Acessibilidade / Reportar erro

Leucoplasia verrucosa proliferativa: diagnóstico, conduta e avanços atuais Como citar este artigo: Capella DL, Gonçalves JM, Abrantes AA, Grando LJ, Daniel FI. Proliferative verrucous leukoplakia: diagnosis, management and current advances. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:585-93.

Resumo

Introdução:

Leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é uma lesão multifocal e progressiva da mucosa oral, com etiologia desconhecida e comumente resistente a todas as tentativas terapêuticas, com recorrências frequentes. É caracterizada por uma alta taxa de transformação em carcinoma de células escamosas e carcinoma verrucoso da cavidade oral.

Objetivo:

Analisar os estudos sobre LVP e elaborar uma atualização resumida.

Método:

Foi realizada uma pesquisa na base de dados Pubmed que identificou estudos (pesquisas laboratoriais, séries de casos e revisões de literatura) que avaliaram pacientes com LVP.

Resultados e discussão:

Não há estudos suficientes sobre LVP na literatura. Os poucos estudos encontrados não apresentam consenso quanto aos critérios de etiologia e diagnóstico. Embora várias estratégias de tratamento tenham sido propostas, a maioria ainda apresenta alta taxa de recorrência.

Conclusão:

Mais pesquisas sobre LVP são necessárias para entender e tratar essa doença.

PALAVRAS-CHAVE
Leucoplasia oral; Leucoplasia; Leucoplasia verrucosa proliferativa; Câncer oral; Carcinoma, Célula escamosa; Câncer de cabeça e pescoço

Abstract

Introduction:

Proliferative verrucous leukoplakia is a multifocal and progressive lesion of the oral mucosa, with unknown etiology, and commonly resistant to all therapy attempts with frequent recurrences. It is characterized by a high rate of oral squamous cell carcinoma and verrucou carcinoma transformations.

Objective:

To analyze the studies about Proliferative verrucous leukoplakia and develop a concise update.

Methods:

A Pubmed search identifying studies (laboratory research, case series and reviews of literature) that examined patients with Proliferative verrucous leukoplakia was realized.

Results:

There are not enough studies about Proliferative verrucous leukoplakia in the literature. The few found studies not present a consensus about its etiology and diagnosis criteria. Although several treatment strategies have been proposed, most of them still show a high recurrence rate.

Conclusion:

More research about Proliferative verrucous leukoplakia is necessary to understand and treat this disease.

KEYWORDS
Leukoplakia oral; Leukoplakia; Proliferative verrucous leukoplakia; Oral cancer; Squamous cell carcinoma; Head and neck cancer

Introdução

A leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é uma forma muito agressiva e rara de leucoplasia oral (LO) com alta morbidade.11 Campisi G, Giovannelli L, Ammatuna P, Capra G, Colella G, Di Liberto C, et al. Proliferative verrucous vs conventional leukoplakia: no significantly increased risk of HPV infection. Oral Oncol. 2004;40:835-40. A primeira descrição foi feita por Hansen, James & Silverman (1985) como uma forma distinta de LO que se desenvolve inicialmente como uma placa branca que eventualmente se transforma em lesões multifocais de crescimento lento, resistentes a todos os procedimentos terapêuticos, inclusive cirurgia, com alta taxa de recorrência e uma tendência de transformação maligna.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98. Com a introdução do termo LVP, o termo anteriormente usado, "papilomatose oral florida", desapareceu da literatura.33 Grinspan D, Abulafia J. Oral florid papillomatosis (verrucous carcinoma). Int J Dermatol. 1979;18:608-22. A Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2005 descreve a LVP como "uma forma clínica rara, mas característica, de lesões precursoras orais de alto risco".44 Barnes L, Eveson JW, Reichart P, Sidransky D. Pathology & genetics head and neck tumours. World Health Organ Classif Tumours. 2005. Vários estudos têm analisado as características da LVP e sua propensão para transformar-se em carcinoma oral.44 Barnes L, Eveson JW, Reichart P, Sidransky D. Pathology & genetics head and neck tumours. World Health Organ Classif Tumours. 2005. Trinta anos após sua descoberta, ainda é uma doença desafiadora, sem etiologia confirmada ou tratamento eficiente. Embora existam artigos publicados sobre critérios diagnósticos da LVP, eles podem ser imprecisos na detecção da apresentação inicial da doença, seja através de características clínicas ou histopatológicas. O objetivo deste trabalho é analisar a literatura sobre a LVP e elaborar uma atualização resumida.

Método

Foi realizada uma pesquisa na base de dados PubMed com o termo "leucoplasia verrucosa proliferativa" para o período de 1985 a 2015 (trinta anos). Foram incluídos artigos adicionais com base na pesquisa bibliográfica original e referências dos artigos selecionados. Também foram incluídos artigos sobre pesquisas laboratoriais, séries de casos, assim como revisões da literatura.

Resultados e discussão

Etiologia

Hansen, James & Silverman (1985) descreveram a LVP como uma doença com etiologia pouco clara, mas tipicamente associada ao uso de tabaco.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98. No entanto, o papel do tabaco nas lesões de LVP é desconhecido, uma vez que essas lesões são observadas em fumantes e não fumantes (tabela 1).11 Campisi G, Giovannelli L, Ammatuna P, Capra G, Colella G, Di Liberto C, et al. Proliferative verrucous vs conventional leukoplakia: no significantly increased risk of HPV infection. Oral Oncol. 2004;40:835-40.,22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.

