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Composição florística de um inselberg no semiárido paraibano, nordeste brasileiro

Floristic composition of an inselberg in the semi-arid of Paraíba state, Brazilian Northeast

Resumo

Este trabalho objetivou catalogar a flora vascular de um inselberg no município de Patos, estado da Paraíba, Brasil e reconhecer a distribuição das espécies arbóreas em diferentes classes de altitude. O estudo foi desenvolvido no afloramento rochoso localmente conhecido como Morro do Carioca. Coletas botânicas foram realizadas mensalmente durante 18 meses. Para identificação dos táxons, bibliografias especializadas, guias de imagens, sites especializados e especialistas foram consultados. Foram registradas 120 espécies, distribuídas em 101 gêneros e 46 famílias, sendo Fabaceae a mais representativa (21 espécies), seguida por Euphorbiaceae (11 spp.), Convolvulaceae (nove spp.) e Malvaceae (oito spp.). O hábito predominante foi o arbustivo (35 espécies), seguido do subarbustivo (29 spp.), herbáceo (29 spp.), trepador (14 spp.) e arbóreo (13 spp.). Foram registradas ainda 17 espécies endêmicas da Caatinga. As classes de altitude mais representativas foram a Base - 250–291 m (quatro spp.) e Todo o afloramento (quatro spp.). A riqueza registrada no afloramento estudado é equivalente ao catalogado para outros afloramentos rochosos da região semiárida do Brasil.

Palavras-chave:
levantamento florístico; afloramentos rochosos; Caatinga

Abstract

This work aimed to catalogue the vascular flora of an inselberg in the municipality of Patos, state of Paraíba, Brazil and recognise the distribution of the tree species in different altitude classes. The study was developed in the rocky outcrop locally known as Morro do Carioca. Botanical collections were held monthly for 18 months. For identification of taxa, specialized bibliographies, image guides, specialized sites and specialists were consulted. There were 120 species, distributed in 101 genera and 46 families, with being Fabaceae the most representative (21 species), followed by Euphorbiaceae (11 spp.), Convolvulaceae (nine spp. ) and Malvaceae (eight spp.). The predominant habit was shrub (35 species), followed by Subshrub (29 spp.), herbaceous (29 spp.), climber (14 spp.) and arboreal (13 spp.). There were also 17 endemic Caatinga species. The most representative altitude classes were the Base - 250–291 m (four spp.) and the Outcrops as a whole (four spp.). The richness recorded in the outcrop studied is equivalent to that recorded for other rocky outcrops in the semi-arid region of Brazil.

Key words:
floristic survey; rocky outcrops; Caatinga

Introdução

Inselbergs são rochas monolíticas, também denominados afloramentos rochosos gnáissicos ou graníticos (Porembski & Barthlott 2000Porembski S (2000) The invasibility of tropical granite outcrops ('inselbergs') by exotic weeds. Journal of the Royal Society of Western Australia 83: 131-137.). Ocorrem como morros isolados ou formam aglomerados densos de afloramentos individuais, distribuindo-se por todas as zonas climáticas e vegetacionais, sendo particularmente abundantes nas regiões tropicais e subtropicais (Porembski 2007Porembski S (2007) Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-586. ; Pires et al. 2014Pires GG, Santos RM, Tristão RA, Pifano DS, Reis CA & Domingos DQ (2014) Influência de variáveis ambientais na comunidade arbórea de inselbergs. Cerne 20: 97-104.). No Brasil são comumente encontrados no domínio das Caatingas (Ab'Sáber 2003Ab'Sáber AN (2003) Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 3ª ed. Ateliê. Editorial, São Paulo. 151p.) e ao longo da Costa Atlântica (Porembski 2007Porembski S (2007) Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-586. ).

Apresentam condições ecológicas particulares, como pouca disponibilidade de substrato e água, e intensa radiação solar, o que ocasiona distinções entre a vegetação que se desenvolve sobre a rocha e aquela circundante (Porembski & Barthlott 2000Porembski S & Barthlott W (2000) Granitic and gneissic outcrops (inselbergs) as centers of diversity for desiccation-tolerant vascular plants. Plant Ecology 151: 19 -28.; Fabricante et al. 2010Fabricante JR, Andrade LA & Marques JM (2010) Caracterização populacional de Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelburg (Cactaceae) ocorrente em um Inselbergue da Caatinga paraibana. Biotemas 23: 61-67.) tanto em aspectos florísticos, quanto fisionômicos (Porto et al. 2008Porto PAF, Almeida A, Pessoa WJ, Trovão D & Felix LP (2008) Composição florística de um inselbergue no agreste paraibano, município de Esperança, nordeste do Brasil. Revista Caatinga 21: 214-223. ). Somente plantas resistentes a condições severas são capazes de sobreviver nesses ambientes (Porembski 2007Porembski S (2007) Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-586. ), que parecem sofrer também influência de efeitos altitudinais em sua composição florística (Gomes & Alves 2009Gomes P & Alves M (2009) Floristic and vegetational aspects of an inselberg in the semi-arid region of northeast Brazil. Edinburgh Journal of Botany 66: 329-346. ).

