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Palha de café carbonizada em substratos renováveis para produção de mudas de Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa

Carbonized coffee straw in renewable substrates for sugar production of Eucalyptus urophylla and Anadenanthera macrocarpa

Resumo

Um dos principais componentes orgânicos utilizados em mudas é a casca de arroz, entretanto, não é encontrada com facilidade, principalmente no sul de Minas Gerais, enquanto que a palha de café é um dos principais resíduos gerados nesta região. Sendo assim, objetivou-se avaliar a viabilidade técnica da utilização de substratos à base de palha de café carbonizada (PCC) em detrimento da utilização de casca de arroz carbonizada (CAC), em formulação com fibra de coco (FC), para a produção de mudas de Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa. Foram testados quatro substratos, com cinco repetições e 20 mudas por parcela, utilizando delineamento em blocos casualizados. As proporções das misturas foram S1 (60% FC e 40% CAC), S2 (80% FC e 20% CAC), S3 (60% FC e 40% PCC) e S4 (80% FC e 20% PCC). Foram mensurados, aos quatro meses, a altura das mudas (H), o diâmetro de coleto (DC), a massa seca da parte aérea (MSPA), a massa seca do sistema radicular (MSSR) e calculados o índice de robustez (H/DC), a densidade de raízes (DR) e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Também foram feitas avaliações de facilidade de retirada das mudas do tubete e agregação das raízes ao substrato. Para o Eucalyptus urophylla, todos os parâmetros avaliados estiveram dentro do recomendando para expedição das mudas, contudo, os substratos à base de palha de café carbonizada obtiveram melhores resultados. Para a Anadenanthera macrocarpa, os parâmetros altura, diâmetro de coleto, índice de robustez e índice de qualidade de Dickson apresentaram-se dentro do exigido para expedição das mudas, em relação à formação do torrão, o tratamento empregando 60% de Fibra de coco e 40% de casca de arroz carbonizada apresentou maior média. Sendo assim, indica-se a utilização de palha de café carbonizada em detrimento da CAC para produção de mudas das duas espécies.

Palavras-chave:
Qualidade na Produção de Mudas; Substratos orgânicos; Casca de arroz carbonizada

Abstract

One of the following types of substrates is rice husk, although it is not easily found, mainly in the southern of Minas Gerais state, while coffee straw is one of the main generators of the region. The objective of this study was to use a technique for the use of carbonized coffee straw (PCC) substrates in preference to the use of carbonized rice husk (CAC) in the coconut fiber (CF) formulation for the production of Eucalyptus urophylla and Anadenanthera macrocarpa seedlings. Four substrates were tested, with five replications and 20 seedlings per plot, using a randomized block design. As proportions of the mixtures were S1 (60% FC and 40% CAC), S2 (80% FC and 20% CAC), S3 (60% FC and 40% PCC) and S4 (80% FC and 20% PCC). The height (H), collection diameter (DC), shoot dry mass (MSPA), dry mass of the root system (MSSR) and robustness index (H/DC), root density (DR) and the Dickson Quality Index (IQD), were measured at four months. Evaluations of ease of removal of seedlings and aggregation of roots were also made to the substrate. For Eucalyptus urophylla, all the evaluated parameters are within the recommended for the removal of the seedlings. However, the substrates are based on PCC results. For the Anadenanthera macrocarpa, the parameters H, DC, H/DC and IQD, presented within the required for the expedition of the seedlings, in relation to the formation of the clod, S1 presented higher average. Therefore, the use of CCPs in detriment of CAC is indicated for the production of seedlings of both species.

Keywords:
Quality in Seedling Production; Organic Substrates; Carbonized Rice Peel

1 INTRODUÇÃO

Na instalação de povoamentos florestais, um dos fatores a ser priorizado é a qualidade da muda, pois é um insumo que influencia diretamente na produtividade e qualidade do produto final. Em função disso, pesquisadores têm procurado aumentar a qualidade de mudas e reduzir custos da produção, definindo as melhores metodologias, recipientes, substratos e fertilizações para a produção de mudas florestais, que devem apresentar altas taxas de sobrevivência e desempenho após o plantio (SIMÕES; SILVA; SILVA, 2012SIMÕES, D.; SILVA, R. B. G.; SILVA, M. R. Composição do substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden × Eucalyptus urophylla S. T. Blake. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, p. 91-100, 2012.).

Entre os fatores que influenciam na qualidade de mudas está o substrato, que tem a função de sustentar a muda e fornecer condições adequadas para o crescimento e funcionamento do sistema radicial, assim como os nutrientes necessários ao crescimento, devendo ser isento de sementes de plantas invasoras, de pragas e de fungos patogênicos (KRATZ; WENDLING, 2013KRATZ, D.; WENDLING, I. Produção de mudas de Eucalyptus dunnii em substratos renováveis. Floresta, Curitiba, v. 43, p. 125-136, 2013.). Ainda segundos os autores, diversos materiais podem ser utilizados como componentes de substratos, entretanto é difícil encontrar um único material que atenda a todas as exigências necessárias.

Os componentes mais frequentemente usados como substrato para produção de mudas são: vermiculita, areia, casca de arroz carbonizada, moinha de carvão, turfa, serragem e diversas misturas desses constituintes (SILVA; SIMÕES; SILVA, 2012SILVA, R. B. G.; SIMÕES, D.; SILVA, M. R. Qualidade de mudas clonais de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis em função do substrato. Revista brasileira de engenharia agrícola e ambiental, Campina Grande, v. 16, n. 3, 2012.). Os materiais renováveis, como fibra de coco, casca de arroz carbonizada e palha de café têm apresentado boas características físicas e surgem como boa opção para promover grandes mudanças na qualidade dos substratos (CALDEIRA et al., 2014CALDEIRA, M. V. W. et al. Crescimento de mudas de Eucalyptus grandis utilizando lodo de esgoto, fibra de coco e palha de café in natura. Floresta, Curitiba, v. 44, n. 2, p. 195-206, 2014.; KRATZ; WENDLING, 2016KRATZ, D.; WENDLING, I. Crescimento de mudas de Eucalyptus camaldulensis em substratos à base de casca de arroz carbonizada. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 63, p. 348-354, 2016.).

