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Autocuidado apoiado a crianças e adolescentes com doenças crônicas e suas famílias

RESUMO

Objetivo:

analisar a produção científica entre 2006 e 2015 sobre estratégias para o autocuidado apoiado de crianças e adolescentes com doenças crônicas e suas famílias.

Método:

revisão integrativa da literatura realizada entre julho e agosto de 2016 nas bases de dados: BDENF, LILACS, IBECS, ADOLEC, MEDLINE/PubMed e SCIELO. Os 27 estudos selecionados foram analisados e categorizados nos cinco pilares do autocuidado apoiado: avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento.

Resultados:

apenas dois estudos abarcaram os cinco pilares, sendo o mais evidenciado a avaliação, porém o acompanhamento se mostrou imprescindível para adesão às terapêuticas do plano de metas. Prevaleceram as ações, avaliação do estado emocional da criança/adolescente/família e intervenções tecnológicas para empoderar o indivíduo no autocuidado.

Considerações finais:

as referidas ações estão concentradas em países com sistemas de saúde direcionados às necessidades de saúde de pessoas com doenças crônicas. No Brasil, isso ainda é incipiente, pois asações estãocentradas em agudizações.

Descritores:
Criança; Adolescente; Família; Doença Crônica; Autocuidado

ABSTRACT

Objective:

analyze the scientific production between 2006 and 2015 on strategies for supported self-care by children and adolescents with chronic disease and their families.

Method:

integrative review of the literature conducted July and August 2016 in the databases: BDENF, LILACS, IBECS, ADOLEC, MEDLINE/PubMed and SCIELO. The 27 selected studies were analyzed and categorized into the five pillars of supported self-care: evaluation, counseling, agreement, care and accompaniment.

Results:

only two studies covered all five pillars, evaluation was considered most, but accompaniment was essential for adherence to the therapeutics of the goal plan. There was a prevalence of actions to evaluate the emotional state of the child/adolescent/family and technological interventions to empower the individual in self-care.

Final considerations:

these actions are concentrated in countries with health systems directed to the health needs of people with chronic disease. In Brazil, this is still incipient, since the actions are focused on exacerbation.

Descriptors:
Child; Adolescent; Family; Chronic Disease; Self-Care

RESUMEN

Objetivo:

analizar la producción científica entre 2006 y 2015 sobre estrategias para el auto cuidado apoyado de niños y adolescentes con enfermedades crónicas y sus familias.

Método:

revisión integradora de la literatura realizada entre julio y agosto de 2016 en las bases de datos: BDENF, LILACS, IBECS, ADOLEC, MEDLINE/PubMed y SCIELO. Los 27 estudios seleccionados fueron analizados y categorizados en los cinco pilares del auto cuidado apoyado: evaluación, asesoramiento, acuerdo, asistencia y acompañamiento.

Resultados:

apenas dos estudios abarcaron los cinco pilares, siendo lo más evidenciado la evaluación, sin embargo el acompañamiento se mostró imprescindible para adhesión a las terapéuticas del plan de metas. Han prevalecido las acciones, evaluaciones del estado emocional del niño/adolescente/familia e intervenciones tecnológicas para empoderar el individuo en el auto cuidado.

Consideraciones finales:

las referidas acciones están concentradas en países con sistemas de salud direccionados a las necesidades de salud de personas con enfermedades crónicas. En Brasil, eso todavía es incipiente, pues las acciones están centradas en agudizaciones.

Descriptores:
Niño; Adolescente; Familia; Enfermedad Crónica; Auto Cuidado

INTRODUÇÃO

O autocuidado apoiado é uma modalidade de construção de projeto terapêutico. Surgiu de uma metodologia instituída no final da década de 1980 para indivíduos tabagistas pelo “National Cancer Institute”, e se baseia em cinco pilares: avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento, com o propósito de apoiar o usuário no processo de (re)construção de sua própria saúde(11 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na Atenção Primária à Saúde: o imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família [Internet]. Brasília: OPAS; 2012 [cited 2016 May 25]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf
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-22 Cavalcanti AM, Oliveira ACL (Org.). Autocuidado Apoiado: manual do profissional de saúde [Internet]. Curitiba: Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba; 2012[cited 2016 May 25]. Available from: ftp://balcao.saude.ms.gov.br/horde/telessaude/apresentacao/2014/autocuidado-apoiado.pdf
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).

No âmbito da doença crônica, essa estratégia pode ser utilizada da suspeita até o diagnóstico, e cursar por toda a vida da pessoa doente, com intervenções em maior ou menor frequência, a depender do estado em que ela se encontra. Levando-se em consideração a natureza dessas condições de saúde, as quais “apresentam início gradual, com duração longa ou incerta, que, em geral, apresentam múltiplas causas e cujo tratamento envolve mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à cura”(33 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 483, de 1º de abril de 2014. Redefine a Rede de Atenção à Saúde das pessoas com doenças crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece diretrizes para a organização das suas linhas de cuidado [Internet]. 2014 [cited 2016 May 25]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0483_01_04_2014.html
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), a efetivação dos pilares pode ser uma medida eficaz e menos onerosa às instituições de saúde, tendo em vista que permite a ação imediata do profissional.

Na prática, os serviços de saúde não valorizam as especificidades de cada indivíduo e baseiam seu processo de trabalho em atitudes passivas dos profissionais por meio de queixa-consulta, sendo estimulados por estudos realizados por pesquisadores e especialistas clínicos que não facilitam nem incorporam a participação do usuário e de sua família nos cuidados necessários ao controle da doença(44 Margolis PA, Peterson LE, Seid M. Collaborative Chronic Care Networks (C3Ns) to transform chronic illness care. Pediatrics[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];131(Suppl4):S219-23. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/131/supplement_4/s219.long
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).

É nesse contexto que as redes de cuidados à saúde têm sido defendidas como meio de incorporar a inteligência coletiva de pacientes, familiares, médicos e pesquisadores de forma a criar um sistema que explore suas motivações e habilidades, uma vez que também são partes interessadas nesse processo e, portanto, podem se dedicar a essa tarefa e acelerar a descoberta de conhecimentos(44 Margolis PA, Peterson LE, Seid M. Collaborative Chronic Care Networks (C3Ns) to transform chronic illness care. Pediatrics[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];131(Suppl4):S219-23. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/131/supplement_4/s219.long
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), bem como implementar ações benéficas ao cuidado efetivo.

Um modelo de atenção à saúde que pauta ações sob essa perspectiva é o “Chronic Care Model” (CCM), que tem, como seu quinto elemento estruturante, o autocuidado apoiado. Esse modelo traz propostas de abordagens que estimulam os profissionais de saúde a empoderar os indivíduos com doenças crônicas a autogerirem seu processo de adoecimento, tornando-os protagonistas do cuidado por meio de uma corresponsabilização entre os envolvidos(11 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na Atenção Primária à Saúde: o imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família [Internet]. Brasília: OPAS; 2012 [cited 2016 May 25]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf
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). Isso pode ser realizado mediante abordagens que promovam mudanças de comportamento como grupos operativos; avaliação do comportamento atual e do grau de interesse e confiança na mudança; entrevistas motivacionais; e cursos oferecidos por profissionais de saúde dirigidos ao autocuidado de doenças específicas(11 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na Atenção Primária à Saúde: o imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família [Internet]. Brasília: OPAS; 2012 [cited 2016 May 25]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf
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-22 Cavalcanti AM, Oliveira ACL (Org.). Autocuidado Apoiado: manual do profissional de saúde [Internet]. Curitiba: Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba; 2012[cited 2016 May 25]. Available from: ftp://balcao.saude.ms.gov.br/horde/telessaude/apresentacao/2014/autocuidado-apoiado.pdf
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).

