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Teoria de manejo de sintomas aplicada ao cuidado de enfermagem: scoping review

RESUMO

Objetivos:

identificar publicações acerca da aplicabilidade da Teoria de Manejo de Sintomas no cuidado de enfermagem a pacientes pediátricos, adolescentes, adultos e idosos.

Métodos:

scoping review seguindo as etapas: definição do objetivo, pergunta de pesquisa e critérios de inclusão; busca, seleção e análise das publicações; síntese dos resultados. A busca ocorreu nas bases BVS, SciELO, Portal de Periódicos CAPES e PubMed, contemplando publicações entre 1994 e julho de 2020.

Resultados:

de 3.286 estudos, 10 foram selecionados, publicados entre 2008 e 2019. Descreveram as relações entre os participantes e os domínios (pessoa, ambiente, saúde e doença), componentes (experiência de sintomas, estratégias de manejo, resultados) e apresentaram estratégias para o manejo dos sintomas.

Conclusões:

a Teoria de Manejo de Sintomas foi considerada aplicável aos participantes dos estudos e ao cuidado de enfermagem. Concluiu-se que compreender a interação desses elementos é essencial para planejar ações voltadas ao controle dos sintomas de forma eficaz.

Descritores:
Cuidado de Enfermagem; Sinais e Sintomas; Avaliação de Sintomas; Teoria de Enfermagem; Revisão

ABSTRACT

Objectives:

to identify publications about the applicability of the Symptom Management Theory in nursing care to pediatric, adolescent, adult and elderly patients.

Methods:

scoping review following the steps: definition of the objective, research question and inclusion criteria; search, selection and analysis of publications; synthesis of results. The search occurred in the VHL, SciELO, CAPES and PubMed Journals Portal bases, contemplating publications between 1994 and July 2020.

Results:

out of 3,286 studies, ten were selected, published between 2008 and 2019. They described the relationships between the participants and the domains (person, environment, health and disease), components (symptom experience, management strategies, results) and presented strategies for symptom management.

Conclusions:

the Symptom Management Theory was considered applicable to the participants of the studies and to nursing care. It was concluded that understanding the interaction of these elements is essential to plan actions aimed at controlling symptoms effectively.

Descriptors:
Nursing Care; Signs and Symptoms; Assessment of Symptoms; Nursing Theory; Review

RESUMEN

Objetivos:

identificar publicaciones acerca de aplicabilidad de Teoría de Manejo de Síntomas en cuidado de enfermería a pacientes pediátricos, adolescentes, adultos y ancianos.

Métodos:

scoping review siguiendo las etapas: definición del objetivo, cuestión de investigación y criterios de inclusión; búsqueda, selección y análisis de publicaciones; síntesis de resultados. Búsqueda ocurrió en bases BVS, SCIELO, Portal de Periódicos CAPES y PubMed, contemplando publicaciones entre 1994 y julio de 2020.

Resultados:

de 3.286 estudios, 10 seleccionados, publicados entre 2008 y 2019. Describieron relaciones entre los participantes y los dominios (persona, ambiente, salud y, enfermedad), componentes (experiencia de síntomas, estrategias de manejo, resultados) y presentaron estrategias para el manejo de los síntomas.

Conclusiones:

Teoría de Manejo de Síntomas considerada aplicable a los participantes de los estudios y al cuidado de enfermería. Concluyó que comprender la interacción de esos elementos es esencial para planear acciones vueltas al control de los síntomas de forma eficaz.

Descriptores:
Cuidado de Enfermería; Señales y Síntomas; Evaluación de Síntomas; Teoría de Enfermería; Revisión

INTRODUÇÃO

As teorias de enfermagem constituem um conjunto de conceitos com a proposta de resultados específicos que variam de acordo com seu escopo e proposições representando, em geral, a descrição das propriedades e dimensões de um conceito11 Leandro TA, Nunes MM, Teixeira IX, Lopes MVO, Araújo TL, Lima FET, et al. Development of middle-range theories in Nursing. Rev Bras Enferm. 2020;73(1):e20170893. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0893
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, ou seja, uma ideia ou construção mental que compreende atributos abstratos da realidade, inserida num contexto, e que pode ser aplicável (p.ex., conceitos abstratos: cuidado, luto e respeito; conceitos concretos: febre, dor, fadiga)22 Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e teorias na enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(1):144-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420140000100018
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. Dessa forma, as teorias fornecem explicações sistemáticas sobre as relações entre os fenômenos incluindo as descrições de conceitos e proposições, as quais estão diretamente ligadas à pesquisa e às experiências da prática da enfermagem22 Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e teorias na enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(1):144-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420140000100018
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-33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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; assim como o modelo conceitual é a representação simbólica das relações entre as variáveis e conceitos33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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.

