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Representações sociais da vida sexual de mulheres no climatério atendidas em serviços públicos de saúde

Resumos

Objetiva estudar as representações sociais da vida sexual da mulher no climatério. O referencial teórico-metodológico apóia-se na Teoria das Representações Sociais. Participaram 40 mulheres entre 45 a 65 anos, divididas em dois grupos: perimenopausa e pós-menopausa. Os cenários foram duas unidades públicas de atendimento à mulher no município do Rio de Janeiro. A técnica de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Os dados foram tratados segundo a análise de conteúdo temático. Os resultados apontaram três campos de representações. No grupo da perimenopausa emergiram dois campos: continuidade da sensualidade e sexualidade e representação da negatividade do climatério levando a uma vida sexual sem prazer. O grupo posmenopausa se organizou em um campo representacional: vida sexual ancorada no processo de envelhecimento. Concluiu-se que as representações sobre a vida sexual no climatério vêm sendo redesenhadas por algumas mulheres apesar de muitas concepções persistirem agregadas aos valores sociohistóricoculturais tradicionais ao feminino e ao envelhecer.

Enfermagem; Saúde da mulher; Climatério; Sexualidade


The present study aimed at studying the social representations of the sexual life of climacteric women. Its theoretical-methodological referential was based on the Theory of Social Representations. Study participants were 40 women between 45 and 65 years of age, who were divided into two groups: perimenopause and postmenopause. Scenarios were two public units of health services for women in the municipality of Rio de Janeiro. Data were collected through the semistructured interview technique and treated according to the analysis of thematic content. Results indicated three representation fields. Two fields emerged in the perimenopause group: continuity of sensuality and sexuality, and representation of the negativity in climacteric leading to a sexual life without pleasure. The postmenopause group was organized into one representational field: sexual life based on the aging process. The authors concluded that the representations regarding sexual life in climacteric are being redesigned by some women despite many conceptions that still persist in association with traditional socio-historical-cultural values regarding women and the aging process.

Nursing; Women's health; Climateric; Sexuality


Tiene el objetivo de estudiar las representaciones sociales de la vida sexual de la mujer en el climaterio. El referencial teórico-metodológico se apoya en la Teoría de las Representaciones Sociales. Participaron 40 mujeres entre 45 a 65 años, divididas en dos grupos: perimenopausia y postmenopausia. Los escenarios fueron dos unidades públicas de atención a la mujer en el municipio del Río de Janeiro. La técnica de recolección de datos fue la entrevista semi-estructurada. Los datos fueron tratados según el análisis de contenido temático. Los resultados señalaron tres campos de representaciones. En el grupo de la perimenopausa emergieron dos campos: continuidad de la sensualidad y sexualidad y representación de la negatividad del climaterio llevando a una vida sexual sin placer. El grupo de la postmenopausa se organizó en un campo representacional: vida sexual anclada en el proceso de envejecimiento. Se concluyó que las representaciones sobre la vida sexual en el climaterio vienen siendo rediseñadas por algunas mujeres a pesar de que muchas concepciones persisten agregadas a los valores socio-histórico-culturales tradicionales a lo femenino y al envejecimiento.

Enfermería; Salud de la mujer; Climaterio; Sexualidad


ARTIGO ORIGINAL

Representações sociais da vida sexual de mulheres no climatério atendidas em serviços públicos de saúde

Ivonete Alves de AraújoI; Ana Beatriz Azevedo QueirozII; Maria Aparecida Vasconcelos MouraIII; Lúcia Helena Garcia PennaIV

IMestre em Enfermagem. Enfermeira do Ministério da Saúde e da Maternidade Municipal Alexandre Fleming. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: enfivonete@hotmail.com

IIDoutora em Enfermagem. Professora Adjunto IV do Departamento Enfermagem Materno- Infantil e da Pós-graduação da EEAN/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: anabqueiroz@oi.com.br

IIIDoutora em Enfermagem. Professora Associado III do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e da Pós-graduação. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: maparecidavas@yahoo.com.br

