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Confiança em redes de cooperação do turismo: análise de seu papel e elementos vinculados em Parnaíba, Piauí, Brasil

La Confianza en redes de cooperación del turismo: análisis de su papel y elementos vinculados en Parnaíba, Piauí, Brasil

Resumo

Este trabalho objetivou demonstrar o papel da confiança e dos elementos que se vinculam a ela – contratos, instituições de suporte e reciprocidade – na decisão de cooperar no setor turístico de Parnaíba, Piauí, Brasil. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, na qual foram entrevistados nove gestores de empresas do setor de hospedagem. Os dados foram analisados com o uso da técnica da Análise de Conteúdo. Os resultados apontaram que existem várias redes de cooperação interorganizacional no local, que as relações são informais e se traduzem na indicação, troca de conhecimento/informação e ações de promoção. A contribuição deste trabalho está em demonstrar que a confiança está presente nas redes locais, mas a confiabilidade, entendida como um atributo individual, mostrou-se também relevante na decisão de cooperar. Além disso, comprova-se que instituições de suporte e reciprocidade aparecem como complementares à confiança, enquanto contratos substituem a confiança e são usados somente nas relações fora do território. Por fim, são apresentadas oito proposições de pesquisa, como resultado do estudo empírico, a serem testadas em estudos futuros.

Palavras-chave
Confiança; Cooperação; Elementos Vinculados; Destino Turístico

Resumen

Este artículo intenta demostrar el papel de la confianza y de los elementos que se vinculan a ella – contratos, instituciones de apoyo y reciprocidad – en la decisión de cooperar en el sector turístico de Parnaíba, Piauí, Brasil. Así, se realizó una investigación exploratoria y cualitativa con nueve gestores de alojamientos turísticos locales. Los datos fueron analizados con la técnica del Análisis de Contenido. Los hallazgos mostraron que hay distintas redes de cooperación interorganizacional en Parnaíba, que las relaciones son informales y se traducen en la indicación, intercambio de conocimiento/información y acciones de promoción. La contribución principal fue demostrar que existe confianza en las redes locales, pero la confiabilidad, un atributo individual, también se presentó como relevante en la decisión de cooperar. Además, se comprueba que las instituciones de apoyo y la reciprocidada parecen como complementarias a la confianza, mientras que los contratos sustituyen a la confianza y se utilizan solamente en las relaciones fuera del territorio. Por último, se presentan ocho proposiciones de investigación, como resultado del estudio empírico, a ser probadas en trabajos futuros.

Palabras clave
Confianza; Cooperación; Elementos Vinculados; Destino Turístico

Abstract

This study aimed to demonstrate the role of trust and its linked elements – contracts, support institutions and reciprocity – in the decision-making to cooperate in the tourism sector of Parnaíba, Piauí, Brazil. In this sense, an exploratory and qualitative approach was developed. For data collection, semi-structured interviews were conducted with nine managers of accommodation companies. Data were analyzed with the Content Analysis technique. Findings confirm the existence of several interorganizational cooperation networks in Parnaíba, that the relationships are informal and the cooperation is represented by service recommendation, knowledge/information exchange and promotional actions. The main contribution was to demonstrate the presence of trust within the local networks, but trustworthiness – an individual attribute – was also relevant in the decision to cooperate. In addition, support institutions and reciprocity emerge as complementary bases to trust, while contracts substitute trust and are used only in relationships outside the territory. In the end, eight research propositions are shown, as a result of the empirical study, to be tested on future investigations.

Keywords
Trust; Cooperation; Linked Elements; Touristic Destination

1 INTRODUÇÃO

Em um contexto de competitividade, as empresas têm adotado uma diversidade de estratégias que favorecem melhorias ao seu desempenho, como as redes de cooperação interorganizacionais (Scott, Cooper & Baggio, 2008Scott, N., Cooper, C.., & Baggio, R. (2008). Destination Networks: Four Australian Cases. Annals of TourismResearch, 35(1), 169-188. https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07.004
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; Beritellli, 2011Beritelli, P. (2011). Cooperation among prominent actors in a tourist destination. Annals of Tourism Research, 38(2), 607-629. https://doi.org/10.1016/j.annals.2010.11.015
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). Conceitualmente, as redes constituem um arranjo – formal ou informal (Denicolai, Cioccarelli & Zucchella, 2010Denicolai, S., Cioccarelli, G., & Zucchella, A. (2010). Resource-based local development and networked core-competencies for tourism excellence. Tourism Management, 31(2), 260-266. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.03.002
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) – entre firmas que reflete a busca por recursos complementares entre as organizações parceiras (Oliver, 1990Oliver, C. (1990). Determinants of interorganizational relationships: integration and future directions. Academy of Management Review, 15(2), 241-265. https://doi.org/10.2307/258156
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), a fim de gerarem retornos econômicos que, de forma isolada, dificilmente cada ator alcançaria (Verschoore, Balestrin & Perucia, 2014Verschoore, J.R., Balestrin, A., & Perucia, A. (2014). Small-Firm Networks: hybrid arrangementor organizational form? O&S – Salvador, 21(69), 275-292 – abril/junho. https://doi.org/10.1590/S1984-92302014000200005
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). No mesmo sentido, Borgatti e Foster (2003)Borgatti, S., & Foster, P. (2003). The Network Paradigm in Organizational Research: a review and typology. Journal of Management, 29(6), p. 991-1013. https://doi.org/10.1016/S0149-2063(03)00087-4
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expuseram que as redes constituem trocas repetitivas de recursos entre organizações, que podem contar com confiança para proteger as transações e reduzir os custos de transação.

Os estudos sobre redes de cooperação abrangem setores variados, como o de material de construção (Castro, Bulgacov & Hoffmann, 2011Castro, M., Bulgacov, S., & Hoffmann, V.E. (2011). Relacionamentos Interorganizacionais e Resultados: Estudo em uma Rede de Cooperação Horizontal da Região Central do Paraná. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, 15(1), art 2, 25-46. https://doi.org/10.1590/S1415-65552011000100003
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); móveis (Hoffmann, Lopes & Medeiros, 2014Hoffmann, V.E., Lopes, G.S.C., & Medeiros, J.J. (2014). Knowledge transfer among the small businesses of a Brazilian cluster. Journal of Business Research, 67, 856-864. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.07.004
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); agroindústria (Colet & Mozzato, 2016Colet, D.S., & Mozzato, A. R. (2016). Um por Todos e Todos por Um: relações interorganizacionais na Rota das Salamarias – RS. Anais do IX EGEPE, Passo Fundo, RS, Brasil, 17p.https://doi.org/10.21714/2178-8030gep.v17i1.4446
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); e turismo (Bock & Macke, 2014Bock, I.A.A., & Macke, J. (2014). The social capital and the development of collaborative networks in the tourism sector: a case study on the Grupo Gestor do Turismo Rural do Rio Grande do Sul (Rural Tourism Steering Group) – RS, Brazil. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 8(1), 23-41. http://dx.doi.org/10.7784/rbtur.v8i1.563
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; Costa & Franco, 2018Costa, H.A., & Franco, A.F.O. (2018). Competitividade e cooperação entre pequenas empresas de hospedagem: um estudo de hostels no Rio de Janeiro. Revista Cenário, 6, 25-40. https://doi.org/10.26512/revistacenario.v6i10.18754
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; Gomes, 2010Gomes, B.M.A. (2010). Redes organizacionais e canais de distribuição no turismo. Turismo e Sociedade, 3(1), 37-50, abr. http://dx.doi.org/10.5380/tes.v3i1.17340
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; Silva & Flôr, 2010Silva, P.M., & Flôr, S.L.B. (2010). A gestão da energia em redes de cooperação: Um Estudo de Caso da Versare Rede de Hotéis. Revista Hospitalidade, 7(2), 24-37.). Neste último, reconheceu-se que a cooperação em rede oportuniza ganhos não apenas às empresas individualmente, mas também às comunidades e ao destino turístico como um todo (Vieira & Hoffmann, 2018Vieira, D.P., & Hoffmann, V.E. (2018). A Influência dos Relacionamentos para o Desempenho das Empresas de Hospedagem. Caderno Virtual de Turismo. Rio de Janeiro, 18(1), 187-204, abr. http://dx.doi.org/10.18472/cvt.18n1.2018.1325
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). Essas observações parecem importantes, ao ter-se em mente que os destinos competem entre si para atrair viajantes, antes mesmo de os negócios individuais (Ritchie & Crouch, 2003Ritchie, J.R.B., & Crouch, G.I. (2003). The competitive destination: a sustainable tourism perspective. Oxford, UK: CABI Publishing. https://doi.org/10.1079/9780851996646.0000
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), ao menos em um primeiro momento.

Além disso, o setor turístico é constituído, em sua maioria, por micro e pequenas empresas (MPE) (Baggio & Cooper, 2010Baggio, R., & Cooper, C. (2010). Knowledge transfer in a tourism destination: the effects of a network structure. The Service Industries Journal, 30(10), 1757-1771. https://doi.org/10.1080/02642060903580649
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), com significativas relações de interdependência para realizar a prestação dos serviços locais (Denicolai et al., 2010Denicolai, S., Cioccarelli, G., & Zucchella, A. (2010). Resource-based local development and networked core-competencies for tourism excellence. Tourism Management, 31(2), 260-266. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.03.002
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; Scott et al., 2008Scott, N., Cooper, C.., & Baggio, R. (2008). Destination Networks: Four Australian Cases. Annals of TourismResearch, 35(1), 169-188. https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07.004
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; Xavier, Inácio, Wittmann & Flecha, 2012), o que justifica a relevância de agir em rede, para construir estratégias competitivas no mercado (Hocayen da Silva & Teixeira, 2009Hocayen da Silva, A.J., & Teixeira, R.M. (2009). Análise dos relacionamentos interorganizacionais em empresas do setor hoteleiro de Curitiba/PR: estudo comparativo de casos. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 3(2), 24-48, ago. https://doi.org/10.7784/rbtur.v3i2.158
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). No âmbito brasileiro, estudos demonstraram que alianças entre PME do turismo ajudam a reduzir custos e ampliam o compartilhamento de informações (Cerqueira, Sacramento & Teixeira, 2010Cerqueira, A.C., Teixeira, R.M., & Sacramento, P.M. (2010). Redes de cooperação entre pequenas empresas do setor hoteleiro e a rede turística: um estudo de casos múltiplos em Aracaju, Sergipe. Revista Acadêmica Observatório de Inovação do Turismo, 5(1), 1-16. http://dx.doi.org/10.12660/oit.v5n1.5762
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), propiciam diálogos favoráveis à inovação e constante aprendizado (Fortunato & Garcez, 2016Fortunato, R.A., & Garcez, M.L. (2016). As dinâmicas das redes no campo do turismo: uma aposta na diversidade. Caderno Virtual de Turismo, 16(3). http://dx.doi.org/10.18472/cvt.16n3.2016.1181
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), além de gerarem vantagens competitivas que minimizem o impacto da atuação de grandes empreendimentos (Hocayen da Silva & Teixeira, 2009Hocayen da Silva, A.J., & Teixeira, R.M. (2009). Análise dos relacionamentos interorganizacionais em empresas do setor hoteleiro de Curitiba/PR: estudo comparativo de casos. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 3(2), 24-48, ago. https://doi.org/10.7784/rbtur.v3i2.158
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).