A aplicação de uma teoria no processo de cuidar da enfermagem objetiva o respaldo científico para a prática clínica e as ações de enfermagem22 Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e teorias na enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(1):144-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420140000100018
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, além de contribuir no desenvolvimento e expansão do conhecimento da Enfermagem e na sua evolução como profissão e ciência11 Leandro TA, Nunes MM, Teixeira IX, Lopes MVO, Araújo TL, Lima FET, et al. Development of middle-range theories in Nursing. Rev Bras Enferm. 2020;73(1):e20170893. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0893
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-22 Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e teorias na enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(1):144-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420140000100018
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.

Nesse contexto, a fim de orientar a pesquisa sobre sintomas e prática clínica da enfermagem, pesquisadores, enfermeiros, membros do Grupo de Professores de Manejo de Sintomas da Escola de Enfermagem da Universidade da Califórnia, em São Francisco, publicaram, em 1994, um modelo conceitual para ilustrar o processo multidimensional do manejo dos sintomas, Symptom Management Model (SMM), elaborado com a premissa de que uma gestão eficaz de qualquer sintoma ou grupo de sintomas deve considerar três componentes: experiência de sintomas, estratégias de manejo de sintomas e resultados33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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-44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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.

Esse modelo foi revisado em 2001 e, em sua versão atualizada, incorporou o processo de gestão dos sintomas no contexto dos domínios da ciência da enfermagem: a pessoa, o ambiente e a saúde e doença. Em 2008, em nova atualização, o modelo consolidou-se como uma teoria de médio alcance nomeada Teoria de Manejo de Sintomas (TMS)44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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.

Considerando a definição de sintoma como uma experiência subjetiva que reflete nas funções biopsicossociais e nas sensações ou cognição de um indivíduo e tendo em vista que a definição de sinais é qualquer anormalidade indicativa de doença, os pesquisadores autores da TMS preocuparamse em como os sinais e sintomas eram importantes e poderiam fornecer indicações sobre as condições dos indivíduos para avaliá-los, assim como gerenciar as estratégias para o controle dos sintomas33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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.

Nesse sentido, a TMS tem como objetivo orientar a prática clínica por meio da avaliação subjetiva e sistemática dos sintomas, planejamento e seleção das intervenções e suas avaliações e visa orientar a pesquisa, propondo questões e suposições específicas para o gerenciamento de sintomas. Seus pressupostos teóricos estão baseados nas relações entre suas variáveis, as quais são: avaliação dos sintomas com base na percepção do indivíduo que os vivencia e se autoavalia; aplicação a indivíduos que experimentam o sintoma ou que possuem o risco de desenvolvê-lo; avaliação e interpretação dos sintomas de indivíduos com dificuldade para expressar-se verbalmente, identificada por seus cuidadores; controle de todo sintoma; estratégias de gestão dos sintomas ampliadas para a família, grupo ou ambiente de trabalho além do próprio indivíduo; e a gestão de sintomas como um processo dinâmico, podendo ser modificado conforme os resultados obtidos pelo indivíduo e suas relações com variáveis e domínios da teoria (pessoa, meio ambiente, saúde e doença)33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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,55 Eicher M, Delmas P, Cohen C, Baeriswyl C, Viens Python N. Version Française de la Théorie de Gestion des Symptômes (TGS) et son application. Rech Soins Infirm. 2013;112:14-25. https://doi.org/10.3917/rsi.112.0014
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Desde sua publicação, ao longo desses anos, o modelo conceitual que posteriormente consolidou-se como teoria vem sendo aplicado por enfermeiros e tem colaborado para a progressão de estudos sobre a experiência de sintomas, estratégias de gestão e resultados obtidos em suas manifestações55 Eicher M, Delmas P, Cohen C, Baeriswyl C, Viens Python N. Version Française de la Théorie de Gestion des Symptômes (TGS) et son application. Rech Soins Infirm. 2013;112:14-25. https://doi.org/10.3917/rsi.112.0014
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. No entanto, são apresentados, em estudos teóricos e reflexivos. Assim, considerando que a TMS tem sido referência para a abordagem da gestão dos sintomas, se faz necessário investigar como e em quais contextos é aplicada na prática clínica e no cuidado de enfermagem.

OBJETIVOS

Identificar a produção científica acerca da aplicabilidade da Teoria de Manejo de Sintomas no cuidado de enfermagem a pacientes pediátricos, adolescentes, adultos e idosos.

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão de escopo que seguiu a pergunta de pesquisa: Como a Teoria de Manejo de Sintomas vem sendo aplicada ao cuidado de enfermagem a pacientes pediátricos, adolescentes, adultos e idosos?

A revisão de escopo é apresentada como modelo de revisão de literatura descrito por Arksey e O’Malley como uma técnica para mapear a literatura na área de interesse do pesquisador, com tendência a abordar tópicos mais amplos, identificando a literatura relevante sobre o objeto em estudo; permite a aplicação de diferentes desenhos de pesquisa e não objetiva avaliar a qualidade dos estudos incluídos66 Arksey H, O'Malley L. Scoping studies: towards a methodological framework. Int J Soc Res Methodol. 2005;8(1):19-32. https://doi.org/10.1080/1364557032000119616
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. Esse tipo de revisão é utilizado para: identificar os tipos de evidências disponíveis em determinado campo; identificar e analisar lacunas de conhecimento; esclarecer os principais conceitos e definições na literatura; examinar como a pesquisa é conduzida em determinado tópico ou campo; e identificar as principais características ou fatores relacionados a um conceito77 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z (Eds). JBI Manual for Evidence Synthesis, JBI; 2020 [cited 2020 Jul 15]. Available from: https://synthesismanual.jbi.global
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, o que corrobora a proposta de investigação em identificar a aplicabilidade da Teoria de Manejo de Sintomas no cuidado de enfermagem.