6 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7.

7 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30.

8 Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82.

9 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.

10 Bagan JV, Jimenez Y, Murillo J, Gavaldá C, Poveda R, Scully C, et al. Lack of association between proliferative verrucous leukoplakia and human papillomavirus infection. J Oral Maxillofac Surg. 2007;65:46-9.

11 Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6.

12 Morton TH, Cabay RJ, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: report of three cases. J Oral Pathol Med. 2007;36:315-8.

13 Gandolfo S, Castellani R, Pentenero M. Proliferative verrucous leukoplakia: a potentially malignant disorder involving periodontal sites. J Periodontol. 2009;80:274-81.

14 Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5.
-1515 Kahn MA, Dockter ME, Hermann-Petrin JM. Proliferative verrucous leukoplakia. Four cases with flow cytometric analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994;78:469-75. Vários estudos avaliaram o uso de álcool por pacientes com LVP, mas a relação entre eles não foi estabelecida (tabela 1). 11 Campisi G, Giovannelli L, Ammatuna P, Capra G, Colella G, Di Liberto C, et al. Proliferative verrucous vs conventional leukoplakia: no significantly increased risk of HPV infection. Oral Oncol. 2004;40:835-40.,99 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.,1111 Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6.,1313 Gandolfo S, Castellani R, Pentenero M. Proliferative verrucous leukoplakia: a potentially malignant disorder involving periodontal sites. J Periodontol. 2009;80:274-81.

Tabela 1
Estudos de séries de casos de LVP

Nos últimos anos, tem sido formulada a hipótese de que o papilomavírus humano (HPV) poderia influenciar tanto lesões malignas orais potenciais quanto aquelas já estabelecidas.1616 Bouda M, Gorgoulis VG, Kastrinakis NG, Giannoudis A, Efthymia T, Danassi-Afentaki D, et al. High risk' HPV types are frequently detected in potentially malignant and malignant oral lesions, but not in normal oral mucosa. Mod Pathol. 2000;13:644-53. Embora a associação entre o carcinoma de células escamosas (CCE) da cavidade oral e o HPV já tenha sido mencionada, a sua influência nos casos de LVP ainda não está confirmada.1717 Ostwald C, Rutsatz K, Schweder J, Schmidt W, Gundlach K, Barten M. Human papillomavirus 6/11, 16 and 18 in oral carcinomas and benign oral lesions. Med Microbiol Immunol. 2003;192:145-8. Nas últimas décadas, alguns estudos relataram frequências diferentes e contraditórias de detecção de DNA de HPV na LVP (tabela 2).11 Campisi G, Giovannelli L, Ammatuna P, Capra G, Colella G, Di Liberto C, et al. Proliferative verrucous vs conventional leukoplakia: no significantly increased risk of HPV infection. Oral Oncol. 2004;40:835-40.,77 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30.,1010 Bagan JV, Jimenez Y, Murillo J, Gavaldá C, Poveda R, Scully C, et al. Lack of association between proliferative verrucous leukoplakia and human papillomavirus infection. J Oral Maxillofac Surg. 2007;65:46-9.,1818 Palefsky JM, Silverman S, Abdel-Salaam M, Daniels TE, Greenspan JS. Association between proliferative verrucous leukoplakia and infection with human papillomavirus type 16. J Oral Pathol Med. 1995;24:193-7.,1919 Gopalakrishnan R, Weghorst CM, Lehman TA, Calvert RJ, Bijur G, Sabourin CLK, et al. Mutated and wild-type p53 expression and HPV integration in proliferative verrucous leukoplakia and oral squamous cell carcinoma. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;83:471-7.

Tabela 2
Estudos sobre a presença de HPV na LVP

Sobre outras possíveis etiologias, existem poucos estudos com LVP que tentaram identificar a presença de Candida albicans. Silverman et al. (1997) relataram 19 de 38 espécimes com positividade para Candida albicans, mas sem correlação entre a infecção fúngica e a ocorrência de LVP ou progressão para carcinoma, caracterizaram-na como uma provável infecção secundária.66 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7. Similarmente, Hansen et al. (1985) observaram que 12 de 30 pacientes eram positivos para Candida albicans.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98. Em relação ao vírus de Epstein-Barr (EBV), Bagan et al. (2008) foram os únicos a detectar EBV em um grupo com LVP (60% de 6 pacientes).2020 Bagan J, Jiménez Y, Murillo J, Poveda R, Díaz JM, Gavaldá C, et al. Epstein-Barr virus in oral proliferative verrucous leukoplakia and squamous cell carcinoma: a preliminary study. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2008;13:110-3. Portanto, nenhum desses estudos estabeleceu até o momento o papel exato dos agentes microbiológicos na patogênese da LVP.

Características epidemiológicas e clínicas

Nos estudos avaliados neste trabalho, a LVP ocorreu predominantemente em mulheres, com uma taxa de 2,72: 1 (mulher/homem) e uma média de 66,8 anos (tabela 1).11 Campisi G, Giovannelli L, Ammatuna P, Capra G, Colella G, Di Liberto C, et al. Proliferative verrucous vs conventional leukoplakia: no significantly increased risk of HPV infection. Oral Oncol. 2004;40:835-40.,22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.

6 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7.

