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Conhecimento dos enfermeiros sobre alimentos regionais, segurança alimentar e nutricional

RESUMO

Objetivos:

analisar o conhecimento de enfermeiros atuantes em Unidades de Atenção Primária à Saúde acerca das temáticas Alimentos Regionais, Segurança Alimentar e Nutricional.

Métodos:

estudo transversal, realizado com 71 enfermeiros atuantes em unidades de saúde do município de Fortaleza, Ceará. Os dados foram obtidos a partir da aplicação de dois questionários e posteriormente analisados a partir de testes estatísticos.

Resultados:

observou-se satisfatório nível de conhecimento na maioria dos enfermeiros, ficando evidenciado que aqueles que fizeram pós-graduação apresentaram melhor conhecimento acerca dos ‘conceitos básicos de alimentos regionais’ (p=0,014) e ‘frequência da utilização dos alimentos regionais’ (p=0,014); e que a idade dos profissionais apresentou relação inversamente proporcional com o conhecimento sobre o ‘conceito de segurança alimentar e nutricional’ (p=0,009).

Conclusões:

os enfermeiros apresentaram conhecimento satisfatório acerca das temáticas abordadas, devendo-se estimular os profissionais a aprimorarem seus conhecimentos e a orientarem famílias acerca da importância de uma alimentação baseada nos alimentos regionais.

Descritores:
Alimentos; Conhecimento; Educação Alimentar e Nutricional; Promoção da Saúde; Enfermagem

ABSTRACT

Objectives:

to analyze the knowledge of nurses working in Primary Health Care Units about regional foods, food & nutritional safety.

Methods:

a cross-sectional study conducted with 71 nurses working in health care units in the city of Fortaleza, Ceará. Data were obtained through administration of two questionnaires, subsequently analyzed through statistical tests.

Results:

a satisfactory level of knowledge was found for most nurses, and it was evident that those with graduate degrees had greater knowledge about ‘regional food basics’ (p=0,014) and ‘frequency of use of regional foods’ (p=0,014); the age of the professionals had an inversely proportional relationship with the knowledge about the ‘concept of food & nutritional safety’ (p=0,009).

Conclusions:

nurses had satisfactory knowledge about the themes addressed, and professionals should be encouraged to improve their knowledge and instruct families on the importance of a diet based on regional foods.

Descriptors:
Food; Knowledge; Food and Nutrition Education; Health Promotion; Nursing

RESUMEN

Objetivos:

analizar el conocimiento de las enfermeras que trabajan en las unidades de atención primaria de salud sobre el tema Alimentos regionales, seguridad alimentaria y nutrición.

Métodos:

estudio transversal realizado con 71 enfermeras que trabajan en unidades de salud en la ciudad de Fortaleza, Ceará. Los datos se obtuvieron de la aplicación de dos cuestionarios y posteriormente se analizaron a partir de pruebas estadísticas.

Resultados:

se observó un nivel de conocimiento satisfactorio en la mayoría de las enfermeras, lo que demuestra que aquellos con estudios de posgrado tenían un mejor conocimiento sobre los “conceptos básicos de los alimentos regionales” (p=0,014) y la “frecuencia de uso de los alimentos regionales” (p=0,014); y que la edad de los profesionales presentaba una relación inversamente proporcional con el conocimiento sobre el ‘concepto de seguridad alimentaria y nutricional’ (p=0,009).

Conclusiones:

las enfermeras presentaron un conocimiento satisfactorio sobre los temas abordados, y se debe alentar a los profesionales a mejorar su conocimiento y guiar a las familias sobre la importancia de una dieta basada en alimentos regionales.

Descriptores:
Alimentos; Conocimiento; Educación Alimentaria y Nutricional; Promoción de la Salud; Enfermería

INTRODUÇÃO

A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico, que envolve a garantia ao acesso permanente e regular a uma prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo, e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares, ser referenciada pela cultura alimentar, acessível do ponto de vista físico e financeiro, baseada em práticas produtivas sustentáveis e adequada em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da diversidade, equilíbrio e moderação(11 Ministério da Saúde (BR). Guia alimentar para a população brasileira. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.).