Para seu desenvolvimento, foram seguidas as recomendações publicadas no JBI Manual for Evidence Synthesis, versão 2020, contemplando as seguintes etapas: definir objetivo e pergunta de pesquisa; definir critérios de inclusão; definir estratégia para seleção e extração dos dados; busca, seleção e análise das publicações nas fontes de informação; e apresentação e síntese dos resultados77 Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil H. Chapter 11: Scoping Reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z (Eds). JBI Manual for Evidence Synthesis, JBI; 2020 [cited 2020 Jul 15]. Available from: https://synthesismanual.jbi.global
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.

Estabelecido o objetivo deste estudo, elaborou-se a pergunta de pesquisa acima apresentada, utilizando o mnemônico PCC, em que “P” significa população, “C” conceito e “C” contexto. Assim, são definidos como P - pacientes pediátricos, adolescentes, adultos e idosos; C - Teoria de Manejo de Sintomas; e C - cuidado de enfermagem.

Quanto aos critérios de inclusão para a seleção das publicações, foram considerados: ter sido publicado nos idiomas português, inglês e espanhol, entre 1994 e julho de 2020; estar disponível online para consulta; e atender ao objetivo do estudo. O período selecionado para busca de publicações justifica-se pelo fato de que o modelo de manejo de sintomas foi elaborado no início dos anos de 1990 e publicado em 1994. Além disso, desde sua publicação, não foram identificados estudos de revisão que abordassem a sua aplicabilidade. Excluíram-se estudos de revisões e aqueles que não atendiam aos critérios previamente estabelecidos.

Para as etapas que contemplam as estratégias de busca, seleção, extração e análise das publicações adotou-se as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA - ScR)88 Tricco AC, Lillie E, Zarin W. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): checklist and explanation. Ann Intern Med. 2018;467-473. https://doi.org/10.7326/M18-0850
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. A busca ocorreu em periódicos nas bibliotecas virtuais Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e na fonte de informação PubMed da U.S National Institutes of Health’s National Library of Medicine, utilizando os operadores booleanos AND ou OR para a combinação dos seguintes termos do Descritores em Ciências da Saúde (DeCs) e Medical Subject Headings (MeSH): sinais e sintomas, signs and symptoms, avaliação de sintomas, symptom assessment, teoria de enfermagem, nursing theory, cuidados de enfermagem, nursing care, enfermagem pediátrica, pediatric nursing, adulto, adult; e as palavras-chave: Teoria de Manejo de Sintomas, Symptom Management Theory, Modelo de Manejo de Sintomas e Conceptual model of symptom management, conforme estratégia apresentada no Quadro 1.

Quadro 1
Estratégia de busca para seleção dos estudos

As palavras-chave Modelo de Manejo de Sintomas e Conceptual Model of Symptom Management foram selecionadas para a estratégia de busca em razão do desenvolvimento da TMS que foi primeiramente elaborada como um modelo conceitual. Dessa maneira, tanto na fase de seleção das publicações quanto na de análise dos resultados, foram considerados estudos que abordaram o Modelo de Manejo de Sintomas e a Teoria de Manejo de Sintomas.

Após a busca nas bibliotecas virtuais e fonte de informação, realizou-se a leitura dos títulos e resumos, excluíram-se os estudos duplicados e os que não correspondiam aos interesses desta investigação. Em seguida, foram selecionados para leitura na íntegra e sintetizados para análise, os que atendiam aos critérios de inclusão.

A etapa de estratégia de busca e seleção das publicações foi desenvolvida por dois revisores de forma independente. Cada revisor aplicou a estratégia de busca e selecionou os estudos que, em seu julgamento, atendiam aos critérios de inclusão. Foram identificadas discordâncias em relação à seleção dos estudos, as quais foram discutidas em reunião remota síncrona, junto com o terceiro autor. Após conferência dos estudos e análise dos resultados, os revisores entraram em consenso e elencaram os estudos que compõem a amostra final desta revisão, não sendo necessário solicitar informações ou dados complementares aos autores dos estudos selecionados.