A distribuição das espécies nos afloramentos rochosos é influenciada por variações topográficas, climáticas e de substrato (Carmo 2014Carmo FF (2014) Padrões de diversidade, composição florística e estrutura de comunidade de plantas em afloramentos rochosos, quadrilátero ferrífero, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 106p.). A vegetação nesses ambientes é composta principalmente por espécies herbáceas, onde se destacam as monocotiledôneas que formam grandes tapetes sobre a rocha. Árvores, arbustos e trepadeiras também são frequentemente registrados, embora em menor abundância em relação as ervas, e desenvolvem-se nas fissuras e fendas da rocha e microhábitats que acumulam maior quantidade de substrato e água (Porembski & Barthlott 2000Porembski S & Barthlott W (2000) Granitic and gneissic outcrops (inselbergs) as centers of diversity for desiccation-tolerant vascular plants. Plant Ecology 151: 19 -28.; Porembski 2007Porembski S (2007) Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-586. ). Os inselbergs são importantes unidades de paisagem no semiárido do Nordeste brasileiro (Pereira Neto & Silva 2012Pereira Neto MC & Silva NM (2012) Relevos residuais (maciços, inselbergues e cristas) como refúgios da biodiversidade no Seridó potiguar. Revista Geonorte 1: 262-273.), contudo, ainda insuficientemente conhecidos em aspectos florísticos, genéticos, biogeográficos e ecológicos (Fabricante et al. 2010Fabricante JR, Andrade LA & Marques JM (2010) Caracterização populacional de Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelburg (Cactaceae) ocorrente em um Inselbergue da Caatinga paraibana. Biotemas 23: 61-67.). Sendo necessária a intensificação de estudos florísticos para esses ecossistemas, sobretudo nessa região, pois tratam-se de ambientes ameaçados pela ação antrópica (Pitrez 2006Pitrez SR (2006) Florística, fitossociologia e citogenética de angiospermas ocorrentes em inselbergues. Tese de Doutorado. Universidade Federal da Paraíba, Areia. 111p.).

No estado da Paraíba, os afloramentos rochosos são expressivos na paisagem, especialmente em Patos (Ab'Saber 2003Ab'Sáber AN (2003) Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 3ª ed. Ateliê. Editorial, São Paulo. 151p.) e municípios circunvizinhos. Patos é considerada uma área prioritária para conservação da flora, pois trata-se de um trecho de Caatinga intermediária entre planalto da borborema e a depressão sertaneja setentrional, apresentando espécies endêmicas desse domínio (Giulietti et al. 2004Giulietti AM, Neta ALB, Castro AAJF, Gamarra-Rojas CFL, Sampaio EVSB, Virginio JF, Queiroz LP, Figueiredo MA, Rodal MJN, Barbosa MRV & Harley RM (2004) Vegetação: áreas e ações prioritárias para a conservação da caatinga. In: Silva JMC, Tabarelli M, Fônseca MT & Lins LV (eds.) Biodiversidade da caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Pp. 113-131. ).

Com base nessa afirmativa o projeto flora e vegetação dos inselbergs de Patos, vem sendo desenvolvido desde 2012 por pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (Lucena et al. 2015Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11.; Sousa 2014Sousa DF (2014) Composição florística de um inselbergue na mesorregião do Sertão paraibano, Nordeste do Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Campina Grande, Patos. 29p.). Este projeto incluiu inicialmente nove afloramentos rochosos graníticos no entorno do município, porém, a partir de coletas pontuais constatou-se que seria necessário um maior esforço amostral para expressar a riqueza florística desses ambientes.

Nesse contexto, o presente trabalho teve por objetivo inventariar a flora vascular de um inselberg localizado no município de Patos, Paraíba, e verificar a distribuição do componente arbóreo em diferentes classes altitudinais.

Materiais e Métodos

Área de estudo

O inselberg estudado é localmente conhecido como Morro do Carioca (06º59'21,2"S, 37º13'27,6"W) (Fig. 1) apresenta uma área de 29 hectares e altitude mínima de 250 m e máxima de 376 m. Está situado no interior de uma propriedade particular e, em seu entorno não existem áreas cultivadas.

Figura 1
a. Localização do inselberg Morro do Carioca no município de Patos, Nordeste do Brasil; b-c. visão completa do inselberg; d-f. subida inicial da rocha; g. porção mediana do inselberg (população de V. plicata); h. topo do inselberg (rocha exposta).
Figure 1
a. Location of the inselberg Morro do Carioca in the municipality of Patos, Northeast Brazil; b-c. full inselberg view; d-f. initial rock rise; g. median portion of the inselberg (population of V. plicata); h. top of the inselberg (exposed rock).

O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Bsh semiárido (Alvares et al. 2013Alvares CA, Stape JL, Sentelhas PC, Gonçalves JLM & Sparovek G (2013) Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift 22: 711-728.), com pluviometria média anual em torno de 700 mm (Beltrão et al. 2005Beltrão BA, Morais F, Mascarenhas JC, Miranda JLF, Junior LCS & Mendes VA (2005) Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: diagnóstico do município de Patos, estado da Paraíba. CPRM/PRODEEM, Recife. 26p.). Os solos predominantes são do tipo luvissolos (Santos et al. 2013Santos HG, Jacomine PKT, Anjos LHC, Oliveira VA, Lumbreras JF, Coelho MR, Almeida JÁ, Cunha TJF & Oliveira JB (2013) Sistema brasileiro de classificação de solos. 3ª ed. Embrapa, Brasília. 353p.), com afloramentos rochosos.

A vegetação predominante sobre o inselberg é arbustiva com ocorrência de árvores esparsas. No entanto, onde há maior acúmulo de substrato a cobertura vegetal é mais densa, além de exibir um rico estrato herbáceo no período chuvoso. A ocorrência de alguns habitats descritos por Porembski (2007)Porembski S (2007) Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-586. , a exemplo de poças d'água ou manchas de cianobactérias também foram identificados. No entorno do afloramento a vegetação predominante é arbustivo-arbórea, e há também um estreito corpo d'água. Espécies como Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc. (Apocynaceae), Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., Poincianella gardneriana (Benth.) L.P.Queiroz (Fabaceae) e Sida galheirensis Ulbr. são comumente associadas a paisagem circundante.