A implementação de estratégias, nessa perspectiva, implica que o profissional saiba definir papéis e atribuições de cada indivíduo, monitorar e acompanhar os usuários, gerir cada caso de forma personalizada e introduzir novas atividades como: atenção compartilhada em grupo, contínua, por pares e a distância. Essa prática deve ser desenvolvida por meio da elaboração de metas e planos de cuidados em conjunto, avaliando o estado de saúde dos usuários, colocando o indivíduo no centro do processo e organizando os recursos de saúde e da comunidade para provisão de apoio(11 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na Atenção Primária à Saúde: o imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família [Internet]. Brasília: OPAS; 2012 [cited 2016 May 25]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf
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). Ao se aplicar tal conceito a crianças e adolescentes com doença crônica, entende-se que essa capacidade para o desenvolvimento de competências e habilidades para gestão de cuidados deve evoluir gradativamente junto ao indivíduo doente, sendo importante que a família, os profissionais de saúde e a escola estejam envolvidos de modo a oferecer o suporte necessário ao estabelecimento de responsabilidades para o manejo da doença. Assim, a visão horizontalizada permite o alinhamento entre usuários, profissionais de saúde, pesquisadores e famílias e potencializa as expectativas de desempenho de ações voltadas ao autocuidado, além de estimular a elaboração conjunta de soluções(44 Margolis PA, Peterson LE, Seid M. Collaborative Chronic Care Networks (C3Ns) to transform chronic illness care. Pediatrics[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];131(Suppl4):S219-23. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/131/supplement_4/s219.long
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).

Para o contexto da faixa etária pediátrica, pode-se valorar a utilização do processo motivacional como forma de orientar os profissionais a reconhecerem e conduzirem esse usuário a mudanças(22 Cavalcanti AM, Oliveira ACL (Org.). Autocuidado Apoiado: manual do profissional de saúde [Internet]. Curitiba: Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba; 2012[cited 2016 May 25]. Available from: ftp://balcao.saude.ms.gov.br/horde/telessaude/apresentacao/2014/autocuidado-apoiado.pdf
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), pois mesmo que as crianças/adolescentes e suas famílias tenham consciência da necessidade de modificação de certos hábitos, nem sempre isso é colocado em prática(55 Sousa MLXF, Silva KL, Nóbrega MML, Collet N. Self-care deficits in children and adolescents with chronic kidney disease. Texto Contexto Enferm[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];21(1):95-102. Available from: http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n1/en_a11v21n1.pdf
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). Com a criança, o apoio ao autocuidado pode ser realizado em dois principais espaços: o familiar e o escolar(66 Moore SM, Hackworth NJ, Hamilton VE, Northam EP, Cameron FJ. Adolescents with type 1 Diabetes: parental perceptions of child health and family functioning and their relationship to adolescent metabolic control [Internet]. Health Qual Life Outcomes[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];11:50. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3614451/
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). Já os adolescentes são também influenciados por seus pares e informações sobre saúde on-line, visto que os meios eletrônicos, por serem mais acessíveis, tendem a expandir cuidados e educação para a saúde(77 Johnson KR, Fuchs E, Horvath KJ, Scal P. Distressed and looking for help: internet intervention support for arthritis self-management. J Adolesc Health[Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];56(6):666-71. Available from: http://www.jahonline.org/article/s1054-139x(15)00077-4/fulltext
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).

A adoção de um modelo de atendimento pediátrico de suporte para a autogestão da doença tem como potencial a melhora nas condições de saúde do indivíduo, fator que influi na redução da utilização de serviços mais complexos, bem como de custos e sobrecarga do cuidador(88 Henry HKM, Schor EL. Supporting self-management of chronic health problems Pediatrics[Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];135(5):789-92. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/135/5/789
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). Diante do exposto, salienta-se a importância do uso de métodos adequados para o empoderamento da criança/adolescente com doença crônica e sua família no autocuidado para o controle da mesma. Nesse contexto, emergiu o seguinte questionamento: Quais têm sido as estratégias utilizadas para o autocuidado apoiado de crianças/adolescentes com doenças crônicas e suas famílias? Dessa forma, o objetivo deste estudo foi analisar a produção científica entre 2006 a 2015 sobre estratégias realizadas para o autocuidado apoiado de crianças/adolescentes com doenças crônicas e suas famílias.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa, caracterizada como um tipo de revisão da literatura que engloba pesquisas conduzidas segundo diversas metodologias, de forma rigorosa, permitindo a síntese dos achados(99 Soares CB, Hoga LAK, Peduzzi M, Sangaleti C, Yonekura T, Silva DRAD. Integrative review: concepts and methods used in nursing [Internet]. Rev Esc Enferm USP[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];48(2):329-39. Available From: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48n2/0080-6234-reeusp-48-02-335.pdf
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). Para realização deste estudo, foram percorridas cinco etapas: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a elaboração da revisão integrativa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; e interpretação dos resultados(1010 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Integrative literature review: a research method to incorporate evidence in health care and nursing. Texto Contexto Enferm[Internet]. 2008 [cited 2016 Jul 31];17(4):758-64. Available from: http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf
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).

A primeira etapa foi norteada pela seguinte indagação: Quais têm sido as estratégias utilizadas pelos profissionais de saúde para o autocuidado apoiado de crianças/adolescentes com doenças crônicas e suas famílias?

A busca ocorreu entre julho e agosto de 2016, e os termos utilizados na pesquisa foram os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) em português e seus correspondentes em espanhol, respectivamente: pediatria (pediatría); doença crônica (doença crónica); autocuidado (autocuidado). No idioma inglês, devido ao não reconhecimento do DeCS em algumas bases, optou-se pela utilização dos termos MeSH (Medical Subject Headings) - pediatric, chronic disease e self-management. Os três termos de cada idioma foram combinados entre si por meio do conector booleano “AND”. A pesquisa foi realizada em dois portais e quatro bases de dados: Base de dados de Enfermagem (BDENF/BIREME), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS/BIREME), Índice Bibliográfico Español de Ciencias de la Salud (IBECS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), ADOLEC nos três idiomas; e MEDLINE/Pubmed apenas em inglês. Para seleção, os seguintes critérios de inclusão foram estabelecidos: presença de alguma estratégia de apoio ao autocuidado de crianças/adolescentes com doenças crônicas e/ou suas famílias; estar disponível na íntegra em meio eletrônico, via servidor proxy da Universidade Federal da Paraíba; ser classificado como artigo original, estudo de caso, relato de experiência; ter sido publicado entre os anos de 2006 e 2015; estar disponível em algum dos seguintes idiomas - português, inglês ou espanhol. Excluíram-se: os editoriais, as cartas ao editor, os artigos de reflexão, as revisões, as duplicatas e os que incluíam estratégias voltadas a indivíduos maiores de 19 anos, tendo em vista que o estudo tem como princípio abranger até a adolescência(1111 World Health Organization. Young People's Health - a challenge for society. Report of a WHO study group on young people and health for all. Technical Report Series 731[Internet]. Geneva: WHO; 1986 [cited 2016 Jun 29]. Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/41720/1/who_trs_731.pdf
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).