IVDoutora em Ciências da Saúde. Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e da Pós-graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: luciapenna@terra.com.br

Endereço para correspondência

RESUMO

Objetiva estudar as representações sociais da vida sexual da mulher no climatério. O referencial teórico-metodológico apóia-se na Teoria das Representações Sociais. Participaram 40 mulheres entre 45 a 65 anos, divididas em dois grupos: perimenopausa e pós-menopausa. Os cenários foram duas unidades públicas de atendimento à mulher no município do Rio de Janeiro. A técnica de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Os dados foram tratados segundo a análise de conteúdo temático. Os resultados apontaram três campos de representações. No grupo da perimenopausa emergiram dois campos: continuidade da sensualidade e sexualidade e representação da negatividade do climatério levando a uma vida sexual sem prazer. O grupo posmenopausa se organizou em um campo representacional: vida sexual ancorada no processo de envelhecimento. Concluiu-se que as representações sobre a vida sexual no climatério vêm sendo redesenhadas por algumas mulheres apesar de muitas concepções persistirem agregadas aos valores sociohistóricoculturais tradicionais ao feminino e ao envelhecer.

Descritores: Enfermagem. Saúde da mulher. Climatério. Sexualidade.

RESUMEN

Tiene el objetivo de estudiar las representaciones sociales de la vida sexual de la mujer en el climaterio. El referencial teórico-metodológico se apoya en la Teoría de las Representaciones Sociales. Participaron 40 mujeres entre 45 a 65 años, divididas en dos grupos: perimenopausia y postmenopausia. Los escenarios fueron dos unidades públicas de atención a la mujer en el municipio del Río de Janeiro. La técnica de recolección de datos fue la entrevista semi-estructurada. Los datos fueron tratados según el análisis de contenido temático. Los resultados señalaron tres campos de representaciones. En el grupo de la perimenopausa emergieron dos campos: continuidad de la sensualidad y sexualidad y representación de la negatividad del climaterio llevando a una vida sexual sin placer. El grupo de la postmenopausa se organizó en un campo representacional: vida sexual anclada en el proceso de envejecimiento. Se concluyó que las representaciones sobre la vida sexual en el climaterio vienen siendo rediseñadas por algunas mujeres a pesar de que muchas concepciones persisten agregadas a los valores socio-histórico-culturales tradicionales a lo femenino y al envejecimiento.

Descriptores: Enfermería. Salud de la mujer. Climaterio. Sexualidad.

INTRODUÇÃO

O aumento da longevidade é uma realidade mundial e, em consequência, o quantitativo de mulheres que vivenciam o climatério é bastante expressivo, o que requer políticas públicas de saúde que considere a mulher em todas as fases de suas vidas.

A população feminina brasileira tem, atualmente, cerca de 30 milhões entre 35 e 65 anos, o que significa que 32% das mulheres estão na faixa etária em que ocorre o climatério, e com a melhoria da qualidade de vida e a evolução dos recursos de saúde, a expectativa de vida feminina aumentou para 72,4 anos.1

As demandas para o atendimento às necessidades dessas mulheres têm requerido um olhar criterioso e atencioso dos profissionais de saúde visto que as queixas relacionadas ao climatério são frequentes. Embora a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher tenha em seus objetivos a implementação da atenção à saúde da mulher neste período, ainda persiste a pouca qualificação dos profissionais de saúde, a falta de acolhimento e a resolutividade voltada para essa parcela da população.2

O climatério é definido como uma fase biológica da vida e não um processo patológico que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher.3 É, portanto, um processo marcado por intensas mudanças físicas e emocionais, influenciadas por fatores ligados à cultura, costumes, história de vida pessoal e familiar e por questões psicológicas e ambientais. Nele, surge a menopausa que é caracterizada como última menstruação e ocorre em torno de 45 a 50 anos de idade.4

Diante dessas mudanças, o cotidiano de vida das mulheres no climatério é diretamente influenciado por essas transformações. Algumas apresentam dificuldades de adaptações, outras relatam discretas sintomatologias e, ainda outras, são capazes de conviver em harmonia com as modificações de seu corpo físico e psicológico.