RESULTADOS

Os estudos localizados na busca totalizaram 3.286 publicações, das quais 10 foram selecionadas para compor a amostra final desta revisão de escopo. O processo de identificação, triagem e seleção dos estudos é apresentado na Figura 1:

Figura 1
Processo de identificação, triagem e seleção dos estudos

Dos dez estudos selecionados, seis foram publicados no idioma inglês, dois em português e inglês e dois em espanhol. Quanto ao país, dois foram realizados no Brasil, dois nos Estados Unidos da América, dois na Colômbia, um na Turquia, um no Reino Unido, um na Coreia do Sul e um na China. Os estudos foram publicados entre os anos de 2008 e 2019, sendo do tipo qualitativo (3), descritivo (1), de reflexão crítica (3), quantitativo (1), metodológico (1) e de revisão (1). Esse último estudo, classificado pelo periódico que o publicou em 2014 como artigo de revisão, não apontou em seu método a etapa de busca e seleção dos artigos, porém foi selecionado para a amostra final dessa revisão de escopo, porque o seu conteúdo descreveu a aplicabilidade da TMS na construção de um outro modelo de cuidado e atendeu ao objetivo pretendido no presente estudo.

Quanto aos participantes, as investigações foram realizadas com mulheres com diabetes mellitus tipo II; crianças com câncer; pacientes adultos com câncer colorretal; mulheres com síndrome coronariana aguda; idosos com artrite; adultos em pós-operatórios de cirurgias ortopédicas, ginecológicas, neurológicas e trato digestivo; adultos com doença de Behcet; e adolescentes com Human Immunodeficiency Virus (HIV).

As publicações selecionadas são apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2
Síntese e caracterização dos estudos selecionados para a revisão de escopo

Quanto à abordagem da TMS e do Modelo de Manejo dos Sintomas pelos estudos selecionados, em alguns, os autores descreveram os domínios (pessoa, ambiente, saúde e doença), os componentes (experiência de sintomas, estratégias de manejo de sintomas e resultados) e apresentaram estratégias para o manejo dos sintomas, conforme apresentado no Quadro 3.

Quadro 3
Abordagem dos domínios, componentes da Teoria de Manejo de Sintomas e estratégias relatadas pelos participantes ou sugeridas pelos autores para o manejo dos sintomas apresentados nos estudos selecionados

DISCUSSÃO

Os dez estudos selecionados, dos quais seis99 Skelly AH, Leeman J, Carlson J, Soward ACM, Burns D. Conceptual model of symptom-focused diabetes care for African Americans. J Nurs Scholarsh. 2008;40(3):261-7. https://doi.org/10.1111/j.1547-5069.2008.00236.x
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-1010 Céspedes-Cuevas VM. Investigación que prueba teoría: una aproximación desde enfermería cardiovascular. Aquichan[Internet]. 2012 [cited 2020 Aug 12];2(12):97-108. Available from: https://aquichan.unisabana.edu.co/index.php/aquichan/article/view/1940/2923
https://aquichan.unisabana.edu.co/index....
,1212 Garcia CIP, Montoya XS. Respuestas de la mujer frente a los síntomas de Síndrome Coronario Agudo basados en el Modelo Conceptual del Manejo de los Síntomas. Av Enferm. 2014;32(1):102-13. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v32n1.46068
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,1414 Silva RCJL, Aroni P, Fonseca LF. I am thirsty! experience of the surgical patient in the perioperative period. Rev SOBECC. 2016;21(2):75-81. https://doi.org/10.5327/Z1414-4425201600020003
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15 Özel F, Türeyen AE, Aykar FS. Symptom management in Behcet's disease. J Pak Med Assoc [Internet]. 2018[cited 2020 Aug 12];68(1):46-9. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29371717/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29371717...
-1616 Yin L, Fan L, Tan R, Yang G, Jiang F, Zhang C, et al. Bowel symptoms and self-care strategies of survivors in the process of restoration after low anterior resection of rectal cancer. BMC Surg. 2018;18(1):35. https://doi.org/10.1186/s12893-018-0368-5
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apresentaram dados primários e quatro44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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,1111 Shin SY. Disability intervention model for older adults with arthritis: an integration of theory of symptom management and disablement process model. Asian Nurs Res. 2014;8:241-6. https://doi.org/10.1016/j.anr.2014.08.004
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,1313 Conchon MF, Nascimento LA, Fonseca LF, Aroni P. Perioperative thirst: an analysis from the perspective of the Symptom Management Theory. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(1):122-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100016
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,1717 Loades ME, Kagee A. Exploring our understanding of fatigue among adolescents living with HIV: highlighting the unknown. J Health Psychol. 2019;24(1):125-36. https://doi.org/10.1177/1359105317710320
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, dados secundários, trouxeram em seus conteúdos a utilização e aplicação da Teoria de Manejo de Sintomas ou do Modelo de Manejo de Sintomas em variadas populações, que incluíram crianças, adolescentes, adultos e idosos e apresentaram sua aplicabilidade no cuidado de enfermagem.

A Teoria ou o Modelo de Manejo de Sintomas foi considerada aplicável porque seus pressupostos teóricos permitem sua utilização a todos os indivíduos que experimentam o sintoma ou estão susceptíveis a desenvolvê-los, além de possibilitar a manifestação dos cuidadores em relação aos sintomas experimentados por seus familiares ou pacientes conforme apresentado nos estudos selecionados.