Coletas e interpretação dos dados

Para este trabalho coletas de material botânico foram realizadas mensalmente, de setembro de 2015 a maio de 2017 por meio de caminhadas exploratórias, seguindo a metodologia usual em taxonomia (Judd et al. 2009Judd WS, Campell CS, Kellogg EA, Stevens PF & Donoghue MJ (2009) Sistemática vegetal um enfoque filogenético. Artmed, Porto Alegre. 632p.; IBGE 2012IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012) Manual técnico da vegetação brasileira. Série Manuais Técnicos em Geociências. 2ª ed. IBGE, Rio de Janeiro. 274p. ). A identificação das espécies foi feita através da análise morfológica dos caracteres vegetativos e reprodutivos em microscópio esterioscópico, uso de chaves de identificação, consulta a sites especializados, guias rápidos coloridos, além de consultas a especialistas quando necessário. Os espécimes foram tombados no acervo do Herbário CSTR, da Universidade Federal de Campina Grande, campus de Patos.

A lista florística está organizada em ordem alfabética de família e o sistema de classificação adotado é o Angiosperm Phylogeny Group (APG) IV (2016)APG IV - The Angiosperm Phylogeny Group (2016) An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20. . O hábito das espécies segue o proposto por Judd et al. (2009)Judd WS, Campell CS, Kellogg EA, Stevens PF & Donoghue MJ (2009) Sistemática vegetal um enfoque filogenético. Artmed, Porto Alegre. 632p. e a grafia dos nomes científicos, autores das espécies, assim como sua distribuição foram consultadas na lista de espécies da Flora do Brasil (BFG (2018)BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Flora do Brasil 2020 (em construção)Flora do Brasil 2020 (em construção) Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ >. Acesso em 10 março 2018.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

Com o intuito de conhecer a distribuição do componente arbóreo no afloramento rochoso, a área foi dividida em três classes de altitude: base (250-291 m, Fig. 1d-f), porção mediana (292-333 m, Fig. 1g) e topo (334-376 m, Fig. 1h); metodologia semelhante foi adotada por Lucena et al. (2015)Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11. e Gomes & Alves (2009)Gomes P & Alves M (2009) Floristic and vegetational aspects of an inselberg in the semi-arid region of northeast Brazil. Edinburgh Journal of Botany 66: 329-346. . Esse padrão espacial está organizado da seguinte forma: (1) Todo o afloramento; (2) Base; (3) Base e Porção mediana; (4) Porção mediana; (5) Porção mediana e Topo.

Resultados e Discussão

Na área de estudo, foram encontradas 120 espécies pertencentes a 101 gêneros e 46 famílias (Tab. 1). Dessas, 38 pertencem as eudicotiledôneas, sete as monocotiledôneas e uma as magnoliídeas (Aristolochiaceae). Riqueza semelhante a registrada no presente trabalho também foi encontrada por Silva et al. (2010)Silva JWS, Dantas IC, Chaves TP & Felismino DC (2010) Estudo florístico do sítio arqueológico Pedra-do-touro no Município de Queimadas, PB. Revista de Biologia e Farmácia 4: 47-57. (119 spp.); Tolke et al. (2011)Tölke EEAD, Silva JB, Pereira ARL & Melo JIM (2011) Flora vascular de um inselbergue no estado da Paraíba, Nordeste do Brasil. Revista Biotemas 24: 39-48. (97 spp.); Gomes et al. (2011)Gomes P, Costa KCC, Rodal MJN & Alves M (2011) Checklist of Angiosperms from the Pedra Furada Municipal Park, northeastern Brazil. Check List 7: 173-181. (125 spp.); Sousa (2014)Sousa DF (2014) Composição florística de um inselbergue na mesorregião do Sertão paraibano, Nordeste do Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Campina Grande, Patos. 29p. (120 spp.) e Lucena et al. (2015)Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11. (101 spp.) em afloramentos rochosos inseridos em áreas de Caatinga nos estados da Paraíba e Pernambuco.

Tabela 1
Lista florística vascular do inselberg Morro do Carioca, em ordem alfabética de família, voucher e hábito (Arbo. = arbóreo; Arb. = arbustivo; Herb. = herbáceo; Subarb. = subarbustivo; Trep. = trepador).
Table 1
Floristic vascular list of the inselberg Morro do Carioca, alphabetical order of family, voucher and habit (Arbo. = arboreal; Arb. = shrubby; Herb. = herbaceous; Subarb. = subshrub; Trep. = climber).

As famílias mais representativas neste trabalho foram Fabaceae (21 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Convolvulaceae (nove spp.) e Malvaceae (oito spp.) (Fig. 2), que juntas correspondem a 40% do total de espécies registradas. Essas famílias se mostram bem representativas em alguns estudos florísticos enfocando os inselbergs do semiárido brasileiro (Pitrez 2006Pitrez SR (2006) Florística, fitossociologia e citogenética de angiospermas ocorrentes em inselbergues. Tese de Doutorado. Universidade Federal da Paraíba, Areia. 111p.; Almeida et al. 2007aAlmeida A, Felix WJP, Andrade LA & Felix LP (2007a) Leguminosae na flora de inselbergues no estado da Paraíba, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5: 750-752.; Araújo et al. 2008Araújo FS, Oliveira RF & Lima-Verde LW (2008) Composição, espectro biológico e síndromes de dispersão da vegetação de um inselbergue no domínio da caatinga, Ceará. Rodriguésia 59: 659-671.; Porto et al. 2008Porto PAF, Almeida A, Pessoa WJ, Trovão D & Felix LP (2008) Composição florística de um inselbergue no agreste paraibano, município de Esperança, nordeste do Brasil. Revista Caatinga 21: 214-223. ; Gomes & Alves 2010; Gomes et al. 2011; Tölke et al. 2011Tölke EEAD, Silva JB, Pereira ARL & Melo JIM (2011) Flora vascular de um inselbergue no estado da Paraíba, Nordeste do Brasil. Revista Biotemas 24: 39-48.; Machado-Filho 2011Machado-Filho HO (2011) Estudo florístico de um ambiente rochoso da Área de Proteção Ambiental (APA) do Cariri, Paraíba: riqueza, similaridade e fitogeografia. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande. 106p.; Sales-Rodrigues et al. 2014Sales-Rodrigues J, Brasileiro JCB & Melo JIM (2014) Flora de um inselberg na mesorregião agreste do estado da Paraíba-Brasil. Polibotánica 37: 47-61.; Lucena et al. 2015Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11.), possivelmente por apresentarem diferentes adaptações para sobrevivência em ambientes xéricos (Pereira et al. 2001Pereira IM, Andrade LA, Costa JRM & Dias JM (2001) Regeneração natural em um remanescente de caatinga sob diferentes níveis de perturbação, no agreste paraibano. Acta Botânica Brasilica 15: 413-426.), como a caducifolia e presença de folhas compostas, bem como tricomas e/ou espinhos.