Apesar de o climatério ser uma fase fisiológica da vida da mulher, o mesmo vem sendo compreendido como um problema de saúde pública e, como tal, vem sendo estudado principalmente, pela vertente de pesquisas biomédicas e farmacêuticas dando ênfase a Síndrome Climatérica. A insuficiência ovariana da pós-menopausa tem sido considerada como uma endocrinopatia, uma vez que a deficiência quantitativa dos hormônios específicos (estradiol e progesterona) tem uma série de consequências patológicas e peculiares, remetendo assim, a necessidade da medicalização nesse período.3 Nesse contexto, as pesquisas científicas relacionadas ao climatério e sexualidade estão prioritariamente voltados à Terapia de Reposição Hormonal/TRH.5 Entretanto, considerando a integralidade na saúde não se podem limitar o climatério e, consequentemente, os estudos científicos aos fatores hormonais e/ou metabólicos, uma vez que as questões psicossocioculturais têm uma expressiva influência na vida de qualquer ser humano, em particular das mulheres que vivem o climatério.

As transformações corporais previstas nessa fase causam um impacto na autoimagem e na vida da mulher podendo desencadear um sofrimento psíquico segundo a visão de cada sociedade em relação ao papel feminino.6 Essas alterações no climatério acometem a vida sexual de 60% das mulheres, o que podem influenciar negativamente no interesse e desejo sexual.4 A questão da beleza atravessa a construção social de um modelo de corpo, o que estigmatiza àquelas que já não se enquadram nesse padrão. A ideologia da beleza está ligada quase que exclusivamente a mulher jovem, como se o belo e o bonito estivessem apenas na juventude.

A sexualidade é inata ao ser humano sendo reelaborada ao longo de todo ciclo vital mediante influências dos fatores social, psicológico, religioso, cultural, econômico, entre outros. Sugere afeto, amor, carinho e satisfação das necessidades instintivas, tais como o contato, calor, afago, beijos, carícias, além de abranger a estética, a genética e a identificação por meio da reprodução de modelos e desempenhos de papéis sociais.7

A vida sexual nesta fase, assim como em todas as outras, precisa ser entendida, em um contexto mais ampliado que deve levar em consideração a vivência, o contexto histórico, social, econômico e cultural em que a mulher se insere. Ao pensar na vida sexual do ser humano devemos entendê-la como sendo multifatorial que se integra à rede de significados do grupo social. Nesse sentido, é constituída de experiência pessoal, única e marcada profundamente pela cultura em que cada pessoa vive e submerge.

Diante dessas questões esta pesquisa teve como objetivo estudar as representações sociais da vida sexual da mulher no climatério atendidas em serviços públicos de saúde.

MÉTODO

Pesquisa qualitativa e descritiva, numa perspectiva da Teoria das Representações Sociais (TRS), na vertente processual, visto que a sexualidade aqui representada pela vida sexual caracteriza-se enquanto fenômeno socialmente elaborado e compartilhado, capaz de sofrer modificações contínua e recíproca, devido ao contexto do meio social. A TRS tem como pilares os saberes sociais para a sua explicação, o que permite compreender os fenômenos com implicações na vida sexual, em que o ponto de partida é a própria representação que este grupo tem do climatério. Nos estudos orientados a partir desta perspectiva, procura-se captar os nexos de articulação da vida coletiva de uma sociedade e, também, as construções simbólicas, em que os sujeitos dão sentidos e entendem o mundo, construindo uma identidade social.8

Moscovici propôs a existência de três dimensões sobre as quais se estrutura a representação social, sendo a atitude, a informação e o campo de representação. Neste estudo, focalizam-se os campos de representações da vida sexual da mulher que vive o climatério de forma articulada, organizada e hierarquizada. Os elementos que constituem a representação são estruturados segundo uma lógica interna própria estabelecendo entre si, relações que determinam o significado e o lugar ocupados por esses elementos no sistema de representação.9