Os cuidados com a alimentação devem iniciar na infância, pois nesse período ocorrem mudanças importantes na formação dos hábitos alimentares, quando são adquiridos novos comportamentos e se iniciam erros alimentares(11 Ministério da Saúde (BR). Guia alimentar para a população brasileira. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.). Além disso, a melhoria dos padrões alimentares pode reduzir a associação genética com o ganho de peso, diminuindo os casos de obesidade, realidade muito vista nas famílias atualmente(22 Wang T, Heianza Y, Sun D, Huang T, Ma W, Rimm EB, et al. Improving adherence to healthy dietary patterns, genetic risk, and long term weight gain: gene-diet interaction analysis in two prospective cohort studies. BMJ. [Internet]. 2018[cited 2018 Apr 20];360:j5644. Available from: https://doi.org/10.1136/bmj.j5644
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). Assim, a situação de segurança alimentar e nutricional (SAN) é um aspecto importante a ser considerado no contexto familiar, pois pode influenciar na escolha dos tipos de alimentos(33 Martins MC, Ferreira AMV, Nascimento LAN, Aires JS, Almeida PCA, Ximenes LB. Influence of an educational strategy to promote the use of regional food. Rev Rene. [Internet]. 2015 [cited 2018 Fev 20] 16(2):242-9. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1973
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).

A SAN é definida como alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis(44 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (BR). Documento base - III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília: Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; 2007.).

Nesse contexto, orientações acerca de uma alimentação baseada na inserção de alimentos regionais (AR), os quais se referem aos alimentos disponíveis em cada região do Brasil e que possuem como características o fácil acesso, o baixo custo e o alto valor nutritivo(55 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.), devem ser realizadas pelos profissionais de saúde para garantia da SAN, visto que são as preferências regionais e pessoais que formam os hábitos alimentares da população(11 Ministério da Saúde (BR). Guia alimentar para a população brasileira. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.).

Entretanto, para a adequada utilização desses alimentos é imprescindível que os profissionais detenham do conhecimento necessário sobre a temática, para que possam realizar uma assistência pautada nesse consumo. Assim, o Ministério da Saúde enfatiza a necessidade de incentivo ao consumo de alimentos regionais e promoção da segurança alimentar, pois isso está relacionado à promoção da saúde coletiva ao conceber as questões socioculturais dos indivíduos(55 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.).

OBJETIVOS

Analisar o conhecimento de enfermeiros atuantes em Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) acerca das temáticas ‘alimentos regionais’, ‘segurança alimentar’ e ‘nutricional’.

MÉTODOS

Aspectos éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, atendendo à determinação da Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, respeitando os aspectos da autonomia, justiça, não maleficência e beneficência(66 Ministério da Saúde (BR). Normas para pesquisa envolvendo seres humanos (Res. CNS no. 466/12 e outras). Brasília, DF, 2012.).

Desenho, local do estudo e período

Trata-se de um estudo descritivo, de delineamento transversal, com abordagem quantitativa, realizado no período de fevereiro a maio de 2014 em todas as 28 UAPS localizadas em duas Secretarias Executivas Regionais (SER) de Fortaleza-Ceará, escolhidas mediante sorteio.

População e critério de inclusão e exclusão

A população de enfermeiros atuantes nas duas SER era de 104 profissionais. Para a seleção da amostra utilizou-se os seguintes critérios de inclusão: possuir pelo menos um ano de atuação na Estratégia Saúde da Família (ESF) e realizar consultas de puericultura. Foram adotados como critérios de exclusão: enfermeiros que estavam de licença e/ou férias durante a coleta de dados, bem como aqueles que já haviam participado de capacitação da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. Por fim, a amostra final constou de 71 enfermeiros.