Figura 2
a-i. Espécies das famílias mais representativas - a. Ipomoea nil (Convolvulaceae); b. Distimake aegyptius (Convolvulaceae); c. Cnidoscolus urens (Euphorbiaceae); d. Manihot carthagenensis (Euphorbiaceae); e. Ancistrotropis peduncularis (Fabaceae); f. Centrosema brasilianum (Fabaceae); g. Chamaecrista amiciella (Fabaceae); h. Pavonia cancellata (Malvaceae); i. Sida galheirensis (Malvaceae).
Figure 2
Species of the most representative families - a. Ipomoea nil (Convolvulaceae); b. Distimake aegyptius (Convolvulaceae); c. Cnidoscolus urens (Euphorbiaceae); d. Manihot carthagenensis (Euphorbiaceae); e. Ancistrotropis peduncularis (Fabaceae); f. Centrosema brasilianum (Fabaceae); g. Chamaecrista amiciella (Fabaceae); h. Pavonia cancellata (Malvaceae); i. Sida galheirensis (Malvaceae).

De forma geral o padrão de distribuição apresentado pelas espécies na área de estudo é semelhante ao observado no trabalho de Lucena et al. (2015)Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11.. Indivíduos com raízes profundas que necessitam de uma maior quantidade de substrato e água se desenvolvem no entorno do afloramento onde esses recursos estão disponíveis. Enquanto espécies que se desenvolvem sobre a rocha exposta apresentam adaptações para sobrevivência nesses ambientes, como acúmulo de água em bainhas foliares (Biedinger et al. 2000Biedinger N, Porembski S & Barthlott W (2000) Vascular plants on inselbergs: vegetative and reproductive strategies. In: Porembski S & Barthlott W (eds.) Inselbergs: biotic diversity of isolated rock outcrops in tropical and temperate regions. Springer, Berlin. Pp. 117-142.) ou presença de órgãos de reserva e folhas mais suculentas (Couto et al. 2017Couto DR, Francisco TM, Manhães VC, Dias HM & Pereira MCA (2017) Floristic composition of a Neotropical inselberg from Espírito Santo state, Brazil: an importante área for conservation. Check List 13: 1-12.), dentre outros.

Na área de estudo, Fabaceae está representada por todos os tipos de hábitos e distribuída ao longo de todo afloramento. Essa família é frequentemente listada entre as mais representativas em trabalhos florísticos desenvolvidos nos afloramentos rochosos do Nordeste (Araújo et al. 2008Araújo FS, Oliveira RF & Lima-Verde LW (2008) Composição, espectro biológico e síndromes de dispersão da vegetação de um inselbergue no domínio da caatinga, Ceará. Rodriguésia 59: 659-671.; Silva et al. 2010Silva JWS, Dantas IC, Chaves TP & Felismino DC (2010) Estudo florístico do sítio arqueológico Pedra-do-touro no Município de Queimadas, PB. Revista de Biologia e Farmácia 4: 47-57.; Gomes et al. 2011Gomes P, Costa KCC, Rodal MJN & Alves M (2011) Checklist of Angiosperms from the Pedra Furada Municipal Park, northeastern Brazil. Check List 7: 173-181.; Sales-Rodrigues et al. 2014Sales-Rodrigues J, Brasileiro JCB & Melo JIM (2014) Flora de um inselberg na mesorregião agreste do estado da Paraíba-Brasil. Polibotánica 37: 47-61.). Possivelmente por se tratar de uma das famílias mais diversas no domínio fitogeográfico da Caatinga, sendo essa riqueza e diversidade frequentemente relacionada a eficiência na associação com bactérias fixadoras de Nitrogênio e adaptações para sobrevivência em ambientes semiáridos (Queiroz 2009Queiroz LP (2009) Leguminosas da Caatinga. Editora Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.).

Neste trabalho, as espécies de Euphorbiaceae também ocorrem em todo o afloramento, incluindo representantes herbáceas, subarbustivas, arbustivas e arbóreas. De acordo com Cordeiro & Carneiro-Torres (2006)Cordeiro I & Carneiro-Torres DS (2006) Euphorbiaceae. In: Barbosa MRV, Sothers C, Mayo S, Gamarra CFL & Mesquita AC (eds.) Checklist das plantas do Nordeste brasileiro: angiospermas e gymnospermas. Vol. 1. Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasília. Pp. 71-74. esse grupo mantém na região Semiárida um importante centro de diversificação taxonômica, onde está representado por 230 espécies, das quais 145 são endêmicas (BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.).