Tabela 1
Distribuição das referências encontradas, excluídas e selecionadas, Brasil, 2016

Duas pesquisadoras realizaram a busca de modo independente e concomitante, utilizando-se dos mesmos critérios para a seleção dos estudos e extração dos dados. Ambas reuniram-se ao final dessas etapas para chegar a um consenso quanto à seleção e à extração dos dados. Com base na associação dos descritores, foram encontrados 107 artigos, cujos títulos e resumos foram lidos de forma exaustiva a fim de verificar se respondiam aos critérios de inclusão/exclusão. Após essa etapa, 60 artigos que contemplavam os critérios supracitados foram lidos na íntegra, dos quais 27 compuseram a amostra do estudo, como evidenciado a seguir:

As exclusões dos estudos decorreram dos seguintes fatores: não responder à questão de pesquisa (40 na MEDLINE); ser relatório (01 na MEDLINE); ser duplicata (02 na SCIELO); realizado com adultos (12 na MEDLINE) ou não explicitar faixa etária (1 na MEDLINE); não abordar doenças crônicas (03 na MEDLINE); ser estudo de revisão (01 na LILACS; 01 na IBECS; 19 na MEDLINE).

A análise dos dados seguiu as diretrizes da análise temática(1212 Minayo MCS (Org.). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14 ed. São Paulo: Hucitec; 2014.) a qual se baseia nas etapas de pré-análise, exploração do material ou codificação e tratamento dos resultados obtidos/interpretação. Cada artigo foi lido repetidas vezes, e as estratégias identificadas foram enquadradas em pelo menos um dos cinco pilares da metodologia dos “Cinco As” (avaliação, aconselhamento, acordo, Assistência e acompanhamento), enfatizando o autocuidado apoiado. Esses procedimentos são importantes em virtude da necessidade de avaliar a relação entre o indivíduo/família e os desvios de saúde, orientar sobre meios de mudança que possam melhorar essa relação. Em seguida, faz-se necessário acordar (pactuar) com o usuário/família a melhor forma de implementação desses meios, até que seja alcançada a assistência propriamente dita e o posterior acompanhamento das metas estabelecidas ao longo da estratégia(11 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na Atenção Primária à Saúde: o imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família [Internet]. Brasília: OPAS; 2012 [cited 2016 May 25]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf
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).

RESULTADOS

Os artigos selecionados no estudo contemplaram todos os anos incluídos na pesquisa, entretanto, 21 (77,8%) foram publicados entre 2010 e 2015.

As condições crônicas de saúde que identificadas nos estudos analisados foram: síndromes da dor crônica (04), doença inflamatória intestinal (03), asma (03), doença renal crônica (02), necessidades especiais de saúde (02), doenças que necessitam de transplantes (02), diabetes (01), fibrose cística (01), obesidade (01), dermatomiosite juvenil (01), cárie (01), doença pulmonar crônica da prematuridade (01), transtorno de ansiedade (01). Além desses, quatro estudos trabalharam sob a ótica das doenças crônicas em geral. Apenas três foram realizados em uma unidade de cuidados primários(1313 Warner CM, Colognori D, Kim RE, Reigada LC, Klein RG, Browner-Elhanan KJ, et al. Cognitive-behavioral treatment of persistent functional somatic complaints and pediatric anxiety: an initial controlled trial. Depress Anxiety[Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];28(7):551-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3128648/
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14 Sleath B, Carpenter DM, Ayala GX, Williams D, Davis S, Tudor G, et al. Communication during pediatric asthma visits and child asthma medication device technique 1 month later. J Asthma [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];49(9):918-25. Available from: Http://Www.Tandfonline.Com/Doi/Full/10.3109/02770903.2012.719250?Scroll=Top&Needaccess=True
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-1515 Pomietto M, Docter AD, Van Borkulo N, Alfonsi L, Krieger J, Liu LL. Small steps to health: building sustainable partnerships in pediatric obesity care. Pediatrics [Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];123 (Suppl 5):S308-16. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/123/supplement_5/s308.long
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), os outros tiveram como cenário ambulatórios, clínicas especializadas e hospitais infantis. As categorias dos profissionais de saúde que participaram dos estudos na condição de pesquisadores ou participantes foram: médico, enfermeiro, psicólogo, terapeuta ocupacional, farmacêutico e nutricionista. No tocante ao autocuidado apoiado, o pilar mais evidenciado no total de estudos selecionados foi o da avaliação, sendo que 22 (81,48%) artigos contemplaram pelo menos uma ação nesse pilar, seguido de 12 (44,44%) do acompanhamento; 11 (40,74%) da assistência e 09 (33,33%) do aconselhamento. Jáno quesito acordo, apenas três (11,11%) artigos enquadraram-se em alguma das atividades. Apenas dois (07,40%) artigos(1616 Gorter JW, Stewart D, Cohen E, Hlyva O, Morrison A, Galuppi B, et al. Are two youth-focused interventions sufficient to empower youth with chronic health conditions in their transition to adult healthcare: a mixed-methods longitudinal prospective cohort study. BMJ Open [Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];5(5):E007553. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4431136/
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-1717 Wise M, Gustafson DH, Sorkness CA, Molfenter T, Staresinic A, Meis T, et al. Internet telehealth for pediatric asthma case management: integrating computerized and case manager features for tailoring a web-based asthma education program. Health Promot Pract[Internet]. 2007 [cited 2016 Jul 31];8(3):282-91. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc2366971/
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) mencionaram intervenções correspondentes a todos os cinco pilares do autocuidado apoiado.

Quadro 1
Distribuição dos estudos selecionados conforme título, ano, país, delineamento, intervenção e desfecho, Brasil, 2016

No quadro abaixo, encontram-se descritas as intervenções destinadas a crianças e adolescentes e suas famílias encontradas na literatura.

Quadro 2
Estratégias de autocuidado apoiado de crianças/ adolescentes com doença crônica e suas famílias de acordo com a metodologia dos 5 As, Brasil, 2016

DISCUSSÃO

Avaliação

A avaliação é o primeiro pilar do autocuidado apoiado, o que permite que seja a base para o desenvolvimento dos demais. Vários estudos contemplaram essa atividade(1313 Warner CM, Colognori D, Kim RE, Reigada LC, Klein RG, Browner-Elhanan KJ, et al. Cognitive-behavioral treatment of persistent functional somatic complaints and pediatric anxiety: an initial controlled trial. Depress Anxiety[Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];28(7):551-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3128648/
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-1414 Sleath B, Carpenter DM, Ayala GX, Williams D, Davis S, Tudor G, et al. Communication during pediatric asthma visits and child asthma medication device technique 1 month later. J Asthma [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];49(9):918-25. Available from: Http://Www.Tandfonline.Com/Doi/Full/10.3109/02770903.2012.719250?Scroll=Top&Needaccess=True
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,1616 Gorter JW, Stewart D, Cohen E, Hlyva O, Morrison A, Galuppi B, et al. Are two youth-focused interventions sufficient to empower youth with chronic health conditions in their transition to adult healthcare: a mixed-methods longitudinal prospective cohort study. BMJ Open [Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];5(5):E007553. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4431136/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...

17 Wise M, Gustafson DH, Sorkness CA, Molfenter T, Staresinic A, Meis T, et al. Internet telehealth for pediatric asthma case management: integrating computerized and case manager features for tailoring a web-based asthma education program. Health Promot Pract[Internet]. 2007 [cited 2016 Jul 31];8(3):282-91. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc2366971/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...