Protocolo do estudo

Para a coleta dos dados, fez-se uso inicial de um questionário sociodemográfico, contendo dados como idade, sexo, tempo de atuação na ESF e titulação de pós-graduação. Em seguida, aplicou-se um questionário de avaliação de conhecimento sobre ‘alimentos regionais’ e ‘segurança alimentar’, o qual foi construído e validado em estudo anterior realizado na região metropolitana de Fortaleza - Ceará(77 Aires JS. Efetividade do processo de capacitação dos enfermeiros para utilização do álbum seriado: alimentos regionais promovendo a segurança alimentar. 2012 [Dissertação]. Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Fortaleza, 2012.), tendo como finalidade verificar o conhecimento teórico dos enfermeiros acerca das temáticas citadas. O questionário foi submetido ao cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC) em cada questão individualmente, obtendo valores entre 0,8 e 1,0(77 Aires JS. Efetividade do processo de capacitação dos enfermeiros para utilização do álbum seriado: alimentos regionais promovendo a segurança alimentar. 2012 [Dissertação]. Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Fortaleza, 2012.).

Este questionário é composto por treze questões fechadas, tendo cada uma quatro opções de resposta, nas quais os participantes deveriam assinalar apenas a alternativa que julgassem correta. As treze perguntas envolvem as temáticas de AR e SAN, bem como as receitas a serem preparadas utilizando esses alimentos, estando categorizadas em seis eixos, conforme exposto no Quadro 1.

Quadro 1
Questões e eixos correspondentes, Fortaleza, Ceará, Brasil, 2014

Ressalta-se que as perguntas do questionário foram construídas a partir do conteúdo das fichas-roteiros do álbum seriado “Alimentos regionais promovendo a Segurança alimentar”(33 Martins MC, Ferreira AMV, Nascimento LAN, Aires JS, Almeida PCA, Ximenes LB. Influence of an educational strategy to promote the use of regional food. Rev Rene. [Internet]. 2015 [cited 2018 Fev 20] 16(2):242-9. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1973
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,88 Martins MC, Aires JS, Sampaio AFA, Frota MA, Ximenes LB. [Educational intervension using a series album on regional food: report of the experiment]. Rev Rene [Internet]. 2012 [cited 2017 Dec 14] 13(4):948-957. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1087 Portuguese.
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) e do manual do Ministério da Saúde: Alimentos Regionais Brasileiros(55 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.).

Análise dos resultados e estatística

Para considerar que os enfermeiros tinham conhecimento satisfatório sobre a temática, optou-se por estabelecer um percentual de, no mínimo, 70% de acertos, corroborando com pesquisa(99 Mendes KDS, Silva Jr OC, Ziviane LC, Rossin FM, Zago MMF, Galvão CM. Educational intervention for liver transplantation candidates. Rev Latino-Am Enfermagem [Internet]. 2013 [cited 2018 Apr 20] 21(1):419-25. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v21n1/v21n1a18.pdf
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) referente ao processo de ensino e aprendizagem com pacientes na fila de espera para o transplante hepático, que utilizou percurso semelhante ao presente estudo.

Para melhor análise, utilizou-se o Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos) versão 20.0, sendo os dados apresentados por meio de tabelas. Para verificar a relação entre as variáveis, foi utilizado o teste quiquadrado (χ2) e quiquadrado (χ2) com correlação de continuidade, admitindo-se nível de significância de 5%. As treze questões foram categorizadas em seis eixos para uma melhor comparação, intitulados de: 1. Conceitos básicos de alimentos regionais, 2. Grupo alimentar dos AR, 3. Exemplos de AR, 4. Frequência com que os AR podem ser oferecidos e 5. Conceito de segurança alimentar. Além destes, foi traçado e explorado de forma individual o eixo 6, Conhecimento sobre possíveis alimentos e receitas utilizadas com AR.

RESULTADOS

Dos 71 enfermeiros entrevistados, observou-se uma predominância do sexo feminino (91,5%), sendo a média de idade de 38,8 anos (Desvio Padrão = 6,59). Em relação à formação acadêmica dos profissionais, todos possuíam especialização lato sensu. Quanto ao tempo de atuação na ESF, 29 (40,8%) já atuavam no período de dez a quatorze anos.