A fibra de coco é um material quase que inerte quimicamente, possui característica física de alta porosidade, muito leve, sendo obtida com baixo custo através do desfibramento industrial da casca de coco (CALDEIRA et al., 2014CALDEIRA, M. V. W. et al. Crescimento de mudas de Eucalyptus grandis utilizando lodo de esgoto, fibra de coco e palha de café in natura. Floresta, Curitiba, v. 44, n. 2, p. 195-206, 2014.). Além disso, os autores afirmam que este componente possui um alto potencial para ser usado em substratos por apresentar alta porosidade e alto potencial de retenção de umidade, além de ser biodegradável.

A casca de arroz é um resíduo encontrado em regiões produtoras deste cereal, quando carbonizada propicia excelentes características físicas, como baixa densidade, alta capacidade de drenagem, associadas ao baixo custo de transporte, dada a sua leveza é uma excelente alternativa para uso em substrato (SILVA; SIMÕES; SILVA, 2012SIMÕES, D.; SILVA, R. B. G.; SILVA, M. R. Composição do substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden × Eucalyptus urophylla S. T. Blake. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, p. 91-100, 2012.). Em geral, a utilização de cascas aumenta a macroporosidade do substrato, porém devido a sua alta drenagem, há uma baixa retenção de nutrientes, o que implica em necessidade de um maior número de aplicações e maior concentração de nutrientes na solução de adubação (SIMÕES; SILVA; SILVA, 2012SIMÕES, D.; SILVA, R. B. G.; SILVA, M. R. Composição do substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden × Eucalyptus urophylla S. T. Blake. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, p. 91-100, 2012.).

A palha de café é um resíduo produzido pelo beneficiamento do fruto do cafeeiro, grão com produção em larga escala em Minas Gerais, obtendo como produtividade 29,1 a 30,6 milhões de sacas de 60 kg no ano de 2017, tendo sua produção concentrada no sul do estado, com 54,44% da produção total. O rendimento da palha de café no beneficiamento do fruto é cerca de 1:1, gerando cerca de 500 mil toneladas de resíduo de palha de café no sul de Minas Gerais (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2018COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (Brasil). Acompanhamento da Safra Brasileira de Café Safra 2009, primeira estimativa, janeiro/2018. Brasília, 2018. Disponível em: http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/levantamento/conab_safra2018_n1.pdf. Acesso em: 02 mar. 2018.
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). A partir da carbonização da palha de café, ela pode proporcionar um aumento da porosidade dos substratos, para produção de mudas florestais, como observado para outras casas (SIMOES; SILVA; SILVA, 2012SIMÕES, D.; SILVA, R. B. G.; SILVA, M. R. Composição do substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden × Eucalyptus urophylla S. T. Blake. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, p. 91-100, 2012.), o que a torna potencial como componente para formulação de substratos.

As características desejáveis para o material ser utilizado na composição de um substrato depende da disponibilidade e aquisição na região e baixo custo na produção das mudas (KRAUSE et al., 2017KRAUSE, M. R. et al. Aproveitamento de resíduos agrícolas na composição de substratos para produção de mudas de tomateiro. Horticultura Brasileira, Brasília v. 35, p. 280-285, 2017.). Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (2018)COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (Brasil). Acompanhamento da Safra Brasileira de Café Safra 2009, primeira estimativa, janeiro/2018. Brasília, 2018. Disponível em: http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/levantamento/conab_safra2018_n1.pdf. Acesso em: 02 mar. 2018.
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, o sul de Minas Gerais é um grande produtor de café, sendo assim, possui alta disponibilidade de palha de café, tornando viável sua utilização na produção de mudas na região, devido ao baixo custo de aquisição, em detrimento da utilização da casca de arroz carbonizada.

Além da disponibilidade local do material, a utilização de materiais renováveis para composição de substrato é uma alternativa sustentável, que reduz o volume de resíduos nos processos produtivos. Sendo assim, objetivou-se avaliar o efeito da utilização de palha de café carbonizada em detrimento da casca de arroz carbonizada, na qualidade de mudas de Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos dois experimentos para avaliação da qualidade de mudas florestais, um com Eucalyptus urophylla e outro com Anadenanthera macrocarpa, em um viveiro no sul de Minas Gerais, (21° 13' 14,033" S e 44° 58' 0,232" O). O clima da região é do tipo Cwb de acordo com a classificação proposta por Köppen (ALVARES et al., 2013ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Berlin, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.). As mudas foram produzidas no período de agosto a novembro, com temperatura média de 28,31ºC, precipitação mínima de 8,6 mm e máxima de 190,2 mm.

Para a composição dos tratamentos, foram utilizados três componentes em diferentes proporções volumétricas, sendo todos considerados materiais renováveis: fibra de coco (FC), palha de café carbonizada (PCC) e casca de arroz carbonizada (CAC). O substrato 1 (S1) foi composto por 60% de FC e 40% de CAC, o S2, composto por 80% de FC e 20% CAC, o S3, composto por 60% de FC e 40% de PCC e o S4 foi composto por 80% de FC e 20% de PCC. Uma amostra de cada substrato foi encaminhada para o Laboratório de Substratos do Departamento de Horticultura e Silvicultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a fim de serem realizadas as análises físicas e químicas.

Após a formulação dos substratos, foram adicionados 4 kg de adubo encapsulado de liberação lenta por m³ de substrato, para todos os tratamentos. As sementes utilizadas foram coletadas em povoamentos localizados no sul de Minas Gerais, e sua semeadura foi feita em tubetes de 110 cm³, que foram acondicionados em bandejas plásticas, a 100 cm do chão, os quais permaneceram por 50 dias na casa de sombra (50% de irradiância e irrigação por microaspersão três vezes ao dia, 5 min de duração cada, e vazão de 140 L h-1). Posteriormente, as mudas foram transferidas para pleno sol, para rustificação (irrigação quatro vezes ao dia, 5 min de duração cada, e vazão de 95 L h-1).

Os experimentos foram instalados em delineamento em blocos casualizados, com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo a parcela composta por 20 mudas. As práticas necessárias ao melhor desenvolvimento das mudas, como controle de doenças, pragas e plantas daninhas, bem como a classificação das mudas, foram realizadas quando necessário em todas as mudas. Foram feitas, a partir dos 30 dias após a semeadura, adubações de cobertura quinzenalmente, com KCl (cloreto de potássio) e MAP (monoamônio fosfato), na proporção de 100 g e 1000 g, respectivamente, diluídos em 100 L de água, solução suficiente para 10.000 mudas.