18 Chisolm DJ, Sarkar M, Kelleher KJ, Sanders LM. Predictors of health literacy and numeracy concordance among adolescents with special health care needs and their parents. J Health Commun[Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];20(Suppl2):S43-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4699417/
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19 Nightingale R, Sinha MD, Swallow V. Using focused ethnography in paediatric settings to explore professionals' and parents' attitudes towards expertise in managing chronic kidney disease stage 3-5. BMC Health Serv Res[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];18(14):403-15. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4176584/
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20 Tulloch J, Irwin D, Pascuet E, Vaillancourt R. Evaluation, modification and validation of a set of asthma illustrations in children with chronic asthma in the emergency department. Can Respir J[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];19(1):26-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3299044/
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21 Stinson JN, Lalloo C, Harris L, Isaac L, Campbell F, Brown S, et al. iCancope With Pain(tm): user-centred design of a web- and mobile-based self-management program for youth with chronic pain based on identified health care needs. Pain Res Manag[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];19(5):257-65. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4197753/
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22 Collaco JM, Choi SJ, Riekert KA, Eakin MN, Mcgrath-Morrow SA, Okelo SO. Socio-economic factors and outcomes in chronic lung disease of prematurity. Pediatr Pulmonol [Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];46(7):709-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3115434/
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24 Blydt-Hansen TD, Pierce CB, Cai Y, Samsonov D, Massengill S, Moxey-Mims M, et al. Medication treatment complexity and adherence in children with CKD. Clin J Am Soc Nephrol [Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];9(2):247-54. Available From: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3913241/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...

25 Pennarola BW, Rodday AM, Mayer DK, Ratichek SJ, Davies SM, Syrjala KL, et al. Factors associated with parental activation in pediatric hematopoietic stem cell transplant. Med Care Res Rev[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];69(2):194-214. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4160822/
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26 Lapresa LB, Sanz-Barbero B. Variables associated with the use of dental services among preschool population in spain: a national health survey analysis. Rev Esp Salud Publica[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];86(1):115-24. Available from: http://www.msssi.gob.es/bibliopublic/publicaciones/recursos_propios/resp/revista_cdrom/vol86/vol86_1/rs861c_115.pdf
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27 Allen LB, Tsao JC, Hayes LP, Zeltzer LK. Peer mentorship to promote effective pain management in adolescents: study protocol for a randomised controlled trial. Trials [Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];12:132. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3113991/
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28 Hommel KA, Davis CM, Baldassano RN. Objective versus subjective assessment of oral medication adherence in pediatric. Inflamm Bowel Dis[Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];15(4):589-93. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2663377/
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29 Modi AC, Lim CS, Yu N, Geller D, Wagner MH, Quittner AL. A multi-method assessment of treatment adherence for children with Cystic Fibrosis. J Cyst Fibros[Internet]. 2006 [cited 2016 Jul 31];5(3):177-85. Available from: http://www.cysticfibrosisjournal.com/article/s1569-1993(06)00034-8/fulltext
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30 Lerret SM, Weiss ME, Stendahl GL, Chapman S, Menendez J, Williams L, et al. Pediatric solid organ transplant recipients: transition to home and chronic illness care. Pediatr Transplant[Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];19(1):118-29. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4280334/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...

31 Adams D, Dagenais S, Clifford T, Baydala L, King WJ, Hervas-Malo M, et al. Complementary and alternative medicine use by pediatric specialty outpatients. Pediatrics[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];131(2):225-32. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/early/2013/01/08/peds.2012-1220.full.pdf
http://pediatrics.aappublications.org/co...

32 Guilfoyle SM, Denson LA, Baldassano RN, Hommel KA. Paediatric parenting stress in Inflammatory Bowel Disease: application of the pediatric inventory for parents. Child Care Health Dev[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];38(2):273-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3123674/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...

33 Chira P, Nugent L, Miller K, Park T, Donahue S, Soni A, et al. Living profiles: design of a health media platform for teens with special healthcare needs. J Biomed Inform[Internet]. 2010 [cited 2016 Jul 31];43(5Suppl):S9-12. Available from: http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/s1532-0464(10)00066-3
tp://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pi...

34 Klassen AF, Grant C, Barr R, Brill H, Kraus OC, Ronen GM, et al. Development and validation of a generic scale for use in transition programmes to measure self-management skills in adolescents with chronic health conditions: the TRANSITION-Q. Child Care Health Dev[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];41(4):547-58. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/cch.12207/pdf
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.11...
-3535 Fishman LN, Ziniel SI, Adrichem ME, Fernandes SM, Arnold J. Provider awareness alone does not improve transition readiness skills in adolescent patients with Inflammatory Bowel Disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];59(2):221-4. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/24762453/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
). Um dos aspectos discutidos nas pesquisas foi determinar se as atividades para a gestão do autocuidado são aderidas em conjunto com terapias e habilidades já desenvolvidas pelos profissionais de saúde(1717 Wise M, Gustafson DH, Sorkness CA, Molfenter T, Staresinic A, Meis T, et al. Internet telehealth for pediatric asthma case management: integrating computerized and case manager features for tailoring a web-based asthma education program. Health Promot Pract[Internet]. 2007 [cited 2016 Jul 31];8(3):282-91. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc2366971/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
,2424 Blydt-Hansen TD, Pierce CB, Cai Y, Samsonov D, Massengill S, Moxey-Mims M, et al. Medication treatment complexity and adherence in children with CKD. Clin J Am Soc Nephrol [Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];9(2):247-54. Available From: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3913241/
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25 Pennarola BW, Rodday AM, Mayer DK, Ratichek SJ, Davies SM, Syrjala KL, et al. Factors associated with parental activation in pediatric hematopoietic stem cell transplant. Med Care Res Rev[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];69(2):194-214. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4160822/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...

26 Lapresa LB, Sanz-Barbero B. Variables associated with the use of dental services among preschool population in spain: a national health survey analysis. Rev Esp Salud Publica[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];86(1):115-24. Available from: http://www.msssi.gob.es/bibliopublic/publicaciones/recursos_propios/resp/revista_cdrom/vol86/vol86_1/rs861c_115.pdf
http://www.msssi.gob.es/bibliopublic/pub...

27 Allen LB, Tsao JC, Hayes LP, Zeltzer LK. Peer mentorship to promote effective pain management in adolescents: study protocol for a randomised controlled trial. Trials [Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];12:132. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3113991/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...