Constatou-se que quase a totalidade dos enfermeiros (n=69; 97,2%) atingiu ou ultrapassou a média de acertos estipulada como satisfatória para o presente estudo, de forma que apenas dois (2,8%) participantes não obtiveram 70% de acertos.

A partir da análise dos seis eixos do questionário aplicado, nota-se que o eixo ‘O que é segurança alimentar’ foi a que apresentou maior quantidade de respostas incorretas (n=24, 33,8%). A Tabela 1 apresenta as variáveis associadas ao conhecimento teórico dos enfermeiros acerca dos eixos estabelecidos.

Tabela 1
Associação entre o conhecimento teórico dos enfermeiros em cada eixo e as variáveis estudadas, Fortaleza, Ceará, Brasil, 2014

Verificou-se uma associação estatisticamente significante nos eixos ‘Conceitos básicos de AR’ (p=0,014) e ‘Frequência da utilização dos AR’ (p=0,014) quando associada ao título de pós-graduação dos profissionais. O eixo ‘Conceito de segurança alimentar’ também apresentou estatística significativa (p=0,009) em comparação com a idade, sendo variáveis inversamente proporcionais.

Embora a variável tempo na ESF não tenha sido associada significativamente com nenhum eixo, detectou-se um maior número de acertos com tempo de atuação na ESF entre 10 a 14 anos em todos os eixos.

Em continuidade com os resultados, a Tabela 2 evidencia o conhecimento sobre os alimentos regionais e as receitas a serem preparadas com os mesmos, sendo constatado que 75% dos entrevistados acertaram as questões do eixo 6, “Conhecimento sobre possíveis alimentos e receitas utilizadas com AR”, havendo predominância de respostas certas em todas as perguntas. Destaca-se que 22,5% dos enfermeiros não reconheceram as preparações com o caju e a siriguela.

Tabela 2
Distribuição de acertos e erros das perguntas relacionadas ao preparo da alimentação com alimentos regionais, Fortaleza, Ceará, Brasil, 2014

DISCUSSÃO

Na presente pesquisa, de forma geral, os participantes apresentaram em sua maioria respostas corretas em todos os eixos analisados, o que demonstra que os profissionais já possuíam conhecimento prévio satisfatório acerca das temáticas abordadas. Entretanto, destaca-se que 24 (33,8%) participantes ainda apresentam conhecimento deficiente sobre a temática SAN.

As limitações no que se refere ao conhecimento dos profissionais sobre SAN também foram apontadas em outros estudos(1010 Boog MCF. [Difficulties found by physicians and nurses in approaching eating problems]. Rev Nutr[Internet]. 1999 [cited 2019 Jan 16] 12(3):261-272. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n3/v12n3a06.pdf Portuguese.
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-1111 Vasconcelos ACCP, Magalhães R. [Educational practices within food and nutritional security: reflections from the Family Health Strategy experience in João Pessoa, state of Paraiba, Brazil]. Interface (Botucatu) [Internet]. 2016 [cited 2019 Jan 16] 20(56):99-110. Available from: http://www.scielo.br/pdf/icse/v20n56/1807-5762-icse-1807-576220150156.pdf Portuguese.
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), sendo evidenciado ainda que enfermeiros e médicos possuem dificuldades de elaborar ações que auxiliem na reversão de quadros encontrados de insegurança alimentar(1010 Boog MCF. [Difficulties found by physicians and nurses in approaching eating problems]. Rev Nutr[Internet]. 1999 [cited 2019 Jan 16] 12(3):261-272. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n3/v12n3a06.pdf Portuguese.
http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n3/v12n3a...
).

