Acessibilidade / Reportar erro

RECUPERAÇÃO ENTRE SÉRIES NO TREINO DE FORÇA: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANALISE

RESUMO

Introdução:

O intervalo de recuperação (IR) entre séries e exercícios, tem recebido atenção dos pesquisadores de treinamento de força (TF), contribuindo no entendimento dessa variável em relação a manutenção do rendimento, em especial da carga durante o treinamento de musculação. Sabe-se que cada indivíduo responde de modo específico ao estimulo do treinamento, desta forma, qual o efeito das diferentes estratégias do intervalo recuperação no desempenho da força?

Objetivo:

Comparar diferentes intervalos de recuperação no treinamento de força no volume de treino, identificado pelo número de repetições na musculação em adultos saudáveis.

Métodos:

Realizamos, pelos critérios metodológicos, revisão sistemática e meta-análise, comparando o IR fixo e auto selecionado em função do volume de treino, identificado pelo número de repetições realizados em programa de musculação. Foram analisados os registros de três bases de dados eletrônicas (Pubmed, Biblioteca Virtual da Saúde BVS, Ebsco Sportdiscus), combinando as expressões “treinamento de resistência”, “exercício resistido”, “exercício de força”, “intervalo de recuperação”, “intervalo de descanso”, “intervalo auto sugerido”, “intervalo auto selecionado” com combinação “AND” e “OR”.

Resultados:

Os dados reunidos de cinco estudos mostraram um grande efeito significante a favor do grupo experimental (>2 minutos) (MD: 1.24; 95%-IC [0.78; 1.71]; z: 5.25, Q:1.08; p < 0.01), uma vez que nos estudos em questão, esse intervalo de recuperação possibilitou maior volume de treino.

Conclusão:

Intervalos mais longos parecem ser melhores no volume total do treinamento, embora não haja consenso para diferentes objetivos do treinamento frente ao IR auto selecionado. Dessa forma, imaginamos que essa estratégia possa ser importante na organização do programa de exercício de musculação. Nível de Evidencia I; Revisão Sistemática e Meta Análise.

Descritores:
Treinamento de Força; Descanso; Estratégias de Saúde

ABSTRACT

Introduction:

The recovery interval (RI) between sets and exercises has received attention from strength training (ST) researchers, to understand the relationship of rest on performance maintenance, especially the total load in a training session. It is known that each individual responds in a specific way to the training stimulus. So, what would be the effect of the different recovery interval strategies on the strength performance?

Objective:

Compare the different recovery intervals in strength training volume, considering the number of repetitions in healthy adults.

Methods:

We conducted a systematic review and meta-analysis based on methodological criteria, comparing fixed and self-selected RI on training volume, identified by the number of repetitions performed in a weight training program. Three electronic databases (Pubmed, VHL Virtual Health Library, Ebsco Sportdiscus) were analyzed, combining the expressions “resistance training”, “resistance exercise”, “strength exercise”, “recovery interval”, “rest interval”, “interval auto suggested”, “auto range selected” with “AND” and “OR” combination.

Results:

Pooled data from five studies showed a large significant effect in favor of the experimental group (>2 minutes) (MD: 1.24; 95%-CI [0.78; 1.71]; z: 5.25, Q:1.08; p < 0.01), since in the studies, recovery interval allowed a greater training volume.

Conclusion:

Longer RI seems be better, for maintaining total training volume, although there is no consensus for different training objectives against the self-selected RI. Thus, we imagine that this strategy may be important in the organizing a bodybuilding exercise program. Level of Evidence I; Systematic Review and Meta Analysis.

Keywords:
Resistance Training; Rest; Health Strategies

RESUMEN

Introducción:

El intervalo de recuperación (IR) entre series y ejercicios ha recibido atención por parte de los investigadores del entrenamiento de fuerza (EF), contribuyendo a la comprensión de esta variable en relación con el mantenimiento del rendimiento, especialmente la carga durante el entrenamiento con pesas. Se sabe que cada individuo responde de manera específica al estímulo del entrenamiento, entonces, ¿cuál es el efecto de las diferentes estrategias de intervalos de recuperación sobre el rendimiento de fuerza?

Objetivo:

Comparar diferentes intervalos de recuperación en entrenamiento de fuerza en volumen de entrenamiento, identificados por el número de repeticiones en musculación en adultos sanos.

Métodos:

Realizamos una revisión sistemática y un metanálisis basado en criterios metodológicos, comparando IR fijo y autoseleccionado en función del volumen de entrenamiento, identificado por el número de repeticiones realizadas en un programa de entrenamiento con pesas. Se analizaron los registros de tres bases de datos electrónicas (Pubmed, Biblioteca Virtual en Salud de la BVS, Ebsco Sportdiscus), combinando las palabras “entrenamiento de resistencia”, “ejercicio de resistencia”, “ejercicio de fuerza”, “intervalo de recuperación”, “intervalo de descanso”, “intervalo auto sugerido”, “rango automático seleccionado” con la combinación “AND” y “OR”.