28 Hommel KA, Davis CM, Baldassano RN. Objective versus subjective assessment of oral medication adherence in pediatric. Inflamm Bowel Dis[Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];15(4):589-93. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2663377/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
-2929 Modi AC, Lim CS, Yu N, Geller D, Wagner MH, Quittner AL. A multi-method assessment of treatment adherence for children with Cystic Fibrosis. J Cyst Fibros[Internet]. 2006 [cited 2016 Jul 31];5(3):177-85. Available from: http://www.cysticfibrosisjournal.com/article/s1569-1993(06)00034-8/fulltext
http://www.cysticfibrosisjournal.com/art...
). Desse modo, estudos em pediatria demonstraram associação significativa entre a não adesão e a frequência do uso da medicação, pois os medicamentos que precisavam ser tomados com maior frequência no decorrer do dia foram passíveis de maiores taxas de não adesão(2424 Blydt-Hansen TD, Pierce CB, Cai Y, Samsonov D, Massengill S, Moxey-Mims M, et al. Medication treatment complexity and adherence in children with CKD. Clin J Am Soc Nephrol [Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];9(2):247-54. Available From: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3913241/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
,2828 Hommel KA, Davis CM, Baldassano RN. Objective versus subjective assessment of oral medication adherence in pediatric. Inflamm Bowel Dis[Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];15(4):589-93. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2663377/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
), juntamente com o número de comprimidos ingeridos por dose(2828 Hommel KA, Davis CM, Baldassano RN. Objective versus subjective assessment of oral medication adherence in pediatric. Inflamm Bowel Dis[Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];15(4):589-93. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2663377/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
). Embora os dados demonstrem a significativa falta de adesão à medicação, esta problemática pode não ser percebida por crianças/adolescentes e representa uma situação oportuna para a intervenção de profissionais de saúde(2828 Hommel KA, Davis CM, Baldassano RN. Objective versus subjective assessment of oral medication adherence in pediatric. Inflamm Bowel Dis[Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];15(4):589-93. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2663377/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
). Assim, é fundamental avaliar o estado emocional (depressão, humor, ansiedade, etc.) da criança/adolescente e/ou da família, pois pode influenciar as ações de autocuidado(1313 Warner CM, Colognori D, Kim RE, Reigada LC, Klein RG, Browner-Elhanan KJ, et al. Cognitive-behavioral treatment of persistent functional somatic complaints and pediatric anxiety: an initial controlled trial. Depress Anxiety[Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];28(7):551-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3128648/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
,1717 Wise M, Gustafson DH, Sorkness CA, Molfenter T, Staresinic A, Meis T, et al. Internet telehealth for pediatric asthma case management: integrating computerized and case manager features for tailoring a web-based asthma education program. Health Promot Pract[Internet]. 2007 [cited 2016 Jul 31];8(3):282-91. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc2366971/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
,2323 Palermo TM, Lewandowski AS, Long AC, Burant CJ. Validation of a self-report questionnaire version of the Child Activity Limitations Interview (CALI): the CALI-21. Pain[Internet]. 2008 [cited 2016 Jul 31];139(3):644-52. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3166250/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
,3030 Lerret SM, Weiss ME, Stendahl GL, Chapman S, Menendez J, Williams L, et al. Pediatric solid organ transplant recipients: transition to home and chronic illness care. Pediatr Transplant[Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];19(1):118-29. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4280334/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
,3232 Guilfoyle SM, Denson LA, Baldassano RN, Hommel KA. Paediatric parenting stress in Inflammatory Bowel Disease: application of the pediatric inventory for parents. Child Care Health Dev[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];38(2):273-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3123674/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
-3333 Chira P, Nugent L, Miller K, Park T, Donahue S, Soni A, et al. Living profiles: design of a health media platform for teens with special healthcare needs. J Biomed Inform[Internet]. 2010 [cited 2016 Jul 31];43(5Suppl):S9-12. Available from: http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/s1532-0464(10)00066-3
tp://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pi...
). Um exemplo dessa influência em crianças/adolescentes é a dor crônica, visto que se constitui em fator que pode impactar e provocar limitações na realização de atividades, principalmente se as medidas de autocuidado se basearem também na adoção de atividades físicas ou no estabelecimento de rotinas(2323 Palermo TM, Lewandowski AS, Long AC, Burant CJ. Validation of a self-report questionnaire version of the Child Activity Limitations Interview (CALI): the CALI-21. Pain[Internet]. 2008 [cited 2016 Jul 31];139(3):644-52. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3166250/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
).

Outros estudos assinalaram que a classe social e o nível de estudos da família relacionavam-se aos hábitos de autocuidado(2222 Collaco JM, Choi SJ, Riekert KA, Eakin MN, Mcgrath-Morrow SA, Okelo SO. Socio-economic factors and outcomes in chronic lung disease of prematurity. Pediatr Pulmonol [Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];46(7):709-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3115434/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
,2626 Lapresa LB, Sanz-Barbero B. Variables associated with the use of dental services among preschool population in spain: a national health survey analysis. Rev Esp Salud Publica[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];86(1):115-24. Available from: http://www.msssi.gob.es/bibliopublic/publicaciones/recursos_propios/resp/revista_cdrom/vol86/vol86_1/rs861c_115.pdf
http://www.msssi.gob.es/bibliopublic/pub...
). Corroborando esses achados, a literatura evidenciou que aproximadamente 25% de adolescentes filhos de pais com baixo nível de instrução também apresentavam esse déficit na capacidade de gerir sua saúde, em contraposição aos que possuíam pais com ensino médio completo, situação em que as chances de adequação da literácia em saúde aumentaram em duas vezes. Fragilidades na formação educacional dos pais pode afetar seus conhecimentos sobre saúde, a adesão ao tratamento, a maneira como entendem e seguem as instruções médicas e a transição dos cuidados pediátricos para adulto(1818 Chisolm DJ, Sarkar M, Kelleher KJ, Sanders LM. Predictors of health literacy and numeracy concordance among adolescents with special health care needs and their parents. J Health Commun[Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];20(Suppl2):S43-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4699417/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
).

Em relação à transferência de cuidados, foi criada a escala “Transition–Q”, uma ferramenta usada para avaliar a capacidade do paciente ser transferido aos cuidados adultos; assim, esse instrumento questiona ao indivíduo se ele é capaz de responder perguntas formuladas por um médico ou enfermeiro, se ajuda na tomada de decisões sobre sua saúde, se encarrega-se de gerir a tomada de sua medicação, se fala ou entra em contato com um médico ou enfermeiro quando apresenta problemas de saúde, se ele mesmo se comunica, em vez do pai, se é capaz de resumir sua história médica quando solicitado, dentre outras(3434 Klassen AF, Grant C, Barr R, Brill H, Kraus OC, Ronen GM, et al. Development and validation of a generic scale for use in transition programmes to measure self-management skills in adolescents with chronic health conditions: the TRANSITION-Q. Child Care Health Dev[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];41(4):547-58. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/cch.12207/pdf
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.11...
). Essa avaliação contribui para que os profissionais de saúde e o próprio paciente possam ter um panorama geral sobre o quão apto este último está para ser transferido a um serviço de cuidados adultos.

Outro aspecto relevante é que, em geral, as pessoas que convivem com doenças crônicas permanecem nessa situação por toda a vida. Dessa forma, é importante que o profissional de saúde conheça as estratégias utilizadas pela criança/adolescente e também por seus cuidadores regulares, tendo em vista que esses últimos influenciam suas ações, de modo que possa realizar um acompanhamento efetivo dessa família(1414 Sleath B, Carpenter DM, Ayala GX, Williams D, Davis S, Tudor G, et al. Communication during pediatric asthma visits and child asthma medication device technique 1 month later. J Asthma [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];49(9):918-25. Available from: Http://Www.Tandfonline.Com/Doi/Full/10.3109/02770903.2012.719250?Scroll=Top&Needaccess=True
Http://Www.Tandfonline.Com/Doi/Full/10.3...
). Essa preocupação em avaliar o que é feito, e de que maneira, favorece a habilidade do aconselhamento.

Autores evidenciaram que a maioria dos profissionais de saúde não orienta sobre a forma de usar ou avalia o uso de inaladores ou medidores de fluxo de pico pela criança durante consultas pediátricas de asma. Estudo concluiu que apenas 8,1% das crianças realizavam todos os passos para o uso desses dispositivos corretamente(1414 Sleath B, Carpenter DM, Ayala GX, Williams D, Davis S, Tudor G, et al. Communication during pediatric asthma visits and child asthma medication device technique 1 month later. J Asthma [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];49(9):918-25. Available from: Http://Www.Tandfonline.Com/Doi/Full/10.3109/02770903.2012.719250?Scroll=Top&Needaccess=True
Http://Www.Tandfonline.Com/Doi/Full/10.3...
). Essa responsabilização pela utilização do material de tratamento não deve ser exclusiva da família ou da criança, mas sim uma via de mão dupla entre profissional-família-criança para que a educação para a gestão da asma seja efetiva. Além disso, não é incomum a busca por estratégias da Medicina Alternativa e Complementar (CAM) por indivíduos que convivem com doenças crônicas, principalmente sob influência dos pais, os quais manifestaram interesse na obtenção de mais informações dos profissionais de saúde sobre a eficácia e segurança dessas práticas(3131 Adams D, Dagenais S, Clifford T, Baydala L, King WJ, Hervas-Malo M, et al. Complementary and alternative medicine use by pediatric specialty outpatients. Pediatrics[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];131(2):225-32. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/early/2013/01/08/peds.2012-1220.full.pdf
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).