Observou-se que, independentemente das condições clínicas dos participantes, sejam em situações crônicas ou agudas, a teoria foi aplicada; porém, diante da premissa de que o manejo dos sintomas é um processo dinâmico, que pode sofrer modificações em seus resultados conforme o direcionamento das inter-relações entre seus domínios e componentes, buscou-se explorar, nos estudos que compõem esta revisão de escopo, as indicações que representaram a aplicabilidade da teoria nas pesquisas de enfermagem.

Dessa maneira, quanto ao primeiro domínio “pessoa”, devem ser consideradas as variáveis pessoais, demográficas, sociológicas, psicológicas, fisiológicas e de desenvolvimento que são intrínsecas à forma como o indivíduo percebe e responde à experiência do sintoma, mas que podem ser mais ou menos manifestadas dependendo do sintoma ou grupo de sintomas e da população que o manifesta33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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.

Nessa perspectiva, os exemplos mencionados em dois estudos que apresentaram o sintoma “sede em pacientes no pós-operatório imediato”, percebido por eles de forma intensa e como um sintoma extremamente desagradável, para muitos profissionais de saúde é um sintoma subvalorizado, submensurado, subtratado e sem protocolos para a prática clínica. Para esses pacientes, a sede pode ser acentuada por outras variáveis além da fisiológica, como o estresse e a ansiedade, que aumentam a sede, e a ansiedade, que aumenta por causa da sede, formando um ciclo vicioso a ser interrompido por meio de estratégias para o controle do sintoma1313 Conchon MF, Nascimento LA, Fonseca LF, Aroni P. Perioperative thirst: an analysis from the perspective of the Symptom Management Theory. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(1):122-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100016
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-1414 Silva RCJL, Aroni P, Fonseca LF. I am thirsty! experience of the surgical patient in the perioperative period. Rev SOBECC. 2016;21(2):75-81. https://doi.org/10.5327/Z1414-4425201600020003
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.

Um estudo visando avaliar a fadiga em adolescentes com HIV destacou que essa população possui suas particularidades em razão do desenvolvimento no ciclo vital e costuma ter menos consciência emocional que adultos, o que pode afetar a experiência de sintomas como a fadiga. Para os adolescentes, a fadiga pode concentrar-se mais na variável fisiológica, com sensações físicas e mudanças nas atividades do cotidiano, do que em aspectos cognitivos e emocionais. Além disso, quando relacionada às variáveis demográficas, os autores comparam as informações de que a fadiga é maior em mulheres e em pacientes mais velhos, fatores que devem ser considerados por influenciar a experiência, manejo e resultado dos sintomas1717 Loades ME, Kagee A. Exploring our understanding of fatigue among adolescents living with HIV: highlighting the unknown. J Health Psychol. 2019;24(1):125-36. https://doi.org/10.1177/1359105317710320
https://doi.org/10.1177/1359105317710320...
.

Em relação ao domínio “ambiente”, deve-se considerar o contexto em que o sintoma ocorre e incluir as variáveis físicas, sociais e culturais, que abrangem o domicílio, o ambiente de trabalho, o hospital, a rede de apoio social, as relações interpessoais e as crenças, valores e práticas de um grupo étnico33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001...
. Tal domínio mereceu destaque no estudo em que as participantes eram mulheres afroamericanas com diabetes mellitus tipo II e residiam uma área rural do sudeste dos Estados Unidos da América. As estratégias para o manejo dos sintomas experimentados foram pensadas incluindo o contexto e a realidade em que viviam, enfatizando as práticas de educação em saúde, acolhimento, orientação, estímulo às ações de autocuidado e enfrentamento, considerando as crenças e valores culturais, além do manejo clínico para controle da sintomatologia e da doença99 Skelly AH, Leeman J, Carlson J, Soward ACM, Burns D. Conceptual model of symptom-focused diabetes care for African Americans. J Nurs Scholarsh. 2008;40(3):261-7. https://doi.org/10.1111/j.1547-5069.2008.00236.x
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.

Outro estudo destacou o domínio “ambiente” e apontou variáveis relacionadas a questões culturais, trazendo a cultura como justificativa para o tempo de procura pelos serviços de saúde por mulheres com síndrome coronariana aguda (SCA) após o início dos sintomas. Muitas vezes, as mulheres ignoram o que estão sentindo, não reconhecem a gravidade do possível problema de saúde e, porque assumem seu autocuidado, minimizam seus sintomas. Nesse caso de risco de infarto, protelam a busca por tratamento hospitalar, aumentando, portanto, a morbidade e mortalidade de mulheres com SCA e, consequentemente, influenciando as estratégias para manejo dos sintomas e seus resultados1212 Garcia CIP, Montoya XS. Respuestas de la mujer frente a los síntomas de Síndrome Coronario Agudo basados en el Modelo Conceptual del Manejo de los Síntomas. Av Enferm. 2014;32(1):102-13. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v32n1.46068
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.