Resultados:

Los datos agrupados de cinco estudios mostraron un gran efecto significativo a favor del grupo experimental (> 2 minutos) (DM: 1,24; IC del 95 % [0,78; 1,71]; z: 5,25, Q: 1,08; p < 0,01), ya que, en los estudios en cuestión, este intervalo de recuperación permitió un mayor volumen de entrenamiento.

Conclusión:

Los intervalos más largos parecen ser mejores, en el volumen total de entrenamiento, aunque no hay consenso para diferentes objetivos de entrenamiento frente al RI autoseleccionado. Por lo tanto, imaginamos que esta estrategia puede ser importante en la organización del programa de ejercicios de musculación. Nivel de Evidencia I; Revisión Sistemática y Meta Análisis.

Descriptores:
Entrenamiento de Fuerza; Descanso; Estrategias de Salud

INTRODUÇÃO

O treinamento de força (TF) se tornou uma das atividades físicas mais populares na melhora da força muscular, hipertrofia e potência,11 De Salles BF, Simão R, Miranda F, Da Silva Novaes J, Lemos A, Willardson JM. Rest interval between sets in strength training. Sport Med. 2009;39(9):766-77.,22 Ratames N, Alvar B, Evetoch T, Housh T, Kibler W, Kraemer W, et al. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(3):687-708. resultando em diferentes benefícios na saúde e rendimento, como melhora da composição corporal, melhora no desempenho nos esportes, fortalecimento de tendões11 De Salles BF, Simão R, Miranda F, Da Silva Novaes J, Lemos A, Willardson JM. Rest interval between sets in strength training. Sport Med. 2009;39(9):766-77. e pode ser utilizado em programas de reabilitação cardiovascular e pulmonar ou de gerenciamento de doenças metabólicas,33 Thompson WR. Worldwide Survey of Fitness Trends for 2020. ACSM's Heal Fit J. 2016;23(6):10-8. assim como a eficácia do TF na melhora a força, hipertrofia.44 Fleck SJ, Kraemer WJ. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed; 2006. O músculo esquelético é constituído por fibras musculares, classificadas em Tipo I e Tipo II. As fibras musculares Tipo I, ou comumente conhecidas como fibras vermelhas são de contração lenta gerando pequenas quantidades de força porem com longa duração. As fibras musculares do tipo II (IIA e IIB), ou fibras brancas, de contração rápida, com alta capacidade na produção de força, velocidade ou potência.55 Guyton JE, Hall AC. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan; 1997. Essas respostas fisiológicas ao exercício é altamente variativa e depende de predisposição genética. Também pode ser afetada por sexo, estado físico, nutrição, tipo de exercício ou protocolo e periodização do treinamento.66 Falk B, Eliakim A. Endocrine Response to Resistance Training in Children. Pediatr Exerc Sci. 2014;27(1):13-7. Contudo, as adaptações neuromusculares são maximizadas manipulando variáveis de TF, como volume, intensidade, frequência treinamento, escolha e ordem dos exercícios, velocidade de execução, ações musculares, amplitude de movimento e IR.22 Ratames N, Alvar B, Evetoch T, Housh T, Kibler W, Kraemer W, et al. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(3):687-708.,77 Ratames NA, Rosenberg JG, Kang J, Sundberg S, Izer KA, Levowsky J, et al. Acute Oxygen Uptake And Resistance Exercise Performance Using Different Rest Interval Lengths:The Influence Of Maximal Aerobic Capacity And Exercise Sequence. J Strength Cond Res. 2014;28(7):1875-88. Nas duas últimas décadas, o IR entre as séries recebeu muita atenção dos pesquisadores de TF.88 Senna G, Willardson JM, Scudese E, Simão R, Queiroz C, Avelar R, et al. Effect Of Different Interset Rest Intervals On Performance Of Single And Multijoint Exercises With Near-Maximal Loads. J Strength Cond Res. 2015;30(3):710-6. O IR entre séries e exercícios é uma variável importante no programa de TF agudo,77 Ratames NA, Rosenberg JG, Kang J, Sundberg S, Izer KA, Levowsky J, et al. Acute Oxygen Uptake And Resistance Exercise Performance Using Different Rest Interval Lengths:The Influence Of Maximal Aerobic Capacity And Exercise Sequence. J Strength Cond Res. 2014;28(7):1875-88.,99 De Souza TP, Fleck SJ, Simão R, Dubas JP, Pereira B, Pacheco EM de B, et al. Comparison Between Constant And Decreasing Rest Intervals: Influence On Maximal Strength And Hypertrophy. J Strength Cond Res. 2010;24(7):1843-50. além de ser utilizada com diferentes objetivos do treinamento, afetando diretamente o número de repetições durante a progressão de séries, o número total de repetições por exercício e o total de repetições da sessão.1010 Senna G, Salles BF, Prestes J, Mello RA, Simão R. Influence of two different rest interval lengths in resistance training sessions for upper and lower body. J Sport Sci Med. 2009;8(2):197-202. Fato é, que intervalos iguais ou inferiores a 1 min limitam a recuperação das reservas de creatina fosfato (CP) e ATP (Adenosina Trifosfato). Estima-se que a recuperação total de ATP dura, em média, de 3 a 5 min após exercício extenuante, enquanto a CP para recuperação total precisa, em média, 8 min.1111 Weir JP, Wagner LL, Housh T. The Effect of Rest interval Length on Repeated Maximal Bench Press. J Strength Cond Res. 1994;9(1):58-60. Outro fator importante que pode influenciar na recuperação entre as séries é o aumento nos níveis de lactato durante o TF intenso.44 Fleck SJ, Kraemer WJ. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed; 2006.,1212 Kraemer WJ, Noble BJ, Clark MJ, Culver BW. Physiologic responses to heavy-resistance exercise with very short rest periods. Int J Sports Med. 1987;8(4):247-52. O tempo necessário na diminuição do lactato após o TF desempenhados em alta intensidade deve ser entre 4 e 10 min; tempos inferiores a faixa citada acarretam elevada concentração de íons de hidrogênio (H+), diminuindo o pH intracelular, resultando em fadiga muscular.1313 Simão R, Polito M, Monteiro W. Efeito de diferentes intervalos de recuperação em um programa de treinamento de força para indivíduos treinados. Rev Bras Med do Esporte. 2008;14(4):353-6. As recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACMS),22 Ratames N, Alvar B, Evetoch T, Housh T, Kibler W, Kraemer W, et al. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(3):687-708. envolvem tempos entre 2 a 3 minutos no IR entre séries nos exercícios multiarticulares e entre 1 a 2 minutos para monoarticulares.22 Ratames N, Alvar B, Evetoch T, Housh T, Kibler W, Kraemer W, et al. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(3):687-708. Entretanto, mesmo com a recomendação na definição do IR, sabemos que cada indivíduo responde ao estimulo do treinamento de forma especifica. Desta forma, por que ter um tempo de intervalo fixo para pessoas diferentes?