Foram mensuradas, aos 120 dias de idade, a altura e o diâmetro de coleto das 12 mudas centrais de cada parcela. A altura foi medida com o auxílio de uma régua milimetrada em cm, a partir do nível do substrato até a gema apical, enquanto o diâmetro de coleto, com um paquímetro digital com precisão em milímetros, no nível do substrato. Neste momento, também foram feitas avaliações da facilidade de retirada das mudas do tubete (FRMT) e agregação das raízes (AGR) ao substrato, conforme metodologia adaptada de Wendling, Guastala e Dedecek (2007WENDLING, I.; GUASTALA, D.; DEDECEK, R. Características físicas e químicas de substratos para produção de mudas de Ilex paraguariensis St. Hil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, p. 209-220, 2007.). Este método consiste em atribuir notas de zero a dez às variáveis, sendo zero a dificuldade máxima e dez a facilidade máxima de retirada das mudas após três batidas na parte superior (boca) do tubete. Quanto à agregação das raízes ao substrato, as mudas sem os tubetes foram soltas em queda livre a um metro do solo, sendo atribuída ao torrão uma nota de zero a dez, em que zero foi atribuído para o torrão totalmente esboroado e dez para o torrão íntegro.

Também foram avaliadas a matéria seca da parte aérea (MSPA), a matéria seca do sistema radicular (MSSR) e, com a soma destas, a matéria seca total (MST). Para estas avaliações, foram utilizadas cinco mudas por parcela, sendo o material seco em estufa regulada para 75 ºC, por 72 horas. Foi feito o cálculo da densidade de raízes (DR), por meio da divisão da matéria seca do sistema radicular pelo volume do tubete utilizado, conforme metodologia proposta por Melo et al. (2018MELO, L. A. et al. Qualidade e crescimento inicial de mudas de Mimosa caesalpiniifolia Benth. produzidas em diferentes volumes de recipientes. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, p. 47-55, 2018.).

A partir dos dados das variáveis analisadas, foram calculados os índices morfológicos: Índice de Robustez, que é a relação entre a altura e o diâmetro de coleto (H/DC) e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD) (DICKSON; LEAF; HOSNER, 1960DICKSON, A.; LEAF, A. L.; HOSNER, J. F. Quality appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. Forestry Chronicle, Ottawa, v. 36, p. 10-13, 1960.), calculado por meio da equação:

I Q D = M S T H D C + M S P A M S S R (1)

Em que: MST= massa seca total; H= altura; DC= diâmetro de coleto; MSPA= massa seca da parte aérea e MSSR= massa seca do sistema radicular.

Foi realizada análise de correlação de Pearson, entre as características físicas e químicas do substrato e as variáveis biométricas, a fim de explicar quais propriedades tiveram maior influência nos resultados obtidos. O “r” foi avaliado como: r = 0 (ausência de correlação), 0 < r < 0,3 (correlação fraca); 0,3 ≤ r < 0,6 (correlação regular); 0,6 ≤ r < 0,9 (correlação forte); 0,9 ≤ r < 1 (fortemente correlacionado) e r = 1 (correlação perfeita).

Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística pelo teste F (ANOVA), e uma vez verificada a diferença significativa, foi feita a comparação de médias pelo teste Tukey, em nível de 5% de probabilidade de erro, por meio do software SISVAR® versão 5.6 (FERREIRA, 2014FERREIRA, D. F. Sisvar: guide for its bootstrap procedures in multiple comparisons. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 38, n. 2, p. 109-112, 2014.).

3 RESULTADOS

3.1 Análise do substrato

Os resultados da análise química e física dos substratos formulados para a produção das mudas de ambas as espécies estudadas estão na Tabela 1. Com relação às características químicas dos substratos, a condutividade elétrica obteve valores entre 0,58 a 0,77 mS. Para os resultados de pH, seus valores variaram entre 6,49 a 7,61, e os tratamentos à base de casca de café carbonizada apresentaram pH superior aos substratos à base de casca de arroz carbonizada.

Tabela 1
Características físicas e químicas dos substratos utilizados em cada um dos quatro tratamentos utilizados para a produção de mudas de Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa

Em relação aos parâmetros físicos dos substratos, a densidade úmida aumenta com o aumento da porcentagem de fibra de coco dos substratos. Para densidade seca, esse comportamento só foi observado para os substratos à base de casca de arroz carbonizada. Em relação à porosidade total, os valores variaram entre 86,55% e 90,57%. Os resultados para o espaço de aeração apresentaram valores variando entre 46,06 e 53,67%.

Para a água disponível, os substratos à base de casca de arroz carbonizada apresentaram maiores porcentagens, de 13,60%, 13,84% para S1e S2, respectivamente. Para água remanescente as maiores porcentagens foram observadas para os substratos à base de casca de café carbonizada, com 29,99, para S3, e 34,64%, para S4. Em relação à capacidade de retenção de água, nos três níveis de tenção, 10, 50 e 100, foi observado que o aumento do teor de fibra de coco aumenta a retenção de água, além disso, os substratos à base de casca de café carbonizada possuem maiores valores para essa característica.

3.2 Crescimento das mudas

Em relação ao crescimento da espécie Eucalyptus urophylla, apenas a variável diâmetro de coleto não apresentou diferenças significativas entres as médias dos substratos, com média de 3,14 cm (Tabela 2). Para altura, as mudas de todos os tratamentos apresentaram medida superior a 30 cm, e aqueles à base de casca de café carbonizada, S3 e S4, apresentaram médias superiores aos demais, com valores de 34,06 e 38,07 cm, respectivamente. Em relação ao índice de robustez, as médias variaram de 9,57 a 11,51.

Para a MSPA, o S4 apresentou maior média, 3,21 g por planta. Já para as variáveis MSSR e DR, o S2 apresentou mudas com as maiores médias, de 1,88 g e 0,0171 g cm-3. De acordo com o IQD, o substrato que proporcionou mudas com maior qualidade foi o S2, com 1,45.

Em relação ao crescimento da espécie Anadenanthera macrocarpa, apenas as variáveis diâmetro de coleto e altura não apresentaram diferenças significativas, com médias de 2,82 mm e 23,58 cm, respectivamente. Em relação ao índice de robustez, as médias variaram de 7,96 a 8,59. Para as variáveis MSPA, MSSR e DR, foi observado um mesmo comportamento, em que o S4 obteve a maior média, com 1,61 g, 2,22 g e 0,0146 g cm-1. Os resultados de IQD demonstram que o S4 proporcionou produção de mudas com maior qualidade, tendo maior média com valor de 0,39.

