerose é complexa e multifatorial, caracterizada localmente por inflamação crônica, infiltração celular e alterações da coagulação sanguínea. A formação de placas ateroscleróticas na íntima das artérias leva a redução crônica do fluxo sanguíneo. Agudamente, pode ocorrer desestabilidade da placa com ruptura, formação de trombos e oclusão do vaso sanguíneo.55. Pellegrini C, Martelli A, Antonioli L, Fornai M, Blandizzi C, Calderone V. NLRP3 inflammasome in cardiovascular diseases: pathophysiological and pharmacological implications. Med Res Ver. 2021;41(4):1890-926. doi: 10.1002/med.21781.
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O índice imuno-inflamatório sistêmico (IIS) tem sido avaliado como um biomarcador facilmente acessível e de baixo custo para estratificar a gravidade da doença arterial coronariana.66. Gur DO, Efe MM, Alpsoy S, Akyüz A, Uslu N, Çelikkol A, et al. Systemic immune-inflammatory index as a determinant of atherosclerotic burden and high-risk patients with acute coronary syndromes. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(3):382-90. doi: 10.36660/abc.20210416.
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7. Saylik F, Akbulut T. Systemic immune-inflammation index predicts major cardiovascular adverse events in patients with ST-segment elevated myocardial infarction. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):14-22. doi: 10.36660/abc.20210412.
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- 88. Adali MK, Buber I, Sen G, Yilmaz S. Relationship between systemic immune-inflammation index and coronary collateral circulation in patients with chronic total occlusion. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):69-75. doi: 10.36660/abc.20210414.
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O IIS é calculado de acordo com a fórmula: (neutrófilo x plaqueta)/linfócito. Em pacientes com infarto agudo do miocárdio, com ou sem elevação do segmento ST, ou angina, valores elevados de IIS foram associados a maior extensão da lesão aterosclerótica e do dano tecidual, e aumento do tempo de hospitalização.66. Gur DO, Efe MM, Alpsoy S, Akyüz A, Uslu N, Çelikkol A, et al. Systemic immune-inflammatory index as a determinant of atherosclerotic burden and high-risk patients with acute coronary syndromes. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(3):382-90. doi: 10.36660/abc.20210416.
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Adicionalmente, o índice foi preditor independente para eventos adversos maiores em pacientes com infarto agudo e elevação do segmento ST submetidos a intervenção coronária percutânea.77. Saylik F, Akbulut T. Systemic immune-inflammation index predicts major cardiovascular adverse events in patients with ST-segment elevated myocardial infarction. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):14-22. doi: 10.36660/abc.20210412.
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O índice foi particularmente útil quando combinado com tradicionais fatores de risco.77. Saylik F, Akbulut T. Systemic immune-inflammation index predicts major cardiovascular adverse events in patients with ST-segment elevated myocardial infarction. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):14-22. doi: 10.36660/abc.20210412.
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Macrófagos são células especializadas que podem se diferenciar em dois fenótipos. Os macrófagos M1 são células com maior atividade inflamatória e alta capacidade para fagocitose e secreção de mediadores pró-inflamatórios como TNF-α e IL-6.99. Yang S, Yuan HQ, Hao YM, Ren Z, Qu SL, Liu LS, et al. Macrophage polarization in atherosclerosis. Clin Chim Acta. 2020; 501:142-6. doi: 10.1016/j.cca.2019.10.034.
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Ambas as citocinas participam da aterogênese promovendo inflamação vascular, oxidação lipídica, ativação de células endoteliais, proliferação celular, e acúmulo de lipídios por macrófagos.1010. Ridker PM, Rane M. Interleukin-6 signaling and anti-interleukin-6 therapeutics in cardiovascular disease. Circ Res. 2021; 128(11):1728-46. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.121.319077.
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Por outro lado, os macrófagos M2 possuem menor atividade inflamatória, podendo induzir redução do tamanho de placas ateroscleróticas.99. Yang S, Yuan HQ, Hao YM, Ren Z, Qu SL, Liu LS, et al. Macrophage polarization in atherosclerosis. Clin Chim Acta. 2020; 501:142-6. doi: 10.1016/j.cca.2019.10.034.