Dessa forma, surge uma lacuna na literatura considerando qual seria o IR mais recomendado para cada indivíduo. Entretanto nos últimos anos surgiu uma perspectiva de recuperação entre séries que considera a duração auto sugerida, que chamamos de Intervalo Auto Selecionado. Neste caso, o indivíduo escolhe a duração do intervalo que irá descansar entre séries e exercícios,1414 Goessler FK, Polito MD. Effect of fixed and self-suggested rest intervals between sets of resistance exercise on postexercise cardiovascular behavior. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2013;15(4):467-75. o que pode favorecer no rendimento final no treinamento.1515 Ibbott P, Ball N, Welvaert M, Thompson KG. The Effect of Self-Paced and Prescribed Inter-Set Rest Strategies on Performance in Strength Training. Int J Sports Physiol Perform. 2019;14(7):980-6

Porém, ainda não conhecemos o IR auto selecionado impõe no resultado de força e hipertrofia associados ao TF. Desta forma, entendemos que se faz necessário uma análise da literatura em busca dos resultados e efeitos dessa nova metodologia ao TF, podendo contribuir para estudos futuros e até mesmo para os praticantes dessa modalidade. Sendo assim, o objetivo dessa revisão é comparar diferentes intervalos de recuperação no treinamento de força no volume de treino, identificado pelo número de repetições na musculação em adultos saudáveis

MÉTODOS

A revisão sistemática foi realizada de acordo com as recomendações de Khan et al.1616 Khan KS, Kunz R, Kleijnen J, Antes G. Five steps to conducting a systematic review. J R Soc Med. 2003;96(3):118-21. considerando: 1) enquadramento das questões para uma revisão de literatura; 2) identificar as pesquisas relevantes; 3) avaliar a qualidade dos estudos; 4) resumir as evidências; 5) interpretar os resultados. As questões de pesquisa foram definidas pelo modelo PICOS de acordo com as diretrizes PRISMA, conforme segue:

  1. População: Homens com experiência no treinamento de força.

  2. Intervenção: Treinamento de força com comparação de intervalos de recuperação

  3. Comparador: Comparação entre intervalos de recuperação com diferentes durações

  4. Resultados: Carga absoluta e volume total

  5. Desenho do estudo: Desenhos controlados e randomizados, cruzamentos contrabalançados ou desenhos de medidas repetidas que investigaram os efeitos do intervalo de recuperação no treinamento de força.

