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EDITORIAL

A presente edição de Sociologias chega aos leitores no rescaldo das recentes e expressivas mobilizações e revoltas populares ocorridas em diferentes países e, de forma intensa, no Brasil nos últimos meses. A plena compreensão desses eventos demandará tempo e reflexão à luz de múltiplos saberes. Precisamente neste número, Sociologias apresenta um dossiê sobre a teoria do reconhecimento formulada por Axel Honneth, autor que atribui aos processos de reconhecimento social um papel preponderante no fomento aos atos de revolta popular.

O dossiê, organizado por Cinara Rosenfield e Giovanni Saavedra, traz um texto do próprio Honneth, publicado originalmente como um capítulo de livro e ainda inédito em língua portuguesa. Na sequência, outros autores alemães e brasileiros - Mattias Iser, Rahel Jaeggi, Emil Sobottka e Nadia Furhmann - nos brindam com interpretações críticas da teoria honnethiana envolvendo diferentes aspectos conexos à luta por reconhecimento.

Na seção Artigos, Eduardo Santos de Oliveira analisa o papel do Supremo Tribunal Federal no Brasil à luz da teoria, de tradição europeia continental, da separação dos poderes do Estado, a qual não considera os órgãos do Poder Judiciário como verdadeiros componentes do sistema governamental. Pieter de Vries, tomando por base as correntes teóricas do pós-desenvolvimentismo e da modernidade/colonialidade/descolonialidade, propõe submeter essas perspectivas a um teste etnográfico mediante estudo junto à comunidade de Usibamba, localizada nos Andes Centrais do Peru. Sergio Tavolaro retoma a obra de Gilberto Freyre, buscando entender em que medida esse clássico do pensamento social brasileiro abraça o projeto de desconstruir um marco conceitual tendente a perpetuar a visão de incomensurabilidade entre a experiência societal brasileira e aquela das sociedades modernas civilizadas.

A seção Interfaces traz artigo de Antonio Teixeira de Barros que examina, através de estudo comparado entre Brasil e Portugal, o papel da mídia, particularmente a televisiva, na visibilização social das questões ambientais e de seus atores. A Resenha apresenta o livro de José Maurício Domingues, Teoria crítica e (semi) periferia, de 2011, na leitura de Fernando Perlatto Bom Jardim.

Convidamos nossos leitores a percorrer os caminhos da Teoria do Reconhecimento e as demais seções de Sociologias. Esperando contribuir para uma mais acurada compreensão de fenômenos sociais contemporâneos em um tempo de transição.

Antonio David Cattani e Maíra Baumgarten

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Set 2013
  • Data do Fascículo
    Ago 2013
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