7 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30.

8 Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82.

9 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.

10 Bagan JV, Jimenez Y, Murillo J, Gavaldá C, Poveda R, Scully C, et al. Lack of association between proliferative verrucous leukoplakia and human papillomavirus infection. J Oral Maxillofac Surg. 2007;65:46-9.

11 Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6.

12 Morton TH, Cabay RJ, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: report of three cases. J Oral Pathol Med. 2007;36:315-8.

13 Gandolfo S, Castellani R, Pentenero M. Proliferative verrucous leukoplakia: a potentially malignant disorder involving periodontal sites. J Periodontol. 2009;80:274-81.

14 Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5.
-1515 Kahn MA, Dockter ME, Hermann-Petrin JM. Proliferative verrucous leukoplakia. Four cases with flow cytometric analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994;78:469-75.,2121 Gouvêa AF, Santos Silva AR, Speight PM, Hunter K, Carlos R, Vargas PA, et al. High incidence of DNA ploidy abnormalities and increased Mcm2 expression may predict malignant change in oral proliferative verrucous leukoplakia. Histopathology. 2013;62:551-62. Os locais mais afetados foram gengiva, 88 Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82.

9 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.
-1010 Bagan JV, Jimenez Y, Murillo J, Gavaldá C, Poveda R, Scully C, et al. Lack of association between proliferative verrucous leukoplakia and human papillomavirus infection. J Oral Maxillofac Surg. 2007;65:46-9.,1212 Morton TH, Cabay RJ, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: report of three cases. J Oral Pathol Med. 2007;36:315-8.,1414 Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5.,1515 Kahn MA, Dockter ME, Hermann-Petrin JM. Proliferative verrucous leukoplakia. Four cases with flow cytometric analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994;78:469-75. mucosa bucal22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.,66 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7. e rebordo alveolar, 1111 Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6.,1313 Gandolfo S, Castellani R, Pentenero M. Proliferative verrucous leukoplakia: a potentially malignant disorder involving periodontal sites. J Periodontol. 2009;80:274-81. enquanto a língua foi menos afetada.2121 Gouvêa AF, Santos Silva AR, Speight PM, Hunter K, Carlos R, Vargas PA, et al. High incidence of DNA ploidy abnormalities and increased Mcm2 expression may predict malignant change in oral proliferative verrucous leukoplakia. Histopathology. 2013;62:551-62.

Zakrzewska et al. (1996) observaram que as características clínicas iniciais da LVP incluíam pequenos sinais brancos e bem definidos de lesões leucoplásicas não homogêneas com padrão salpicado.55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401. De acordo com Ghazali et al. (2003), a LVP apresenta-se inicialmente como lesão unifocal, homogênea, de crescimento lento e persistente.99 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92. Nesse estágio é extremamente difícil, se não impossível, distingui-la da leucoplasia oral. A LVP tem uma ou mais áreas de leucoplasia homogênea, que cresce de forma lenta e persistente e tende a se tornar multifocal com áreas exofíticas, verrucosas ou eritematosas.2222 Bagan J, Scully C, Jimenez Y, Martorell M. Proliferative verrucous leukoplakia: a concise update. Oral Dis. 2010;16:328-32. Após um longo período, geralmente seis anos, ocorre a evolução para carcinoma.2323 Cerero-Lapiedra R, Balade-Martinez D, Moreno-Lopez L, Esparza-Gomez G, Bagan J. Proliferative verrucous leukoplakia: a proposal for diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010;15:839-45. As áreas que são eritematosas, verrucosas ou têm superfície papilar são características da transformação maligna e, portanto, essas áreas devem passar por uma confirmação histopatológica (fig. 1).2323 Cerero-Lapiedra R, Balade-Martinez D, Moreno-Lopez L, Esparza-Gomez G, Bagan J. Proliferative verrucous leukoplakia: a proposal for diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010;15:839-45.

Figura 1
(A) Leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) na gengiva inferior inserida e que gradualmente se estende ao longo da crista alveolar esquerda. (B) LVP na mucosa bucal com diferentes padrões clínicos: áreas maiores de leucoplasias homogêneas e áreas com espessamento da superfície de queratinização e/ou verrugas. (C e D) LVP na parte ventral da língua e no assoalho da boca com aparência exofítica e área focal de padrão granular em ambas as cristas alveolares. (E) Imagem histopatológica mostra acantose e hiperqueratose com displasia leve. (F) Lesão exofítica, hiperqueratótica superfície verruciforme ou papilar proeminente e acantose que forma projeções rombas na lâmina própria. (G) Hiperqueratose, acantose, irregularidade da camada basal e algumas áreas de atrofia epitelial. (H) Hiperqueratose com projeções epiteliais em forma de gota e lâmina própria intacta (HE, ampliação original 40x).

Recentemente, um subtipo de LVP, designado leucoplasia verrucosa proliferativa gengival (LVPG) foi relatado, envolve exclusivamente a gengiva livre e inserida. A LVPG é caracterizada como uma placa esbranquiçada, lesão unifocal, recorrente e progressiva. O seu curso também é imprevisível e pode se transformar em CCE ou carcinoma verrucoso (CV).77 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30.