Método de pesquisa no banco de dados

Durante o período de março a julho de 2020, foram analisados os registros de 3 bases de dados eletrônica (Pubmed, Biblioteca Virtual da Saúde BVS, Ebsco Sportdiscus). As palavras-chaves foram obtidas utilizando a consulta pelo PubMed “mesh terms”. A pesquisa foi conduzida com os termos em inglês para: treinamento de força, intervalo de recuperação e auto selecionado com combinação “AND” e “OR”. Seguimos pelo caminho: “resistance training” OR “resistance training” OR “Strength Training” OR “Strength Training” OR “Training, Strength” OR “Weight-Lifting Strengthening Program” OR “Strengthening Program, Weight-Lifting” OR “Strengthening Programs, Weight-Lifting” OR “Weight Lifting Strengthening Program” OR “Weight-Lifting Strengthening Programs” OR “Weight-Lifting Exercise Program” OR “Exercise Program, Weight-Lifting” OR “Exercise Programs, Weight-Lifting” OR “Weight Lifting Exercise Program” OR “Weight-Lifting Exercise Programs” OR “Weight-Bearing Strengthening Program” OR “Strengthening Program, Weight-Bearing” OR “Strengthening Programs, Weight-Bearing” OR “Weight Bearing Strengthening Program” OR “Weight-Bearing Strengthening Programs” OR “Weight-Bearing Exercise Program” OR “Exercise Program, Weight-Bearing” OR “Exercise Programs, Weight-Bearing” OR “Weight Bearing Exercise Program” OR “Weight-Bearing Exercise Programs” AND “recovery periods” OR “interval” OR “recovery” OR “rest intervals” OR “rest periods” AND “self selected” OR “self-selected” OR “self selection” OR “self-selection” OR “rest self selection”.

Critérios de inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão dos artigos foram: 1) estudos que comparam diferentes intervalos de recuperação entre as séries; 2) utilizaram o treinamento de força como método de treinamento; 3) indivíduos praticantes de treinamento de força com experiência mínima de 1 ano; 4) pesquisa publicada em revista revisada por sistema peer-review. Os critérios de exclusão foram: 1) Estudos que continham treinamento aeróbio como intervenção; 2) utilizaram tempo menor de experiência no treinamento de força; 3) Artigos que tiveram em sua amostra mulheres, idosos ou adolescentes; 4) artigos que tenham utilizados suplementação na intervenção.

Processo de revisão

A análise e categorização de cada artigo foi realizada, separando os dados na planilha do excel seguindo a ordem: nomes dos autores e ano de publicação, descrição da amostra, descrição da intervenção, resultados e conclusão. A primeira etapa da pesquisa resultou em 2789 artigos e pela leitura apenas dos títulos e retirada dos artigos duplicados, foram selecionados 114 trabalhos. Nessa fase foram lidos todos os resumos observando os objetivos, intervenções com treinamento de força e diferentes tempos de intervalos e experiência no treinamento de força. Caso o resumo não informasse esses detalhes, o artigo era separado para leitura completa. Foram selecionados 51 artigos na integra, mas apenas 18 artigos entraram para revisão qualitativa e apenas 5 para quantitativa. Além disso, foram encontrados apenas 5 artigos com intervalo de recuperação auto selecionado.

Análise estatística

Foram selecionados os artigos que tinham como intervenção o exercício supino e que utilizaram intervalos de recuperação <2 minutos e >2 minutos. Foram agrupados e esses dados foram comparados. O efeito randômico da meta analise foi conduzido por variável do intervalo de recuperação de >2 minutos (grupo experimental) e <2 minutos (grupo controle) associados a carga de treino. Os resultados presentes foram analisados como diferenças de médias padronizadas (DMP) ± desvio padrão (DP) e 95% de intervalo de confiança (IC). Portando o efeito do intervalo de recuperação foi determinado pelo valor da DMP e depois calculado pelo inverso da variância.1717 Dersimonian R, Kacker R. Random-effects model for meta-analysis of clinical trials: An update. Contemp Clin Trials. 2007;28:105-14.,1818 DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials. 1986;7(3):177-88.

A heterogeneidade foi estimada pelo estimador (the DerSimonian-Laird estimator) e incorporado até o erro padrão e estimado para média do efeito corresponde pelo intervalo de confiança. A heterogeneidade foi avaliada usando o teste Q de Cochran e o índice I2, que indica a porcentagem da variância entre os estudos, com pontos de corte correspondentes para baixo (0–25%), moderado (26–50%) e alto (51–100%).1919 Higgins JPT, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat Med. 2002;21(11):1539-58. Os gráficos de funil e corte e preenchimento foram usados para avaliar o viés de publicação usando Egger testes de regressão em que assimetria não significativa não indicou viés.2020 Egger M, Smith GD, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. Br Med J. 1997;315(7109):629-34. Além disso, conduzimos uma análise ajustada de corte e preenchimento2121 Duval S, Tweedie R. Trim and Fill: A Simple Funnel-Plot-Based Method of Testing and Adjunting for Publication Bias in Meta-Analysis. Biometrics. 2000;56(2):455-63. para remover os pequenos estudos do lado positivo do gráfico de funil, e recalculou o tamanho do efeito (TE) em cada iteração, até que o gráfico do funil fosse simétrico sobre o (novo) TE. Finalmente, o número à prova de falhas de estudos negativos que seriam necessários para anular (ou seja, fazer p> 0,05), o TE foi calculado.2222 Rosenthal R. The file drawer problem and tolerance for null results. Psychol Bull. 1979;86(3):638-41. Todas as análises foram realizadas usando pacote meta na versão R 1.0.4.4 - © 2009- 2016 RStudio, Inc (The R Foundation for Statistical Computing, Viena, Áustria). Um α nível de p <0,05 foi usado para determinar a significância estatística. (Quadro 1)

Quadro 1
Qualidade metodológica e força de evidência para meta análise.