As espécies de Convolvulaceae e Malvaceae também apresentaram o mesmo padrão de distribuição das duas famílias anteriores, em todas as porções do afloramento, compostas por trepadeiras, ervas, subarbustos e arbustos. Essas famílias são bem representadas em vegetação de Caatinga e Mata Atlântica do Nordeste, incluindo os ambientes rochosos (Silva et al. 2009Silva KA, Araújo EL & Ferraz EM (2009) Estudo florístico do componente herbáceo e relação com solos em áreas de caatinga do embasamento cristalino e bacia sedimentar, Petrolândia, PE, Brasil. Acta Botânica Brasilica 23: 100-110.; Amazonas & Barbosa 2011; Gomes & Alves 2010Amazonas NT & Barbosa MRV (2011) Levantamento florístico das angiospermas em um remanescente de floresta atlântica estacional na microbacia hidrográfica do Rio Timbó, João Pessoa, Paraíba. Revista Nordestina de Biologia 20: 67-78.; Gomes et al. 2011; Machado-Filho 2011Machado-Filho HO (2011) Estudo florístico de um ambiente rochoso da Área de Proteção Ambiental (APA) do Cariri, Paraíba: riqueza, similaridade e fitogeografia. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande. 106p.; Silva et al. 2010Silva JWS, Dantas IC, Chaves TP & Felismino DC (2010) Estudo florístico do sítio arqueológico Pedra-do-touro no Município de Queimadas, PB. Revista de Biologia e Farmácia 4: 47-57.; Gomes & Sobral-Leite 2013Gomes P & Sobral-Leite M (2013) Crystalline rock outcrops in the Atlântic Forest of northeastern Brazil: vascular flora, biological spectrum, and invasive species. Brazilian Journal of Botany 36: 111-123.; Lima & Barbosa 2014Lima IB & Barbosa MRV (2014) Composição florística da RPPN Fazenda Almas, no Cariri paraibano, Paraíba, Brasil. Revista Nordestina de Biologia 23: 49-57. ; Lucena 2016Lucena DS (2016) Trepadeiras em afloramentos rochosos no nordeste oriental do Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 86p.), o que justifica o destaque e representatividade neste trabalho.

No afloramento rochoso estudado os gêneros mais representativos quanto à riqueza foram: Ipomoea (Convolvulaceae) e Turnera (Passifloraceae s.l), cada um representado por três espécies, seguidos por Waltheria (Malvaceae), Cnidoscolus, Croton, Euphorbia (Euphorbiaceae), Evolvulus (Convolvulaceae), Bauhinia, Chamaecrista, Macroptilium, Mimosa (Fabaceae), Microtea (Phytolaccaceae), Pilosocereus (Cactaceae), Portulaca (Portulacaceae) e Stachytarpheta (Verbenaceae), representados por duas espécies cada. Apesar de representados por apenas três espécies nesse trabalho, Ipomoea é o maior gênero da família Convolvulaceae (aproximadamente 600 spp.), com distribuição Pantropical e frequentemente bem representado nos trabalhos florísticos para os Neotrópicos (Gentry 1991Gentry AH (1991) The distribution and evolution of climbing plants. In: Putz FE & Mooney HA (eds.) The biology of vines. Cambridge University, Cambridge. Pp. 3-42.; Bhellum 2012Bhellum BL (2012) Taxonomic studies on genus Ipomoea (Convolvulaceae) in the flora of Jammu and Kashmir state. <http://www.inast.org/jpbr.html>. Journal of Plant Biology Research 1: 29-35.
http://www.inast.org/jpbr.html...
) e Turnera é o gênero mais diverso de Turneraceae s.s (Rocha et al. 2017Rocha L, Camacho RGC, Sales MF & Melo JIM (2017) Flora da Região de Xingó, Alagoas e Sergipe (Brasil): Turneraceae. Rodriguésia 68: 569-579.; Rocha 2018Rocha L (2018) Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Turneraceae. Rodriguésia 69: 251-257.), sendo um dos seus centros de diversidade a Caatinga (Arbo & Mazza 2011Arbo MM & Mazza SM (2011) The major diversity centre for Neotropical Turneraceae. Systematics and Biodiversity 9: 203-210. ).

No que se refere ao hábito das espécies registradas (Fig. 3), o arbustivo apresentou maior riqueza, com 35 espécies (Fig. 3b,e,f,j,o), seguido do subarbustivo (29 spp.) (Fig. 3c,d,k,m,p), herbáceo (29 spp.) (Fig. 3a,g,h,i,l,n), trepador (14 spp.) e arbóreo (13 spp.). As ervas anuais são expressivas por todo o afloramento rochoso, mantendo-se presentes apenas no breve período chuvoso, quando produzem um grande banco de sementes que garantem sua sobrevivência ao período seco e reaparecimento na próxima estação favorável. Das famílias com espécies herbáceas, Commelinaceae (Fig. 3h,i) e Rubiaceae (Fig. 3n) apresentaram maior riqueza (três spp. cada). As trepadeiras herbáceas também são frequentes na paisagem, principalmente, espécies do gênero Ipomoea, Jacquemontia (Convolvulaceae), Centrosema e Macroptilium (Fabaceae). E apenas uma espécie de trepadeira lenhosa com poucos indivíduos é registrada na área, Apodanthera congestiflora Cogn. (Cucurbitaceae).

Figura 3
a-p. Espécies registradas na área de estudo - a. Zephyranthes cearensis (Amaryllidaceae); b. Marsdenia megalantha (Apocynaceae); c. Chresta martii (Asteraceae); d. Euploca humilis (Boraginaceae s.l); e. Varronia globosa (Boraginaceae s.l); f. Encholirium spectabile (Bromeliaceae); g. Physostemon guianense (Cleomaceae); h. Aneilema brasiliense (Commelinaceae); i. Tinantia sprucei (Commelinaceae); j. Mentzelia aspera (Loasaceae); k. Piriqueta guianensis (Passifloraceae s.l.); l. Turnera pumilea var. piauhyensis (Passifloraceae s.l.); m. Angelonia pubescens (Plantaginaceae); n. Hexasepalum teres (Rubiaceae); o. Vellozia plicata (Velloziaceae); p. Stachytarpheta microphylla (Verbenaceae).
Figure 3
a-p. Registered species in the study area - a. Zephyranthes cearensis (Amaryllidaceae); b. Marsdenia megalantha (Apocynaceae); c. Chresta martii (Asteraceae); d. Euploca humilis (Boraginaceae s.l); e. Varronia globosa (Boraginaceae s.l); f. Encholirium spectabile (Bromeliaceae); g. Physostemon guianense (Cleomaceae); h. Aneilema brasiliense (Commelinaceae); i. Tinantia sprucei (Commelinaceae); j. Mentzelia aspera (Loasaceae); k. Piriqueta guianensis (Passifloraceae s.l.); l. Turnera pumilea var. piauhyensis (Passifloraceae s.l.); m. Angelonia pubescens (Plantaginaceae); n. Hexasepalum teres (Rubiaceae); o. Vellozia plicata (Velloziaceae); p. Stachytarpheta microphylla (Verbenaceae).