Os sujeitos foram 40 mulheres que vivenciavam o climatério e que foram divididos em dois grupos de pertença, com 20 entrevistadas em cada segmento: o Grupo A (GA) foi formado por mulheres que estavam na fase da perimenopausa, entre 45 e 55 anos, e o Grupo B (GB), na fase tardia, entre 55 e 65 anos. Foram excluídas as que estavam no primeiro período do climatério, classificado como fase precoce, entre 35 e 44 anos e àquelas que não desejaram participar do estudo. A pesquisa foi desenvolvida em duas unidades de saúde universitárias, pertencentes ao serviço público do município do Rio de Janeiro que atendem a área ginecológica.

Os dados foram coletados no período de seis meses durante o ano de 2009. Utilizou-se um formulário para levantar o perfil das entrevistadas, além de um roteiro de entrevista semiestruturada, individual, procurando explorar informações para conhecer as representações sociais sobre a vida sexual das mulheres na fase do climatério.

A captação das mulheres ocorreu na sala de espera das consultas ginecológicas, onde foi feito o convite para participar do estudo e agendado as entrevistas, previamente, conforme disponibilidade do dia e horário dos sujeitos. Estas aconteceram em local reservado após a consulta assegurando a privacidade, liberdade e a segurança das participantes. Estas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TLCE), após leitura e concordância em participar da pesquisa. A mesma foi aprovada pelo parecer n. 75/08, do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery e Hospital Escola São Francisco de Assis, atendendo aos princípios éticos da pesquisa em seres humanos.

Para analisar os dados utilizou-se o método de análise de conteúdo,10 que originou as seguintes categorias: Sexo sem vida/ruim; Continuidade do prazer/descoberta; e Sem sexo, mas em paz. Posteriormente, a partir dos grupos de pertença e dos conteúdos das entrevistas e das categorias foi mapeado o agrupamento do material formando uma grande linha organizadora do discurso sobre a representação da vida sexual no climatério, culminando nos três campos de representações sociais: Mulheres na perimenopausa – campo representacional da continuidade da sensualidade e sexualidade; Mulheres na perimenopausa – a representação da negatividade do climatério levando a uma vida sexual sem prazer; e Mulheres na pósmenopausa – vida sexual ancorada no processo de envelhecimento.

RESULTADOS

Perfil socioeconômico das entrevistadas

A idade predominante no GA foi de 45 a 50 anos (55%), enquanto que no GB foi de mulheres com mais de 60 anos (55%). A escolaridade predominante foi a do ensino fundamental completo no GA (40%), enquanto no GB foi o incompleto (40%). A condição de parceiros fixos predominou em ambos os grupos sendo no GA em 90% e no GB em 80%. Com relação à atividade sexual, 90% do GA afirmaram ter vida sexual ativa e, no GB somente 60% confirmou esse resultado. Cabe destacar que os 40% restante declaram não mais ter relações sexuais, seja por não ter mais parceiros, por não desejarem ou por questões de saúde, ou por ambos. Em relação às atividades trabalhistas remuneradas, 70 % do GA trabalham fora do lar; no GB somente 20% refere essa atividade. Esse resultado é justificado, considerando que grande parte delas se encontram aposentadas.

A vida sexual de mulheres no climatério

Em relação à vida sexual da mulher no climatério emergiram três categorias (Tabela 1): Sexo sem vida/ruim; Continuidade do prazer/descoberta; e Sem sexo, mas em paz. A primeira categoria apareceu num total de 23 discursos (57,5%), a segunda categoria em 14 (35%) e a última categoria apenas três depoimentos (7,5%).

A primeira categoria emergiu dos discursos das mulheres que referiram que o sexo neste período é algo sem razão de existir, sem propósito, sem motivação, até mesmo sendo apontado como algo penoso e perverso de se viver. Esta categoria apareceu em ambos os grupos, porém com um destaque maior no GB, em 13 depoimentos (65%), demonstrando que as mulheres mais velhas se ressentem mais de uma vida sexual prazerosa. Nesse contexto, os resultados mostraram sete (35%) mulheres, já sem atividade sexual.