RESULTADOS

O presente estudo comparou diferentes intervalos de recuperação no treinamento de força no volume de treino, identificado pelo número de repetições na musculação em adultos saudáveis Os resultados da meta análise demonstraram efeito positivo nos grupos que utilizaram IR > de 2 minutos, pois isso gerou maior número de repetição e, consequentemente, maior volume de treino, que pode estimular respostas fisiológicas associadas a vias sinalizadoras de hipertrofia muscular, resultando no aumento de força e massa muscular.2323 Ahtiainen JP, Pakarinen A, Alen M, Kraemer W, Hakkinen K. Short Vs. Long Rest Period Between The Sets In Hypertrophic Resistance Training: Influence On Muscle Strength, Size, And Hormonal Adaptations In Trained Men. J Strength Cond Res. 2005;19(3):572-82.,2424 McKendry J, Pérez-López A, McLeod M, Luo D, Dent JR, Smeuninx B, et al. Short inter-set rest blunts resistance exercise-induced increases in myofibrillar protein synthesis and intracellular signalling in young males. Exp Physiol. 2016;101(7):866-82. Esses resultados são consistentes com o estudo88 Senna G, Willardson JM, Scudese E, Simão R, Queiroz C, Avelar R, et al. Effect Of Different Interset Rest Intervals On Performance Of Single And Multijoint Exercises With Near-Maximal Loads. J Strength Cond Res. 2015;30(3):710-6. que comparou diversos IR entre séries com o exercício supino e crucifixo e encontrou maior número de repetição nos intervalos de 2 minutos (12,60±2,35 repetições; p = 0,027), 3 minutos (13,66±1,84 repetições; p = 0,001) e 5 minutos (12,93± 2,25 representantes; p = 0,001) vs. protocolo de 1 minuto (10,33±2,60 repetições). A partir dos resultados no presente estudo fica mais claro que o IR mais longo promove maior volume de treino. (Figura 1)

Figura 1
Fluxograma mostra a metodologia utilizada na seleção dos estudos da revisão sistemática e meta análise.

DISCUSSÃO

Considerando que, tanto o volume quanto a intensidade de treinamento, são variáveis que estão diretamente relacionadas com a estimulação das adaptações neuromusculares,2525 Schoenfeld BJ. Potential mechanisms for a role of metabolic stress in hypertrophic adaptations to resistance training. Sport Med. 2013;43(3):179-94. especulou-se que descansos mais longos pudessem proporcionar maiores volumes de treinos comparados a 2 minutos, contrariando os dados obtidos na revisão de GRGIC.2626 Grgic J, Lazinica B, Mikulic P, Krieger JW, Schoenfeld BJ. The effects of short versus long inter-set rest intervals in resistance training on measures of muscle hypertrophy: A systematic review. Eur J Sport Sci. 2017;17(8):983-93. Assim como Ahtiainen,2323 Ahtiainen JP, Pakarinen A, Alen M, Kraemer W, Hakkinen K. Short Vs. Long Rest Period Between The Sets In Hypertrophic Resistance Training: Influence On Muscle Strength, Size, And Hormonal Adaptations In Trained Men. J Strength Cond Res. 2005;19(3):572-82. que utilizou IR de 2 e 5 minutos, mas não encontrou mudanças significantes na carga total de treinamento durante o período de treinamento. Porém foi registrado um aumento significante de 6,8±8,7% (de 3.370±748 a 3.613±949 N) (p, 0,05) na força máxima de cadeira extensora em isometria no grupo total de sujeitos.

O IR entre séries ainda é uma grande incógnita na literatura, pois ainda não há um consentimento entre os autores, e talvez não haverá, sobre quanto tempo o indivíduo precisará descansar para obter melhores resultados para hipertrofia ou força máxima. O que se sabe, é que as diretrizes de intervalos de recuperação apresentados por Ratamés,22 Ratames N, Alvar B, Evetoch T, Housh T, Kibler W, Kraemer W, et al. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(3):687-708. indicados pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACMS) são entre 2 a 3 minutos para exercícios multiarticulares e entre 1 a 2 minutos para monoarticulares. Em um estudo com exercícios monoarticulares,2727 Fink J, Kikuchi N, Nakazato K. Effects of rest intervals and training loads on metabolic stress and muscle hypertrophy. Clin Physiol Funct Imaging. 2016;38(2):261-8. comparou-se IR curtos (30 segundos) e longos (3 minutos) sob as respostas hormonais de GH e secção transversa com altas cargas. Os resultados demonstraram que o grupo com intervalos curtos demonstraram aumentos significantes de GH (7704,20±11833,49%, P <0 05) imediatamente após o treinamento. Em relação a secção transversa, houve aumentos significantes em ambos os grupos [Curto: 9,93±4,86% (P <001), Longo: 4,73 ± 3,01% (P <0 05)]. Para esse estudo, o IR não foi suficiente para possibilitar hipertrofia muscular nesses grupamentos musculares.