Observa-se, assim, que a análise das redes coloca o aspecto relacional do turismo em um primeiro plano (Chim-Miki & Batista-Canino, 2016Chim-Miki, A., & Batista-Canino, R. (2016). La Investigación sobre Coopetición: Estado actual del conocomiento y sus implicaciones en los estudios turísticos. Estudios y Perspectivas en Turismo, 25, 399-415.; Giglio & Carvalho, 2013Giglio, E.M., & Carvalho, M.F. (2013). As transformações das redes de negócios na perspectiva da teoria social: o caso da Vila de Paranapiacaba - SP. Revista Turismo em Análise, 24(2), 248-277. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v24i2p248-277
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) e suscita o entendimento de seus mecanismos, dinâmicas e fundamentos, entre os quais o papel da confiança e como se dão suas articulações com a cooperação, aspectos centrais do presente trabalho.

A confiança é definida como a intenção de aceitar a vulnerabilidade em relação à parte confiada, com base nas expectativas positivas de suas ações (Colquitt, Scott & LePine, 2007Colquitt, J.A., Scott, B.A., & LePine, J.A. (2007). Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships with Risk Taking and Job Performance. Journal of Applied Psychology, 92(4), 909-927. https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.4.909
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; Mayer, Davis & Schoorman, 1995Mayer, R.C., Davis, J.H., & Schoorman, F.D. (1995). An Integrative Model of Organizational Trust. The Academy of Management Review, 20(3), 709-734, Jul. https://doi.org/10.5465/amr.1995.9508080335
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). Ela favorece a constituição das redes entre empresas, em razão das vantagens que propicia aos seus participantes (Lanz & Tomei, 2015Lanz, L.Q., & Tomei, P.A. (2015). Confiança nas organizações: como gerenciar a confiança interpessoal, organizacional e interorganizacional. Rio de Janeiro: Elsevier: PUC-Rio.). Para o funcionamento das redes, é importante que seus membros se sintam seguros quanto ao comportamento futuro daqueles com quem transacionam (Gambetta, 1988Gambetta, D. (1988). Can We Trust Trust? In: Gambetta, D. (ed.) Trust: Making and Breaking Cooperative Relations. University of Oxford, 13, 213-237.), a ponto de assumirem os riscos envolvidos na relação (Luhmann, 1988Luhmann, N. (1988). Familiarity, Confidence, Trust: Problems and Alternatives. In: Gambetta, D. (ed.) Trust: Making and Breaking Cooperative Relations, University of Oxford, 13, 127-141.), e desconsiderarem outras salvaguardas à conduta cooperativa. Isso justifica a presença da confiança na literatura sobre redes interorganizacionais (Thorelli, 1986Thorelli, H.B. (1986). Networks: Between Markets and Hierarchies. Strategic Management Journal. 7(1), 37-51. https://doi.org/10.1002/smj.4250070105
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), há mais de três décadas, como um elemento-chave na sua formação.

Segundo Putnam (2005)Putnam, R.D. (2005). Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. 5. Ed. Rio de Janeiro: FGV., a confiança lubrifica a vida social, ao oferecer o contexto para quaisquer transações, incluindo as econômicas. Assim, a existência da confiança reduz as possibilidades de oportunismo por parte dos atores, dentro de uma perspectiva da ação coletiva (Olson, 1999Olson, M. (1999). A Lógica da Ação Coletiva: os benefícios públicos e uma teoria dos grupos sociais. São Paulo: EDUSP.). Em outras palavras, confiar em alguém significa que mesmo que tenha chances, a pessoa não está propensa a agir de modo a causar danos a um terceiro (Gambetta, 1988Gambetta, D. (1988). Can We Trust Trust? In: Gambetta, D. (ed.) Trust: Making and Breaking Cooperative Relations. University of Oxford, 13, 213-237.). Este pressuposto pode gerar um ambiente em que as responsabilidades e obrigações mútuas impactam na redução dos custos de transação, podendo aumentar a eficiência (North, 1990North, D.C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9780511808678
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).

Apesar de cooperação e confiança aparecerem muitas vezes de maneira vinculada, elas não são sinônimos (Maciel, 2001Maciel, M.L. (2001). Confiança, capital social e desenvolvimento. Econômica, 3(2).), assim como não o são confiança e confiabilidade. Há autores que entendem algum nível de confiança como necessário para a cooperação (Gambetta, 1988Gambetta, D. (1988). Can We Trust Trust? In: Gambetta, D. (ed.) Trust: Making and Breaking Cooperative Relations. University of Oxford, 13, 213-237.; Lanz & Tomei, 2015Lanz, L.Q., & Tomei, P.A. (2015). Confiança nas organizações: como gerenciar a confiança interpessoal, organizacional e interorganizacional. Rio de Janeiro: Elsevier: PUC-Rio.), enquanto outros enfatizam a possibilidade de existência de cooperação mesmo em ambientes sem confiança (Axelrod, 2010Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora.). Nestes contextos que inviabilizam o desenvolvimento da confiança, demanda-se a presença de elementos que se vinculem a ela, por substituição ou por complementação, para corroborar a constituição das redes de cooperação (Czernek, Czakon & Marszałek, 2017).

A justificativa teórica deste trabalho encontra respaldo em Maggioni, Marcoz e Mauri (2014)Maggioni, I., Marcoz, E.M., & Mauri, C. (2014). Segmenting networking orientation in the hospitality industry: An empirical research on service bundling. International Journal of Hospitality Management, 42, 192-201. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijhm.2014.07.002
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e Czernek et al. (2017)Czernek, K., Czakon, W., & Marsza?ek, P. (2017). Trust and formal contracts: Complements or substitutes? A study of tourism collaboration in Poland. Journal of Destination Marketin., & Management, 6(4), 318-326. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdmm.2017.07.001
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, os quais recomendaram investigar, respectivamente, MPE de hospedagem, voltando-se a discussões que enfoquem a confiança empresarial para melhor compreender a presença de elementos que se vinculem à ela na formação de redes. A discussão acerca destes elementos consiste em uma proposição original e um dos avanços conceituais esperados a partir deste trabalho.

Em linhas gerais, os elementos atuam como substitutos quando a confiança não responde pela cooperação e se requer um outro componente para formar redes. Os elementos complementares, por sua vez, somam-se à confiança entre parceiros para seu fortalecimento ou para incrementar a qualidade nas trocas econômicas. Assim, no lugar da confiança, ou com o seu complemento, o empresariado lança mão de contratos (Czernek et al., 2017Czernek, K., Czakon, W., & Marsza?ek, P. (2017). Trust and formal contracts: Complements or substitutes? A study of tourism collaboration in Poland. Journal of Destination Marketin., & Management, 6(4), 318-326. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdmm.2017.07.001
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; Williamson, 1985Williamson, O.E. (1985). The economic institutions of capitalism. New York: Free Press.); instituições de suporte (IDS) (André, 2004André, M. (2004). Políticas Locales de Dinamización Turística y Grandes Atractivos Culturales: El Caso de Figures. In: Sentias, Josep F. Casos de Turismo Cultural: de la planificación estratégica a la gestión del producto. Barcelona: Ariel.; Hoffmann, Molina-Morales & Martínez-Fernández, 2007Hoffmann, V.E., Molina-Morales, F.X., & Martínez-Fernández, M.T. (2007). Redes de empresas: proposta de uma tipologia para classificação aplicada na indústria de cerâmica de revestimento. Revista de Administração Contemporânea, 11, 103-127. https://doi.org/10.1590/S1415-65552007000500006
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); e/ou reciprocidade (Axelrod, 2010Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora.; Gouldner, 1960Gouldner, A. (1960). The Norm of Reciprocity: A Preliminary Statement. American Sociological Review, 25(2), 161-178, Apr. https://doi.org/10.2307/2092623
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).

Nesse âmbito, o presente estudo volta o seu olhar para as MPE do setor de hospedagem de Parnaíba (PI), um dos 65 destinos indutores do Brasil (Brasil, 2008Brasil. Ministério do Turismo. (2008). Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional – Relatório Brasil. 2. ed. Brasília: Ministério do Turismo.). Assim, o objetivo deste estudo é o de demonstraro papel da confiança e dos elementos que se vinculam a ela – contratos, instituições de suporte e reciprocidade – na decisão de cooperar no setor turístico de Parnaíba (PI).

A partir desse objetivo, este trabalho se desenvolve em torno de conceitos relativos aos temas confiança e seus elementos vinculados, além da cooperação interempresarial e turismo. Em seguida, apresenta-se a metodologia do estudo e as características do campo de investigação. Por fim, são expostos os resultados, as conclusões e uma agenda de pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Confiança e as Redes de Cooperação

O conceito de confiança acima mencionado perpassa dois componentes centrais: vulnerabilidade, que trata da disposição de um indivíduo se colocar em situação de risco com relação a um parceiro (Luhmann, 1988Luhmann, N. (1988). Familiarity, Confidence, Trust: Problems and Alternatives. In: Gambetta, D. (ed.) Trust: Making and Breaking Cooperative Relations, University of Oxford, 13, 127-141.), uma vez que ele desconsidera outras formas de monitorar sua conduta; expectativas positivas, que se referem à crença de que a parte confiada aja beneficamente ou, pelo menos, de modo não prejudicial com o parceiro e, por isso, este decida cooperar com aquela (Gambetta, 1988Gambetta, D. (1988). Can We Trust Trust? In: Gambetta, D. (ed.) Trust: Making and Breaking Cooperative Relations. University of Oxford, 13, 213-237.). É importante, ainda, não confundir os conceitos de confiança e confiabilidade, pois esta se refere a atributos específicos do ator individual (Barney & Hansen, 1994Barney, J.B. & Hansen, M.H. (1994). Trustworthiness as a source of competitive advantage. Strategic Management Journal, 15, 175-190. https://doi.org/10.1002/smj.4250150912
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), em termos da sua habilidade (competência), benevolência (lealdade, preocupação com o outro) e integridade (aderência a princípios éticos e morais). A confiança, portanto, existe na relação entre indivíduos e/ou organizações, enquanto a confiabilidade captura competências e características da parte confiada (Mayer et al., 1995Mayer, R.C., Davis, J.H., & Schoorman, F.D. (1995). An Integrative Model of Organizational Trust. The Academy of Management Review, 20(3), 709-734, Jul. https://doi.org/10.5465/amr.1995.9508080335
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).