Outra pesquisa apontou que profissionais tinham dificuldades em definir a SAN, muitas vezes relacionando-a com a temática de avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil(1212 Silva EKP, Medeiros DS, Martins PC, Sousa LA, Lima GP, Rêgo MAS, et al. [Food insecurity in rural communities in Northeast Brazil: does belonging to a slave-descendent community make a difference?] Cad Saúde Pública [Internet]. 2017 [cited 2019 Jan 16] 33(4):e00005716 Available from: http://www.scielo.br/pdf/csp/v33n4/1678-4464-csp-33-04-e00005716.pdf Portuguese.
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). Nesse contexto, faz-se necessário que os profissionais que atuam na educação alimentar da população, no âmbito da atenção primária em saúde, apropriem-se deste conceito, reconhecendo a sua importância, e planejando ações com intuito de reforçar a necessidade ao acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade adequadas para a população assistida(1212 Silva EKP, Medeiros DS, Martins PC, Sousa LA, Lima GP, Rêgo MAS, et al. [Food insecurity in rural communities in Northeast Brazil: does belonging to a slave-descendent community make a difference?] Cad Saúde Pública [Internet]. 2017 [cited 2019 Jan 16] 33(4):e00005716 Available from: http://www.scielo.br/pdf/csp/v33n4/1678-4464-csp-33-04-e00005716.pdf Portuguese.
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). Reforça-se, ainda, que a falta de conhecimento amplo acerca da SAN fará com que profissionais tornem sua prática restrita, sem visualizar os inúmeros fatores que podem estar associados à situação de insegurança alimentar e suas possíveis consequências(1313 Ramos CI, Cuervo MRM. [The "Bolsa Família" family grant scheme: the interface between professional practice and the human right to adequate food and nutrition]. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2012[cited 2017 Feb 17];17(8):2159-68. Available from: https://www.scielo.br/pdf/csc/v17n8/26.pdf Portuguese.
https://www.scielo.br/pdf/csc/v17n8/26.p...
).

Ainda sobre a SAN, destaca-se que nos últimos anos o país tem avançado nesse campo. A consolidação de marcos legais e institucionais tem promovido avanços significativos na área das políticas públicas. A aprovação e a regulamentação de uma Lei Orgânica de SAN (LOSAN) e a instituição do Sistema Nacional de SAN (SISAN) e da Política Nacional de SAN (PNSAN) são algumas das iniciativas que expressam o dinamismo do tema na agenda política recente(1414 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios - Segurança Alimentar 2013 [Internet]. 2013 [cited 2017 Jun 20]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv91984.pdf
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).

Acerca do perfil dos participantes, detectou-se associação significante entre a idade e a titulação com melhor conhecimento. No presente estudo, detectou-se que todos os participantes possuíam especialização, tendo isto influenciado significativamente no nível de conhecimento dos enfermeiros quanto à definição de alimentos regionais e quanto à sua frequência de consumo.

Os enfermeiros especialistas possuem experiência e relativa maturidade profissional, o que favorece o processo de implementação quanto à qualidade da assistência prestada. Sendo assim, o enfermeiro é cada vez mais exigido, no sentido de que possa aumentar sua competência para desenvolver as atividades no local de trabalho(1515 Cestari VRF, Florêncio RS, Moreira TMM, Pessoa VLMP, Barbosa IV, Lima FET, et al. Nursing competencies in promoting the health of individuals with chronic diseases. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016 [cited 2018 Feb 24] 69(6):1129-37. Available from: https://www.scielo.br/pdf/reben/v69n6/en_0034-7167-reben-69-06-1195.pdf
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).

Dessa forma, destaca-se a titulação como variável importante para maior qualificação profissional no que concerne à temática ‘alimentação saudável’, visto que ainda muitos não possuem o domínio sobre esse tema. Nesse ínterim, destaca-se pesquisa realizada no Brasil com enfermeiros atuantes na atenção básica, a qual revelou que a maioria dos profissionais não possuía formação apropriada para atender às necessidades nutricionais da população assistida, fato que se devia principalmente ao baixo conhecimento dos profissionais e ausência de capacitações(1616 Guimarães AB, Tapety FI, Martins MDC, Lago EC, Ramos CV. Nurse training in nutrition attention users in the family health strategy. Rev Enferm UFPI [Internet]. 2015 [cited 2017 Nov 12] 4(3):59-64. Available from: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/4213 Portuguese.
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).