Embora o intervalo entre séries possa não alterar as condições hipertróficas dos indivíduos, é possível que tenha contribuição com o aumento da força máxima, como apresentado no estudo de Villanueva.2828 Villanueva MG, Lane CJ, Schroeder ET. Short rest interval lengths between sets optimally enhance body composition and performance with 8 weeks of strength resistance training in older men. Eur J Appl Physiol. 2014;115(2):295-308. O autor não encontrou diferenças na composição corporal, mas houve diferenças na intensidade do teste de 1-RM nos grupos que treinaram com intervalos entre 1 minuto comparados a 4 minutos nos exercícios de leg press e supino-máquina.

Miranda, Rahimi e Tibana2929 Rahimi R. Effect of different rest intervals on the exercise volume completed during squat bouts. J Sport Sci Med. 2005;4(4):361-6.

30 Miranda H, Simão R, Moreira LM, de Souza RA, de Souza JAA, de Salles BF, et al. Effect of rest interval length on the volume completed during upper body resistance exercise. J Sport Sci Med. 2009;8(3):388-92.

31 Tibana RA, Vieira DCL, Tajra V, Bottaro M, De Salles BF, Willardson JM, et al. Effects of rest interval length on smith machine bench press performance and perceived exertion in trained men. Percept Mot Skills. 2013;117(3):682-95.
-3232 Miranda H, Fleck SJ, Simão R, Barreto AC, Dantas EHM, Novaes J. Effect of two different rest period lengths on the number of repetitions performed during resistance training. J Strength Cond Res. 2007;21(4):1032-6. compararam diferentes intervalos no treinamento de força, e assim como os estudos já apresentados aqui, obtiveram resultados semelhantes, tendo como resposta maior número de repetição e maior volume total, menor índice de fadiga, quando o intervalo de recuperação estava acima de 3 minutos, confirmando a hipótese fisiológica associada a recuperação das concentrações de ATP, CP1111 Weir JP, Wagner LL, Housh T. The Effect of Rest interval Length on Repeated Maximal Bench Press. J Strength Cond Res. 1994;9(1):58-60. que acontece entre 3 e 5 minutos e a remoção de lactato, a partir de 4 minutos, após exercício de alta intensidade.1313 Simão R, Polito M, Monteiro W. Efeito de diferentes intervalos de recuperação em um programa de treinamento de força para indivíduos treinados. Rev Bras Med do Esporte. 2008;14(4):353-6. (Quadro 2 e Figura 2)

Quadro 2
Dados dos artigos selecionados para revisão sistemática.
Figura 2
Forest plot dos estudos utilizados para meta análise.

Os estudos dessa revisão mostraram que intervalos curtos promovem maior concentração de GH e lactato, o que se associa ao processo de hipertrofia. Por outro lado, o lactato pode ser associado a redução do desempenho no treinamento de força. Considerando os intervalos mais longos, foi encontrado maior número de repetições, menor fadiga, maior volume de treino e melhora no desempenho. Dentre esses resultados, fica apenas uma dúvida: Qual o melhor intervalo de recuperação? Embora seja uma pergunta complexa, não há um consenso na literatura. Desta forma, essa revisão visou comparar o IR fixo e IR auto selecionado, como alternativa que promove autonomia e utiliza a percepção do praticante no momento de escolher o IR que achar necessário.

Foram encontrados 5 estudos que utilizaram a metodologia do IR Auto Selecionado como estratégia de recuperação entre séries. De Salles3333 De Salles BF, Polito MD, Goessler KF, Mannarino P, Matta TT, Simão R. Effects of fixed vs. self-suggested rest between sets in upper and lower body exercises performance. Eur J Sport Sci. 2016;16(8):927-31. compararam o auto selecionado com intervalo fixo de 2 minutos e não encontrou diferenças no IR auto selecionado em relação ao número total de repetições mantendo a média e volume total de treino. Por outro lado, Ibbot,3434 Ibbott P, Ball N, Welvaert M, Thompson KG. Variability and Impact of Self-Selected Interset Rest Periods During Experienced Strength Training. Percept Mot Skills. 2019;126(3):546-58. mostraram que o IR AS aumentou de acordo com progressão de séries, se mantendo próximo a 5 minutos (207,52s> 277,71 s; p = 0,01). Entretanto a potência (210 W; 8,03%) e a velocidade (0,03 m.s-1; 6,73%) diminuíram à medida que os conjuntos progrediam para todas as condições (p <0,001), independente do IR utilizado.