Tabela 2
Médias obtidas para as características morfológicas das mudas de Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa, aos 120 dias de idade, em função do substrato utilizado

Os resultados para correlação das variáveis de crescimento com as propriedades químicas e físicas do substrato para Eucalyptus urophylla encontram-se na Tabela 3. Para o diâmetro de coleto, a densidade úmida mostrou-se fortemente correlacionada (0,94). Para a altura, as características que se encontram fortemente correlacionadas foram a condutividade elétrica (0,93), a água remanescente (0,97), a capacidade de retenção de água a 10 cm (0,96) e a 100 cm (0,90%), e apenas a água disponível indicou forte correlação negativa, ou seja, inversamente proporcional à altura, (-0,92).

Para o índice de robustez, as variáveis fortemente correlacionadas foram: o pH (0,93), a capacidade de retenção de água a 10 cm (0,90), o espaço de aeração (-0,95) e a água disponível (-0,96). Para a MSPA, apenas a porosidade total apresentou-se fortemente correlacionada (R=0,92). Para a MSSR e DR, foi encontrada forte correlação com a densidade seca (-0,77 e -0,79) e com a porosidade total (0,88 e 0,88). O IQD apresentou forte correlação com a densidade seca (-0,82) e com a porosidade total (0,63).

Tabela 3
Correlação entre as variáveis de crescimento e as características físicas e químicas dos substratos para a espécie Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa

Os resultados para correlação das variáveis de crescimento com as propriedades químicas e físicas do substrato para Anadenanthera macrocarpa encontram-se na tabela 3. Para o diâmetro de coleto, apenas a densidade úmida apresentou-se fortemente correlacionada (0,92). Para a altura, apenas a densidade seca e porosidade total não apresentaram correlação forte. Para o Índice de robustez, apenas a porosidade total indicou correlação negativa forte (-0,87). Apenas o pH e a densidade úmida não apresentaram correlação forte com a massa seca da parte aérea. A massa seca do sistema radicular e a densidade de raízes apresentaram o mesmo comportamento, tendo correlação forte, respectivamente com condutividade elétrica (0,71 e 0,70), densidade seca (-077, -0,78), porosidade total (0,64 e 0,65), água remanescente (0,73 e 0,72), CRA 10 (0,69, 0,68) e CRA 100 (0,60 e 0,60). E para o IQD, apenas a densidade úmida apresentou-se fortemente correlacionada (0,99).

3.3 Formação do torrão da muda

Com relação à facilidade de retirada das mudas dos tubetes (FRT), não foram encontradas diferenças estatísticas entre os substratos analisados, independentemente da espécie (Tabela 4). As médias encontradas para Eucalyptus urophylla e para a Anadenanthera macrocarpa foram de 9,99 e 10, respectivamente, sendo assim, para essa variável todos os substratos foram indicados.

Os tratamentos responderam de forma diferenciada para a agregação do substrato (AGS), para ambas as espécies. Considerando Eucalyptus urophylla, todos os tratamentos apresentaram valores iguais ou próximos a 10,00, sendo S4, substrato à base de palha de café carbonizada, o superior. Para Anadenanthera macrocarpa, os substratos se apresentaram pouco coesos após a queda, sendo o S1, aquele com melhor média, 6,60.

Tabela 4
Facilidade de Retirada do Tubete e a Agregação do Substrato, das mudas de Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa, produzidas em diferentes substratos

Os dados de facilidade de retirada das mudas do tubete não apresentaram correlação, devido as mudas terem apresentado resultado constante para todos os substratos, para ambas as espécies. Os resultados para correlação entre a agregação do substrato das mudas com as propriedades químicas e físicas do substrato das duas espécies estudadas encontram-se na Tabela 5. Para o Eucalyptus urophylla, apenas o pH e a densidade úmida não apresentaram correlação forte. Já para Anadenanthera macrocarpa, apenas o pH e a densidade seca não apresentaram correlação forte.

Tabela 5
Correlação entre a agregação do substrato e as características físicas e químicas dos substratos para a espécie Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa

4 Discussão

4.1 Análise do substrato

Segundo a recomendação de Regan (2014REGAN, R. P. Evaluating alternative growing media components. In: WILKINSON, K. M.; HAASE, D. L.; PINTO, J. R . (coord.). National Proceedings: Forest and Conservation Nursery Associations, 2013. Fort Collins (CO): USDA Forest Service; Rocky Mountain Research Station. 2014. Proceedings RMRS-P-72. p. 50-53.), o pH em substrato é considerado ideal quando encontra-se entre 5,5 a 6,3, para não trazer indisponibilidade ou fitotoxidade de algum nutriente. Dessa forma, apenas o tratamento S1 estaria adequado. Verifica-se que os valores de pH aumentam à medida que se aumenta a proporção de cascas. Kratz e Wendling (2013KRATZ, D.; WENDLING, I. Produção de mudas de Eucalyptus dunnii em substratos renováveis. Floresta, Curitiba, v. 43, p. 125-136, 2013.) encontraram o mesmo padrão, em que com o aumento da porcentagem de casca de arroz carbonizada, em detrimento da fibra de coco, o pH do substrato se eleva, tornando-se mais básico.

A condutividade elétrica obteve um aumento com a adição da palha de café e casca de arroz carbonizada, segundo Costa et al. (2018COSTA, M. T. M. et al. Alterações químicas e físico-química do solo com aplicações sucessivas de esgoto doméstico bruto como alternativa de disposição final do cultivo de forrageira. Periódico Tchê Química, Porto Alegre, v. 15, n. 29, 2018.), isso pode estar relacionado a um possível aumento da concentração de sais neste substrato. De acordo com Regan (2014REGAN, R. P. Evaluating alternative growing media components. In: WILKINSON, K. M.; HAASE, D. L.; PINTO, J. R . (coord.). National Proceedings: Forest and Conservation Nursery Associations, 2013. Fort Collins (CO): USDA Forest Service; Rocky Mountain Research Station. 2014. Proceedings RMRS-P-72. p. 50-53.), a condutividade elétrica não deve exceder o limite de 0,75 mS cm-1, no presente estudo, apenas o S4 apresentou valor fora do recomendado (0,77 mS cm-1). De acordo com Martinez (2002MARTÍNEZ, P. F. Manejo de substratos para horticultura. In: FURLANI, A. M. C. et al. Caracterização, manejo e qualidade de substratos para a produção de plantas. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 2002. p. 53-76.), valores de condutividade elétrica acima de 3,5 mS cm-1 são considerados excessivos para a maioria das espécies, por estar associado ao aumento de salinidade nos substratos. O autor ainda comenta que devido ao aumento da salinidade pode ocorrer danos em todo o sistema radicular, impedindo a absorção de água e nutrientes, afetando a atividade fisiológica e consequentemente diminuindo o crescimento das plantas.