Assim, é importante que o enfermeiro possua conhecimento adequado para orientar a formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância, respeitando a identidade cultural e alimentar das diversas regiões brasileiras, conforme orientação da Estratégia Nacional para Alimentação Complementar Saudável(1717 Ministério da Saúde (BR). ENPACS: Estratégia Nacional Para Alimentação Complementar Saudável: Caderno do Tutor [Internet]. Brasília, DF; 2010. [cited 2017 Nov 6]. Available from: http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/caderno_do_tutor.pdf
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).

Além disso, assim como a titulação, a idade dos profissionais também se relacionou significativamente com o eixo ‘Conceito de SA’, de forma que, à medida que a idade era menor, o conhecimento dos enfermeiros era mais elevado, podendo esse fato ser justificado diante da “atualidade”/divulgação do tema SAN. Destaca-se que enfermeiros mais jovens também apresentaram melhor desempenho em pesquisa que avaliou o nível de conhecimento dos profissionais acerca da temática ‘suporte básico de vida’(1818 Moraes TPR, Paiva EF. Primary Care nurses in basic life support. Revista de Ciências Médicas (Campinas). [Internet]. 2017 [cited 2017 Jun 20] 26(1):9-18. Available from: https://doi.org/10.24220/2318-0897v26n1a3783
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).

No que concerne à análise feita do conhecimento dos enfermeiros acerca das preparações com os alimentos regionais, as questões referentes às preparações com banana e jerimum obtiveram grande maioria de totalidade de acertos. Tal conhecimento é justificável tendo em vista que são alimentos amplamente conhecidos, produzidos e consumidos na região Nordeste, e que estão presentes no manual do Ministério da Saúde: Receitas Regionais para crianças de 6 a 24 meses(1919 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição. Receitas regionais para crianças de 6 a 24 meses. Brasília; s.n; 2010.), no qual encontram-se preparações que podem ser oferecidas à criança no almoço ou jantar, as quais têm preços acessíveis e respeitam a identidade cultural.

Por outro lado, nas questões referentes aos tipos de preparações com o uso do caju e da siriguela, uma quantidade maior de enfermeiros teve dificuldade de identificar a alternativa correta, quando comparado com o desempenho dos mesmos nas demais questões. Um maior desconhecimento dos profissionais no preparo de receitas com essas frutas também foi visto em estudo desenvolvido com enfermeiras que atuavam na zona rural da região metropolitana de Fortaleza(2020 Aires JS, Ferreira AMV, Sabino LMM, Oliveira EKF, Martins MC, Almeida PC, et al. Nurses’ knowledge of the themes regional food and food security before and after trainning. Indian J Applied Res [Internet]. 2015 [cited 2017 Jun 22] 5(2):685-87. Available from: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/15098/1/2015_art_jsaires.pdf
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).

Estudos também vêm sendo realizados com o intuito de incentivar a inserção do consumo dos alimentos regionais no ambiente familiar, a partir da sensibilização e capacitação dos enfermeiros acerca dessa temática, como pode ser visto em estudo realizado no Ceará, o qual buscou empoderar enfermeiros para a utilização de um álbum seriado acerca do uso dos alimentos regionais para a promoção da segurança alimentar(2020 Aires JS, Ferreira AMV, Sabino LMM, Oliveira EKF, Martins MC, Almeida PC, et al. Nurses’ knowledge of the themes regional food and food security before and after trainning. Indian J Applied Res [Internet]. 2015 [cited 2017 Jun 22] 5(2):685-87. Available from: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/15098/1/2015_art_jsaires.pdf
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).