Como os estágios de evolução de diferentes locais nas lesões multifocais não são necessariamente os mesmos, os pacientes devem ser monitorados de perto, com biópsias frequentes e repetidas quando houver alterações na cor, aparência ou tamanho e quando novas lesões aparecerem.99 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.,2424 Bagán J, Murillo JM, Poveda R, Gavaldá C, Jiménez Y, Scully C. Proliferative verrucous leukoplakia: unusual locations of oral squamous cell carcinomas, and field cancerization as shown by the appearance of multiple OSCCs. Oral Oncol. 2004;40:440-3.,2525 Bishen K, Sethi A. Proliferative verrucous leukoplakia - diagnostic pitfalls and suggestions. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2009;14:263-4. Pacientes com lesões de aparência esbranquiçada inofensiva e episódios de recorrência também devem ser acompanhados a cada seis meses.2525 Bishen K, Sethi A. Proliferative verrucous leukoplakia - diagnostic pitfalls and suggestions. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2009;14:263-4. A LVP pode progredir para CV ou CCE ao longo do tempo, apesar das inúmeras intervenções de tratamento, isso sugere que a LVP esteja associada a alterações submicroscópicas difusas da mucosa oral, algumas vezes descritas como "campo de cancerização".2424 Bagán J, Murillo JM, Poveda R, Gavaldá C, Jiménez Y, Scully C. Proliferative verrucous leukoplakia: unusual locations of oral squamous cell carcinomas, and field cancerization as shown by the appearance of multiple OSCCs. Oral Oncol. 2004;40:440-3. Portanto, a LVP apresenta uma alta taxa de transformação maligna (tabela 1).2626 Liu W, Wang YF, Zhou HW, Shi P, Zhou ZT, Tang GY. Malignant transformation of oral leukoplakia: a retrospective cohort study of 218 Chinese patients. BMC Cancer. 2010;10:685-91.

Histopatologia

Os achados histopatológicos podem mostrar acantose e hiperqueratose com um infiltrado linfocitário na interface da lâmina própria superficial. Se as lesões continuarem a crescer horizontalmente e verticalmente, haverá alterações histopatológicas que aumentam a rugosidade da superfície com aspecto verrucoso, bem como hiperplasia, com ou sem displasia.1212 Morton TH, Cabay RJ, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: report of three cases. J Oral Pathol Med. 2007;36:315-8. Portanto, ao longo do tempo e sem tratamento, há uma progressão inexorável para CV ou CCE da cavidade oral (fig. 1).55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.,1212 Morton TH, Cabay RJ, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: report of three cases. J Oral Pathol Med. 2007;36:315-8.,2222 Bagan J, Scully C, Jimenez Y, Martorell M. Proliferative verrucous leukoplakia: a concise update. Oral Dis. 2010;16:328-32.,2727 Cabay RJ, Morton TH, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: a review of the literature. J Oral Pathol Med. 2007;36:255-61.

Hansen et al. (1985) descreveram a progressão histopatológica da LVP em 10 estágios durante seu curso clínico.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98. Essa classificação dividiu a LVP em cinco grupos: hiperqueratose, hiperplasia verrucosa (HV), CV, carcinoma papilar de células escamosas e CCE pouco diferenciado, com estágios intermediários. Frequentemente as lesões progridem lentamente para estágios mais avançados, com poucos casos de reversão. No entanto, Murrah e Batsakis (1999) reduziram o número de estágios histológicos para quatro, removeram os estágios intermediários e propuseram uma revisão que omitiu o carcinoma papilar de células escamosas considerando-o uma entidade independente de LPV, mais frequente na orofaringe.2828 Murrah VA, Batsakis JG. Proliferative verrucous leukoplakia and verrucous hyperplasia. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1994;103:660-3. Batsakis et al. (1999) também consideraram a possível remoção de HV, uma vez que tem muito em comum com o CV, mas com um padrão de crescimento exofítico na HV, em oposição a um padrão de crescimento endofítico no CV (fig. 2).2929 Batsakis JG, Suarez P, El-naggar AK. Proliferative verrucous leukoplakia and its related lesions. Oral Oncol. 1999;35:354-9.

Figura 2
Estágios histológicos de progressão para carcinoma. Adaptado de Ghazali et al. (2003).99 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.

Biomarcadores

Descobertas recentes indicam que a carcinogênese é resultado de alterações genéticas e epigenéticas acumuladas que podem levar à instabilidade cromossômica, sob a forma de aberrações numéricas ou estruturais, que podem ser detectadas como conteúdo anormal do DNA ou aneuploidia.3030 Torres-Rendon A, Roy S, Craig GT, Speight PM. Expression of Mcm2, geminin and Ki67 in normal oral mucosa, oral epithelial dysplasias and their corresponding squamous-cell carcinomas. Br J Cancer. 2009;100:1128-34. A análise de ploidia na LVP foi feita em três diferentes estudos, que apresentaram alta prevalência. Khan et al. (1994) analisaram quatro LVPs por citometria de fluxo e encontraram DNA aneuploide em todos os casos.1515 Kahn MA, Dockter ME, Hermann-Petrin JM. Proliferative verrucous leukoplakia. Four cases with flow cytometric analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994;78:469-75. Klanrit et al. (2007) analisaram seis amostras de LVP incluídas em parafina e detectaram quatro (66,6%) casos com estado de ploidia anormal antes da transformação maligna.1111 Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6. Gouvea et al. (2013) analisaram DNA de 20 pacientes com LVP e 19 (95%) casos mostraram aneuploidia, com DNA anormal observado mesmo nas lesões mais indolentes.2121 Gouvêa AF, Santos Silva AR, Speight PM, Hunter K, Carlos R, Vargas PA, et al. High incidence of DNA ploidy abnormalities and increased Mcm2 expression may predict malignant change in oral proliferative verrucous leukoplakia. Histopathology. 2013;62:551-62.