Ainda sobre o quesito informações recebidas, evidenciou-se que a percepção dos pais sobre suas habilidades para desempenhar e/ou auxiliar os cuidados necessários às crianças/adolescentes é influenciada pelas informações recebidas da equipe de saúde(3030 Lerret SM, Weiss ME, Stendahl GL, Chapman S, Menendez J, Williams L, et al. Pediatric solid organ transplant recipients: transition to home and chronic illness care. Pediatr Transplant[Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];19(1):118-29. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4280334/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
). Acredita-se que quando seus filhos possuem maior tempo de diagnóstico, os pais se sentem mais experientes e preparados para lidar com as demandas de cuidado impostas pela doença(2525 Pennarola BW, Rodday AM, Mayer DK, Ratichek SJ, Davies SM, Syrjala KL, et al. Factors associated with parental activation in pediatric hematopoietic stem cell transplant. Med Care Res Rev[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];69(2):194-214. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4160822/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
).

Diante do exposto, se a avaliação das necessidades de saúde for realizada de forma plena, verificando todo o processo envolvido na descoberta do manejo, barreiras, competências, habilidades e necessidades do indivíduo com doença crônica e sua família, o pilar “avaliação” se tornará realmente uma base firme para a implementação das outras fases dessa metodologia terapêutica.

Aconselhamento

O aconselhamento é uma intervenção que o profissional pode e deve realizar para o reforço de informações sobre cada situação específica e o estabelecimento de ajuda no desenvolvimento de habilidades no cuidado, tanto em casos de condições crônicas como não(11 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na Atenção Primária à Saúde: o imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família [Internet]. Brasília: OPAS; 2012 [cited 2016 May 25]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
). Para isso, os profissionais devem recorrer à elaboração de materiais que forneçam informações sobre a saúde e gestão da doença, tanto para os familiares quanto para os indivíduos doentes. Nesse sentido, um estudo validou, com crianças/adolescentes e seus pais, 15 ilustrações sobre a asma, com o intuito de incorporá-las a um material educativo sobre instruções de saúde e habilidades da autogestão a longo prazo. Os autores também forneceram sessões de aconselhamento com auxílio de um farmacêutico sobre tratamentos medicamentosos, de forma a melhorar a gestão da doença(2020 Tulloch J, Irwin D, Pascuet E, Vaillancourt R. Evaluation, modification and validation of a set of asthma illustrations in children with chronic asthma in the emergency department. Can Respir J[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];19(1):26-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3299044/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
).

Entre os anos de 2009 e 2010 foi realizado estudo multicêntrico nos Países baixos (Holanda), EUA e Canadá em que eram ministradas palestras em ambulatórios para aconselhar cuidadores clínicos sobre a transição dos cuidados pediátricos para o adulto. Os autores da pesquisa explicitaram que há grandes lacunas nas habilidades necessárias para autogestão de adolescentes com 18 anos, pois muitos vivem distantes dos pais por estarem cursando a faculdade ou são transferidos para os cuidados de saúde voltados a adultos apenas devido à idade. As palestras resultaram em aumento da consciência desses profissionais sobre o tema, sem impor que seguissem comportamentos preestabelecidos para tomar a decisão de transferir ou não usuários com esse perfil(3535 Fishman LN, Ziniel SI, Adrichem ME, Fernandes SM, Arnold J. Provider awareness alone does not improve transition readiness skills in adolescent patients with Inflammatory Bowel Disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];59(2):221-4. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/24762453/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
).

No tocante a essa faixa etária, foi realizada uma pesquisa sobre a implementação de um “Youth KIT” - o termo é a abreviatura de Keeping It Together for Youth, que, em português, corresponderia a: juntos para manter a juventude. Essa ferramenta permite o estabelecimento de metas – definição, identificação das medidas necessárias e reflexão quanto ao alcance de objetivos - por meio do planejamento do futuro e avaliação sobre a capacidade do adolescente realizar tarefas em nove domínios da vida: pessoal, escolar, médica e de saúde, social, cuidados e habilidades para a vida pessoal, gestão de medicamentos, compromissos e informações diversas. Um dos pontos positivos para os participantes residiu na utilidade da estratégia para trabalhar no sentido de cumprir metas, e um dos pontos negativos foi a extensão do material, que continha várias páginas, o que desestimulou seu preenchimento e consulta(1616 Gorter JW, Stewart D, Cohen E, Hlyva O, Morrison A, Galuppi B, et al. Are two youth-focused interventions sufficient to empower youth with chronic health conditions in their transition to adult healthcare: a mixed-methods longitudinal prospective cohort study. BMJ Open [Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];5(5):E007553. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4431136/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...
).

Diante dessas ações, entende-se que ainda são necessários esforços tanto para apoiar as crianças/adolescentes e suas famílias quanto os profissionais que deles cuidam. A entrevista motivacional como técnica de aconselhamento eficaz e o engajamento da equipe clínica na defesa de mudanças nas políticas públicas, por meio de publicação de artigos, discussão em fóruns na comunidade ou em outros níveis(1515 Pomietto M, Docter AD, Van Borkulo N, Alfonsi L, Krieger J, Liu LL. Small steps to health: building sustainable partnerships in pediatric obesity care. Pediatrics [Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];123 (Suppl 5):S308-16. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/123/supplement_5/s308.long
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), podem representar ações que viabilizem o êxito nas práticas de saúde na infância e na adolescência permeada pela doença crônica.

Por fim, o aconselhamento vai muito além da prescrição de medicamentos ou intervenções; consiste na sensibilização do indivíduo e de sua família sobre aquilo que melhor se adequa à sua realidade e como podem se mobilizar para melhorá-la.

Acordo

O acordo é uma maneira de envolver e incluir paciente e família no estabelecimento e monitoramento das metas. Nesse caso, pesquisadores viabilizaram a participação ativa de pais de crianças com asma, por meio de uma estratégia computacional denominada “Asma manager”, que permite que personalizassem o gerenciador adicionando atividades a uma lista preestabelecida, além de poderem determinar o prazo para o cumprimento da meta e o desfecho. Para tanto, havia uma aba: Minhas Metas para uma vida melhor com a asma, cujo objetivo era treiná-los a selecionar e atingir os objetivos baseados em sua realidade. Assim, a cada objetivo selecionado, recebiam uma mensagem motivacional com links para conteúdos relevantes e, após o cumprimento da atividade, poderiam avaliar seu progresso quinzenal(1717 Wise M, Gustafson DH, Sorkness CA, Molfenter T, Staresinic A, Meis T, et al. Internet telehealth for pediatric asthma case management: integrating computerized and case manager features for tailoring a web-based asthma education program. Health Promot Pract[Internet]. 2007 [cited 2016 Jul 31];8(3):282-91. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc2366971/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
).

O automonitoramento é uma ação que visa ao engajamento significativo dos indivíduos. Esta função permite o autocontrole de sintomas e favorece a comunicação com os profissionais de saúde. Dessa forma, ações baseadas nas necessidades de saúde identificadas em grupos focais com adolescentes foram valorizadas para a autogestão da dor no Canadá. Com base nos resultados, foi criado um aplicativo denominado “iCanCope”, utilizado em smartphones e plataformas na internet, o qual permite que aspectos como dor, sono, humor, atividade física e atividade social sejam avaliados pelos próprios usuários e, assim, metas passíveis de serem alcançadas, junto aos profissionais de saúde, possam ser definidas(2121 Stinson JN, Lalloo C, Harris L, Isaac L, Campbell F, Brown S, et al. iCancope With Pain(tm): user-centred design of a web- and mobile-based self-management program for youth with chronic pain based on identified health care needs. Pain Res Manag[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];19(5):257-65. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4197753/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...
).