Além dos profissionais, é imprescindível que as famílias também sejam orientadas acerca do uso dos alimentos regionais em seus hábitos alimentares diários, tendo sido descrita em pesquisa realizada no Brasil a realização de uma intervenção educativa que tinha por objetivo a discussão acerca dos alimentos regionais com setenta familiares de crianças pré-escolares, na qual os participantes perceberam como os alimentos típicos da região onde moravam estavam sendo subutilizados(88 Martins MC, Aires JS, Sampaio AFA, Frota MA, Ximenes LB. [Educational intervension using a series album on regional food: report of the experiment]. Rev Rene [Internet]. 2012 [cited 2017 Dec 14] 13(4):948-957. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1087 Portuguese.
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). Então confirma-se como é oportuna a realização de intervenções educativas com profissionais e principalmente com pacientes, para a sensibilização quanto à importância do consumo dos alimentos regionais para a manutenção da saúde e formação de hábitos alimentares saudáveis. Reforça-se, ainda, que o uso dos alimentos regionais pode contribuir para a promoção da segurança alimentar(33 Martins MC, Ferreira AMV, Nascimento LAN, Aires JS, Almeida PCA, Ximenes LB. Influence of an educational strategy to promote the use of regional food. Rev Rene. [Internet]. 2015 [cited 2018 Fev 20] 16(2):242-9. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1973
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).

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Segurança Alimentar (PNAD), realizada em 2004-2009, verificou que 30,2% dos domicílios brasileiros encontram-se em situação de insegurança alimentar, e a região Nordeste obteve o maior nível de insegurança alimentar, com 46,1% do total do país(1414 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios - Segurança Alimentar 2013 [Internet]. 2013 [cited 2017 Jun 20]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv91984.pdf
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). Nesse ínterim, é importante ressaltar que esta pesquisa foi realizada a partir da aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), a qual avalia a percepção das famílias acerca do acesso aos alimentos a partir de suas condições financeiras, sendo possível identificar a severidade com que os graus de insegurança alimentar afetam esses indivíduos, bem como a dimensão de suas consequências.

Assim, faz-se necessária a inclusão de uma alimentação baseada em alimentos regionais, pois esta corresponde a uma alternativa para o combate à insegurança alimentar das famílias e para as carências nutricionais que acometem a maioria das crianças, além de possuir um alto valor nutritivo, baixo custo e fácil acesso(33 Martins MC, Ferreira AMV, Nascimento LAN, Aires JS, Almeida PCA, Ximenes LB. Influence of an educational strategy to promote the use of regional food. Rev Rene. [Internet]. 2015 [cited 2018 Fev 20] 16(2):242-9. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1973
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,55 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros. 2.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.).

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma política pública que também pode contribuir para o aprendizado de como inserir os alimentos regionais nos hábitos alimentares das crianças; e tem como um de seus princípios a preservação de práticas tradicionais, da cultura e da preferência alimentar local. Esse programa tem uma grande cobertura no Brasil e utiliza o ambiente escolar para promoção da alimentação saudável(44 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (BR). Documento base - III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília: Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; 2007.). Assim, a aplicação adequada do PNAE nas escolas poderá influenciar na escolha dos alimentos da população, contribuindo para a manutenção da segurança alimentar e garantindo adequado crescimento e desenvolvimento dos escolares durante o período de crescimento acelerado da puberdade(2121 Rocha NP, Filgueiras MS, Albuquerque FM, Milagres LC, Castro AP, Silva MA, et al. Análise do programa nacional de alimentação escolar no município de Viçosa, MG, Brasil. Rev Saude Publica [Internet]. 2018 [cited 2019 Jan 16];52:16. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v52/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872018052007090.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v52/pt_0034...
).

Como membro importante da equipe de saúde, cabe ao enfermeiro possuir habilidades para atuar frente a diversas áreas, dentre tais a abordagem alimentar e nutricional, elemento primordial da política de crescimento e desenvolvimento infantil saudável. Cabendo, ainda, realizar a consulta de puericultura, na qual devem ser considerados tipos de alimentos e condições socioeconômicas das famílias(2222 Vieira VCL, Fernandes CA, Demitto MO, Bercini LO, Scochi MO, Marcon SS. [Childcare in primary healthcare: the nurse’s role]. Cogitare Enferm [Internet]. 2012 [cited 2018 Apr 10] 17(1):119-25. Available from: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/viewFile/26384/17577 Portuguese.
http://revistas.ufpr.br/cogitare/article...
), como também atuar no ambiente escolar junto às crianças(2323 Barbosa BFS, Souza CC, Medeiros CS, Messias CM, Reis LLM, Silva MRB, et al. [Health education promoting nutrition health: an experience report]. Nursing (Säo Paulo). [Internet]. 2017 [cited 2018 Jan 10] 20(234):1932-35. Available from: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDENF&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=32569&indexSearch=ID Portuguese.
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind....
).