Ao considerar que as redes envolvem a presença simultânea de fatores que se opõem como consenso e conflito, colaboração e competição (Powell, 1990Powell, W.W. (1990). Neither Market nor Hierarchy: Networks Forms of organization. Research in Organizational Behavior, 12, 295-336.), é válida a assertiva de que a confiança constitui instrumento importante para a qualidade dos relacionamentos colaborativos (Rosas & Camarinha-Matos, 2009Rosas, J., & Camarinha-Matos, L.M. (2009). An approach to assess collaboration readiness. International Journal of Production Research, 47(17), 4711-4735. https://doi.org/10.1080/00207540902847298
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). As vantagens de ter a confiança como basedas relações interfirmas são variadas. Ela reduz a necessidade de mecanismos formais (Uzzi, 1996Uzzi, B. (1996). The sources and consequences of embeddedness for the economic performance of organizations. American Sociological Review. 61, 674-698. https://doi.org/10.2307/2096399
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) e constrói um ambiente mais adequado para lidar com relações de troca e negócios, porque minimiza os custos de transação e o oportunismo (Ring & Van de Ven, 1992Ring, P.S., & Van de Ven, A.H. (1992). Structuring cooperative relationships between organizations. Strategic Management Journal, 13, 483-498. https://doi.org/10.1002/smj.4250130702
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). Por se sentirem mais confortáveis em transacionar com outros membros da rede, o compartilhamento de recursos pode ocorrer em níveis elevados (Tsai & Ghoshal, 1998Tsai, W., & Ghoshal, S. (1998). Social Capital and Value Creation: The Role of Intrafirm Networks. The Academy of Management Journal, 41(4), 464-476. https://doi.org/10.5465/257085
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), e impactar positivamente o desempenho empresarial (Vieira & Hoffmann, 2018Vieira, D.P., & Hoffmann, V.E. (2018). A Influência dos Relacionamentos para o Desempenho das Empresas de Hospedagem. Caderno Virtual de Turismo. Rio de Janeiro, 18(1), 187-204, abr. http://dx.doi.org/10.18472/cvt.18n1.2018.1325
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).

Investigações empíricas da relação entre confiança e cooperação sugeriram que esta pode ser fortemente influenciada por aquela. No aglomerado de malhas em Nova Petrópolis (RS), Neumann, Hexsel e Balestrin (2011)Neumann, L., Hexsel, A., & Balestrin, A. (2011). Desafios à Cooperação em Aglomerados Produtivos: um estudo de caso no segmento de malhas do sul do Brasil. Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 8(3), 220-230, julho/setembro. http://doi.org/10.4013/base.2011.83.02
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verificaram uma baixa cooperação, em função da falta de confiança local. Situação semelhante ao identificado por Andrighi e Hoffmann (2010)Andrighi, F.F. & Hoffmann, V.E. (2010). Redes e Cooperação na Destinação Turística de Urubici/SC. Turismo em Análise, 21(1), 149-164, abril. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v21i1p149-164, em uma aglomeração turística do Estado de Santa Catarina. Em aglomeração na região de Guarapuava (PR), Castro et al. (2011)Castro, M., Bulgacov, S., & Hoffmann, V.E. (2011). Relacionamentos Interorganizacionais e Resultados: Estudo em uma Rede de Cooperação Horizontal da Região Central do Paraná. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, 15(1), art 2, 25-46. https://doi.org/10.1590/S1415-65552011000100003
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identificaram que a ausência de confiança entre os atores locais prejudicava a cooperação empresarial. No turismo das Ilhas Maurício, Nunkoo e Ramkissoon (2012)Nunkoo, R.., & Ramkissoon, H. (2012). Power, Trust, Social Exchange and Community Support. Annals of Tourism Research, 39(2), 997-1023. https://doi.org/10.1016/j.annals.2011.11.017
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concluíram que a confiança dos residentes nas instituições governamentais locais foi determinante no apoio ao desenvolvimento turístico, reforçando o pregado por Beritelli (2011)Beritelli, P. (2011). Cooperation among prominent actors in a tourist destination. Annals of Tourism Research, 38(2), 607-629. https://doi.org/10.1016/j.annals.2010.11.015
https://doi.org/10.1016/j.annals.2010.11...
de que as possibilidades de cooperação aumentam, conforme se dá a devida atenção à confiança. Bock e Macke (2014)Bock, I.A.A., & Macke, J. (2014). The social capital and the development of collaborative networks in the tourism sector: a case study on the Grupo Gestor do Turismo Rural do Rio Grande do Sul (Rural Tourism Steering Group) – RS, Brazil. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 8(1), 23-41. http://dx.doi.org/10.7784/rbtur.v8i1.563
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, por seu turno, constataram em uma rede de turismo rural no Rio Grande do Sul, que os relacionamentos pautados em confiança e reciprocidade são determinantes para o fortalecimento e continuidade dessa aliança. Já Brandão, Temoteo e Cândido (2018)Brandão, J.M.F., Temoteo, J.A.G., & Cândido, G.A. (2018). “Many hands make light work”: analysis of the interorganizational learning process in a hotel chain in Paraíba, Brazil. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 12(2), 25-45, maio/ago. http://dx.doi.org/10.7784/rbtur.v12i2.1379
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confirmaram que a confiança facilita a aprendizagem coletiva em uma rede de hotéis na Paraíba.

No entanto, as redes interempresariais podem não ser motivadas pela confiança em si e mesmo nas realidades em que ela não se faz presente, a cooperação pode existir (Axelrod, 2010Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora.; Lanz & Tomei, 2015Lanz, L.Q., & Tomei, P.A. (2015). Confiança nas organizações: como gerenciar a confiança interpessoal, organizacional e interorganizacional. Rio de Janeiro: Elsevier: PUC-Rio.). Isto, pois, na cooperação, os envolvidos aceitam salvaguardas para que decidam pelas parcerias. Assim, emergem os elementos vinculados à confiança que atuam como seus substitutos ou complementos (Czernek et al., 2017Czernek, K., Czakon, W., & Marsza?ek, P. (2017). Trust and formal contracts: Complements or substitutes? A study of tourism collaboration in Poland. Journal of Destination Marketin., & Management, 6(4), 318-326. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdmm.2017.07.001
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), tais como os contratos, as IDS ea reciprocidade explorados neste estudo.

2.2 Elementos Vinculados à Confiança nas Redes de Cooperação

2.2.1 Contratos

Os contratos, no contexto das redes, compreendem os acordos por escrito, juridicamente válidos, que têm a função de coordenar e controlar as ações, visando a colaboração entre as partes (Lanz & Tomei, 2015Lanz, L.Q., & Tomei, P.A. (2015). Confiança nas organizações: como gerenciar a confiança interpessoal, organizacional e interorganizacional. Rio de Janeiro: Elsevier: PUC-Rio.). Desse modo, os mecanismos contratuais explicitam como as empresas devem agir e asseguram que cada uma compartilhe do mesmo entendimento acerca dos direitos e deveres na relação (Lumineau & Malhotra, 2011Lumineau, F., & Malhotra, D. (2011). Shadow of the contract: how contract structure shapes interfirm dispute resolution. Strategic Management Journal, 32, 532-555. https://doi.org/10.1002/smj.890
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). Assim, a utilização de contratos minimiza riscos e pode promover a cooperação (Ring & Van de Ven, 1992Ring, P.S., & Van de Ven, A.H. (1992). Structuring cooperative relationships between organizations. Strategic Management Journal, 13, 483-498. https://doi.org/10.1002/smj.4250130702
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).

Há muito, os contratos são reconhecidos como os substitutos tradicionais da confiança (Granovetter, 1985Granovetter, M.S. (1985). Economic Action and Social Structure: The Problem of Embeddedness. American Journal of Sociology, 91(3), 481-510. https://doi.org/10.1086/228311
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), principalmente em se tratando de realidades em que esta última não se faz presente ou não é suficiente para gerar redes, logo, alguma proteção deve existir na conduta cooperativa (Neumann et al., 2011Neumann, L., Hexsel, A., & Balestrin, A. (2011). Desafios à Cooperação em Aglomerados Produtivos: um estudo de caso no segmento de malhas do sul do Brasil. Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 8(3), 220-230, julho/setembro. http://doi.org/10.4013/base.2011.83.02
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).Todavia, o problema dos contratos é que a sua elaboração é custosa e lenta, além de sua inerente incompletude (Lumineau & Malhotra, 2011Lumineau, F., & Malhotra, D. (2011). Shadow of the contract: how contract structure shapes interfirm dispute resolution. Strategic Management Journal, 32, 532-555. https://doi.org/10.1002/smj.890
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), o que dificulta o delineamento de todas as contingências no longo prazo (Williamson, 1985Williamson, O.E. (1985). The economic institutions of capitalism. New York: Free Press.).