Portanto, vários estudos têm sido realizados para determinar se os níveis de expressão melhorados de alguns marcadores moleculares envolvidos em diferentes vias celulares podem ser indicadores valiosos do comportamento clínico.3131 Pitiyage G, Tilakaratne WM, Tavassoli M, Warnakulasuriya S. Molecular markers in oral epithelial dysplasia: review. J Oral Pathol Med. 2009;38:737-52. Gopalakrishnan et al. (1997) estudou a expressão de p53 em 10 amostras e encontrou marcação mínima na mucosa oral normal, mas positividade em 8 (80%) dos casos de LVP e em 7 (70%) dos casos de CCE.1919 Gopalakrishnan R, Weghorst CM, Lehman TA, Calvert RJ, Bijur G, Sabourin CLK, et al. Mutated and wild-type p53 expression and HPV integration in proliferative verrucous leukoplakia and oral squamous cell carcinoma. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;83:471-7. Fettig et al. (2000) identificaram a expressão de p53 em quatro (40%) dos 10 casos analisados.77 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30. Gouvea et al. (2013) mostraram imunorreatividade da p53 em 14 (77,7%) dos 18 casos.3232 Gouvêa AF, Vargas PA, Coletta RD, Jorge J, Lopes MA. Clinicopathological features and immunohistochemical expression of p53, Ki-67, Mcm-2 and Mcm-5 in proliferative verrucous leukoplakia. J Oral Pathol Med. 2010;39:447-52. No mesmo estudo, a expressão de Ki-67 foi semelhante à observada com a progressão da proteína p53 da displasia epitelial na LVP. O Ki-67 é uma proteína nuclear associada à proliferação celular com potencial biomarcação preditiva nos estágios iniciais do CCE e pode ser usado em adição ao estadiamento convencional de tumores para uma conduta terapêutica ideal.3333 Yu YH, Morales J, Feng L, Lee JJ, El-Naggar AK, Vigneswaran N. CD147 and Ki-67 overexpression confers poor prognosis in squamous cell carcinoma of oral tongue: a tissue microarray study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2015;119:553-65. Akrish et al. (2015) fizeram uma revisão retrospectiva de 11 pacientes com LVP, 38 com carcinoma em pacientes com LVP (CCE-P) e 49 com carcinoma de células escamosas convencional (CCE-C).3434 Akrish S, Ben-Izhak O, Sabo E, Rachmiel A. Oral squamous cell carcinoma associated with proliferative verrucous leukoplakia compared with conventional squamous cell carcinoma-a clinical, histologic and immunohistochemical study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2015;119:318-25. A hiperexpressão da p53 foi mais comum em CCE-P, mas sem hiperexpressão do ki-67 ou p16. Krest et al. (2014) avaliaram genes reguladores do ciclo celular em 20 casos de LVP e detectaram eventos de deleção ou mutação que envolveram ambos os genes p16INK4a e p14ARF em 45% dos casos.3535 Kresty L, Mallery SR, Knobloch TJ, Li J, Lloyd M, Casto BC, et al. Frequent alterations of p16INK4a and p14ARF in oral proliferative verrucous leukoplakia. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2008;17:3179-87.

Critérios diagnósticos

Hansen et al. (1985) determinaram que as lesões diagnosticadas como LVP poderiam ter inicialmente um aspecto homogêneo, sem displasia, seguido de aparência verrucosa em áreas superficiais e múltiplas lesões discretas ou confluentes em sítios intraorais únicos ou múltiplos.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.

De acordo com Cerero-Lapiedra et al. (2010), os estudos publicados sobre LVP seguiram o critério de diagnóstico postulado por Hansen et al. (1985).22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,2323 Cerero-Lapiedra R, Balade-Martinez D, Moreno-Lopez L, Esparza-Gomez G, Bagan J. Proliferative verrucous leukoplakia: a proposal for diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010;15:839-45. A despeito de ser uma descrição pioneira e abrangente, ainda precisava de atualizações, e portanto, os mesmos autores propuseram a reformulação dos critérios, dividindo-os em maiores (cinco critérios) e menores (quatro critérios) (tabela 3). Para o diagnóstico de LVP, o paciente deve ter uma das seguintes combinações:

Tabela 3
Proposta de critérios diagnósticos maiores e menores para LVP recomendados por Cerero-Lapiedra et al. (2010).2323 Cerero-Lapiedra R, Balade-Martinez D, Moreno-Lopez L, Esparza-Gomez G, Bagan J. Proliferative verrucous leukoplakia: a proposal for diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010;15:839-45. Adaptado de Carrard, Brouns e Van der Waal3636 Carrard V, Brouns E, Van der Waal I. Proliferative verrucous leukoplakia; a critical appraisal of the diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2013;18:411-3.
  • Três critérios maiores (um dos quais deve incluir a evolução das lesões histopatológicas).

  • Dois critérios maiores (um dos quais deve incluir a evolução das lesões histopatológicas) + dois critérios menores.