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Macrófagos presentes em placas ateroscleróticas acumulam maior quantidade de lipídios quando submetidos a concentração plasmática elevada de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e, neste caso, se diferenciam em células espumosas. O papel dos macrófagos na indução de inflamação em placas ateroscleróticas foi bem ilustrado no estudo de Castro et al.,1111. Castro CA, Buzinari TC, Lino RL, de Araújo HS, Aníbal FF, Verzola RM, et al. Profile of IL-6 and TNF in foam cell formation: an improved method using fluorescein isothiocyanate (FITC) probe. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(4):533-41. doi: 10.36660/abc.20210682.
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A estimulação in vitro de macrófagos com LDL oxidado (ox-LDL) aumentou a secreção de IL-6 e TNF-α, que foi proporcional à quantidade de ox-LDL no macrófago.1111. Castro CA, Buzinari TC, Lino RL, de Araújo HS, Aníbal FF, Verzola RM, et al. Profile of IL-6 and TNF in foam cell formation: an improved method using fluorescein isothiocyanate (FITC) probe. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(4):533-41. doi: 10.36660/abc.20210682.
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A ativação imunológica ocorre não somente em placas ateroscleróticas, mas também no miocárdio após infarto agudo ou outras formas de agressão cardíaca. A estimulação do sistema imune, iniciada no miocárdio estruturalmente alterado, se estende para o restante do organismo e pode ser detectada pela presença de marcadores inflamatórios no plasma.1212. Martinez PF, Bonomo C, Guizoni DM, Oliveira Jr SA, Damatto RL, Cezar MD, et al. Modulation of MAPK and NF-κB signaling pathways by antioxidant therapy in skeletal muscle of heart failure rats. Cell Physiol Biochem. 2016; 39(1):371-84. doi: 10.1159/000445631.
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Enquanto a inflamação exacerbada e crônica contribui para pior prognóstico de doenças cardiovasculares,1313. Pinheiro LF, Garzon S, Mariani Jr J, Prado GF, Caixeta AM, Almeida BO, et al. Inflammatory phenotype by OCT coronary imaging: specific features among de novo lesions, in-stent neointima, and in-stent neo-atherosclerosis. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(6):931-7. doi: 10.36660/abc.20220045.
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alguns subtipos de linfócitos, como os TCD4+ auxiliares, e mediadores anti-inflamatórios contribuem para reduzir o tamanho e a progressão de placas ateroscleróticas. A IL-10 e o fator de crescimento transformador tipo beta são exemplos de citocinas anti-inflamatórias que atenuam a lesão causada por inflamação; em elevadas concentrações plasmáticas, associam-se a melhor prognóstico da doença arterial coronariana.1414. Anguera I, Miranda-Guardiola F, Bosch X, Filella X, Sitges M, Marín JL, et al. Elevation of serum levels of the anti-inflammatory cytokine interleukin-10 and decreased risk of coronary events in patients with unstable angina. Am Heart J. 2002; 144(5):811-7. doi: 10.1067/mhj.2002.124831
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Ainda no cenário de mecanismos anti-inflamatórios, a IL-35 é uma citocina com propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras, capaz de suprimir funções deletérias dos linfócitos TCD4+ e induzir diferenciação de células regulatórias. Recentemente, Oflar et al.,1515. Oflar E, Sahin MH, Demir B, Ertugrul AS, Oztas DM, Beyaz MO, et al. Interleukin-35 levels in patients with stable coronary artery disease. Arq Bras Cardiol. 2021; 118(2):400-8. doi: 10.36660/abc.20200945.
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sugeriram que, em pacientes com doença arterial coronariana, baixa concentração plasmática de IL-35 pode estar associada a maior extensão da doença.

Nas últimas décadas, a comunidade científica mostrou que ativação do sistema imunológico participa ativamente da homeostase cardiovascular em situações fisiológicas e patológicas. Entretanto, ainda há necessidade de melhor entendimento sobre o envolvimento da inflamação na fisiopatologia das doenças cardiovasculares para que se possa conduzir terapeuticamente o sistema imunológico para o tratamento de pacientes.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Ago 2023
  • Data do Fascículo
    Jul 2023
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