No entanto, os enfermeiros relatam dificuldades em realizar ações de promoção da alimentação saudável devido às condições profissionais desfavoráveis, como falta de recursos humanos e materiais suficientes e qualificados, bem como ausência de uma educação permanente em saúde voltada para a realidade da comunidade onde eles atuam(2424 Einloft ABN, Cotta RMM, Araújo RMA. Promoting a healthy diet in childhood: weaknesses in the context of Primary Health Care. Cienc Saude Colet. [Internet]. 2018 [cited 2018 Apr 8] 23(1):61-72. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018231.23522017
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320182...
). E também lutam com a influência materna, que por vezes determina uma prática alimentar inadequada.

Dessa forma, é importante que os profissionais participem de treinamento voltado para a prática do aconselhamento nutricional(2525 Campos AAO, Cotta RMM, Oliveira JM, Santos AK, Araújo RMA. Nutritional counseling for children under two years of age: opportunities and obstacles as strategic challenges. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2014 [cited 2017 Mar 14] 19(2):529-38. Available from: http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n2/1413-8123-csc-19-02-00529.pdf
http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n2/1413-...
) e, assim, adquiram conhecimento adequado para orientar corretamente a população assistida. Além disso, a orientação do uso dos alimentos regionais na rotina alimentar diária das pessoas pode ser uma estratégia eficaz para aumentar os índices de segurança alimentar e nutricional da população, guardando relação com a diminuição de distúrbios alimentares e melhoria do estado nutricional.

Limitações do estudo

Embora tenha sido desenvolvido com todos os enfermeiros atuantes em duas regionais de Fortaleza, o estudo tem como limitação a não incorporação de todas as seis regionais do município. Destaca-se que o desenvolvimento de estudo semelhante a este em todas as SER possibilitaria que se obtivesse melhor compreensão acerca do conhecimento dos enfermeiros do local em relação aos AR e SAN.

Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou política pública

A partir da avaliação do conhecimento dos profissionais realizada no presente estudo, desperta-se para a necessidade de sensibilizar enfermeiros e outros profissionais da saúde para incorporar na sua prática assistencial intervenções dirigidas ao convencimento da importância de uma alimentação adequada desde a infância, culminando no empoderamento das famílias e consequentemente na utilização dos alimentos típicos da sua região. Torna-se imperativo que os profissionais da saúde despertem para um interesse maior em aprimorar seus conhecimentos acerca dos AR e SAN, pois à medida que conhecem esses conceitos e intervêm junto à comunidade na busca pela sua prática diária, evidencia-se o fortalecimento e o alto nível de qualidade do cuidado alimentar e nutricional.

CONCLUSÕES

A avaliação do conhecimento dos enfermeiros evidenciou que a maioria dos participantes possuía conhecimento satisfatório acerca dos AR e SAN. Dentre os eixos avaliados, o que abordava o ‘Conceito de SAN’ foi o que apresentou maior quantidade de erros entre os participantes, enquanto o eixo ‘Características dos alimentos regionais’ apresentou totalidade de acertos. Houve relação estatística significativa entre os participantes que tinham pós-graduação e os eixos ‘Conceitos básicos de AR’ e ‘Frequência da utilização dos AR’, e entre a idade dos enfermeiros e o eixo ‘Conceito de SAN’. Além disso, os participantes apresentaram bom conhecimento acerca das receitas a serem feitas a partir dos AR abordados no presente estudo.

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Editado por

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
EDITOR ASSOCIADO: Andrea Bernardes

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    22 Abr 2019
  • Aceito
    14 Set 2019
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