Bagan et al. (2011) acreditavam que esses critérios eram úteis apenas para aqueles com experiência clínica de LVP, mas poderiam ser confusos para iniciantes.1414 Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5. Carrard et al. (2013) corroboraram essa observação e sugeriram a simplificação dos critérios diagnósticos ao omitir a distinção entre critérios maiores e menores. No entanto, todos os quatro critérios devem ser preenchidos (tabela 4).3636 Carrard V, Brouns E, Van der Waal I. Proliferative verrucous leukoplakia; a critical appraisal of the diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2013;18:411-3.

Tabela 4
Critérios diagnósticos modificados para LVP recomendados por Carrard et al. (2013).3636 Carrard V, Brouns E, Van der Waal I. Proliferative verrucous leukoplakia; a critical appraisal of the diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2013;18:411-3. Adaptado de Carrard et al.3636 Carrard V, Brouns E, Van der Waal I. Proliferative verrucous leukoplakia; a critical appraisal of the diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2013;18:411-3.

Tratamento e recorrência

Essa revisão da literatura (tabela 5) mostrou diferentes modalidades de tratamento. A cirurgia e a ablação a laser foram as mais usadas. Dez artigos usaram cirurgia em 136 casos22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.

6 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7.

7 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30.

8 Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82.
-99 Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.,1111 Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6.,1212 Morton TH, Cabay RJ, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: report of three cases. J Oral Pathol Med. 2007;36:315-8.,1414 Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5.,1515 Kahn MA, Dockter ME, Hermann-Petrin JM. Proliferative verrucous leukoplakia. Four cases with flow cytometric analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994;78:469-75. e sete usaram ablação a laser em 64 casos.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.,77 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30.,88 Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82.,1111 Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6.,1414 Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5.,1515 Kahn MA, Dockter ME, Hermann-Petrin JM. Proliferative verrucous leukoplakia. Four cases with flow cytometric analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994;78:469-75. De acordo com os estudos avaliados, em pelo menos 30 pacientes encontramos uma taxa de recorrência de 85% para todas as modalidades de tratamento, isolados ou associados.11 Campisi G, Giovannelli L, Ammatuna P, Capra G, Colella G, Di Liberto C, et al. Proliferative verrucous vs conventional leukoplakia: no significantly increased risk of HPV infection. Oral Oncol. 2004;40:835-40.,22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,66 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7.,88 Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82.,1313 Gandolfo S, Castellani R, Pentenero M. Proliferative verrucous leukoplakia: a potentially malignant disorder involving periodontal sites. J Periodontol. 2009;80:274-81.,1414 Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5.

Tabela 5
Tratamentos aplicados em séries de casos da literatura

Há duas descrições sobre a associação entre cirurgia e ablação a laser, sem sucesso.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401. Zakrzewska et al. (1996) mostraram um paciente sem recorrência nos sítios tratados com laser, mas com novas lesões que se desenvolveram em outros locais.55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401. Bagan et al. (2003), após tratamento de 24 pacientes (80%) com cirurgia e 18 (60%) com ablação a laser, detectaram recorrência de 86,7% e observaram novas lesões em 83,3% dos casos.88 Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82. Fettig et al. (2000) identificaram que tanto a excisão simples quanto a excisão com laser eram ineficazes na erradicação de lesões.77 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30. A cirurgia, apesar das altas taxas de recorrência, possibilita a classificação histológica da displasia e a detecção precoce da transformação maligna. A ablação a laser deve ser indicada para lesões para as quais a cirurgia seria contraindicada pelo tamanho ou pela dificuldade de acesso. O desenvolvimento de novas lesões nesses pacientes é constante; assim, múltiplas intervenções sempre são necessárias.

Hansen et al. (1985) usaram radiação em 16 pacientes e quimioterapia em seis, com apenas um paciente livre de LVP seis anos após o tratamento; portanto, concluíram que a terapia de radiação não é inteiramente satisfatória em uma doença generalizada como a LVP.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98. Apesar desses resultados, outros estudos relataram a associação entre a radiação e a cirurgia para o tratamento da LVP, 24 casos descritos na literatura.22 Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.,55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.,66 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7. Silverman et al. (1997) relataram que a radiação não foi eficaz no controle da LVP com base na falta de resposta dos casos tratados com radioterapia.66 Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7. Zakrzewska et al. (1996) trataram um paciente com radioterapia, mas as lesões continuaram a aparecer em toda a boca.55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401. Um paciente também recebeu um curso limitado de quimioterapia, mas novas lesões apareceram, demonstrando a ineficácia desses tratamentos. A radioterapia ou a quimioterapia não mostraram melhoria na recidiva da lesão e mostraram efeitos colaterais graves como mucosite, infecção e problemas da glândula salivar.

A cirurgia extensa, como a ressecção, foi feita em apenas um caso por Fettig et al. (2000).77 Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30. De acordo com os autores, a ressecção em bloco local foi necessária para prevenir recorrências. Apesar desse relato, um caso não é suficiente para confirmar o potencial dessa modalidade terapêutica. Além de sua característica radical e debilitante, a ressecção extensa só é aceitável quando há transformação para CCE com invasão óssea.

A terapia fotodinâmica (TFD) associada à ablação a laser parece oferecer um ligeiro prognóstico de melhoria, pois torna possível o tratamento de áreas multifocais com morbidade aceitável mas não previne novas lesões e até o momento há apenas um estudo que demonstra sua eficácia.55 Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.