Kratz e Wendling (2013KRATZ, D.; WENDLING, I. Produção de mudas de Eucalyptus dunnii em substratos renováveis. Floresta, Curitiba, v. 43, p. 125-136, 2013.) ressaltaram que a salinidade na produção de mudas deve ser superior, devido às práticas de adubação de cobertura e, em caso de não houver adubações, deve-se enfatizar que a salinidade cai consideravelmente em poucos dias, em consequência da lixiviação pela água de irrigação.

Em relação à densidade úmida encontrada para os substratos estudados, de acordo com Gonçalves et al. (2000GONÇALVES, J. L. M. et al. Produção de mudas de espécies nativas: substrato, nutrição, sombreamento e fertilização. In: GONÇALVES, J. L. M.; BENEDETTI, V. (ed.). Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba: ESALQ; USP, 2000. p. 309-350.), os substratos S2, S3 e S4 apresentaram resultados médios, por possuírem valores entre 250 a 500 Kg m-3 e o S1 apresentou densidade baixa, por possuir valor abaixo de 250 Kg m-3.Para a densidade seca, Kämpf (2005KÄMPF, A. N. Produção comercial de plantas ornamentais. Guaíba: Agropecuária, 2005. 256 p.) estabeleceu que os valores adequados devem ser definidos conforme o tamanho do recipiente, sendo que para tubetes em bandejas, estes devem se encontrar entre 100 a 300 Kg m-3, estando, portanto, apenas o S3 dentro do recomendado.

De acordo com Martinez (2002MARTÍNEZ, P. F. Manejo de substratos para horticultura. In: FURLANI, A. M. C. et al. Caracterização, manejo e qualidade de substratos para a produção de plantas. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 2002. p. 53-76.), a densidade indica o peso do substrato, fator considerado importante para o transporte, para a manipulação dentro do viveiro e, ainda, para a estabilidade das plantas. Para Faria et al. (2017FARIA, J. C. T. et al. Substrates formulated with organic residues in the production of seedlings of Moquinias trumpolymorphum. Floresta, Curitiba, v. 47, p. 523, 2017.), os substratos mais densos apresentam menor espaço entre as partículas e maior resistência ao crescimento radicular, já aqueles menos densos, ou seja, mais leves, apresentam menor capacidade de suporte para as plantas e menor capacidade de retenção de água, como também observado no presente trabalho, para os substratos à base de casca de arroz carbonizada.

A porosidade, para Kratz e Wendling (2013KRATZ, D.; WENDLING, I. Produção de mudas de Eucalyptus dunnii em substratos renováveis. Floresta, Curitiba, v. 43, p. 125-136, 2013.), é inversamente proporcional à densidade, o que não foi observado neste trabalho, em que o tratamento com menor densidade úmida, S1 de 209,72 kg m-3, obteve a menor porosidade total de 86,55%. Em relação ao espaço de aeração, recomendam-se valores entre 20 e 40% do volume do substrato (ZORZETO; DECHEN; ABREU, 2014ZORZETO, T. Q.; DECHEN, S. C. F.; ABREU, F. F. J. Caracterização física de substratos para plantas. Bragantia, Campinas, v. 73, n. 3, p. 300-311, 2014.), dessa forma, para este trabalho, todos os substratos se enquadram dentro da faixa recomendada pelos autores. Os autores ainda comentam que valores elevados para esta característica podem ocasionar deficiências hídricas para as plantas, principalmente com irrigações pouco frequentes e que valores reduzidos poderiam causar falta de oxigênio para o desenvolvimento das raízes.

Para a água disponível, Faria et al. (2017FARIA, J. C. T. et al. Substrates formulated with organic residues in the production of seedlings of Moquinias trumpolymorphum. Floresta, Curitiba, v. 47, p. 523, 2017.) sugerem a recomendação que os valores variem entre 20 a 30%, entretanto, nenhum substrato atingiu esse valor. De acordo com Schafer, Souza e Fior (2015SCHAFER, G.; SOUZA, P. V. D.; FIOR, C. S. Um panorama das propriedades físicas e químicas de substratos utilizados em horticultura no sul do Brasil. Ornamental Horticulture, v. 21, p. 299-306, 2015.), apenas 22,1% dos substratos para produção de mudas encontram-se dentro da faixa adequada, dessa forma, os autores recomendam que o manejo da irrigação deve ser eficiente, ou seja, aumentar o número de irrigações e diminuir o volume de água por irrigação, para reduzir desperdícios de água.

Em relação à água remanescente, Kämpf (2005KÄMPF, A. N. Produção comercial de plantas ornamentais. Guaíba: Agropecuária, 2005. 256 p.) recomenda valores inferiores a 30%, para que o substrato obtenha drenagem satisfatória. Dessa forma, apenas o S4 não se enquadra nesta caraterística, o que pode acarretar, segundo Schafer, Souza e Fior (2015SCHAFER, G.; SOUZA, P. V. D.; FIOR, C. S. Um panorama das propriedades físicas e químicas de substratos utilizados em horticultura no sul do Brasil. Ornamental Horticulture, v. 21, p. 299-306, 2015.), baixa disponibilidade de oxigênio paras plantas.

Quanto à capacidade de retenção de água, em geral, quanto menor a retenção, maior é a necessidade de frequência de irrigação ou maior volume de água aplicada (WENDLING; GUASTALA; DEDECEK, 2007WENDLING, I.; GUASTALA, D.; DEDECEK, R. Características físicas e químicas de substratos para produção de mudas de Ilex paraguariensis St. Hil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, p. 209-220, 2007.), e substratos que apresentam maior capacidade de retenção de água exigem maior rigor no controle da irrigação, para evitar o excesso de água, consequentemente acúmulo de CO2 e redução da aeração da raiz (GONÇALVES et al., 2000GONÇALVES, J. L. M. et al. Produção de mudas de espécies nativas: substrato, nutrição, sombreamento e fertilização. In: GONÇALVES, J. L. M.; BENEDETTI, V. (ed.). Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba: ESALQ; USP, 2000. p. 309-350.). Regan (2014REGAN, R. P. Evaluating alternative growing media components. In: WILKINSON, K. M.; HAASE, D. L.; PINTO, J. R . (coord.). National Proceedings: Forest and Conservation Nursery Associations, 2013. Fort Collins (CO): USDA Forest Service; Rocky Mountain Research Station. 2014. Proceedings RMRS-P-72. p. 50-53.) recomenda que a capacidade de retenção de água por substrato seja de 45 a 65%.