Sob outro prisma, Czernek et al. (2017)Czernek, K., Czakon, W., & Marsza?ek, P. (2017). Trust and formal contracts: Complements or substitutes? A study of tourism collaboration in Poland. Journal of Destination Marketin., & Management, 6(4), 318-326. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdmm.2017.07.001
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destacaram que os contratos podem desempenhar papel complementar à confiança para fomentar a cooperação, no sentido de que acordos por escritos não são resultados exclusivos da ausência de confiança, mas também uma exigência de instituições públicas ou requisitos operacionais/financeiros dos parceiros. Esta complementação é especialmente importante, quando se pensa que a confiança está sujeita a fragilidades como a necessidade de tempo substancial para se desenvolver, além de abrir possibilidades de abusos por meio do oportunismo (Granovetter, 1985Granovetter, M.S. (1985). Economic Action and Social Structure: The Problem of Embeddedness. American Journal of Sociology, 91(3), 481-510. https://doi.org/10.1086/228311
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), fato que torna os contratos úteis para contrabalancear uma possível quebra de confiança (Lanz & Tomei, 2015Lanz, L.Q., & Tomei, P.A. (2015). Confiança nas organizações: como gerenciar a confiança interpessoal, organizacional e interorganizacional. Rio de Janeiro: Elsevier: PUC-Rio.). Estes últimos autores acrescem que tanto os contratos como a confiança apresentam limitações que os tornam arriscados ou ineficientes para usá-los e, por esse motivo, admitem a combinação de ambos.

2.2.2 Instituições de suporte

As instituições de suporte (IDS) compreendem as organizações orientadas para atuar em um determinado território, que provêm serviços especializados (Brusco, 1993Brusco, S. (1993). Pequeñas Empresas y Prestación de Servicios Reales. In: Pyke, F., Sergenberger, W. Los DI y las PYMEs: DI y Regeneración Económica Local. Madrid: MSSS.), agem como repositórios de conhecimento e facilitam o desenvolvimento da competitividade às firmas locais (Molina-Morales & Martínez-Fernández, 2010Molina-Morales, F.X., & Martínez-Fernández, M.T. (2010). Social Networks: Effects of Social Capital on Firm Innovation. Journal of Small Business Management, 48(2), 258-279. https://doi.org/10.1111/j.1540-627X.2010.00294.x
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). As IDS se traduzem em universidades, centros de pesquisa e/ou organizações governamentais, associações empresariais e fontes financiadoras públicas ou privadas (Boari, Molina-Morales & Martínez-Cháfer, 2017Boari, C., Molina-Morales, F.X., & Martínez-Cháfer, L. (2017). Direct and Interactive Effects of Brokerage Roles on Innovation in Clustered Firms. Growth and Change – a Journal of Urban and Regional Policy, 48(3), Sep. 336-358. https://doi.org/10.1111/grow.12170
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), que possuem a habilidade de obter informação fora do aglomerado territorial – e/ou da rede – e internalizá-la junto às empresas (Molina-Morales & Martínez-Fernández, 2010Molina-Morales, F.X., & Martínez-Fernández, M.T. (2010). Social Networks: Effects of Social Capital on Firm Innovation. Journal of Small Business Management, 48(2), 258-279. https://doi.org/10.1111/j.1540-627X.2010.00294.x
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).

Na perspectiva de substituição, traz-se que as IDS podem encetar o processo de cooperação, ao facilitarem diálogos e negociações (André, 2004André, M. (2004). Políticas Locales de Dinamización Turística y Grandes Atractivos Culturales: El Caso de Figures. In: Sentias, Josep F. Casos de Turismo Cultural: de la planificación estratégica a la gestión del producto. Barcelona: Ariel.; Selin & Beason, 1991Selin, S., & Beason, K. (1991). Interorganization al Relations in Tourism. Annals of Tourism Research, 18(4), 639-652. https://doi.org/10.1016/0160-7383(91)90079-Q
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), encorajando as empresas a formarem parcerias, em especial, no contexto das MPE (Baggio & Cooper, 2010Baggio, R., & Cooper, C. (2010). Knowledge transfer in a tourism destination: the effects of a network structure. The Service Industries Journal, 30(10), 1757-1771. https://doi.org/10.1080/02642060903580649
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), o que seria suficiente para compatibilizar interesses heterogêneos (Franco, 2007Franco, M.J.B. (2007). Tipologia de processos de cooperação empresarial: uma investigação empírica sobre o caso português. Revista de Administração Contemporânea, 11(3), 149-176. https://doi.org/10.1590/S1415-65552007000300008
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) e superar uma eventual falta de confiança.

Em pesquisas empíricas, as IDS se mostram relevantes às redes. Na região de Jæren, Noruega, a cooperação horizontal obteve sucesso devido à atuação de uma IDS tecnológica, que facilitava a aprendizagem (Asheim & Isaksen, 2002Asheim, B.T. & Isaksen, A. (2002). Regional innovation systems: The integration of local ‘sticky’ and global ‘ubiquitous’ knowledge. The Journal of Technology Transfer, 27, 77-86. https://doi.org/10.1023/A:1013100704794
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). Nos circuitos turísticos de Minas Gerais, a atuação de IDS tem respondido pelo início da cooperação entre redes pertencentes a diferentes municípios do Estado (Knupp & Mafra, 2012Knupp, M.E.C.G., & Mafra, F.L.N. (2012). Redes do Turismo: uma análise da política de turismo do Estado de Minas Gerais - Brasil. Revista Turismo em Análise, 23(3). https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v23i3p663-690
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). Na rede hoteleira de Brasília (DF), por outro lado, a ausência de apoio governamental, que poderia ser associada à intermediação de uma IDS, foi o principal obstáculo às parcerias empresariais (Miranda Júnior, Costa & Hoffmann, 2016Miranda Júnior, N.S., Costa, H.A., & Hoffmann, V.E. (2016). Dificuldades para a Cooperação entre Hotéis Aglomerados Territorialmente: um estudo da hotelaria em Brasília – DF. Turismo em Análise, 27(1), 153-177. http://dx.doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v27i1p153-177
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). Silva, Almeida e Ferreira (2014)Silva, G.M., Almeida, M.R., & Ferreira, R.V. (2014). Redes Interorganizacionais entre Fábricas de Objetos em Estanho no Mercado Turístico de São João del Rei - MG. Revista Turismo em Análise, 25(3), 677-699. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v25i3p677-699
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também sugeriram que a falta de suporte por parte de IDS comprometeu a coesão entre os atores da rede estudada por eles. Inserido nesta lógica, Carrão (2004)Carrão, A.M.R. (2004). Cooperação entre empresas de pequeno porte em pólos industriais: um estudo comparativo. R. Adm., São Paulo, 39(2), 186-195, abr./maio/jun. já havia defendido que o suporte de instituições governamentais é indispensável à sobrevivência das redes. Apesar de a cooperação advir, muitas vezes, da iniciativa isolada das empresas, é comum que o poder público opere como indutor do processo (Pereira & Lopes, 2010Pereira, A.S., & Lopes, F.D. (2010). Relação entre Ciclo de Vida do Produto Turístico e Estratégias de Cooperação na Faixa Litorânea Urbana do Município de Natal. Turismo em Análise, 21(1), abril. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v21i1p188-211
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).

Na lógica da complementaridade, os achados de Locke (2001)Locke, R.M. (2001). Building trust. Annual Meetings of the American Political Science Association, S. Francisco: California. evidenciam que o suporte técnico-financeiro das IDS, aos agentes econômicos de um dado território, favoreceu a construção da confiança entre eles. Justifica-se esta situação porque as ações cooperadas, intermediadas por essas instituições, resultaram em experiências exitosas que, por conseguinte, possibilitaram a confiança mútua das empresas. Ao objetivarem reduzir o oportunismo, as IDS inserem algum nível de confiança que se mostra importante à cooperação.

Neste raciocínio, infere-se que a atuação de uma organização vinculada ao interesse coletivo para coordenar o cumprimento das normas estabelecidas (Beritelli, 2011Beritelli, P. (2011). Cooperation among prominent actors in a tourist destination. Annals of Tourism Research, 38(2), 607-629. https://doi.org/10.1016/j.annals.2010.11.015
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) leva a possibilidades concretas de cooperação, mesmo na ausência de confiança (Axelrod, 2010Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora.). Por essa razão, as IDS podem agir como substitutas à confiança ou atuar em um estágio prévio e interferir junto aos empresários para estimular a formação de parcerias.

2.2.3 Reciprocidade

A reciprocidade se traduz como uma troca contingencial de benefícios entre duas ou mais partes, que porta a estabilidade do sistema socioeconômico que as cerca. Para o equilíbrio das relações, as pessoas tendem a ajudar quem as ajuda, ou não prejudicar àquelas que as apoiam (Gouldner, 1960Gouldner, A. (1960). The Norm of Reciprocity: A Preliminary Statement. American Sociological Review, 25(2), 161-178, Apr. https://doi.org/10.2307/2092623
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). Logo, a conduta recíproca pode se suportar em uma decisão racional e calculada, que vise a retribuição de um benefício no futuro (Siqueira, 2005Siqueira, M.M.M. (2005). Esquema mental de reciprocidade e influências sobre afetividade no trabalho. Estudos de Psicologia, 10(1), 83-93. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2005000100010
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), sobretudo porque em determinados contextos, a não retribuição de um favor, pode levar a sanções sociais ao desertor (Putnam, 2005Putnam, R.D. (2005). Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. 5. Ed. Rio de Janeiro: FGV.). Assim, a reciprocidade, na lógica da cooperação, implica na obrigação em retribuir um favor (Siqueira, 2005Siqueira, M.M.M. (2005). Esquema mental de reciprocidade e influências sobre afetividade no trabalho. Estudos de Psicologia, 10(1), 83-93. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2005000100010
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).

O argumento que fortalece o vínculo de substituição entre reciprocidade e confiança encontra respaldo em Axelrod (2010)Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora., segundo o qual para haver cooperação, deve existir a possibilidade de replicar o comportamento do outro, seja ele colaborativo ou desertor, em interações repetidas entre as partes. Esta circunstância pode conduzira possibilidades de cooperação, posto que quando dois agentes econômicos têm comportamentos desejáveis e são recíprocos, eles tendem a recompensar o agir benéfico oferecido, mesmo sem confiança entre as partes. Esta visão se coaduna ao resultado encontrado na pesquisa de Maciel (2001)Maciel, M.L. (2001). Confiança, capital social e desenvolvimento. Econômica, 3(2)., na qual a cooperação em redes de pesquisa do nordeste brasileiro não identificou confiança, mas sim o aumento de interações com objetivos de sucesso econômico. Desse modo, se uma empresa interage com outra, repassando informações, emprestando equipamentos, ou simplesmente indicando-a para um cliente ou fornecedor, poderá cobrar a ajuda em um momento futuro.

