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Processos de subjetivação inscritos na constituição da experiência de si da(o) enfermeira(o) nas práticas assistenciais de um cenário de trabalho exemplar: a Unidade de Terapia Intensiva

RESUMOS

Processos de subjetivação inscritos na constituição da experiência de si da(o) enfermeira(o) nas práticas assistenciais de um cenário de trabalho exemplar: a Unidade de Terapia Intensiva

Orientadora: Profª Drª Maria Auxiliadora Trevizan

Co-orientadora: Profª Drª Flávia Regina Souza Ramos

Araújo LFS. Processos de subjetivação inscritos na constituição da experiência de si da(o) enfermeira(o) nas práticas assistenciais de um cenário de trabalho exemplar: a Unidade de Terapia Intensiva [doutorado]. Ribeirão Preto (SP): USP/EERP/Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental; 2005.

O objetivo deste estudo foi descrever e analisar os processos de subjetivação inscritos na constituição da experiência de si da(o) enfermeira(o), nas práticas assistenciais de um cenário de trabalho exemplar – a Unidade de Terapia Intensiva; submetendo-os ao olhar foucaultiano sobre os regimes de verdade, através do qual pretendeu-se interrogar as condições nas quais a(o) enfermeira(o) problematiza o que ela(e) é. Nos processos de subjetivação, buscamos indagar sobre as tecnologias do eu - jogos de verdade através dos quais a(o) enfermeira(o) se dá a pensar seu próprio ser, quando se percebe, se reconhece, se julga como tal. O referencial teórico utilizado foi de Michel Foucault, complementado por estudos de Jorge Larrosa sobre os dispositivos de produção e mediação da experiência de si. O local de pesquisa foi a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Júlio Muller da rede pública de serviços do Sistema Único de Saúde do município de Cuiabá, e o grupo pesquisado foi formado, prioritariamente, por enfermeiras(os) que nesta Unidade exerciam atividades de assistência em saúde, pois uma vez que as tecnologias do eu constituem dispositivos de reflexividade, nos interessou a experiência de si mesmo da(o) enfermeira(o); entretanto, sempre considerando que outros trabalhadores participam desta construção. Os instrumentos técnicos utilizados buscaram apreender as práticas assistenciais em sua materialidade discursiva e não discursiva, buscando selecionar casos e registros exemplares, assim como casos dissonantes destas práticas. A análise dos dados se deu pela construção de diversas grades de pesquisa, produto do olhar sob a materialidade das práticas, das relações de poder entre os sujeitos, das relações do sujeito consigo mesmo, pois a constituição da experiência de si da(o) enfermeira(o) - como experiência historicamente singular; relaciona campos de discurso, campos de poder e processos de subjetivação. Os dispositivos de produção e mediação da experiência de ser enfermeira(o) mostram sua materialidade nas práticas diárias de leitura, e de intervenção sobre o corpo/máquina na UTI. Nos mecanismos através dos quais: desenvolveram-se (e se desenvolvem) competências em torno da objetividade do corpo da clínica, e se produziu (e ainda se produz) a experiência de ser, a(o) enfermeira(o), a extensão do olho e do braço médico; apreendeu-se (e se apreende cotidianamente) a linguagem clínica e se produziu (e ainda se produz) a experiência de ser, a(o) enfermeira(o), um sujeito do discurso clínico. E também, marcou-se (e se marca) o lugar de cada um, e se produziu (e se produz diariamente) a experiência do lugar de si mesmo, a(o) enfermeira(o), em relação aos outros agentes das práticas na UTI. Nestes mecanismos, segue-se produzindo um olhar profissional, como olhar mais "clínico" que "cuidativo"; e uma atuação profissional orientada pela clínica. Na complexidade desta experiência, e de forma contingente a estes dispositivos e mecanismos, está a indagação das possibilidades de governo de si da(o) enfermeira(o) nos atuais cenários do trabalho.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Set 2007
  • Data do Fascículo
    Mar 2007
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