4.2 Crescimento das mudas

Estudo realizado por Baldin et al. (2015BALDIN, T. et al. Crescimento de mudas de angico-vermelho em diferentes volumes de substratos. Pesquisa Florestal Brasileira, Brasília, v. 35, p. 31-37, 2015.) indica que quanto maior o diâmetro de coleto, maior a capacidade de sobrevivência e emissão de novas raízes pela muda em campo. Wendling e Dutra (2010WENDLING, I.; DUTRA, L. F. Produção de mudas de eucalipto por sementes. In: WENDLING, I.; DUTRA, L. F. Produção de mudas de eucalipto. Colombo: Embrapa Florestas, 2010. p. 13-47.) recomendam que mudas de Eucalyptus sp. aptas para plantio devem possuir diâmetro de coleto a partir de 2 mm. Dessa forma, as médias de diâmetro de coleto encontradas, para ambas as espécies no presente trabalho, encontram-se dentro do padrão desejado para expedição de mudas. Kratz e Wendling (2016KRATZ, D.; WENDLING, I. Crescimento de mudas de Eucalyptus camaldulensis em substratos à base de casca de arroz carbonizada. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 63, p. 348-354, 2016.) não obtiveram médias recomendadas para plantio de Eucalyptus benthamii, em substratos renováveis à base de casca de arroz carbonizada e fibra de coco. Wendling e Dutra (2010)WENDLING, I.; DUTRA, L. F. Produção de mudas de eucalipto por sementes. In: WENDLING, I.; DUTRA, L. F. Produção de mudas de eucalipto. Colombo: Embrapa Florestas, 2010. p. 13-47. também recomendam que mudas de Eucalyptos sp. aptas para plantio devem possuir altura mínima de 15 cm, assim, as médias de altura encontradas, para ambas as espécies, estariam dentro do proposto pelos autores para plantio. Entretanto, para Baldin et al. (2015)BALDIN, T. et al. Crescimento de mudas de angico-vermelho em diferentes volumes de substratos. Pesquisa Florestal Brasileira, Brasília, v. 35, p. 31-37, 2015., a altura ideal para expedição de mudas ainda é controverso e variável com a espécie.

Os autores Fonseca et al. (2017FONSECA, E. F. et al. Uso potencial da casca de arroz carbonizada na composição de substratos para produção de mudas de Anadenanthera peregrina (L) Speg. Desafios, Palmas, v. 4, p. 32-40, 2017.) encontraram que a adição de diferentes proporções de casca de arroz carbonizada no substrato comercial à base de casca de pinus, aos 95 dias, causou um efeito positivo no crescimento em altura e diâmetro das mudas de Anadenanthera peregrina.Kratz et al. (2015KRATZ, D. et al. Substratos renováveis para produção de mudas de Mimosa scabrella. Floresta, Curitiba, v. 45, p. 393, 2015. ) também observaram crescimento satisfatório em altura nas diferentes proporções de fibra de coco com casca de arroz carbonizada, para plantio em campo, aos 120 dias para Mimosa scabrella, o que corrobora com o presente trabalho na produção de mudas de Anadenanthera macrocarpa.Kratz et al. (2016)KRATZ, D. et al. Ranking of substrates based on Piptadenia gonoacantha morphological parameters. Bosque, Valdivia, v. 37, p. 265, 2016. observaram viabilidade da produção de mudas de Piptadenia gonoacantha, aos 120 dias, utilizando apenas casca de arroz carbonizada, em detrimento da sua combinação com fibra de coco, devido ao aumento do seu crescimento e qualidade em viveiro.

Em relação à altura, para a espécie Eucalyptus urophylla, foi observado que os tratamentos tendo como constituinte a palha de café carbonizada obteve um incremento em altura superior aos que possuíam como base a casca de arroz carbonizada. O que pode estar relacionado pela maior disponibilidade de nutrientes, já que, segundo Costa et al. (2018COSTA, M. T. M. et al. Alterações químicas e físico-química do solo com aplicações sucessivas de esgoto doméstico bruto como alternativa de disposição final do cultivo de forrageira. Periódico Tchê Química, Porto Alegre, v. 15, n. 29, 2018.), o aumento da concentração de nutrientes pode elevar a condutividade elétrica, e para a espécie em questão, a altura encontrou-se fortemente correlacionada com a condutividade elétrica.

O crescimento satisfatório das mudas de Eucalyptus urophylla, em altura, também está relacionado à sua porosidade, já que esta característica apresentou correlação forte para a variável, e segundo Boene et al. (2013BOENE, H. C. A. M. et al. Efeitos de diferentes substratos na produção de muda de Sebastiana commersoniana. Floresta, Curitiba, v. 43, n. 3, p. 407-420, 2013. ), a porosidade é de fundamental importância para o crescimento das mudas, visto que a alta concentração de raízes formadas nos recipientes exige elevado fornecimento de oxigênio e rápida remoção do gás carbônico formado.

Em relação ao índice de robustez, Carneiro (1995CARNEIRO, J. G. de A. Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba: UFPR; FUPEF, 1995.) relata que esta exprime o equilíbrio de crescimento das mudas no viveiro, pois conjuga duas características em apenas um índice, inferindo se a muda está estiolada ou hipertrofiada. Segundo o autor, o índice deve situar-se entre 5,4 e 8,1, dessa forma, apenas o substrato S2, para a Anadenanthera macrocarpa, apresentou-se dentro da faixa esperada.

Essa faixa pode não estar adequada para o gênero Eucalyptus sp., visto que as mudas apresentaram vigor na avaliação, estando aptas para plantio. De acordo com Araújo, Navroski e Schorn (2018ARAÚJO, M. M.; NAVROSKI, M. C.; SCHORN, L. A. Produção de sementes e mudas: um enfoque à silvicultura. Santa Maria: Editora UFSM, 2018. v. 1. 448 p. ), espécies de rápido crescimento, como o do gênero Eucalyptus, apresentam índice de robustez superior a 7. Simões, Silva e Silva (2012SIMÕES, D.; SILVA, R. B. G.; SILVA, M. R. Composição do substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden × Eucalyptus urophylla S. T. Blake. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, p. 91-100, 2012.) e Kratz e Wedling (2016KRATZ, D.; WENDLING, I. Crescimento de mudas de Eucalyptus camaldulensis em substratos à base de casca de arroz carbonizada. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 63, p. 348-354, 2016.) também observaram relação H/DC fora do intervalo indicado, entre 9,39 e 12,13, para híbridos de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla, em diferentes composições de fibra de coco, casca de arroz carbonizada e vermiculita, e o valor de 14,04, para mudas de Eucalyptus camaldulensis produzidas com casca de arroz carbonizada com granulometria menor que 0,5 mm, respectivamente.

