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Arquiteturas da saúde na segunda metade do século XIX e os modelos de ensino nas academias portuguesas1 1 Destacamos o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por meio da Bolsa do Programa de Estágio Pós-doutoral no Exterior, Processo nº BEX 6195/14-8, e ao Instituto de História da Arte (ARTIS), da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa pelo acolhimento durante o estágio.

RESUMO

O entrelaçamento histórico entre a construção de hospitais de raiz no Brasil e em Portugal na segunda metade do século XIX demanda a compreensão do contexto de formação e atuação acadêmica de seus projetistas, evidenciando a matriz fundamental da formação à altura: o desenho como técnica de concepção e representação da Arquitetura. Neste ensaio, adotaremos o olhar warburguiano ao entender a História da Arte como parte de uma teoria da cultura, em que fatores vários contribuem para a montagem de uma constelação iconográfica, a ser lida em sentido transdisciplinar que permita renovar e ampliar os cânones históricos preexistentes. Assim, a iconografia servirá de evidência para a compreensão do papel histórico, estético e social dos nosocômios, entendidos como monumentos urbanos em seus respectivos contextos. Temos como edifícios em foco neste estudo o Hospital D. Luiz I, da Real Sociedade Beneficente Portuguesa em Belém, projetado em 1870 pelo ex-aluno da Academia de Belas Artes de Lisboa, Frederico José Branco, e o Hospital de Alienados do Conde de Ferreira, pertencente à Santa Casa de Misericórdia do Porto, construído de raiz em 1868, sob a traça do engenheiro e lente proprietário da Cadeira de Arquitetura civil da Academia de Belas-Artes do Porto, Manuel de Almeida Ribeiro. Esses edifícios são ícones das inversões de capital de portugueses no Brasil e dos chamados brasileiros de "torna-viagem" em Portugal, representando as relações luso-brasileiras na segunda metade do século XIX.

PALAVRAS-CHAVE:
Arquitetura Assistencial; Classicismo; Academias de Belas Artes; Relações Luso-brasileiras; Século XIX

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