Antes dessa fase eu vivia a minha vida sexual normalmente, com prazer, o relacionamento me completava. Hoje é muito difícil, sinto muito ressecamento da vagina, pois a pele está mais seca. Completamente diferente! Estou ficando velha! Se não tivesse marido não queria saber de homem. O interesse sexual diminuiu (Ent. 22 GB).

Climatério pra mim significa fim da vida, um terror, é muito desconforto todos os dias; e sexo, para que isso? Já tive filhos. Não tem mais necessidade de sexo, não vou ter mais filho. Era só o que faltava, velha ficar tendo sexo! (Ent.15 GB).

Problema de pressão, de tireóide, gorda, pele horrível, cabelo caindo. A gente se sente velha e doente. Como ter sexo assim? Tudo dói (Ent. 1 GB).

Vários são os motivos que levam as mulheres a apontar o sexo nessa fase como algo "Sem vida/ruim" como a incompreensão do parceiro ao momento vivido; as mudanças corporais, como os fogachos e o ressecamento vaginal, mas também, as questões compartilhadas ao processo de envelhecimento, como flacidez da pele, perda da massa muscular e dores generalizadas. No entanto, outras questões externas relativas à vida familiar, como preocupação com os filhos, a saúde e a vida financeira; medo da traição e, até mesmo, não considerar o sexo próprio para a idade, mesmo sentindo desejo, foram também pontos relatados por algumas mulheres, com muita ênfase e significado.

A função sexual não só sofre alterações biológicas com a idade, mas também pelas questões emocionais, sociais e culturais que interferem, significativamente, na intensidade e qualidade do desejo e da resposta sexual.3 Jamais podemos esquecer que o envelhecimento que coincide com o climatério é visto em nossa sociedade como um período de prejuízo com relação à beleza, a atratividade e a função reprodutiva, sinônimo cultural da mulher, o que acarreta desvalorização do feminino.2 Se essas representações estão condicionadas a uma concepção da velhice enquanto uma fase da vida ligada a perdas é esperado que gerasse no indivíduo grande expectativa e rejeição, já que se configura com o que ele espera da própria velhice.11 Este fato pode ser compreendido, segundo Moscovici,8 quando menciona que as pessoas estão sob controle de uma ideologia dominante que é produzida e imposta por uma classe social, seja pelo Estado, pela Medicina, ou a Igreja, e que pensam refletindo essa ideologia.

Nessa perspectiva é importante destacar que na categoria estudada, em que apresentou 23 depoimentos, 14 participantes ainda mantêm vida sexual, sendo de forma passiva, ou seja, mantendo apenas com a finalidade única da satisfação e do prazer sexual do homem. Estas mulheres acreditam que ser função e responsabilidade delas estarem a serviço do desejo de seu companheiro. Esta representação ancora-se no papel histórico cultural da mulher que foi e ainda é submissa no contexto familiar, marcado pelos valores patriarcais, que tem como características a reprodução, a monogamia, a durabilidade da união e a harmonia.12

Sexo, pra mim, se nem existisse era melhor. É tão ruim fazer uma coisa sem vontade. Eu faço por obrigação, demoro uns três meses ou mais para ter uma relação. Fujo o que posso! Mas o problema é que as outras mulheres ficam em cima. Assim não posso deixar, tenho essa obrigação! Essa é minha obrigação de mulher, de esposa... (Ent. 29 GB).

Um dos motivos que merece destaque com relação à vivência penosa da vida sexual nessa fase é o posicionamento do parceiro como a indiferença, o não entendimento da fase vivida, as grosserias, o tratar a mulher como um objeto do desejo sexual.