O terceiro domínio “saúde e doença” é composto por variáveis que incluem fatores de risco, doenças, lesões ou incapacidades e, assim como os demais domínios, pode apresentar efeitos diretos e indiretos sobre a experiência, manejo e resultados dos sintomas33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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. Os fatores de risco podem ser hereditários ou não, o estado de saúde está relacionado a funções fisiológicas e estrutura corporal, enquanto a doença reflete as disfunções agudas ou crônicas de acordo com a patologia que acomete o indivíduo1010 Céspedes-Cuevas VM. Investigación que prueba teoría: una aproximación desde enfermería cardiovascular. Aquichan[Internet]. 2012 [cited 2020 Aug 12];2(12):97-108. Available from: https://aquichan.unisabana.edu.co/index.php/aquichan/article/view/1940/2923
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. Quanto a esse domínio, os estudos selecionados mencionaram a relação dessas variáveis, correlacionando a sintomatologia às condições clínicas e ao desenvolvimento da doença das populações abordadas. Os artigos envolveram: procedimentos cirúrgicos e tratamentos de urgência1212 Garcia CIP, Montoya XS. Respuestas de la mujer frente a los síntomas de Síndrome Coronario Agudo basados en el Modelo Conceptual del Manejo de los Síntomas. Av Enferm. 2014;32(1):102-13. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v32n1.46068
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13 Conchon MF, Nascimento LA, Fonseca LF, Aroni P. Perioperative thirst: an analysis from the perspective of the Symptom Management Theory. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(1):122-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100016
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-1414 Silva RCJL, Aroni P, Fonseca LF. I am thirsty! experience of the surgical patient in the perioperative period. Rev SOBECC. 2016;21(2):75-81. https://doi.org/10.5327/Z1414-4425201600020003
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,1616 Yin L, Fan L, Tan R, Yang G, Jiang F, Zhang C, et al. Bowel symptoms and self-care strategies of survivors in the process of restoration after low anterior resection of rectal cancer. BMC Surg. 2018;18(1):35. https://doi.org/10.1186/s12893-018-0368-5
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em que foram apontadas estratégias e cuidados para gerenciar os sintomas agudos desencadeados naquele momento; bem como condições crônicas44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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,99 Skelly AH, Leeman J, Carlson J, Soward ACM, Burns D. Conceptual model of symptom-focused diabetes care for African Americans. J Nurs Scholarsh. 2008;40(3):261-7. https://doi.org/10.1111/j.1547-5069.2008.00236.x
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,1111 Shin SY. Disability intervention model for older adults with arthritis: an integration of theory of symptom management and disablement process model. Asian Nurs Res. 2014;8:241-6. https://doi.org/10.1016/j.anr.2014.08.004
https://doi.org/10.1016/j.anr.2014.08.00...
,1515 Özel F, Türeyen AE, Aykar FS. Symptom management in Behcet's disease. J Pak Med Assoc [Internet]. 2018[cited 2020 Aug 12];68(1):46-9. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29371717/
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,1717 Loades ME, Kagee A. Exploring our understanding of fatigue among adolescents living with HIV: highlighting the unknown. J Health Psychol. 2019;24(1):125-36. https://doi.org/10.1177/1359105317710320
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, indicando, além das estratégias para o cuidado imediato, cuidados a serem desenvolvidos continuamente para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Dessa forma, observamos que os domínios “pessoa”, “ambiente”, “saúde e doença” são conceitos que se interligam, e a amplitude de sua manifestação influenciará a relação de suas variáveis e os componentes da TMS, tais como: experiência de sintomas, estratégias de manejo de sintomas e resultados1818 Bernal-Cárdenas CY, Céspedes-Cuevas VM, Sanhueza-Alvarado OI. Modelo conceptual del manejo del síntoma: evaluación y crítica. Aquichan. 2018;18(3):311-26. https://doi.org/10.5294/aqui.2018.18.3.6
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.

O componente “experiência de sintoma” inclui a vivência individual com as variáveis “percepção de um sintoma”, “avaliação do significado” e “resposta ao sintoma”1313 Conchon MF, Nascimento LA, Fonseca LF, Aroni P. Perioperative thirst: an analysis from the perspective of the Symptom Management Theory. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(1):122-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100016
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,1818 Bernal-Cárdenas CY, Céspedes-Cuevas VM, Sanhueza-Alvarado OI. Modelo conceptual del manejo del síntoma: evaluación y crítica. Aquichan. 2018;18(3):311-26. https://doi.org/10.5294/aqui.2018.18.3.6
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. A percepção dos sintomas ocorre quando o indivíduo percebe uma mudança na forma como se sente ou se comporta e, ao avaliar seus sintomas, faz julgamentos sobre a gravidade, causa e efeito em sua vida, sendo que as respostas consideram os fatores fisiológicos, psicológicos, socioculturais e comportamentais33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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.