Para os representantes arbóreos (13 spp.), os seguintes padrões de distribuição espacial foram observados na área: (1) Todo o afloramento - Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm., Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan; Cnidoscolus quercifolius Pohl; Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke (2) Base - Cochlospermum regium (Mart. ex Schrank) Pilg.; Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos; Triplaris gardneriana Wedd. e Ziziphus joazeiro Mart. (3) Base e porção mediana - Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz, Myracrodruon urundeuva Allemão e Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil., Juss. & Cambess.) A. Robyns; (4) Porção mediana - Cereus jamacaru DC.; (5) Porção mediana e topo - Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett.

Na base do afloramento, registraram-se os indivíduos arbóreos de maior porte, entre esses, T. gardneriana, espécie que é comumente associada a locais úmidos (Santos & Vieira 2005Santos RM & Vieira FA (2005) Estrutura e florística de um trecho de mata ciliar do rio Carinhanha no extremo Norte de Minas Gerais, Brasil. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal 5: 1-13; Lacerda et al. 2007Lacerda AV, Barbosa FM & Barbosa RMV (2007) Estudo do componente arbustivo-arbóreo de matas ciliares na bacia do rio Taperoá, Semiárido paraibano: uma perspectiva para a sustentabilidade dos recursos naturais. Oecologia brasileira 11: 331-340.; Santos et al. 2007Santos RM, Vieira FA, Fagundes M, Nunes YRF & Gusmão E (2007) Riqueza e similaridade florística de oito remanescentes florestais no norte de Minas Gerais, Brasil. Revista Árvore 31: 135-144.; Silva et al. 2015Silva FG, Silva RH, Araújo RM, Lucena MFA & Souza JMS (2015) Levantamento florístico de um trecho de mata ciliar na mesorregião do Sertão Paraibano. Revista Brasileira de Biociências 13: 250-258.), o que pode ter influenciado seu estabelecimento apenas na base do inselberg, onde há uma maior disponibilidade de substrato e uma maior proximidade com o estreito corpo d'água temporário que circunda o afloramento. A ocorrência de árvores de menor porte sobre o inselberg observada nesse trabalho é um fator verificado também por Paula (2014)Paula EP (2014) Conexões florísticas e funcionamento de comunidades arbóreas associadas a inselberg no domínio atlântico. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Lavras, Lavras. 136p. em um estudo sobre funcionamento de comunidades arbóreas associadas à inselbergs e deve-se principalmente a escassez de substrato nesses ecossistemas.

Ainda em relação às espécies arbóreas, riqueza mais expressiva foi encontrada por Lucena et al. (2015)Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11. que registraram 16 espécies para outro inselberg situado no mesmo município. Diferenças na composição florística das classes de altitude também foram evidenciadas em afloramentos graníticos, onde o perfil (Gomes & Alves 2009Gomes P & Alves M (2009) Floristic and vegetational aspects of an inselberg in the semi-arid region of northeast Brazil. Edinburgh Journal of Botany 66: 329-346. , 2011Gomes P, Costa KCC, Rodal MJN & Alves M (2011) Checklist of Angiosperms from the Pedra Furada Municipal Park, northeastern Brazil. Check List 7: 173-181.; Paula 2014Paula EP (2014) Conexões florísticas e funcionamento de comunidades arbóreas associadas a inselberg no domínio atlântico. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Lavras, Lavras. 136p.; Lucena et al. 2015Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11.) e a riqueza florística (Oliveira et al. 2004Oliveira TD, Ribero MC, Costa ILL, Faria FS & Figueira JEC (2004) Estabelecimento de espécies vegetais em um inselberg granítico de Mata atlântica. Revista Estudos de Biologia 26: 17-24.) variaram ao longo desses ambientes e em suas ilhas de vegetação, à medida que a altitude mudava.

Dentre as formas de vida observadas na área, destacamos a parasitária, que está representada por duas espécies: Cuscuta partita Choisy (Convolvulaceae) e Passovia pyrifolia (Kunth) Tiegh. (Loranthaceae). Esta última comumente parasitando indivíduos de A. pyrifolium e Combretum leprosum Mart. (Combretaceae). Teixeira-Costa (2016)Teixeira-Costa L (2016) Plantas parasitas. In: Silva FN, Raimundo SG, Saito LC, Navarro BV, Hidalgo EMP, Moreira FA, Gagliano J, Carvalho WRS, Neto AAC & Dias DLO (eds.) VI Botânica no Inverno. Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo. Pp. 131-137. enfatiza que, essas plantas tem grande importância ecológica para as comunidades vegetais e animais as quais estão associadas, proporcionando diversos níveis de interações e dinâmicas populacionais, desde a ciclagem de nutrientes ao fornecimento de recursos a fauna.

Outro grupo em destaque são às monocotiledôneas, que estão representadas por 14 espécies, sendo Poaceae (seis spp.) e Commelinaceae (três spp.) os grupos mais representativos. Vale ressaltar aqui a importância que as Poaceae e demais monocotiledôneas expressam nesses ambientes, devido sua frequência e populações geralmente densas e numerosas, que servem de substrato para o estabelecimento de outros grupos de plantas como expõe Porembski (2007)Porembski S (2007) Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-586. a nível global.