Assim como para o Eucalyptus sp., a faixa determinada por Carneiro (1995CARNEIRO, J. G. de A. Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba: UFPR; FUPEF, 1995.) pode não estar adequada para algumas espécies nativas, assim como observado por Kratz et al. (2015KRATZ, D. et al. Substratos renováveis para produção de mudas de Mimosa scabrella. Floresta, Curitiba, v. 45, p. 393, 2015. ) na produção de mudas de Mimosa scabrella. Kratz et al. (2016) encontraram valores abaixo de 4,5 para produção de mudas de Piptadenia gonoacantha. No trabalho de Rossa et al. (2015ROSSA, Ü. B. et al. Fertilizante de liberação lenta no desenvolvimento de mudas de Anadenanthera peregrina (L.) Speg. (angico-vermelho) e Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-vermelha). Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 4, p. 841-852, 2015.), também não foram encontrados valores adequados para produção de mudas de Anadenanthera macrocarpa, apresentando valores superiores a 8,1, corroborando com o presente trabalho. No entanto, no estudo de Araújo, Navroski e Schorn (2018ARAÚJO, M. M.; NAVROSKI, M. C.; SCHORN, L. A. Produção de sementes e mudas: um enfoque à silvicultura. Santa Maria: Editora UFSM, 2018. v. 1. 448 p. ) e Melo et al. (2018MELO, L. A. et al. Qualidade e crescimento inicial de mudas de Mimosa caesalpiniifolia Benth. produzidas em diferentes volumes de recipientes. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, p. 47-55, 2018.), os autores comentam que o limite para as mudas não apresentarem estiolamento e se apresentarem menos frágeis à ação de intempéries é de 10, dessa forma, as médias encontradas para a Anadenanthera macrocarpa são satisfatórias.

Em relação à matéria seca do sistema radicular e à densidade de raízes, apresentaram correlação forte com ambas as espécies. Faria et al. (2017FARIA, J. C. T. et al. Substrates formulated with organic residues in the production of seedlings of Moquinias trumpolymorphum. Floresta, Curitiba, v. 47, p. 523, 2017.) comentam que os substratos mais densos apresentam menores espaços entre as partículas e maior resistência ao crescimento radicular, o que corrobora com a correlação forte negativa obtida, -0,77, e com o resultado encontrado, em que os substratos menos densos, S2 e S4, obtiveram os maiores valores de massa seca do sistema radicular e de densidade de raízes.

Em relação ao IQD, Caldeira et al. (2014CALDEIRA, M. V. W. et al. Crescimento de mudas de Eucalyptus grandis utilizando lodo de esgoto, fibra de coco e palha de café in natura. Floresta, Curitiba, v. 44, n. 2, p. 195-206, 2014.) afirmam que este índice é um bom indicador de qualidade de mudas, haja vista que em seu cálculo são considerados os resultados de vários parâmetros importantes empregados para avaliação da qualidade, como a robustez e a matéria seca. O autor ainda ressalta que quanto maior este índice, melhor o padrão de qualidade da muda. Os valores encontrados foram superiores quando comparados com outros trabalhos, como o de Silva, Simões e Silva (2012SIMÕES, D.; SILVA, R. B. G.; SILVA, M. R. Composição do substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden × Eucalyptus urophylla S. T. Blake. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, p. 91-100, 2012.), que obtiveram IQD de 0,18 em mudas de híbridos de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla produzidas em substratos a base de casca de arroz carbonizada e fibra de coco.

Anadenanthera macrocarpa apresentou o IQD variando entre 0,27 a 0,39, que também foi considerado um bom índice para todos os tratamentos, com destaque ao S4, por ter obtido a melhor média. Rossa et al. (2015ROSSA, Ü. B. et al. Fertilizante de liberação lenta no desenvolvimento de mudas de Anadenanthera peregrina (L.) Speg. (angico-vermelho) e Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-vermelha). Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 4, p. 841-852, 2015.) também encontraram IQD de 0,27, para mudas de Anadenanthera macrocarpa, em tratamentos com o mesmo nível de adubação de base do presente trabalho. Pode-se concluir que o IQD pode variar em função da espécie, do manejo das mudas no viveiro, do tipo e proporção do substrato, do volume do recipiente e, principalmente, de acordo com a idade em que a muda foi avaliada (GOMES et al., 2013GOMES, D. R. et al. Lodo de esgoto como substrato para a produção de mudas de Tectona grandis L. Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 123-131, 2013.).

4.3 Formação do torrão da muda

Analisando a formação do torrão para as mudas de Eucalyptus urophylla, em relação à facilidade de retirada das mudas do tubete, Kratz e Wendling (2016KRATZ, D.; WENDLING, I. Crescimento de mudas de Eucalyptus camaldulensis em substratos à base de casca de arroz carbonizada. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 63, p. 348-354, 2016.), avaliando substratos à base de casca de arroz carbonizada combinada com fibra de coco para espécie Eucalyptus camaldulensis, obtiveram médias de facilidade de retirada da muda do tubete próximas a 8, inferiores aos resultados encontrados neste trabalho, com média de 10. Resultados semelhantes foram observados por Kratz e Wendling (2013), que avaliaram mudas de Eucalyptus dunnii, tendo substrato composto por 50% de casca de arroz carbonizada e 50% de fibra de coco. Os autores Stuepp et al. (2016STUEPP, C. A. et al. Quality of clonal plants of Piptocarpha angustifolia in different renewable substrates and seasons of the year. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 51, p. 1821-1829, 2016.) observaram que na primavera, mesma época de avaliação do presente trabalho, as mudas clonais de Piptocarpha angustifolia apresentaram maior facilidade de retirada dos tubetes, com valor médio de 8.