Sendo o acordo o princípio que melhor expressa a essência do autocuidado apoiado, visto que valoriza o papel individual da pessoa que convive com doença crônica na gestão de sua própria saúde, foram encontradas na literatura lacunas do conhecimento, pois as ações vinculadas a esse pilar ainda são numericamente escassas. Portanto, evidencia-se a importância de refletir acerca da forma como os profissionais de saúde têm desenvolvido suas práticas em relação a crianças e adolescentes nessa situação e sobre o quanto ainda estão alicerçadas ao seu processo formativo atitudes prescritivas e impositivas.

Assistência

Com relação ao pilar da assistência, a implementação de uma intervenção de autocuidado centrada no indivíduo e/ou sua família mostra-se fundamental. Um exemplo disso ocorreu com um coorte de crianças/adolescentes que convivem com dermatomiosite juvenil, em que foi estabelecido um programa supervisionado de treinamento físico, com duração de 12 semanas, para melhorar a qualidade de vida dessa população(3838 Omori CH, Silva CA, Sallum AM, Pereira RMR, Pinto ALS, Roschel H, et al. Exercise training in juvenile dermatomyositis. Arthritis Care Res[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];64(8):1186-94. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/acr.21684/pdf
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.10...
).

Outra ação significativa no cuidado refere-se à intervenção psicossocial para jovens com queixas físicas funcionais persistentes e transtornos de ansiedade, denominada Tratamento de Ansiedade e Sintomas Físicos (TAPS). Foram realizadas sessões individuais, com duração de 10 semanas, por meio da identificação de contextos em que ocorriam os sintomas. A partir de então, promoveram - setécnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva e exercícios de exposição às situações indutoras de ansiedade para que fossem identificados fatores relacionados à dor física. Após a conclusão do tratamento, havia a continuidade da assistência por meio de dois reforços mensais conduzidos por psicólogos clínicos(1313 Warner CM, Colognori D, Kim RE, Reigada LC, Klein RG, Browner-Elhanan KJ, et al. Cognitive-behavioral treatment of persistent functional somatic complaints and pediatric anxiety: an initial controlled trial. Depress Anxiety[Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];28(7):551-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3128648/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
).

O uso de recursos tecnológicos para assistência a pessoas que convivem com doenças crônicas foi utilizado por vários pesquisadores(44 Margolis PA, Peterson LE, Seid M. Collaborative Chronic Care Networks (C3Ns) to transform chronic illness care. Pediatrics[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];131(Suppl4):S219-23. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/131/supplement_4/s219.long
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). O acesso a um portal atualizado corretamente pode encorajar alguns indivíduos a assumirem um papel ativo em aprender mais sobre a sua doença, por meio da procura de novidades e ampliando sua pesquisa para outros sites. Acerca desse tipo de intervenção, deve-se ficar atento, pois as pessoas podem se considerar efetivamente instruídas a ponto de negligenciarem as consultas de rotina. É importante buscar o equilíbrio entre as informações fornecidas face a face e por meio da Web(3636 Nordqvist C, Hanberger L, Timpka T, Nordfeldt S. Health professionals attitudes towards using a web 2.0 portal for child and adolescent diabetes care: qualitative study. J Med Internet Res[Internet]. 2009 [cited 2016 Jul 31];11(2):E12. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc2762803/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
). Além disso, essa realidade de países desenvolvidos pode ser limitada em países mais pobres em virtude da indisponibilidade de acesso à internet à maioria da população.

Uma alternativa à falta de acesso à internet pode ser a implantação de um programa de monitoria presencial ou via telefone. Como exemplo, foi desenvolvido um estudo-piloto em uma clínica pediátrica para adolescentes (14 a 18 anos), em que os que já haviam sido tratados e estavam envolvidos em alguma terapia tornaram-se monitores de outros adolescentes da clínica com a mesma doença crônica. Assim, eram desenvolvidas atividades para autogestão da dor; apresentadas informações sobre a doença e comportamentos a ela relacionados; realizados treinamentos para lidar com questões sobre pensamentos e sentimentos, natureza de tratamentos recomendados, o que possibilitava que discutissem sua condição de dor com alguém que vivenciou essa experiência; os participantes eram também encorajados a participar ativamente nas habilidades de gestão do cuidado(2727 Allen LB, Tsao JC, Hayes LP, Zeltzer LK. Peer mentorship to promote effective pain management in adolescents: study protocol for a randomised controlled trial. Trials [Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];12:132. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3113991/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
). Nesse tipo de estratégia, a assistência multiprofissional pode auxiliar de forma significativa com vistas ao apoio para as decisões(1919 Nightingale R, Sinha MD, Swallow V. Using focused ethnography in paediatric settings to explore professionals' and parents' attitudes towards expertise in managing chronic kidney disease stage 3-5. BMC Health Serv Res[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];18(14):403-15. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4176584/
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).

Diante do supracitado, observa-se que a assistência a indivíduos com doenças crônicas pode ser realizada tanto durante consultas de rotina quanto mediante estratégias on-line. Entretanto, cabe aos profissionais o discernimento de que crianças/adolescentes e suas famílias merecem atenção adequada tanto nas exacerbações da doença crônica quanto no período de estabilidade da mesma, sendo que, para cada uma dessas fases, serão demandadas intervenções apropriadas.

Acompanhamento

As clínicas de transição são recursos que têm sido utilizados nos Estados Unidos da América (EUA) para o acompanhamento de adolescentes com doenças crônicas até que estes passem a serviços de cuidados adultos(1616 Gorter JW, Stewart D, Cohen E, Hlyva O, Morrison A, Galuppi B, et al. Are two youth-focused interventions sufficient to empower youth with chronic health conditions in their transition to adult healthcare: a mixed-methods longitudinal prospective cohort study. BMJ Open [Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];5(5):E007553. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4431136/
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
). No que concerne a essa situação, intervenções gerais, que não sejam específicas de qualquer doença crônica(1616 Gorter JW, Stewart D, Cohen E, Hlyva O, Morrison A, Galuppi B, et al. Are two youth-focused interventions sufficient to empower youth with chronic health conditions in their transition to adult healthcare: a mixed-methods longitudinal prospective cohort study. BMJ Open [Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];5(5):E007553. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4431136/
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), podem reduzir custos para os serviços de saúde e também favorecer a eficiência desse processo de transferência, tendo em vista que nessa faixa etária os problemas vivenciados são comuns a vários indivíduos, independentemente da doença crônica com a qual convivem.