As “estratégias de manejo de sintomas” têm como objetivo amenizar, retardar ou prevenir um resultado negativo, pautando-se na avaliação da experiência individual, seguida pela identificação de uma estratégia de intervenção a ser direcionada a um ou mais sintomas manifestados pelo paciente33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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,1313 Conchon MF, Nascimento LA, Fonseca LF, Aroni P. Perioperative thirst: an analysis from the perspective of the Symptom Management Theory. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(1):122-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100016
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. Os “resultados dos sintomas” que emergem das estratégias e das experiências de manejo dos sintomas devem incluir as especificações: do que (natureza da estratégia), quando, onde, por que, quanto, quem, para quem e como, à medida que as intervenções são planejadas e prescritas33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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,1818 Bernal-Cárdenas CY, Céspedes-Cuevas VM, Sanhueza-Alvarado OI. Modelo conceptual del manejo del síntoma: evaluación y crítica. Aquichan. 2018;18(3):311-26. https://doi.org/10.5294/aqui.2018.18.3.6
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.

Como apresentado no Quadro 3, nove estudos44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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,99 Skelly AH, Leeman J, Carlson J, Soward ACM, Burns D. Conceptual model of symptom-focused diabetes care for African Americans. J Nurs Scholarsh. 2008;40(3):261-7. https://doi.org/10.1111/j.1547-5069.2008.00236.x
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,1111 Shin SY. Disability intervention model for older adults with arthritis: an integration of theory of symptom management and disablement process model. Asian Nurs Res. 2014;8:241-6. https://doi.org/10.1016/j.anr.2014.08.004
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12 Garcia CIP, Montoya XS. Respuestas de la mujer frente a los síntomas de Síndrome Coronario Agudo basados en el Modelo Conceptual del Manejo de los Síntomas. Av Enferm. 2014;32(1):102-13. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v32n1.46068
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13 Conchon MF, Nascimento LA, Fonseca LF, Aroni P. Perioperative thirst: an analysis from the perspective of the Symptom Management Theory. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(1):122-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100016
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14 Silva RCJL, Aroni P, Fonseca LF. I am thirsty! experience of the surgical patient in the perioperative period. Rev SOBECC. 2016;21(2):75-81. https://doi.org/10.5327/Z1414-4425201600020003
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15 Özel F, Türeyen AE, Aykar FS. Symptom management in Behcet's disease. J Pak Med Assoc [Internet]. 2018[cited 2020 Aug 12];68(1):46-9. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29371717/
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16 Yin L, Fan L, Tan R, Yang G, Jiang F, Zhang C, et al. Bowel symptoms and self-care strategies of survivors in the process of restoration after low anterior resection of rectal cancer. BMC Surg. 2018;18(1):35. https://doi.org/10.1186/s12893-018-0368-5
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-1717 Loades ME, Kagee A. Exploring our understanding of fatigue among adolescents living with HIV: highlighting the unknown. J Health Psychol. 2019;24(1):125-36. https://doi.org/10.1177/1359105317710320
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abordaram em seu conteúdo os três componentes da teoria apresentando as particularidades sobre a percepção do sintoma, com base nas experiências dos participantes, como a da sede perioperatória, com significativa avaliação negativa; dor relatada pelos pacientes reumáticos; configuração da fadiga em adolescentes soropositivos; e dificuldades de enfrentamento das doenças - nos fazendo refletir e corroborar os pressupostos teóricos da TMS.

O indivíduo que experimenta o sintoma, o avalia. Essa avaliação envolve um conjunto de fatores que caracteriza a experiência do sintoma (intensidade, localização, natureza, frequência e impacto afetivo)33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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, baseada no autorrelato, possibilitando a manifestação real da experiência do sintoma para a tomada de decisão em relação às estratégias de manejo.

Nesse contexto, vale mencionar que a TMS considera a avaliação dos sintomas por um cuidador daquele que experimentou o sintoma, sendo um desafio ponderado em estudo sobre a aplicabilidade da teoria no cuidado a crianças com câncer44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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. Os autores observam que pais e filhos podem atribuir significados diferentes aos sintomas percebidos no câncer pediátrico, diferença, esta, que poderá levar a dificuldades no planejamento das intervenções44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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.

A avaliação dos sintomas dependerá da persistência, da necessidade de intervenção contínua e resposta ao tratamento. Quando um sintoma é tratado, mas persiste, a intervenção contínua é necessária para controlar a recorrência ou minimizar seu efeito, assim como é necessário o monitoramento dos resultados para mudanças ou não das estratégias de cuidado33 Dodd M, Janson S, Facione N, Faucett J, Froelicher ES, Humphreys J, et al. Advancing the science of symptom management. J Adv Nurs. 2001;33(5):668-76. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.2001.01697.x
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. Exemplos de estratégias contínuas foram citadas por três estudos99 Skelly AH, Leeman J, Carlson J, Soward ACM, Burns D. Conceptual model of symptom-focused diabetes care for African Americans. J Nurs Scholarsh. 2008;40(3):261-7. https://doi.org/10.1111/j.1547-5069.2008.00236.x
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,1212 Garcia CIP, Montoya XS. Respuestas de la mujer frente a los síntomas de Síndrome Coronario Agudo basados en el Modelo Conceptual del Manejo de los Síntomas. Av Enferm. 2014;32(1):102-13. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v32n1.46068
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,1717 Loades ME, Kagee A. Exploring our understanding of fatigue among adolescents living with HIV: highlighting the unknown. J Health Psychol. 2019;24(1):125-36. https://doi.org/10.1177/1359105317710320
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.