Um estudo preliminar de Poveda-Roda et al. (2010) revelou que o ácido retinoico tópico ou sistêmico produz melhoria em cerca de um terço de pacientes com LVP, mas o agravamento clínico foi registrado em outro terço dos casos.3737 Poveda-Roda R, Bagan J, Jimenez-Soriano Y, Diaz-Fernandez J, Gavalda-Esteve C. Retinoids and proliferative verrucous leukoplakia (PVL). A preliminary study. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010;15:3-9. Além disso, estudos adicionais são necessários para avaliar a segurança desses produtos, pois podem ocorrer efeitos adversos frequentes. Os efeitos adversos mais frequentes foram queilite, descamação, prurido, alopecia e rinite, o que coincidiu com os já conhecidos efeitos colaterais do retinoico. No entanto, dois dos pacientes sofreram problemas graves não descritos no Resumo das Características do Produto do medicamento usado; desenvolveram intenso sangramento retal e câimbras das extremidades que tornavam o ato de levantar-se e caminhar muito difícil. A descontinuação do medicamento levou à resolução dessas manifestações.

Conclusão

Embora não haja estudos suficientes para determinar a etiologia da LVP e nenhum critério de diagnóstico simplificado, o ponto mais difícil ainda é o tratamento desta lesão. De acordo com a literatura revisada, a LVP parece ser resistente a muitas abordagens terapêuticas e muitas vezes apresenta alta propensão para displasia e/ou progressão maligna. Modalidades como cirurgia, ablação a laser, terapia fotodinâmica, ácido retinoico, radiação e quimioterapia não são eficazes na redução de recorrências e da transformação maligna.

  • A revisão por pares é da responsabilidade da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.
  • Como citar este artigo: Capella DL, Gonçalves JM, Abrantes AA, Grando LJ, Daniel FI. Proliferative verrucous leukoplakia: diagnosis, management and current advances. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:585-93.

Agradecimentos

Ao professor Filipe Modolo Siqueira pela assistência técnica na revisão dos achados e das imagens histopatológicos.