Uma das pesquisas utilizou como estratégia um chat on-line – “Pretrasfer”. Trata-se de um método importante de trocas de informações entre adolescentes. O funcionamento ocorria com o acesso em quatro noites da semana, durante os quais era possível tanto estabelecer uma conversa individual com o monitor (profissional de saúde) quanto em grupo com seus pares, postagens de mensagens e e-mail. Em geral, os participantes preferiam a conversa privativa com o profissional, sendo evidenciado que esse apoio on-line os auxiliava na descoberta de novas ideias para solucionar seus problemas de saúde. Os resultados deste estudo demonstraram que os adolescentes obtiveram o autocuidado apoiado para questões de transição de cuidados, preparo sobre universidade, definição de prioridades, compreensão sobre si e aprenderem a se responsabilizar por gerir a própria saúde(1616 Gorter JW, Stewart D, Cohen E, Hlyva O, Morrison A, Galuppi B, et al. Are two youth-focused interventions sufficient to empower youth with chronic health conditions in their transition to adult healthcare: a mixed-methods longitudinal prospective cohort study. BMJ Open [Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 31];5(5):E007553. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc4431136/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...
). Para apoiar os indivíduos nesses tipos de intervenções baseadas na web, pode-se utilizar o monitoramento do login, como realizado em pesquisa na qual, aos participantes que não entravam no site por duas semanas consecutivas, eram enviados lembretes por telefone ou e-mail(3737 Law EF, Murphy LK, Palermo TM. Evaluating treatment participation in an internet-based behavioral intervention for pediatric chronic pain. J Pediatr Psychol[Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 31];37(8):893-903. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3437681/
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).

Outra forma de acompanhamento de crianças e adolescentes é uma Rede Colaborativa de Cuidados Crônicos (C3Ns) que, com o apoio do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais, vem trabalhando para transformar os resultados no atendimento aos indivíduos por meio da colaboração entre médicos, pesquisadores, indivíduos que convivem com doença de Crohn e Colite ulcerativa e seus familiares. Essa plataforma operacional é uma rede de construções sociais que envolve uma série de mudanças culturais: visualização de cuidados de saúde como trabalho compartilhado; busca e utilização de conhecimentos de todos os envolvidos, construindo um sentimento de solidariedade e promovendo a ideia de que os indivíduos podem fazer a diferença(44 Margolis PA, Peterson LE, Seid M. Collaborative Chronic Care Networks (C3Ns) to transform chronic illness care. Pediatrics[Internet]. 2013 [cited 2016 Jul 31];131(Suppl4):S219-23. Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/131/supplement_4/s219.long
http://pediatrics.aappublications.org/co...
).

Diante do evidenciado, o acompanhamento por meio de um programa de transição estruturado promove mais mudanças na autogestão da doença entre os adolescentes do que a educação em saúde realizada de maneira informal pelos profissionais(3535 Fishman LN, Ziniel SI, Adrichem ME, Fernandes SM, Arnold J. Provider awareness alone does not improve transition readiness skills in adolescent patients with Inflammatory Bowel Disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr[Internet]. 2014 [cited 2016 Jul 31];59(2):221-4. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/24762453/
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). De todo modo, ainda são necessários mais estudos que avaliem a melhor forma de promover educação em saúde tanto para crianças/adolescentes quanto para sua família e/ou cuidadores.

O acompanhamento, quando realizado por pares ou cuidadores familiares, pode propiciar melhores resultados pautados na realidade de cada indivíduo. Autores assinalam que, em situações de emergência (abuso, pensamentos suicidas, etc.), era possível recorrer a outros adolescentes que convivem com a mesma doença para que realizassem acompanhamento por telefone, sob supervisão de profissionais, para gestão desses casos(2727 Allen LB, Tsao JC, Hayes LP, Zeltzer LK. Peer mentorship to promote effective pain management in adolescents: study protocol for a randomised controlled trial. Trials [Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 31];12:132. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3113991/
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).

As terapias de grupo de pares são alternativas usadas para melhorar a adesão às intervenções dos planos de cuidados e podem ser amplamente positivas no acompanhamento. Além disso, a análise do comportamento de gerenciamento das doenças durante a fase de transição da pediatria para os cuidados em saúde de adultos foi fundamental para os pesquisadores que pretenderam identificar possíveis pontos de intervenção e as mudanças necessárias.

Limitações do estudo

Cabe salientar que o presente estudo apresenta limitações. No processo de coleta de dados, algumas bases não puderam ser incluídas em decorrência da manutenção do site, o que pode ter contribuído para a não inclusão de pesquisas que corresponderiam ao objeto de estudo. Além disso, também houve a indisponibilidade de acesso a alguns artigos internacionais devido ao custo.

Contribuições para a saúde pública e enfermagem

A compilação dos estudos que abarcam a temática contribui para a divulgação do conhecimento do autocuidado apoiado, vislumbrando mudanças na prática assistencial a indivíduos com doenças crônicas a fim de estimular ações condizentes com as necessidades de saúde provocadas por esse perfil epidemiológico de doença. Para o enfermeiro, o acesso a informações sobre intervenções que permitem o empoderamento das crianças e adolescentes com doenças crônicas, bem como de suas famílias, pode fomentar a implementação de ações pautadas na construção de vínculos e a conscientização a respeito da responsabilidade mútua no efetivo acompanhamento desses indivíduos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo analisar a produção científica divulgada entre 2006 e 2015 sobre estratégias realizadas para o autocuidado apoiado de crianças/adolescentes com doenças crônicas e suas famílias. Constatou-se que a maioria das pesquisas sobre autocuidado apoiado vem sendo desenvolvidas nos EUA e em cenários de atendimento à saúde em níveis secundários e terciários. Sendo assim, salienta-se que apenas um estudo era brasileiro, porém sua versão na íntegra foi publicada em língua estrangeira.

Os estudos que utilizaram meios eletrônicos alcançaram resultados significativos no apoio ao cuidado, principalmente de adolescentes, aliaram a comunicação por telefone e mantiveram a interação social que poderia ser perdida com o uso da Web. A integração entre tecnologia e educação (plataformas de mídia e saúde) permitiu a autogestão de várias doenças crônicas. Todavia, para tal, faz-se necessária a capacitação dos profissionais de saúde para uso desse tipo de ferramenta.

Os resultados sugerem que as intervenções realizadas pelos profissionais de saúde podem ser mais eficazes para indivíduos que já convivem com doenças crônicas em relação aos que ainda estão começando a lidar com o diagnóstico. Diante disso, apesar da existência de protocolos contendo diretrizes específicas não garantirem o atendimento efetivo, esses são instrumentos com potencial para orientar o cuidado. Para tanto, o pilar do acompanhamento é imprescindível para salientar a importância, também, da adesão às terapêuticas necessárias no plano de metas.

Por fim, ressalta-se que as ações de saúde evidenciadas nesta revisão ainda estão concentradas em países que já têm estabelecidos sistemas de saúde voltados à assistência de pessoas que convivem com doenças crônicas, como EUA e Canadá. Contudo, mesmo que venha se pensando e pesquisando intervenções que melhorem a vida cotidiana de crianças e adolescentes com esse perfil de doenças, nem todos os pilares do autocuidado apoiado têm sido valorizados, a exemplo do acordo, que foi pouco evidenciado na literatura. Apoiar o gerenciamento do autocuidado desses indivíduos é um processo intrínseco a pactuar com os mesmos com base em suas perspectivas, a fim de sensibilizá-los para a construção da responsabilização e motivação no estabelecimento dessa mudança. Na realidade brasileira, ainda é incipiente o pensamento baseado nessa lógica, considerando que vivemos sob a ótica de um sistema de saúde que valoriza o cuidado aos problemas agudos, mesmo com uma realidade epidemiológica não condizente ao que é majoritariamente priorizado. Portanto, evidencia-se a relevância da inserção de estratégias de autogestão e apoio ao autocuidado de crianças/adolescentes com doenças crônicas e suas famílias no âmbito da saúde pública, como alternativa à falta de opções de tratamentos eficazes ao controle destas e redução de custos mais significativos em medidas terapêuticas mais complexas e onerosas.

  • FOMENTO
    Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - Processo 474762/2013-0.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2017

Histórico

  • Recebido
    18 Ago 2016
  • Aceito
    10 Fev 2017
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