Quanto ao estudo metodológico, foi o único a abordar o primeiro componente da TMS, “experiência do sintoma”, pois com objetivo de testar os conceitos desse componente, comprovou sua existência, enfatizando a variável “avaliação” e contribuindo para o conteúdo teórico, de pesquisa e de prática da enfermagem1010 Céspedes-Cuevas VM. Investigación que prueba teoría: una aproximación desde enfermería cardiovascular. Aquichan[Internet]. 2012 [cited 2020 Aug 12];2(12):97-108. Available from: https://aquichan.unisabana.edu.co/index.php/aquichan/article/view/1940/2923
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.

Em relação aos estudos de reflexão teórica44 Linder, L. Analysis of the UCSF Symptom Management Theory: implications for pediatric oncology nursing. J Pediatr Oncol Nurs. 2010;27(6):316-24. https://doi.org/10.1177/1043454210368532
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,1111 Shin SY. Disability intervention model for older adults with arthritis: an integration of theory of symptom management and disablement process model. Asian Nurs Res. 2014;8:241-6. https://doi.org/10.1016/j.anr.2014.08.004
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,1313 Conchon MF, Nascimento LA, Fonseca LF, Aroni P. Perioperative thirst: an analysis from the perspective of the Symptom Management Theory. Rev Esc Enferm USP. 2015;49(1):122-8. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000100016
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,1717 Loades ME, Kagee A. Exploring our understanding of fatigue among adolescents living with HIV: highlighting the unknown. J Health Psychol. 2019;24(1):125-36. https://doi.org/10.1177/1359105317710320
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, cabe destacar que foram incluídos para compor essa revisão, visto que analisaram a TMS correlacionando os contextos e temas de cada uma das publicações; apresentando os domínios, os componentes da teoria; levantando as limitações, desafios e as contribuições para o cuidado de enfermagem.

Limitações do estudo

Esta revisão apresentou limitações relativas à estratégia de busca: foram utilizadas somente bibliotecas virtuais e fontes de informação de acesso gratuito; e, selecionados os estudos disponíveis para consulta on-line. Além disso, embora os estudos tenham apontado exemplos de estratégias de manejo de sintomas, dois não os mencionaram em seu conteúdo, o que poderia fortalecer o conhecimento relacionado ao planejamento do cuidado de enfermagem.

Contribuições para a Enfermagem

O desenvolvimento das teorias de enfermagem, incluindo as teorias de médio alcance que buscam conceitos menos abstratos e mais específicos para os detalhes da prática de enfermagem, contribui para o desenvolvimento de um novo conhecimento teórico e científico11 Leandro TA, Nunes MM, Teixeira IX, Lopes MVO, Araújo TL, Lima FET, et al. Development of middle-range theories in Nursing. Rev Bras Enferm. 2020;73(1):e20170893. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0893
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. A utilização da TMS, além das contribuições científicas e bases teóricas que fundamentam as investigações sobre os sintomas, colabora para a instrumentalização e compreensão por parte dos enfermeiros sobre o manejo de sintomas e prática assistencial pautados em conceitos e metaparadigmas, sustentando o trabalho e o cuidado de enfermagem.

CONCLUSÕES

Os estudos selecionados evidenciaram os domínios e os componentes da TMS, os contextos e sua aplicabilidade no cuidado de enfermagem. Aplicou-se o conteúdo da teoria considerando as particularidades concernentes às características da população, à doença e à relação entre as variáveis da TMS. Verificou-se que compreender a interação desses elementos é essencial na elaboração e planejamento de ações para o controle dos sintomas de forma eficaz.

Apesar dos resultados desta revisão apontarem para a aplicabilidade da TMS, observou-se lacunas de conhecimento relacionadas à deficiência de estudos primários que abordem, de forma aprofundada e explícita, todos os elementos e componentes da teoria; e a estudos que contemplem pressupostos teóricos de que o relato da manifestação dos sintomas pelos pacientes pode ser expresso por outras pessoas como familiares, cuidadores e profissionais de saúde - trata-se de um desafio para os pesquisadores, visto que os estudos têm como foco o paciente, mas é preciso investigar se a inserção do cuidador, a localização dele nas dimensões e sua relação nos componentes da TMS podem ou não contribuir para melhorar o processo de manejo dos sintomas.

Assim, espera-se que as lacunas referentes a essa temática sejam preenchidas com estudos que tratem da abordagem das teorias de enfermagem e sua aplicabilidade; e também com reflexões que possam colaborar com o desenvolvimento de práticas de cuidado nas dimensões assistencial, gerencial, ensino e pesquisa.

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Editado por

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
EDITOR ASSOCIADO: Hugo Fernandes

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jul 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    27 Set 2020
  • Aceito
    11 Dez 2020
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