Do ponto de vista da complementaridade, acresce-se que a reciprocidade pode, ainda, fomentar a confiança (Powell, 1990Powell, W.W. (1990). Neither Market nor Hierarchy: Networks Forms of organization. Research in Organizational Behavior, 12, 295-336.), posto que ações recíprocas benéficas, no horizonte longitudinal, promovem uma percepção de segurança e estabilidade aos empresários, o que impulsiona futuras transações, a partir da confiança gerada. Esta, aliás, é a função social da reciprocidade: encetar articulações colaborativas que promovam confiança entre os envolvidos (Gouldner, 1960Gouldner, A. (1960). The Norm of Reciprocity: A Preliminary Statement. American Sociological Review, 25(2), 161-178, Apr. https://doi.org/10.2307/2092623
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).

Em suma, a reciprocidade constitui comportamento racional, calculista e interessado, pautado na decisão estratégica do indivíduo, situação esta que tanto se contrapõe às condutas benevolentes, típicas de relacionamentos confiáveis (Colquitt et al., 2007Colquitt, J.A., Scott, B.A., & LePine, J.A. (2007). Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships with Risk Taking and Job Performance. Journal of Applied Psychology, 92(4), 909-927. https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.4.909
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), quanto, no decorrer do tempo, podem também estimular a confiança entre as partes (Powell, 1990Powell, W.W. (1990). Neither Market nor Hierarchy: Networks Forms of organization. Research in Organizational Behavior, 12, 295-336.).

3 MÉTODO

Este artigo se configura como um estudo descritivo e exploratório, bibliográfico e de campo (Vergara, 1997Vergara, S.C. (1997). Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 9. ed. São Paulo: Atlas.), de caráter transversal e qualitativo (Flick, 2009Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed. 405p.), seguindo as recomendações de Costa (2018)Costa, H.A. (2018). Olhares sobre a cooperação empresarial entre pequenas empresas em destinos turísticos: reflexões e aprendizados de pesquisa. In: Nascimento, E. P., & Costa, H. A. (Org.). Turismo e Sustentabilidade: verso e reverso. Rio de Janeiro: Garamond, 1, 25-49.https://doi.org/10.26512/revistacenario.v6i10.18754
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, em resposta ao passado comumente quantitativo das investigações neste tema. No presente estudo, a cidade de Parnaíba delimita geograficamente a rede de cooperação investigada, consoante o entendimento de Baggio e Cooper (2010)Baggio, R., & Cooper, C. (2010). Knowledge transfer in a tourism destination: the effects of a network structure. The Service Industries Journal, 30(10), 1757-1771. https://doi.org/10.1080/02642060903580649
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de que um destino, em seu complexo sistema de interações formais e/ou informais, pode ser considerado a própria rede.

3.1 Definição de Variáveis

Quadro 1
Categorias e subcategorias da pesquisa

Este estudo focou em cinco categorias – cooperação, confiança, contratos, instituições de suporte e reciprocidade – e partiu das subcategorias ex ante identificadas no referencial teórico. Para a cooperação, a bibliografia base foi o estudo de Costa (2009)Costa, H.A. (2018). Olhares sobre a cooperação empresarial entre pequenas empresas em destinos turísticos: reflexões e aprendizados de pesquisa. In: Nascimento, E. P., & Costa, H. A. (Org.). Turismo e Sustentabilidade: verso e reverso. Rio de Janeiro: Garamond, 1, 25-49.https://doi.org/10.26512/revistacenario.v6i10.18754
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, enquanto que, para a confiança, seguiu-se as subcategorias recomendadas por Colquitt et al. (2007)Colquitt, J.A., Scott, B.A., & LePine, J.A. (2007). Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships with Risk Taking and Job Performance. Journal of Applied Psychology, 92(4), 909-927. https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.4.909
https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.4.9...
. Com relação às outras três categorias (elementos vinculados), utilizou-se as subcategorias ex ante debatidas nos trabalhos de Axelrod (2010)Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora., Baggio e Cooper (2010)Baggio, R., & Cooper, C. (2010). Knowledge transfer in a tourism destination: the effects of a network structure. The Service Industries Journal, 30(10), 1757-1771. https://doi.org/10.1080/02642060903580649
https://doi.org/10.1080/0264206090358064...
, Gouldner (1960)Gouldner, A. (1960). The Norm of Reciprocity: A Preliminary Statement. American Sociological Review, 25(2), 161-178, Apr. https://doi.org/10.2307/2092623
https://doi.org/10.2307/2092623...
, Ring e Van de Ven (1992)Ring, P.S., & Van de Ven, A.H. (1992). Structuring cooperative relationships between organizations. Strategic Management Journal, 13, 483-498. https://doi.org/10.1002/smj.4250130702
https://doi.org/10.1002/smj.4250130702...
e Siqueira (2005)Siqueira, M.M.M. (2005). Esquema mental de reciprocidade e influências sobre afetividade no trabalho. Estudos de Psicologia, 10(1), 83-93. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2005000100010
https://doi.org/10.1590/S1413-294X200500...
, principalmente. Em sequência, a coleta de dados propiciou a identificação de novas subcategorias (ex post) na exploração dos temas. Estas subcategorias não previstas inicialmente foram incorporadas às análises e forneceram maiores subsídios para a discussão, fato que reforça as características exploratórias desta investigação (Quadro 1).

3.2 Seleção do Caso, Coleta e Tratamento de Dados

O local escolhido foi Parnaíba (PI), cujos principais atrativos turísticos são o Delta do Parnaíba e a costa litorânea (Perinotto, 2013Perinotto, A.R.C. (2013). Investigando a Comunicação Turística de Parnaíba/Pi - Brasil: internet e redes sociais, descrição e análise. Revista Turydes. 6(15), dez.; Perinotto & Santos, 2011Perinotto, A.R.C., & Santos, A.K.P. (2011). Patrimônio cultural e turismo: um estudo de caso sobre a relação entre a população parnaibana e o Complexo Porto das Barcas. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. 5(2), 201-225, ago. https://doi.org/10.7784/rbtur.v5i2.413
https://doi.org/10.7784/rbtur.v5i2.413...
). Integra a lista dos 65 Destinos Indutores Brasileiros (Brasil, 2008) e constitui uma das 5,5% cidades com melhor desempenho na economia nacional do turismo (Brasil, 2015Brasil. Ministério do Turismo. (2015). Categorização dos Municípios das Regiões Turísticas do Mapa do Turismo Brasileiro. Brasília-DF, 26p.). Dispõe de infraestrutura básica para receber o turismo – hospitais, postos de saúde, rodoviária, aeroporto, meios de hospedagem, agências de receptivo e serviços de alimentação – e tem na atividade um dos principais mecanismos de geração de emprego e renda local (Perinotto, 2013Perinotto, A.R.C. (2013). Investigando a Comunicação Turística de Parnaíba/Pi - Brasil: internet e redes sociais, descrição e análise. Revista Turydes. 6(15), dez.).

O município participa, junto a Barreirinhas (MA) e Jericoacoara (CE), da Rota das Emoções (Sebrae, Senac & MTur, 2006SEBRAE, SENAC., & MTUR. (2006). Planejamento Roteiro Turístico Integrado: Jericoacoara, Delta do Parnaíba, Lençóis Maranhenses.), roteiro integrado fomentado pela política pública federal de regionalização da oferta (Fratucci, 2009Fratucci, A.C. (2009). Refletindo sobre a gestão dos espaços turísticos: perspectivas para as redes regionais de turismo. Revista Turismo em Análise, 20(3). https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v20i3p391-408
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867....
) e onde se formou o primeiro consórcio interestadual em turismo do Brasil (Bouças da Silva & Ribeiro, 2018Bouças da Silva, D.L., & Ribeiro, R.T. (2018). Passado, presente e futuro: os desafios para o desenvolvimento turístico sustentável do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. In: Nascimento, E. P., & Costa. H. A. (Org.). Turismo e Sustentabilidade: verso e reverso. Rio de Janeiro: Garamond, 1, 25-49.), o que é um indício de haver cooperação e justifica a escolha do caso. Neste estudo, o destino turístico, em seus limites territoriais, é a variável localização considerada e operacionalizada como a própria rede de cooperação, haja vista se tratar de uma aglomeração territorial que reúne empresas com relações de complementaridade (Andrighi & Hoffmann, 2010Andrighi, F.F. & Hoffmann, V.E. (2010). Redes e Cooperação na Destinação Turística de Urubici/SC. Turismo em Análise, 21(1), 149-164, abril. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v21i1p149-164; Scott et al., 2008Scott, N., Cooper, C.., & Baggio, R. (2008). Destination Networks: Four Australian Cases. Annals of TourismResearch, 35(1), 169-188. https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07.004
https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07...
).

A unidade de análise se refere às empresas parnaibanas ligadas à hospedagem – hotéis e pousadas – e avaliadas no sítio TripAdvisor até setembro de 2016. A partir disso, chegou-se ao universo de 17 empreendimentos e, para a determinação dos sujeitos da pesquisa, foram utilizados os critérios de adesão e saturação teórica (Fontanella, Ricas & Turato, 2008Fontanella, B.J.B., Ricas, J., & Turato, E.R. (2008). A mostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: Contribuições teóricas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(1), 17-27, jan. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008000100003
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). Por fim, chegou-se ao total de nove empreendimentos entrevistados. A Tabela 1 auxilia na contextualização dos participantes da pesquisa.

Tabela 1
Caracterização da amostra

Os dados foram coletados, in loco, por meio da aplicação de um roteiro semiestruturado,contendo as variáveis destacadas na Tabela 1. As entrevistas foram realizadas, presencialmente, em outubro de 2016. A técnica utilizada foi a Análise de Conteúdo, do tipo Categorial como define Bardin (1977)Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70., seguindo as categorias e subcategorias expostas no Quadro 1. Ao final do trabalho, são apresentadas proposições construídas a partir dos resultados da pesquisa, como forma de contribuir com o aprofundamento da temática em voga.

4 RESULTADOS

4.1 Categoria: Cooperação

O Quadro 2 mostra que as subcategorias ex ante foram confirmadas e que surgiram duas categorias novas (ex post): “complementaridade das empresas”e “durabilidade/frequência das relações”.

Quadro 2
Conteúdos relativos à cooperação

4.2 Categoria: Confiança

Na categoria confiança, surgiu uma nova subcategoria,“confiabilidade do parceiro”, e apenas a subcategoria“expectativas positivas”, não houve conteúdo suficiente para comprová-la (Quadro 3).