Tapetes de monocotiledôneas são observados sobre as vertentes inclinadas do inselberg, onde Encholirium spectabile Mart. ex Schult. & Schult. f. (Bromeliaceae) (Fig. 3f) e Vellozia plicata Mart. (Velloziaceae) (Fig. 3o) se destacam na paisagem, com populações numerosas (Fig. 1d-e,g). Isso foi verificado também nos trabalhos de França et al. (2005)França F, Melo E, Santos AKA, Melo JGAN, Marques M, Silva-Filho MFB, Moraes L & Machado C (2005) Estudos ecológico e florístico em ilhas de vegetação de um Inselberg no semi-árido da Bahia, Brasil. Hoehnea 32: 93-101., Porembski (2007)Porembski S (2007) Tropical inselbergs: habitat types, adaptive strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-586. , Gomes & Alves (2009)Gomes P & Alves M (2009) Floristic and vegetational aspects of an inselberg in the semi-arid region of northeast Brazil. Edinburgh Journal of Botany 66: 329-346. , Machado-Filho (2011)Machado-Filho HO (2011) Estudo florístico de um ambiente rochoso da Área de Proteção Ambiental (APA) do Cariri, Paraíba: riqueza, similaridade e fitogeografia. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande. 106p. e Lucena et al. (2015)Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11.. De acordo com Barthlott et al. (1993)Barthlott W, Porembski S, Szarzynski J & Mund JP (1993) Phytogeography and vegetation of tropical inselbergs. Act esducolloque international de Phytogeographie tropicale. Pp. 15-23. e Meirelles et al. (1999)Meirelles ST, Pivello VR & Joly CA (1999) The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26: 10-20. estas famílias predominam em grandes comunidades sobre o declive da rocha, especialmente porque apresentam efetiva tolerância á condições de estresse hídrico. O que reafirma a importância desses grupos taxonômicos para estrutura da vegetação em afloramentos rochosos.

Ainda sobre as monocotiledôneas, Orchidaceae, uma das maiores famílias de angiospermas, não foi registrada na área, o que corrobora com o observado para outros inselbergs das mesorregiões do Sertão (Sousa 2014Sousa DF (2014) Composição florística de um inselbergue na mesorregião do Sertão paraibano, Nordeste do Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Campina Grande, Patos. 29p.; Lucena et al. 2015Lucena DS, Lucena MFA, Sousa JM, Silva RFL & Souza PF (2015) Flora vascular de um inselbergue na mesorregião do sertão paraibano, nordeste do Brasil. Scientia Plena 11: 02-11.) e da Borborema no estado da Paraíba (Machado-Filho 2011Machado-Filho HO (2011) Estudo florístico de um ambiente rochoso da Área de Proteção Ambiental (APA) do Cariri, Paraíba: riqueza, similaridade e fitogeografia. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande. 106p.). Contrastando com o observado em listas florísticas produzidas para ambientes rochosos das mesorregiões do Agreste paraibano (Almeida et al. 2007bAlmeida A, Felix WJP, Andrade LA & Felix LP (2007b) A família Orchidaceae em inselbergs da Paraíba, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5: 753-755.; Porto et al. 2008Porto PAF, Almeida A, Pessoa WJ, Trovão D & Felix LP (2008) Composição florística de um inselbergue no agreste paraibano, município de Esperança, nordeste do Brasil. Revista Caatinga 21: 214-223. ; Silva et al. 2010Silva JWS, Dantas IC, Chaves TP & Felismino DC (2010) Estudo florístico do sítio arqueológico Pedra-do-touro no Município de Queimadas, PB. Revista de Biologia e Farmácia 4: 47-57.) e pernambucano (Gomes & Alves 2010Gomes P & Alves M (2010) Floristic diversity of two crystalline rocky outcrops in the Brazilian northeast semi-arid region. Revista Brasileira de Botânica 33: 661-676.), assim como nas mesorregiões do Sertão e da Zona da Mata pernambucana (Pessoa & Alves 2014Pessoa E & Alves M (2014) Orchidaceae em afloramentos rochosos do estado de Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 65: 717-734.), bem como para inselbergs do domínio fitogeográfico da Mata Atlântica (Gomes & Sobral-Leite 2013Gomes P & Sobral-Leite M (2013) Crystalline rock outcrops in the Atlântic Forest of northeastern Brazil: vascular flora, biological spectrum, and invasive species. Brazilian Journal of Botany 36: 111-123.; Pessanha et al. 2014Pessanha AS, Neto LM, Forzza RC & Nascimento MT (2014) Composition and conservation of Orchidaceae on an inselberg in the Brazilian Atlantic Forest and floristic relationships with areas of Eastern Brazil. Revista de Biologia Tropical 62: 829-841.; Costa et al. 2015Costa ECS, Lopes SF & Melo JIM (2015) Floristic similarity and dispersal syndromes in a rocky outcrop in semi-arid Northeastern Brazil. Revista de Biologia Tropical 63: 827-843.; Couto et al. 2017Couto DR, Francisco TM, Manhães VC, Dias HM & Pereira MCA (2017) Floristic composition of a Neotropical inselberg from Espírito Santo state, Brazil: an importante área for conservation. Check List 13: 1-12.; Paula et al. 2017Paula LFA, Mota MFO, Viana PL & Sthemann JR (2017) Floristic and ecological characterization of habitat types on an inselberg in Minas Gerais, southeastern Brazil. Acta Botanica Brasilica 31: 199-211.; Pena & Alves-Araújo 2017Pena NTL & Alves-Araújo A (2017) Angiosperms from rocky outcrops of Pedra do Elefante, Nova Venécia, Espírito Santo, Brazil. Rodriguésia 68: 1895-1905.).