Semelhante ao estudo de De SAlles, Sosciarelli e Polito3333 De Salles BF, Polito MD, Goessler KF, Mannarino P, Matta TT, Simão R. Effects of fixed vs. self-suggested rest between sets in upper and lower body exercises performance. Eur J Sport Sci. 2016;16(8):927-31.,3535 Sosciarelli V, Polito M. Intervalo De Recuperação Auto-Sugerido: Efeito Agudo Na Quantidade De Repetições E Na Densidade De Treinamento Em Homens Treinados. Rev Bras Ciência e Mov. 2019;27(3):122. compararam o IR auto selecionado com faixas de recuperação (1 a 2; 2 a 3 minutos). A análise dos resultados mostrou que a faixa de intervalo de 1 a 2 minutos apresentou menor número de repetições (28,9 ± 4,7 min) somente em relação ao IR auto selecionado (34,0 ± 7,2 min; P = 0,02), enquanto a faixa de 2 a 3 minutos não houve diferenças significantes (33,8 + 4,1). Não houve diferença para a percepção subjetiva de esforço.

Ibbott,3434 Ibbott P, Ball N, Welvaert M, Thompson KG. Variability and Impact of Self-Selected Interset Rest Periods During Experienced Strength Training. Percept Mot Skills. 2019;126(3):546-58. compararam duas situações de IR's auto selecionado com altas cargas. Foi encontrado duração média do IR de 283±101 para a sessão 01 e 249±76 para sessão 02. Mesmo se tratando do mesmo indivíduo as respostas para a mesma condição de treinamento foi diferente. Apenas um indivíduo não conseguiu concluir executar as 5 repetições pré-determinadas, possivelmente o IR tenha sido insuficiente para recuperação das fontes energéticas.1111 Weir JP, Wagner LL, Housh T. The Effect of Rest interval Length on Repeated Maximal Bench Press. J Strength Cond Res. 1994;9(1):58-60. O período descanso aumentou significantemente após a série 3 e 4 em relação a série 1. Não houve diferença significante entre as sessões para PSE.

Durante a seleção dos estudos que fariam parte dessa revisão podemos notar a diferença na apresentação dos dados dos artigos. Isso determinou a escolha de apenas 5 artigos para a meta análise, pois nesses estudos as informações estavam mais claras com dados semelhantes que puderam ser comparados e analisados.

CONCLUSÃO

Os estudos aqui apresentados demonstraram que o intervalo de recuperação entre 3 e 4 minutos são eficazes entre séries para treinamento com intensidades altas. Isso se aplica para adultos treinados que já estejam familiarizados com a metodologia. Ainda não está claro os benefícios do intervalo auto selecionado no desempenho no treinamento de força. Os estudos demonstram que quando os indivíduos tinham essa metodologia disponível, utilizaram tempos próximos de 3 e 4 minutos entre séries. A percepção subjetiva de esforço pode ser uma estratégia a ser incorporada a essa metodologia de recuperação, indicando qual intensidade é percebida pelo praticante.