Meu marido não prepara pra nada antes da relação, ele já vem e pronto! Não sei explicar se eu tenho prazer, acho que não tenho é nada. Quando ele se realiza acaba tudo. Não sei o que é orgasmo! Ele não faz um carinho, nunca fez. Mas com o passar da idade ainda é pior, eu acho que está mais longe. Eu já estou te falando, eu não tenho vontade de nada. Ele chega faz o que tem que fazer, eu só fico rezando para acabar logo (Ent. 26 GB).

Observa-se nos depoimentos a expressão da cultura patriarcal, onde a mulher é objeto do homem, dominada, hierarquizada, e que determina uma relação socialmente desigual entre homens e mulheres conhecida como dominação-exploração.12 Uma relação de poder que deixa claro que o homem não foi criado para ser companheiro, mas sim para mandar. Essa desigualdade entre os sexos tem produzido historicamente a submissão e inferiorização da mulher e isto se reflete nitidamente na esfera sexual, no cotidiano dos casais, na intimidade. E isso parece aumentar com o passar da idade. As repercussões do processo de envelhecimento da mulher sobre a sexualidade constituem assunto particularmente repleto de preconceitos e estigma, como se a sexualidade e o prazer fosse atributo apenas da mulher jovem em função de sua beleza e do vigor físico.13 As mulheres ancoram a sexualidade no climatério em uma esfera histórica onde essa fase possa representar um divisor de águas entre o desejo/prazer sexual e o fim desse binômio. Esta situação pode ser compreendida pelo histórico da sexualidade feminina, em que a vida sexual da mulher foi socialmente aceita apenas para servir ao parceiro e destinado à procriação. Essas mulheres trazem por tradição conotação de anos ou de vida de repressão sexual que permeia as sociedades ocidentais acabando por reforçar o ideário de que o sexo nesta faixa etária já não é necessário ou importante.

Esse fato apresentou-se por tratar de mulheres com mais idade onde apresentam todo um arcabouço tradicional com relação à sexualidade e ao sexo na idade mais avançada, além do que 12 (60%) mulheres desse segmento, encontravam-se na terceira idade, trazendo consigo os estereótipos sociais da mulher idosa. As mulheres ao constituírem suas representações acerca de um climatério sem motivação sexual interpretam e traduzem os conhecimentos veiculados socialmente sobre esse assunto, trazendo as marcas do controle social, deixadas na trajetória de suas vidas.6 Por meio de um processo ativo as mulheres assimilam esse conhecimento, apreendem para si essa representação; incorporam as informações de acordo com os referenciais que possuem os meios de comunicação que têm acesso e os recursos disponíveis. Com esse entendimento, as representações são elaboradas a partir das informações que circulam, se renovam e se cristalizam.8

A segunda categoria "Continuidade/descoberta do prazer" é composta pelos depoimentos das entrevistadas que declararam que o sexo nessa fase foi à verdadeira descoberta do prazer, do orgasmo ou da continuidade do desejo sexual. Essa parcela de participantes referiu que não houve diminuição do prazer, muito pelo contrário, aludiram que só foram sentir o clímax de uma relação sexual nesta fase de vida.

Agora eu sinto orgasmo e tesão com o meu namorado, com o meu preto é tudo de bom! Vou à lua com ele! Só agora é que descobri onde a lua fica! Você acredita? [risos] (Ent. 07 GA).

Apesar de eu ter engordado muito, a atividade sexual continua a mesma. O mesmo fogo e a vontade de sempre, um companheirismo... (Ent. 30 GB).

Esta descoberta ou mesmo a continuidade do prazer sexual depois que entraram no climatério foi justificada por vários motivos, como terem mais tempo para se cuidarem, visto que os filhos já estão crescidos; maior companheirismo, e às vezes, de um novo parceiro sexual; estabilidade financeira e de vida; o fato também de não se preocuparem mais com a possibilidade de engravidar ou de menstruar, entre outros. Todos esses fatores trazem ao climatério uma maior tranquilidade que, certamente, contribuiu para a melhoria da qualidade do relacionamento sexual. Isso não significa que essas mulheres não sintam mudanças corporais e sintomatologias próprias dessa fase, porém nada que as impeçam de viver a sexualidade de uma forma mais plena. Esses discursos mostram que viver a sexualidade envolve uma imensidão de sentimentos, como estar com o outro, sentir o outro e compreender as múltiplas possibilidades do relacionamento.14