Quadro 3
Conteúdos relativos à confiança

4.3. Categoria: Contratos

Nesta categoria surgiu um tema novo, relacionado aos contratos estabelecidos extrarrede (Quadro 4).

Quadro 4
Conteúdos relativos a contratos

4.4 Categoria: Instituições de Suporte

Neste tema, nenhuma subcategoria emergiu dos conteúdos (Quadro 5).

Quadro 5
Conteúdos relativos à cooperação

4.5 Categoria: Reciprocidade

A partir das falas dos entrevistados, “sanções sociais” aparecem como uma nova subcategoria, e “comportamento condicionado à conduta do parceiro” não pode ser comprovada dada a insuficiência de conteúdo (Quadro 6).

Quadro 6
Conteúdos relativos à reciprocidade

5 DISCUSSÃO, CONCLUSÕES E PESQUISAS FUTURAS

A cooperação interorganizacional em Parnaíba foi identificada, a partir de uma variedade de ações de natureza informal, sem contratualidade interna, e que se ampara fortemente em IDS para que as parcerias ocorram. No caso estudado, a cooperação informal se traduz de modo mais recorrente na indicação dos parceiros (Quadro 2), alinhando-se aos resultados do estudo realizado na mesma localidade por (Costa, 2009Costa, H.A., & Franco, A.F.O. (2018). Competitividade e cooperação entre pequenas empresas de hospedagem: um estudo de hostels no Rio de Janeiro. Revista Cenário, 6, 25-40. https://doi.org/10.26512/revistacenario.v6i10.18754
https://doi.org/10.26512/revistacenario....
; Costa, Nascimento, Hoffmann & Bouças da Silva, 2017Costa, H.A., Nascimento, E.P., Hoffmann, V.E., & Bouças da Silva, D.L. (2017). ¿Por qué cooperan las micro y pequeñas empresas turísticas? Estudios y Perspectivas en Turismo, 26(4), 781-803.). A indicação constitui uma forma de cooperação que ocorre tanto vertical quanto horizontalmente, o que se coaduna ao entendimento de Hoffmann et al. (2007)Hoffmann, V.E., Molina-Morales, F.X., & Martínez-Fernández, M.T. (2007). Redes de empresas: proposta de uma tipologia para classificação aplicada na indústria de cerâmica de revestimento. Revista de Administração Contemporânea, 11, 103-127. https://doi.org/10.1590/S1415-65552007000500006
https://doi.org/10.1590/S1415-6555200700...
de que uma organização pode pertencer, simultaneamente, a redes verticais e horizontais. O fato de haver uma ação que denota a cooperação auxilia a compreensão do fenômeno em si, pois assim não é necessário perguntar diretamente aos empresários entrevistados se eles cooperam.

Com destaque, a cooperação horizontal entre MPE foi reconhecida anteriormente como prática comum Carrão (2004)Carrão, A.M.R. (2004). Cooperação entre empresas de pequeno porte em pólos industriais: um estudo comparativo. R. Adm., São Paulo, 39(2), 186-195, abr./maio/jun., demonstrando que ações colaborativas são possíveis, mesmo em contextos turísticos de elevada concorrência (Kylänen & Rusko, 2011Kylänen, M.., & Rusko, R. (2011). Unintentional coopetition in the service industries: The case of Pyhä-Luosto tourism destination in the Finnish Lapland. European Management Journal, 29, 193-205. https://doi.org/10.1016/j.emj.2010.10.006
https://doi.org/10.1016/j.emj.2010.10.00...
), como é o caso. A motivação mais perceptível na indicação do concorrente é atender o fluxo de visitantes na alta estação, porquanto é o momento em que as empresas atingem a sua capacidade operacional máxima. Há de se pensar que essa cooperação é induzida pelo transbordamento da demanda. Nos relacionamentos verticais, os meios de hospedagem costumam se articular com agências de receptivo – responsáveis pelos passeios – e com restaurantes da cidade, reiterando a lógica de complementaridadedos serviços turísticos (Denicolai et al., 2010Denicolai, S., Cioccarelli, G., & Zucchella, A. (2010). Resource-based local development and networked core-competencies for tourism excellence. Tourism Management, 31(2), 260-266. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.03.002
https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.0...
; Scott et al., 2008Scott, N., Cooper, C.., & Baggio, R. (2008). Destination Networks: Four Australian Cases. Annals of TourismResearch, 35(1), 169-188. https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07.004
https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07...
).

Outro aspecto que enfatiza a presença da cooperação é a troca de conhecimento e informações (Quadro 2) entre os empresários – conforme previamente apontado por Bock e Macke(2014)Bock, I.A.A., & Macke, J. (2014). The social capital and the development of collaborative networks in the tourism sector: a case study on the Grupo Gestor do Turismo Rural do Rio Grande do Sul (Rural Tourism Steering Group) – RS, Brazil. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 8(1), 23-41. http://dx.doi.org/10.7784/rbtur.v8i1.563
https://doi.org/10.7784/rbtur.v8i1.563...
e Cerqueira et al. (2010)Cerqueira, A.C., Teixeira, R.M., & Sacramento, P.M. (2010). Redes de cooperação entre pequenas empresas do setor hoteleiro e a rede turística: um estudo de casos múltiplos em Aracaju, Sergipe. Revista Acadêmica Observatório de Inovação do Turismo, 5(1), 1-16. http://dx.doi.org/10.12660/oit.v5n1.5762
https://doi.org/10.12660/oit.v5n1.5762...
–em reuniões organizadas por IDS ou encontros informais, com o mote de solucionar problemas comuns, inclusive os que tratam da reclamação de clientes acerca dos serviços prestados pelos parceiros. Nesse ponto, Stacke, Hoffmann e Costa (2012)Stacke, A.R.N.P., Hoffmann, V.E.., & Costa, H.A. (2012). Knowledge transfer among clustered firms: a study of Brazil. Anatolia: An International Journal of Tourism and Hospitality Research, 23(1), 90-106. http://dx.doi.org/10.1080/13032917.2011.653634
https://doi.org/10.1080/13032917.2011.65...
já haviam reconhecido que a troca desses recursos configura uma ação cooperativa comum nos aglomerados turísticos, o que é citado por Hoffmann et al. (2014)Hoffmann, V.E., Lopes, G.S.C., & Medeiros, J.J. (2014). Knowledge transfer among the small businesses of a Brazilian cluster. Journal of Business Research, 67, 856-864. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.07.004
https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.0...
como essencial à competitividade desses territórios.

As ações de promoção do destino (Quadro 2) consistem em mais uma forma de cooperação, antecipada por Bonet (2004)Bonet, L. (2004). La estrategia de Turisme de Barcelona. In: Sentias, J.F. Casos de Turismo Cultural: de la planificación estratégica a la gestión del producto. Barcelona: Ariel., que fortalece uma lógica de coopetição (Kylänen & Rusko, 2011Kylänen, M.., & Rusko, R. (2011). Unintentional coopetition in the service industries: The case of Pyhä-Luosto tourism destination in the Finnish Lapland. European Management Journal, 29, 193-205. https://doi.org/10.1016/j.emj.2010.10.006
https://doi.org/10.1016/j.emj.2010.10.00...
). As empresas competidoras entram em regime de cooperação na promoção externa dos seus atrativos locais e de seus serviços (Tremblay, 1999Tremblay, P. (1999). An empirical investigation of tourism business relationships in Australia’s top end. Tourism and Hospitality, Canberra, Australia.). No entanto, os depoimentos demonstraram que essas iniciativas partem, em sua maioria, da articulação de IDS – sobretudo Sebrae e Convention & Visitors Bureaude Parnaíba (CVBP) – para que elas sejam concretizadas, ocorrência que reforça o exposto na literatura sobre as IDS e o seu papel de apoiadoras das empresas turísticas (Hoffmann & Campos, 2013Hoffmann, V.E.., & Campos, L.M.S. (2013). Instituições de Suporte, Serviços e Desempenho: um estudo em aglomeração turística de Santa Catarina. RAC, Rio de Janeiro, 17(1), art. 2, 18-41, Jan./Fev.https://doi.org/10.1590/S1415-65552013000100003
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).

Por se tratarem de MPE, cujas características envolvem baixa capacidade operacional e de investimento (Balestrin & Vargas, 2004Balestrin, A., & Vargas, L.M. (2004). A dimensão estratégica das redes horizontais de PMEs: teorizações e evidências. Revista de Administração Contemporânea, 8, 203-227. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552004000500011
https://doi.org/10.1590/S1415-6555200400...
), uma das possíveis explicações para que as empresas cooperem é o acesso a recursos que lhes são escassos ou complementares (Oliver, 1990Oliver, C. (1990). Determinants of interorganizational relationships: integration and future directions. Academy of Management Review, 15(2), 241-265. https://doi.org/10.2307/258156
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). Perante as dificuldades impostas aos empresários – custos de promoção e acesso à informação privilegiada, por exemplo – ainda que não queiram cooperar, eles necessitam de parcerias para que potenciais clientes conheçam seus serviços e visitantes usufruam do produto turístico como um todo (Denicolai et al., 2010Denicolai, S., Cioccarelli, G., & Zucchella, A. (2010). Resource-based local development and networked core-competencies for tourism excellence. Tourism Management, 31(2), 260-266. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.03.002
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; Scott et al., 2008Scott, N., Cooper, C.., & Baggio, R. (2008). Destination Networks: Four Australian Cases. Annals of TourismResearch, 35(1), 169-188. https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07.004
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), como pode ser visto no Quadro 2.

Afora a necessidade de obter recursos externos à firma (Oliver, 1990Oliver, C. (1990). Determinants of interorganizational relationships: integration and future directions. Academy of Management Review, 15(2), 241-265. https://doi.org/10.2307/258156
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), atina-se que a durabilidade e a frequência dos contatos (Quadro 2) justificam a aproximação para as empresas cooperarem entre si, e remetem à questão da repetição das interações como um dos elementos que atuam a fim de propiciar ações cooperativas entre as partes (Axelrod, 2010Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora.). Este fato corrobora o pensamento de Granovetter (1985)Granovetter, M.S. (1985). Economic Action and Social Structure: The Problem of Embeddedness. American Journal of Sociology, 91(3), 481-510. https://doi.org/10.1086/228311
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de que as conexões sociais favorecem ganhos econômicos.