REFERENCES

  • 1
    De Salles BF, Simão R, Miranda F, Da Silva Novaes J, Lemos A, Willardson JM. Rest interval between sets in strength training. Sport Med. 2009;39(9):766-77.
  • 2
    Ratames N, Alvar B, Evetoch T, Housh T, Kibler W, Kraemer W, et al. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(3):687-708.
  • 3
    Thompson WR. Worldwide Survey of Fitness Trends for 2020. ACSM's Heal Fit J. 2016;23(6):10-8.
  • 4
    Fleck SJ, Kraemer WJ. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed; 2006.
  • 5
    Guyton JE, Hall AC. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan; 1997.
  • 6
    Falk B, Eliakim A. Endocrine Response to Resistance Training in Children. Pediatr Exerc Sci. 2014;27(1):13-7.
  • 7
    Ratames NA, Rosenberg JG, Kang J, Sundberg S, Izer KA, Levowsky J, et al. Acute Oxygen Uptake And Resistance Exercise Performance Using Different Rest Interval Lengths:The Influence Of Maximal Aerobic Capacity And Exercise Sequence. J Strength Cond Res. 2014;28(7):1875-88.
  • 8
    Senna G, Willardson JM, Scudese E, Simão R, Queiroz C, Avelar R, et al. Effect Of Different Interset Rest Intervals On Performance Of Single And Multijoint Exercises With Near-Maximal Loads. J Strength Cond Res. 2015;30(3):710-6.
  • 9
    De Souza TP, Fleck SJ, Simão R, Dubas JP, Pereira B, Pacheco EM de B, et al. Comparison Between Constant And Decreasing Rest Intervals: Influence On Maximal Strength And Hypertrophy. J Strength Cond Res. 2010;24(7):1843-50.
  • 10
    Senna G, Salles BF, Prestes J, Mello RA, Simão R. Influence of two different rest interval lengths in resistance training sessions for upper and lower body. J Sport Sci Med. 2009;8(2):197-202.
  • 11
    Weir JP, Wagner LL, Housh T. The Effect of Rest interval Length on Repeated Maximal Bench Press. J Strength Cond Res. 1994;9(1):58-60.
  • 12
    Kraemer WJ, Noble BJ, Clark MJ, Culver BW. Physiologic responses to heavy-resistance exercise with very short rest periods. Int J Sports Med. 1987;8(4):247-52.
  • 13
    Simão R, Polito M, Monteiro W. Efeito de diferentes intervalos de recuperação em um programa de treinamento de força para indivíduos treinados. Rev Bras Med do Esporte. 2008;14(4):353-6.
  • 14
    Goessler FK, Polito MD. Effect of fixed and self-suggested rest intervals between sets of resistance exercise on postexercise cardiovascular behavior. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2013;15(4):467-75.
  • 15
    Ibbott P, Ball N, Welvaert M, Thompson KG. The Effect of Self-Paced and Prescribed Inter-Set Rest Strategies on Performance in Strength Training. Int J Sports Physiol Perform. 2019;14(7):980-6
  • 16
    Khan KS, Kunz R, Kleijnen J, Antes G. Five steps to conducting a systematic review. J R Soc Med. 2003;96(3):118-21.
  • 17
    Dersimonian R, Kacker R. Random-effects model for meta-analysis of clinical trials: An update. Contemp Clin Trials. 2007;28:105-14.
  • 18
    DerSimonian R, Laird N. Meta-analysis in clinical trials. Control Clin Trials. 1986;7(3):177-88.
  • 19
    Higgins JPT, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a meta-analysis. Stat Med. 2002;21(11):1539-58.
  • 20
    Egger M, Smith GD, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. Br Med J. 1997;315(7109):629-34.
  • 21
    Duval S, Tweedie R. Trim and Fill: A Simple Funnel-Plot-Based Method of Testing and Adjunting for Publication Bias in Meta-Analysis. Biometrics. 2000;56(2):455-63.
  • 22
    Rosenthal R. The file drawer problem and tolerance for null results. Psychol Bull. 1979;86(3):638-41.
  • 23
    Ahtiainen JP, Pakarinen A, Alen M, Kraemer W, Hakkinen K. Short Vs. Long Rest Period Between The Sets In Hypertrophic Resistance Training: Influence On Muscle Strength, Size, And Hormonal Adaptations In Trained Men. J Strength Cond Res. 2005;19(3):572-82.
  • 24
    McKendry J, Pérez-López A, McLeod M, Luo D, Dent JR, Smeuninx B, et al. Short inter-set rest blunts resistance exercise-induced increases in myofibrillar protein synthesis and intracellular signalling in young males. Exp Physiol. 2016;101(7):866-82.
  • 25
    Schoenfeld BJ. Potential mechanisms for a role of metabolic stress in hypertrophic adaptations to resistance training. Sport Med. 2013;43(3):179-94.
  • 26
    Grgic J, Lazinica B, Mikulic P, Krieger JW, Schoenfeld BJ. The effects of short versus long inter-set rest intervals in resistance training on measures of muscle hypertrophy: A systematic review. Eur J Sport Sci. 2017;17(8):983-93.
  • 27
    Fink J, Kikuchi N, Nakazato K. Effects of rest intervals and training loads on metabolic stress and muscle hypertrophy. Clin Physiol Funct Imaging. 2016;38(2):261-8.
  • 28
    Villanueva MG, Lane CJ, Schroeder ET. Short rest interval lengths between sets optimally enhance body composition and performance with 8 weeks of strength resistance training in older men. Eur J Appl Physiol. 2014;115(2):295-308.
  • 29
    Rahimi R. Effect of different rest intervals on the exercise volume completed during squat bouts. J Sport Sci Med. 2005;4(4):361-6.
  • 30
    Miranda H, Simão R, Moreira LM, de Souza RA, de Souza JAA, de Salles BF, et al. Effect of rest interval length on the volume completed during upper body resistance exercise. J Sport Sci Med. 2009;8(3):388-92.
  • 31
    Tibana RA, Vieira DCL, Tajra V, Bottaro M, De Salles BF, Willardson JM, et al. Effects of rest interval length on smith machine bench press performance and perceived exertion in trained men. Percept Mot Skills. 2013;117(3):682-95.
  • 32
    Miranda H, Fleck SJ, Simão R, Barreto AC, Dantas EHM, Novaes J. Effect of two different rest period lengths on the number of repetitions performed during resistance training. J Strength Cond Res. 2007;21(4):1032-6.
  • 33
    De Salles BF, Polito MD, Goessler KF, Mannarino P, Matta TT, Simão R. Effects of fixed vs. self-suggested rest between sets in upper and lower body exercises performance. Eur J Sport Sci. 2016;16(8):927-31.
  • 34
    Ibbott P, Ball N, Welvaert M, Thompson KG. Variability and Impact of Self-Selected Interset Rest Periods During Experienced Strength Training. Percept Mot Skills. 2019;126(3):546-58.
  • 35
    Sosciarelli V, Polito M. Intervalo De Recuperação Auto-Sugerido: Efeito Agudo Na Quantidade De Repetições E Na Densidade De Treinamento Em Homens Treinados. Rev Bras Ciência e Mov. 2019;27(3):122.

Editado por

Editor Associado responsável pelo processo de revisão: Paulo Zogaib

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jun 2023
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    15 Fev 2021
  • Aceito
    18 Out 2022
Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278, 6º and., 01318-901 São Paulo SP, Tel.: +55 11 3106-7544, Fax: +55 11 3106-8611 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: atharbme@uol.com.br