References

  • 1
    Campisi G, Giovannelli L, Ammatuna P, Capra G, Colella G, Di Liberto C, et al. Proliferative verrucous vs conventional leukoplakia: no significantly increased risk of HPV infection. Oral Oncol. 2004;40:835-40.
  • 2
    Hansen LS, Olson JA, Silverman S. Proliferative verrucous leukoplakia. A long-term study of thirty patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985;60:285-98.
  • 3
    Grinspan D, Abulafia J. Oral florid papillomatosis (verrucous carcinoma). Int J Dermatol. 1979;18:608-22.
  • 4
    Barnes L, Eveson JW, Reichart P, Sidransky D. Pathology & genetics head and neck tumours. World Health Organ Classif Tumours. 2005.
  • 5
    Zakrzewska JM, Lopes V, Speight P, Hopper C. Proliferative verrucous leukoplakia: a report of ten cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1996;82:396-401.
  • 6
    Silverman S, Gorsky M. Proliferative verrucous leukoplakia: a follow-up study of 54 cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;84:154-7.
  • 7
    Fettig A, Pogrel MA, Silverman S, Bramanti TE, Costa MD, Regezi JA. Proliferative verrucous leukoplakia of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;90:723-30.
  • 8
    Bagan JV, Jimenez Y, Sanchis JM, Poveda R, Milian MA, Murillo J, et al. Proliferative verrucous leukoplakia: high incidence of gingival squamous cell carcinoma. J Oral Pathol Med. 2003;32:379-82.
  • 9
    Ghazali N, Bakri MM, Zain RB. Aggressive, multifocal oral verrucous leukoplakia: proliferative verrucous leukoplakia or not?. J Oral Pathol Med. 2003;32:383-92.
  • 10
    Bagan JV, Jimenez Y, Murillo J, Gavaldá C, Poveda R, Scully C, et al. Lack of association between proliferative verrucous leukoplakia and human papillomavirus infection. J Oral Maxillofac Surg. 2007;65:46-9.
  • 11
    Klanrit P, Sperandio M, Brown AL, Shirlaw PJ, Challacombe SJ, Morgan PR, et al. DNA ploidy in proliferative verrucous leukoplakia. Oral Oncol. 2007;43:310-6.
  • 12
    Morton TH, Cabay RJ, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: report of three cases. J Oral Pathol Med. 2007;36:315-8.
  • 13
    Gandolfo S, Castellani R, Pentenero M. Proliferative verrucous leukoplakia: a potentially malignant disorder involving periodontal sites. J Periodontol. 2009;80:274-81.
  • 14
    Bagan JV, Jiménez-Soriano Y, Diaz-Fernandez JM, Murillo-Cortés J, Sanchis-Bielsa JM, Poveda-Roda R, et al. Malignant transformation of proliferative verrucous leukoplakia to oral squamous cell carcinoma: a series of 55 cases. Oral Oncol. 2011;47:732-5.
  • 15
    Kahn MA, Dockter ME, Hermann-Petrin JM. Proliferative verrucous leukoplakia. Four cases with flow cytometric analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994;78:469-75.
  • 16
    Bouda M, Gorgoulis VG, Kastrinakis NG, Giannoudis A, Efthymia T, Danassi-Afentaki D, et al. High risk' HPV types are frequently detected in potentially malignant and malignant oral lesions, but not in normal oral mucosa. Mod Pathol. 2000;13:644-53.
  • 17
    Ostwald C, Rutsatz K, Schweder J, Schmidt W, Gundlach K, Barten M. Human papillomavirus 6/11, 16 and 18 in oral carcinomas and benign oral lesions. Med Microbiol Immunol. 2003;192:145-8.
  • 18
    Palefsky JM, Silverman S, Abdel-Salaam M, Daniels TE, Greenspan JS. Association between proliferative verrucous leukoplakia and infection with human papillomavirus type 16. J Oral Pathol Med. 1995;24:193-7.
  • 19
    Gopalakrishnan R, Weghorst CM, Lehman TA, Calvert RJ, Bijur G, Sabourin CLK, et al. Mutated and wild-type p53 expression and HPV integration in proliferative verrucous leukoplakia and oral squamous cell carcinoma. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1997;83:471-7.
  • 20
    Bagan J, Jiménez Y, Murillo J, Poveda R, Díaz JM, Gavaldá C, et al. Epstein-Barr virus in oral proliferative verrucous leukoplakia and squamous cell carcinoma: a preliminary study. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2008;13:110-3.
  • 21
    Gouvêa AF, Santos Silva AR, Speight PM, Hunter K, Carlos R, Vargas PA, et al. High incidence of DNA ploidy abnormalities and increased Mcm2 expression may predict malignant change in oral proliferative verrucous leukoplakia. Histopathology. 2013;62:551-62.
  • 22
    Bagan J, Scully C, Jimenez Y, Martorell M. Proliferative verrucous leukoplakia: a concise update. Oral Dis. 2010;16:328-32.
  • 23
    Cerero-Lapiedra R, Balade-Martinez D, Moreno-Lopez L, Esparza-Gomez G, Bagan J. Proliferative verrucous leukoplakia: a proposal for diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010;15:839-45.
  • 24
    Bagán J, Murillo JM, Poveda R, Gavaldá C, Jiménez Y, Scully C. Proliferative verrucous leukoplakia: unusual locations of oral squamous cell carcinomas, and field cancerization as shown by the appearance of multiple OSCCs. Oral Oncol. 2004;40:440-3.
  • 25
    Bishen K, Sethi A. Proliferative verrucous leukoplakia - diagnostic pitfalls and suggestions. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2009;14:263-4.
  • 26
    Liu W, Wang YF, Zhou HW, Shi P, Zhou ZT, Tang GY. Malignant transformation of oral leukoplakia: a retrospective cohort study of 218 Chinese patients. BMC Cancer. 2010;10:685-91.
  • 27
    Cabay RJ, Morton TH, Epstein JB. Proliferative verrucous leukoplakia and its progression to oral carcinoma: a review of the literature. J Oral Pathol Med. 2007;36:255-61.
  • 28
    Murrah VA, Batsakis JG. Proliferative verrucous leukoplakia and verrucous hyperplasia. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1994;103:660-3.
  • 29
    Batsakis JG, Suarez P, El-naggar AK. Proliferative verrucous leukoplakia and its related lesions. Oral Oncol. 1999;35:354-9.
  • 30
    Torres-Rendon A, Roy S, Craig GT, Speight PM. Expression of Mcm2, geminin and Ki67 in normal oral mucosa, oral epithelial dysplasias and their corresponding squamous-cell carcinomas. Br J Cancer. 2009;100:1128-34.
  • 31
    Pitiyage G, Tilakaratne WM, Tavassoli M, Warnakulasuriya S. Molecular markers in oral epithelial dysplasia: review. J Oral Pathol Med. 2009;38:737-52.
  • 32
    Gouvêa AF, Vargas PA, Coletta RD, Jorge J, Lopes MA. Clinicopathological features and immunohistochemical expression of p53, Ki-67, Mcm-2 and Mcm-5 in proliferative verrucous leukoplakia. J Oral Pathol Med. 2010;39:447-52.
  • 33
    Yu YH, Morales J, Feng L, Lee JJ, El-Naggar AK, Vigneswaran N. CD147 and Ki-67 overexpression confers poor prognosis in squamous cell carcinoma of oral tongue: a tissue microarray study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2015;119:553-65.
  • 34
    Akrish S, Ben-Izhak O, Sabo E, Rachmiel A. Oral squamous cell carcinoma associated with proliferative verrucous leukoplakia compared with conventional squamous cell carcinoma-a clinical, histologic and immunohistochemical study. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2015;119:318-25.
  • 35
    Kresty L, Mallery SR, Knobloch TJ, Li J, Lloyd M, Casto BC, et al. Frequent alterations of p16INK4a and p14ARF in oral proliferative verrucous leukoplakia. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2008;17:3179-87.
  • 36
    Carrard V, Brouns E, Van der Waal I. Proliferative verrucous leukoplakia; a critical appraisal of the diagnostic criteria. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2013;18:411-3.
  • 37
    Poveda-Roda R, Bagan J, Jimenez-Soriano Y, Diaz-Fernandez J, Gavalda-Esteve C. Retinoids and proliferative verrucous leukoplakia (PVL). A preliminary study. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010;15:3-9.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Oct 2017

Histórico

  • Recebido
    24 Fev 2016
  • Aceito
    8 Dez 2016
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br