Em se tratando da confiança, foram confirmadas evidências quanto à sua presença na rede turística parnaibana (Quadro 3) e a sua importância para a cooperação (Rosas & Camarinha-Matos, 2009Rosas, J., & Camarinha-Matos, L.M. (2009). An approach to assess collaboration readiness. International Journal of Production Research, 47(17), 4711-4735. https://doi.org/10.1080/00207540902847298
https://doi.org/10.1080/0020754090284729...
). Apenas a Empresa H declarou não confiar nas firmas com as quais se relaciona comercialmente ereforçou que a competência do parceiro – confiabilidade – é o que mais impacta na sua decisão de cooperar. Essa situação revelou que a motivação empresarial para compor arranjos cooperativos se baseia também na qualidade dos serviços prestados – resultado anteriormente exposto por Costa et al. (2017)Costa, H.A., Nascimento, E.P., Hoffmann, V.E., & Bouças da Silva, D.L. (2017). ¿Por qué cooperan las micro y pequeñas empresas turísticas? Estudios y Perspectivas en Turismo, 26(4), 781-803. – e seguindo o entendimento de Franco (2007)Franco, M.J.B. (2007). Tipologia de processos de cooperação empresarial: uma investigação empírica sobre o caso português. Revista de Administração Contemporânea, 11(3), 149-176. https://doi.org/10.1590/S1415-65552007000300008
https://doi.org/10.1590/S1415-6555200700...
sobre cooperação estratégica, pautada na escolha racional do gestor.

Assim sendo, afere-se que não apenas a confiança exclusivamente, mas também a confiabilidade contribui para a cooperação. A confiabilidade, portanto, é um fator distinto que influencia na decisão de cooperar – principalmente indicar – pois a manutenção da rede está condicionada à competência dos seus membros (Mayer et al., 1995Mayer, R.C., Davis, J.H., & Schoorman, F.D. (1995). An Integrative Model of Organizational Trust. The Academy of Management Review, 20(3), 709-734, Jul. https://doi.org/10.5465/amr.1995.9508080335
https://doi.org/10.5465/amr.1995.9508080...
). Este resultado coincide com o trabalho de Colquitt et al. (2007)Colquitt, J.A., Scott, B.A., & LePine, J.A. (2007). Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships with Risk Taking and Job Performance. Journal of Applied Psychology, 92(4), 909-927. https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.4.909
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que, da mesma forma, verificaram relação significativa entre confiabilidade e confiança, o que sinaliza que o destaque atribuído à competência do parceiro gere a confiança necessária ao reforço das relações cooperativas.

Quanto à possibilidadede assumir posição de vulnerabilidade diante dos parceiros (Quadro 3), as opiniões foram divergentes, em especial, referente à troca de informações. Parte das empresas que manifestou desconforto nesse compartilhamento, o atribuiu ao receio do uso indevido da informação pelos concorrentes. Não obstante, ressalvou-se que essa percepção de risco é maior em situações que envolvem, além de parceiros, outros atores do mercado. Manter a heterogeneidade configura estratégia importante para os negócios individuais (Barney, 1991Barney, J.B. (1991). Firm Resources and Sustained Competitive Advantage. Journal of Management, 17, 99-120. https://doi.org/10.1177/014920639101700108
https://doi.org/10.1177/0149206391017001...
), contudo, caminha de encontro ao recomendado na literatura sobre redes, posto que o acesso à informação privilegiada incrementa a capacidade de inovação das firmas e impacta positivamente seu desempenho (Uzzi, 1996Uzzi, B. (1996). The sources and consequences of embeddedness for the economic performance of organizations. American Sociological Review. 61, 674-698. https://doi.org/10.2307/2096399
https://doi.org/10.2307/2096399...
).

No tocante aos elementos vinculados, as entrevistas demonstraram que os contratos não são utilizados para reger as relações entre as empresas aglomeradas (Quadro 4). Isso reforça o elo de substituição entre confiança e mecanismos contratuais (Granovetter, 1985Granovetter, M.S. (1985). Economic Action and Social Structure: The Problem of Embeddedness. American Journal of Sociology, 91(3), 481-510. https://doi.org/10.1086/228311
https://doi.org/10.1086/228311...
), deixando de lado, por hora, a noção de contratos como antecedentes da cooperação. A investigação indicou, ainda, a contratualidade das relações comerciais externas ao destino (Quadro 4) para assegurar o compromisso das partes acerca dos seus direitos e deveres (Lumineau & Malhotra, 2011Lumineau, F., & Malhotra, D. (2011). Shadow of the contract: how contract structure shapes interfirm dispute resolution. Strategic Management Journal, 32, 532-555. https://doi.org/10.1002/smj.890
https://doi.org/10.1002/smj.890...
), o que se mostrou algo inédito neste trabalho. A análise dessa situação comprova a influência do fator território na realidade das MPE (Carrão, 2004Carrão, A.M.R. (2004). Cooperação entre empresas de pequeno porte em pólos industriais: um estudo comparativo. R. Adm., São Paulo, 39(2), 186-195, abr./maio/jun.), pois a proximidade geográfica favorece a existência de recursos competitivos para as empresas como a confiança desenvolvida ao longo do tempo (Hoffmann et al., 2014Hoffmann, V.E., Lopes, G.S.C., & Medeiros, J.J. (2014). Knowledge transfer among the small businesses of a Brazilian cluster. Journal of Business Research, 67, 856-864. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.07.004
https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.0...
), o que gera uma consequente economia nos custos de transação desses relacionamentos (Ring & Van de Ven, 1992Ring, P.S., & Van de Ven, A.H. (1992). Structuring cooperative relationships between organizations. Strategic Management Journal, 13, 483-498. https://doi.org/10.1002/smj.4250130702
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; Williamson, 1985Williamson, O.E. (1985). The economic institutions of capitalism. New York: Free Press.).

Com relação àquarta categoria de análise – Instituições de Suporte – foram sublinhados, sobretudo, Sebrae, Convention (CVBP) e Superintendência Municipal de Turismo (SMT), enquanto organizadores de encontros/reuniões do Trade e intermediadores da parceria empresarial (Quadro 5). Esta ocorrência já havia sido apresentada por Baggio e Cooper (2010)Baggio, R., & Cooper, C. (2010). Knowledge transfer in a tourism destination: the effects of a network structure. The Service Industries Journal, 30(10), 1757-1771. https://doi.org/10.1080/02642060903580649
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, Knupp e Mafra (2012)Knupp, M.E.C.G., & Mafra, F.L.N. (2012). Redes do Turismo: uma análise da política de turismo do Estado de Minas Gerais - Brasil. Revista Turismo em Análise, 23(3). https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v23i3p663-690
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, Pereira e Lopes (2010)Pereira, A.S., & Lopes, F.D. (2010). Relação entre Ciclo de Vida do Produto Turístico e Estratégias de Cooperação na Faixa Litorânea Urbana do Município de Natal. Turismo em Análise, 21(1), abril. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v21i1p188-211
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, para os quais as IDS assumem papel importante para encetar a cooperação nos destinos. Outrossim, constatou-se o apoio técnico oferecido por essas instituições para que as empresas melhorem a qualificação dos seus colaboradores e compreendam como consolidar redes de cooperação, tal como apontado anteriormente por Hoffmann e Campos (2013)Hoffmann, V.E.., & Campos, L.M.S. (2013). Instituições de Suporte, Serviços e Desempenho: um estudo em aglomeração turística de Santa Catarina. RAC, Rio de Janeiro, 17(1), art. 2, 18-41, Jan./Fev.https://doi.org/10.1590/S1415-65552013000100003
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, e Miranda Júnior et al. (2016)Miranda Júnior, N.S., Costa, H.A., & Hoffmann, V.E. (2016). Dificuldades para a Cooperação entre Hotéis Aglomerados Territorialmente: um estudo da hotelaria em Brasília – DF. Turismo em Análise, 27(1), 153-177. http://dx.doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v27i1p153-177
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.

Asiniciativas das IDS fomentam a aproximação entre os empresários que, de acordo com os entrevistados, possivelmente não se reuniriam para discutir sobre as parcerias. Desse modo, a atuação dessas instituições do destino pesquisado é vista como decisiva para que os empresários locais dialoguem e negociem entre si (Quadro 5), corroborando literatura anterior (André, 2004André, M. (2004). Políticas Locales de Dinamización Turística y Grandes Atractivos Culturales: El Caso de Figures. In: Sentias, Josep F. Casos de Turismo Cultural: de la planificación estratégica a la gestión del producto. Barcelona: Ariel., Selin & Beason, 1991Selin, S., & Beason, K. (1991). Interorganization al Relations in Tourism. Annals of Tourism Research, 18(4), 639-652. https://doi.org/10.1016/0160-7383(91)90079-Q
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). Essas alegações consubstanciam que as IDS podem ser recursos competitivos dos destinos (Hoffmann & Campos, 2013Hoffmann, V.E.., & Campos, L.M.S. (2013). Instituições de Suporte, Serviços e Desempenho: um estudo em aglomeração turística de Santa Catarina. RAC, Rio de Janeiro, 17(1), art. 2, 18-41, Jan./Fev.https://doi.org/10.1590/S1415-65552013000100003
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), com potencial para auxiliar na superação da ausência ou baixa confiança, ao impactarem a cooperação local.

Já sobre a reciprocidade, há indícios de sua presença na rede de cooperação parnaibana, porquanto o individualismo empresarial (Powell, 1990Powell, W.W. (1990). Neither Market nor Hierarchy: Networks Forms of organization. Research in Organizational Behavior, 12, 295-336.) parece nortear as interações econômicas do turismo (Quadro 6). Não obstante, o discurso da Empresa B avigora que a conduta mais individualista, possivelmente, esteja cedendo espaço ao pensamento coletivo, em razão da compreensão de que é preciso cooperar para competir (Kylänen & Rusko, 2011Kylänen, M.., & Rusko, R. (2011). Unintentional coopetition in the service industries: The case of Pyhä-Luosto tourism destination in the Finnish Lapland. European Management Journal, 29, 193-205. https://doi.org/10.1016/j.emj.2010.10.006
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; Tremblay, 1999Tremblay, P. (1999). An empirical investigation of tourism business relationships in Australia’s top end. Tourism and Hospitality, Canberra, Australia.). A identificação de práticas locais colaborativas, principalmente por força de IDS, sugere que o estreitamento das relações no turismo, somadas a experiências de sucesso fruto da cooperação, fortaleça a confiança interorganizacional.