Além de E. spectabile e V. plicata, Chresta martii (DC.) H.Rob. (Asteraceae) (Fig. 3c) também foi registrada ocorrendo exclusivamente sobre a rocha ou nas frestas, em ambientes com ausência de substrato, configurando-se na área estudada uma espécie exclusivamente rupícola. Espécies rupícolas são importantes componentes também em inselbergs de Mata atlântica, especialmente representantes das famílias Bromeliaceae, Cactaceae, Orchidaceae e Velloziaceae (Porembski et al. 1998Porembski S, Martinelli G, Ohlemüller R & Barthlott W (1998) Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the brazilian atlantic rainforest. Diversity and Distributions 4: 107-119.)

No que se refere às espécies exóticas, apenas Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf (Poaceae) foi registrada, e a mesma não se configura uma espécie invasora, visto que não apresenta uma população numerosa e dominante, o que de acordo com Moro et al. (2012)Moro MF, Sousa VC, Oliveira-Filho AT, Queiroz LP, Fraga CN, Rodal MJN, Araújo FS & Martins FR (2012) Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasilica 26: 991-999. determina uma espécie exótica como invasora. Possivelmente as sementes dessa espécie chegaram à área por dispersão zoocórica (Aves) e/ou anemocórica, trazidas de áreas de pastagem do município, pois de acordo com Porembski (2000)Porembski S (2000) The invasibility of tropical granite outcrops ('inselbergs') by exotic weeds. Journal of the Royal Society of Western Australia 83: 131-137., inselbergs de regiões tropicais incluindo a costa brasileira são frequentemente colonizados por espécies exóticas de fácil dispersão (anemocóricas), principalmente gramíneas (Poaceae) e esse fenômeno se torna potencialmente maior quando associado a distúrbios antropogênios, se estabelecendo como uma das principais ameaças a flora endêmica desses afloramentos rochosos graníticos.

A composição florística é um indicativo do grau de con servação de uma área (Franco et al. 2007Franco GADC, Souza FM, Ivanauskas NM, Mattos IFA, Baitello JB, Aguiar OT, Catarucci AFM & Poliseu RT (2007) Importância dos remanescentes florestais de Embu (SP, Brasil) para a conservação da flora regional. Biota Neotropica 7: 145-162.) e quanto menor a riqueza e abundância de espécies exóticas invasoras, melhor o estado de conservação da mesma (Parker & Reichard 1998Parker IM & Reichard SH (1998) Critical Issues in Invasion Biology for Conservation Science. In: Fiedler PL & Kareiva PM (eds.) Conservation Biology. Springer, Boston. Pp. 283-305.).Apesar de compartilhar várias espécies características da Caatinga circundante (A. cearensis; A. colubrina; A. pyrifolium; Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud.; C. jamacaru; C. quercifolius; Cnidoscolus urens Pohl; Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl; Distimake aegyptius (L.) A.R. Simões & Staples; Passiflora foetida L.; Portulaca elatior Mart.; P. marginatum; Sida galheirensis Ulbr.), algumas espécies ocorrentes no entorno não foram registradas sobre o inselberg, como Evolvulus linarioides Meisn., Ipomoea rosea Choisy (Convolvulaceae) e Fridericia sp. (Bignoniaceae). Assim como algumas espécies que ocorrem no inselberg não foram visualizadas na vegetação do entorno, como C. martii (Asteraceae); Erythroxylun pungens O.E.Schulz (Erythroxylaceae); Hippeastrum sp. (Amaryllidaceae); L. auriculata (Fabaceae); Taccarum ulei Engl. & K.Krause (Araceae) e V. plicata (Velloziaceae) por exemplo.

De acordo com dados disponíveis na Lista de Espécies da Flora do Brasil (BFG 2018), 17 das espécies registradas [A. congestiflora; C. martii; C. quercifolius; Croton blanchetianus Baill.; E. pungens; Indigofera blanchetiana Benth.; Marsdenia megalantha Goyder & Morillo (Fig. 3b); Mimosa borboremae Harms; Monnina insignis A.W.Been; Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byles & G.D.Rowley; Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke; P. gardneriana; Ruellia asperula (Mart. ex Ness) Lindau; Stachytarpheta microphylla Walp. (Fig. 3p); Tacinga inamoena (K.Schum.) N.P.Taylor & Stuppy; Turnera pumilea L. var. piauhyensis Urb. (Fig. 3l) e Ziziphus joazeiro Mart.] são apontadas como endêmicas para a Caatinga, sendo uma delas exclusiva de afloramentos rochosos (M. borboremae).

O presente estudo reafirma, portanto a elevada riqueza dos afloramentos rochosos situados em regiões semiáridas e é uma importante contribuição ao conhecimento da biodiversidade nesses ambientes, especialmente no Nordeste brasileiro. Mostrando a expressiva e importante riqueza florística da área estudada, reforçando a importância dessas áreas como refúgios para a biodiversidade e estimulando a realização de estudos com abordagens ecológicas, taxonômicas e conservacionistas no domínio semiárido brasileiro.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a bolsa de Iniciação Científica (IC) concedida ao primeiro autor; à equipe do Herbário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da UFCG; ao proprietário da área de estudos. Aos especialistas: A Campos-Rocha (Amaryllidaceae); C Garcia (Poaceae e Cyperaceae); E Cabral (Rubiaceae); JF Pastore (Polygalaceae); IM Melo (Boraginaceae); LCP Lima (Desmodium-Fabaceae); L Aona (Commelinaceae); MM Arbo (Turneraceae, Passifloraceae s.l), M Bovini (Malvaceae); R Queiroz (Fabaceae); T Buril (Convolvulaceae) e TB Cavalcanti (Cuphea-Lythraceae) que contribuíram com a identificação de algumas espécies. Ao biólogo EP Gualberto, a confecção do mapa da área de estudos.

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Editado por

Editor de área: Dr. Jerônimo Sansevero

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Dez 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    14 Jul 2017
  • Aceito
    12 Jul 2018
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