Entre as possibilidades de enfrentamento para que as mudanças tornassem menos pesadas no cotidiano destacam a participação em grupos de terceira idade, novos parceiros, mudanças de hábitos de vida incluindo atividades físicas e alterações alimentares. Esse fenômeno pode ser explicado pela análise de Moscovici,8 quando afirma que as representações são plurifacetadas, dinâmicas e fluidas que se renovam com o tempo e as mudanças sociais. Destacam, ainda, o amadurecimento, o posicionamento de livre arbítrio e um maior aprendizado de vida, manifestando a plenitude de uma maturidade física e psicológica.

Não tenho pressa para nada. Com meu marido não! Mas com ele é diferente!Ele faz tudo que quero na cama. Ele diz que sou bonita e gostosa. Também me cuido para ficar bonita para ele (Ent. 07 GA).

Antigamente eu tinha mais energia, hoje mudou, mas ficou mais gostoso. Agora é mais devagar. Antes meu marido queria fazer sexo todo dia. O que a gente faz é mudar de posição; eu procuro variar! Ele é carinhoso...me cuido bastante para ele (Ent. 11 GA).

Apesar dos vários motivos apresentados, um em particular chama atenção, ao analisar os discursos desse segmento de mulheres: o companheirismo, seja ele de anos de convivência ou de novos relacionamentos. Normalmente, esses parceiros as valorizam como mulheres, respeitam suas vontades, elogiam sua feminilidade, são presentes e verdadeiros companheiros em suas vidas. O fato de se sentir compreendida, amada, respeitada, atraente e desejada desperta a vontade de ficar mais próxima do seu parceiro. Nessas condições, acontece um maior envolvimento do casal, promovendo um aumento da autoestima da mulher e, consequentemente, do casal. Com esse envolvimento, as relações afetivas sexuais tendem a ser bem vividas e prazerosas, o que proporciona um colorido todo especial à vida. Mulheres e homens têm o grau de afetação determinado pelo capital psíquico que possuem, incluindo as suas vivências, o que conquistou ou deixou de conquistar, ao longo de sua história de vida.15

Com relação ao grupo de pertença, verificamos que esta categoria foi mais presente no GA em 10 depoimentos (50%), sendo que no GB emergiu apenas em quatro discursos (20%). Isso nos fez pensar que este ponto favorável da vida sexual apareceu nas mulheres na fase da perimenopausa, onde as alterações corporais ainda não estão tão acentuadas, nem alguns fatores próprios da velhice, ainda não apareceram como no segmento das mulheres na pósmenopausa. Como descrito no perfil das participantes, geralmente as mulheres do GA trabalham fora, algumas ainda menstruam, namoram, e não são consideradas pelo senso comum como idosas, são mulheres que se sentem produtivas socialmente, com vigor físico e sem presença de patologias inerentes a velhice.15

Compreende se que os símbolos, historicamente criados entre a juventude e a velhice são produzidos na esfera pública e se referem a produções intersubjetivas disparadas na vida cotidiana.16 Essas representações são compartilhadas nos cenários coletivos e vão se tornando, elas mesmas, mantenedoras dessas representações sociais. Este fato é notório, quando essas mulheres expressam os seus desejos de cuidados para viver um relacionamento sexual agradável e satisfatório, seja ele, o antigo anos de convivência, ou com um novo parceiro.