Outro aspecto que indica reciprocidade, influenciando a composição das parcerias, concerne ao senso de obrigatoriedade na retribuição de um favor (Gouldner, 1960Gouldner, A. (1960). The Norm of Reciprocity: A Preliminary Statement. American Sociological Review, 25(2), 161-178, Apr. https://doi.org/10.2307/2092623
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). O único gestor que alegou não se sentir obrigado a retribuir a ajuda oferecida, justificou-se pela incompatibilidade entre a qualidade dos serviços das empresas que o indicam e o exigido pelo seu cliente (Quadro 6). Retribuirum favor, portanto, confirma-se como prática comum que também se associa ao receio de sofrer retaliações por parte dos parceiros, confirmando o estudo de Axelrod (2010)Axelrod, R. (2010). A evolução da cooperação. São Paulo: Leopardo Editora.. Em outras linhas, a não retribuição de uma ajuda, seja ela uma indicação ou a troca de uma informação, pode gerar sanções sociais para o desertor (Putnam, 2005Putnam, R.D. (2005). Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. 5. Ed. Rio de Janeiro: FGV.), uma vez que ele fica mal visto entre os empresários, o que provavelmente prejudicará as suas futuras relações comerciais no território (ver sanções sociais, Quadro 6).

A partir das análises, podem ser feitas considerações acerca de cada construto central deste trabalho: cooperação, confiança e seus elementos vinculados aqui testados (contratos, IDS e reciprocidade). Estes elementos foram organizados em categorias a partir dos insumos da literatura (subcategorias ex ante) e obtiveram aspectos somados a eles (subcategorias ex post) a partir da verificação empírica, tais como: “complementaridade entre as empresas” e “durabilidade/frequência” (cooperação); “confiabilidade” (confiança); “contratualidade externa” (contratos); e “sanções sociais” (reciprocidade). Ratifica-se que estes resultados subsidiaram a elaboração de proposições de pesquisa – as quais serão apresentadas a seguir –e devem ser testadas empiricamente no porvir, a fim de aprofundar os temas aqui debatidos.

Tendo como ponto de partida o objetivo de demonstrar o papel da confiança e dos elementos que se vinculam a ela na decisão de cooperar no setor turístico de Parnaíba (PI), conclui-se que, nesta localidade, existe uma rede interorganizacional em que a cooperação foi materializada por ações de indicação, troca de conhecimento/informação e promoção do destino. Essas ações foram percebidas tanto horizontal quanto verticalmente, de maneira informal e pouco complexa.O ato de indicar se concretiza mais em função da complementaridade dos serviços turísticos, do que como uma ação planejada das empresas. Ou seja, a necessidade de contar com o serviço do parceiro para dar suporte ao visitante motiva, por si, o empresário a cooperar. Nas outras duas ações de cooperação destacadas, as IDS demonstraram seu protagonismo para que a articulação empresarial acontecesse. Isto posto, assume-se que no destino estudado, a rede se estabeleceu em um processo natural, de complementaridade de recursos, com vistas a melhorar a experiência do turista no local. Assim, propõe-se:

Proposição 1: A complementaridade de serviços no turismo enceta a cooperação intraterritorial.

A confiança aparece como um facilitador na formação dessas redes, com práticas que possibilitam o incremento da competitividade, a exemplo da troca de recursos, como informação e conhecimento. Entretanto, são feitas ressalvas quanto a esse compartilhamento com os não parceiros e o significativo individualismo dos empresários. Isso ratifica o fato de a confiança em Parnaíba ocorrer no nível interorganizacional (entre os meios de hospedagem) e não no institucional (no destino como um todo). Assim, conclui-se que no destino estudado não há uma rede apenas, mas várias delas, com distintas configurações, possibilidade essa já descrita por Hoffmann et al. (2007)Hoffmann, V.E., Molina-Morales, F.X., & Martínez-Fernández, M.T. (2007). Redes de empresas: proposta de uma tipologia para classificação aplicada na indústria de cerâmica de revestimento. Revista de Administração Contemporânea, 11, 103-127. https://doi.org/10.1590/S1415-65552007000500006
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e Costa et al. (2017)Costa, H.A., Nascimento, E.P., Hoffmann, V.E., & Bouças da Silva, D.L. (2017). ¿Por qué cooperan las micro y pequeñas empresas turísticas? Estudios y Perspectivas en Turismo, 26(4), 781-803.. Dessa forma, são lançadas as proposições subsequentes:

Proposição 2: A confiança favorece a cooperação intraterritorial.

Proposição 3: O fator território contribui para a criação de redes locais com diferentes configurações.

Proposição 4: Um mesmo ator pode se estabelecer em rede vertical e horizontal simultaneamente.

Cabe destacar, do mesmo modo, que a confiabilidade divide atenções com a confiança na decisão de cooperar, pois a observância ao aspecto comercial das empresas, em especial, a qualidade dos serviços,pesa na formação das alianças. Esta situação reforça o entendimento anterior de Colquitt et al. (2007)Colquitt, J.A., Scott, B.A., & LePine, J.A. (2007). Trust, Trustworthiness, and Trust Propensity: A Meta-Analytic Test of Their Unique Relationships with Risk Taking and Job Performance. Journal of Applied Psychology, 92(4), 909-927. https://doi.org/10.1037/0021-9010.92.4.909
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, de que a confiabilidade pode preceder a confiança nas redes. Assim:

Proposição 5: A confiabilidade é um antecedente da confiança para se estabelecer a cooperação.

Retoma-se que as IDS – em especial Sebrae, CVBP e SMT – foram reconhecidas como centrais na cooperação local, por: i) despertarem nos empresários a importância das parcerias; ii) propiciarem o estreitamento nas relações, ao facilitarem diálogos e negociações; e iii) oferecerem apoio técnico voltado à qualificação profissional e à constituição de redes. Assim, a presença dessas instituições caracteriza essas redes como interorganizacionais. As IDS, nesse sentido, atuam em complementação à confiança nas redes, ao favorecerem uma maior abertura para as empresas se disporem a estar vulneráveis, tendo em vista que podem empregar sua própria reputação, seu olhar para o coletivo e sua confiabilidade nesta mediação. Desse modo:

Proposição 6: As instituições de suporte contribuem para a cooperação, de maneira complementar à confiança.

A reciprocidade surge como imperativa, na devolução da ajuda recebida, e passível de penalização. Ela se configura como calculada e individual, e constitui um propulsor na tomada de consciência por parte do empresário de que é preciso cooperar para competir. Assim, a sensação de obrigatoriedade na retribuição de uma ajuda favorece a decisão de cooperar, ainda que a escolha racional de com quem cooperar seja determinada mais pela confiabilidade do parceiro. De forma específica, na dinâmica da rede estudada, é relevante aos empresários se atentarem às retaliações, haja vista que a complementaridade entre as empresas configura um ambiente de risco para aqueles que assumem condutas desertoras. Esta interdependência, apontada como um dos motivadores centrais da cooperação (Denicolai et al., 2010Denicolai, S., Cioccarelli, G., & Zucchella, A. (2010). Resource-based local development and networked core-competencies for tourism excellence. Tourism Management, 31(2), 260-266. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.03.002
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; Scott et al., 2008Scott, N., Cooper, C.., & Baggio, R. (2008). Destination Networks: Four Australian Cases. Annals of TourismResearch, 35(1), 169-188. https://doi.org/10.1016/j.annals.2007.07.004
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; Xavier et al., 2012Xavier, T.R., Inácio, R.O, Wittmann, M.L., & Flecha, A.C. (2012). A relação entre redes e turismo: uma análise bibliométrica sobre a emergência de um novo paradigma no planejamento turístico. Turism., & Sociedade, Curitiba, 5(2), 4443-465, out. http://dx.doi.org/10.5380/tes.v5i2.26970
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), exige das empresas turísticas uma ação recíproca, no decorrer do tempo, com os outros players do mercado. Conclui-se que essas categorias estão fortemente relacionadas entre si, e que a reciprocidade age de maneira complementar à confiança nas redes locais. Ou seja:

Proposição 7: A reciprocidade contribui para a cooperação, de maneira complementar à confiança.

Conforme esperado, os contratos se mostraram irrelevantes para compor os relacionamentos no contexto investigado, sendo empregados apenas para aqueles extraterritório, o que coaduna à compreensão do território como um ambiente que propicia recursos favoráveis à formação das redes, como a confiança e as IDS. Assim, neste estudo:

Proposição 8: Os contratos contribuem para a cooperação extraterritorial, de maneira substituta à confiança.

Este conjunto de proposições pode vir a ser explorado em investigações vindouras, a fim de se verificar como se dão os vínculos com a confiança em outras condições. Para a realidade estudada, IDS e reciprocidade são complementos e o contrato substituto. Aqui reside o contributo central deste trabalho.

Destaca-se, por fim, que este estudo está limitado, a priori, pelo objeto de pesquisa: MPE hoteleiras avaliadas no TripAdvisor. Como agenda de pesquisa, recomenda-se estender a investigação para as demais empresas de Parnaíba. Além disso, ele voltou-se a um destino turístico, abrindo, assim, a possibilidade de estudos comparativos, que diminuam o efeito local dos resultados. Embora a abordagem qualitativa não seja em si uma limitação, uma continuidade deste trabalho seria fazê-lo de maneira quantitativa, transformando categorias e subcategorias confirmadas ou que emergiram deste trabalho em variáveis, e testá-los no próprio destino, ou mesmo em outras localidades turísticas.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o apoio material concedido pela CAPES (Projeto PGCI035/2013) e CNPq (projeto 302336/2016-8), bem como apoio institucional da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da Universidade de Brasília (UnB).

  • Como citar: Bouças da Silva, D.L.B.; Hoffmann, V.E. & Costa, H. A (2020). Confiança em redesde cooperação do turismo: análise de seu papel e elementos vinculados em Parnaíba, Piauí, Brasil. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, São Paulo, 14 (2), p. 9-29, maio/ago.http://dx.doi.org/10.7784/rbtur.v14i2.1535

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Apêndice A

Apêndice A
Roteiro Semiestruturado – Confiança em redes de cooperação do turismo: análise de seu papel e elementos vinculados em Parnaíba, Piauí, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Ago 2020
  • Data do Fascículo
    May-Aug 2020

Histórico

  • Recebido
    11 Out 2018
  • Aceito
    18 Dez 2018
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