A agregação das raízes da espécie Eucalyptus urophylla apresentou valores superiores aos encontrados por Kratz e Wendling (2013KRATZ, D.; WENDLING, I. Produção de mudas de Eucalyptus dunnii em substratos renováveis. Floresta, Curitiba, v. 43, p. 125-136, 2013.), que avaliaram substratos à base de casca de arroz carbonizada com proporções de 20 e 40% em combinação com fibra de coco, para a produção de mudas de Eucalyptus benthamii, obtendo médias de agregação das raízes próximas a 8. Kratz e Wendling (2016)KRATZ, D.; WENDLING, I. Crescimento de mudas de Eucalyptus camaldulensis em substratos à base de casca de arroz carbonizada. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 63, p. 348-354, 2016. constataram que quanto maior a massa seca da parte área e do sistema radicular, maior é a agregação das raízes.

Em relação à agregação das raízes ao substrato, ambas as espécies obtiveram correlação forte com a condutividade elétrica, contudo para o Eucalyptus urophylla, foi encontrado uma correlação positiva, enquanto que para a Anadenanthera macrocarpa, foi encontrada correlação negativa. Esse resultado corrobora com o encontrado por Mieth et al. (2018MIETH, P. et al. Ground peach pits: alternative substrate component for seedling production. Journal of Forestry Research, v. 30, n. 5, p. 57, 2018.), em que foi encontrado alta correlação positiva (0,95), entre a condutividade elétrica e a agregação do substrato, para Eucalyptus dunnii. O aumento de condutividade elétrica pode estar relacionado ao aumento da concentração de nutrientes disponíveis no substrato, o que leva a um aumento de salinidade, a qual pode causar danos em todo o sistema radicular, o que pode justificar a correlação negativa obtida para a Anaderantehra macrocarpa (MARTÍNEZ, 2002MARTÍNEZ, P. F. Manejo de substratos para horticultura. In: FURLANI, A. M. C. et al. Caracterização, manejo e qualidade de substratos para a produção de plantas. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 2002. p. 53-76.).

Já a relação obtida para o Eucalyptus urophylla foi favorável ao aumento da condutividade elétrica, nos tratamentos à base de palha de café carbonizada. Segundo Costa et al. (2018COSTA, M. T. M. et al. Alterações químicas e físico-química do solo com aplicações sucessivas de esgoto doméstico bruto como alternativa de disposição final do cultivo de forrageira. Periódico Tchê Química, Porto Alegre, v. 15, n. 29, 2018.), isso pode estar relacionado à característica do gênero Eucalyptus ser tolerante a ambientes salinos (MENDONÇA et al., 2010MENDONÇA, A.V.R.A.S. et al. Características fisiológicas de mudas de Eucalyptus spp submetidas a estresse salino. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 20, p. 255-267, 2010.).

De acordo com Fragoso et al. (2016FRAGOSO, R. O. et al. Substratos renováveis na produção de mudas de Ficus enormis proveniente de jardim clonal. Pesquisa Florestal Brasileira , Brasília v. 36, p. 537, 2016.), substratos com menor dificuldade de retirada das mudas dos tubetes pode estar relacionado àqueles com menor agregação das raízes, devido a menor pressão nas paredes do tubete, o que corrobora com os resultados encontrados para Anadenantehra macrocarpa. Entretanto este não é o padrão desejado para expedição de mudas, por essa razão, essas variáveis não podem ser analisadas isoladamente, devendo-se buscar a melhor relação obtida dos resultados, para as formulações utilizadas, o S1 foi o que obteve melhores resultados.

A baixa agregação do substrato obteve comportamento inversamente proporcional às mudas de Eucalyptus urophylla, para todas as características do substrato. A porosidade total foi aquela com maior correlação, de -0,95, indicando que, com a queda da porosidade, ocorre um aumento na agregação das raízes no substrato, favorecendo, portanto, a utilização de casca de arroz carbonizada, para produção de mudas da espécie. Entretanto, esta relação possui um certo limite, sendo que segundo Zorzeto. Dechen e Abreu (2014ZORZETO, T. Q.; DECHEN, S. C. F.; ABREU, F. F. J. Caracterização física de substratos para plantas. Bragantia, Campinas, v. 73, n. 3, p. 300-311, 2014.), valores reduzidos de porosidade poderiam causar falta de oxigênio para o desenvolvimento das raízes.

Segundo Mieth et al. (2018MIETH, P. et al. Ground peach pits: alternative substrate component for seedling production. Journal of Forestry Research, v. 30, n. 5, p. 57, 2018.), a baixa agregação do substrato, apesar de reduzir a qualidade de formação da muda, pode apresentar crescimento satisfatório em campo. No entanto, seu uso não é viável, mesmo que seus componentes apresentem baixo custo de aquisição, devido à dificuldade do transporte e à queda de eficiência da retirada da muda do tubete em campo, podendo ocorrer o rompimento da raiz, perda da muda e aumento do índice de mortalidade do plantio.

De acordo com Wendling, Guastala e Dedecek (2007WENDLING, I.; GUASTALA, D.; DEDECEK, R. Características físicas e químicas de substratos para produção de mudas de Ilex paraguariensis St. Hil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, p. 209-220, 2007.), o substrato considerado adequado para produzir mudas em tubetes deve proporcionar condições adequadas para o crescimento do sistema radicular, tendo como consequência uma boa agregação do substrato, suficiente para que o torrão em volta da muda não se rompa quando a embalagem for retirada para plantio ou transporte, ocasionando exposição das raízes ao ressecamento e dificultando a sobrevivência das mudas. Sendo assim, para o Eucalyptus urophylla, os resíduos orgânicos de palha de café e de arroz carbonizada em combinação com fibra de coco apresentaram melhores resultados, para a formação do torrão quando comparados a outros trabalhos, e ambos são indicados para produção de mudas. Já para a Anadenanthera macrocarpa, ainda são necessários testes com outros resíduos orgânicos, e com maior tempo de produção das mudas, buscando melhores resultados, contudo, ao se comparar o uso das duas cascas avaliadas, a casca de arroz demonstrou maior nível de agregação ao substrato no fim do processo de produção.

5 Conclusão

Para o Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa, a utilização da palha de café carbonizada pode ser utilizada em detrimento da casca de arroz carbonizada, pois possibilita uma melhoria na qualidade das mudas, proporcionando maior crescimento. Desse modo, ela se torna uma alternativa de componente condicionador de substrato.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Set 2022
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2022

Histórico

  • Recebido
    26 Fev 2019
  • Aceito
    30 Ago 2021
  • Publicado
    24 Jun 2022
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