A terceira categoria, Sem sexo, mas em paz, sobressaiu apenas no GB, com três mulheres (15%). Compondo-a estão aquelas mulheres que mesmo sem atividade sexual, se sentem tranquilas, uma vez que referem não ter mais desejo, nem vontade de ter uma vida sexual. Afirmam ter encontrado em outras atividades como participação de grupos religiosos, grupos da terceira idade, cuidados com os netos e a família, além de participação em cursos e atividades físicas, dentre outros, um objetivo maior para realização de sua vida. Enfim, deparam-se com outros planos que lhes dão tanto prazer ou até mais que o sexual, fazendo com que não sintam a carência desse componente.16

Todo comportamento é impregnado de significações, enriquecendo a tessitura do que é para cada um, a sua realidade vivida e a tradição de sua cultura.17

O meu marido foi para o Sul! E não tenho sentido nenhum problema, pois tenho tantos outros afazeres de ordens estruturais e familiares, que não sinto falta nenhuma. Sinto-me muito pra cima. A minha família tem sido minha prioridade [...] (Ent. 28 GB).

Não sinto vontade de sexo. Foi bom enquanto durou! Agora tenho outras prioridades de vida: a minha igreja. Agora nós somos dois amigos, companheiros, e para isso não precisamos mais de sexo!Sou muito feliz! (Ent. 36 GB).

DISCUSSÃO

Teorizando sobre as representações sociais das mulheres com relação à vida sexual no climatério

A partir dessa trajetória apresentam-se as representações sociais das participantes do estudo sobre a vida sexual, tendo em vista que esta sofre influência direta de como vivência o climatério/menopausa. O sujeito social ativamente constrói ou reconstrói à sua realidade de uma forma autônoma e criativa. Os indivíduos representam por excelência, o espaço do sujeito social, lutando para dar sentido, interpretar e construir o mundo em que se encontram.18 No processo de elaboração dessas representações sociais as mulheres desse estudo utilizam mecanismos diversos, os quais é preciso entender, para então tornar conhecida a ancoragem desse fenômeno, o que parece estranho e desafiador é transformado em familiar e conhecido. Com base nesse pressuposto, discute-se o processo de ancoragem das entrevistadas para entender as representações sociais sobre a vida sexual no climatério.

Partindo-se dos procedimentos analíticos adotados, percebeu-se a construção de três campos de representações, estruturadas em conformidade com os grupos de pertença (GA e GB) utilizados nesse estudo.

Campo representacional da continuidade da sensualidade e sexualidade

Neste primeiro campo representacional, fizeram parte 11 participantes na perimenopausa das 20 entrevistadas. O climatério foi considerado como uma fase tranquila nas suas vidas, pois embora percebam as modificações físicas e psicológicas relativas a esse momento, não as julgam como perdas; mas como um período de maturidade e de novas conquistas. Esse grupo de pertença apresenta características que lhes são específicas, uma vez que o climatério mostra pontos relativos a momentos de liberdade, de novas descobertas, amadurecimento e de grande aprendizagem, isto é, reconhecem como um período salutar em suas vidas. Nesse contexto, o sexo no climatério foi representado como uma continuidade ou descoberta do prazer, onde se atrela a possibilidade de construção ou de renovação na vida sexual. As mulheres sentem-se desejadas, amadas, ainda com vigor e atrativos sexuais, com seu poder de sensualidade e feminilidade, pois a constituição da identidade do sujeito se expressa como vive a questão da corporeidade e da intimidade afetivo sexual; da significação das normas, da moral e da ética grupal. A expressão sexual é multideterminada, dinâmica e histórica representada tanto no individual como no coletivo. Essas representações comuns a esse grupo de mulheres são frutos de práticas semelhantes e foram ancoradas em características socioculturais da contemporaneidade, específicas das mudanças de gênero. As representações sociais definidas como constitutivas do pensamento social são, portanto, dotadas de poder convencional e prescritivo sobre a realidade e o meio social,8 permitindo compreender esse movimento de contemporaneidade. A visão de mundo desse grupo com relação ao climatério e a repercussão na sua vida sexual mostra um novo sentido à condição feminina, reestruturando as concepções sobre o ser mulher climatérica, onde o desejo e o prazer sexual podem ser pontos de realização para essa nova concepção feminina, não mais pautada unicamente na maternidade e na jovialidade.

A representação da negatividade do climatério levando a uma vida sexual sem prazer

Neste segundo campo representacional fizeram parte nove das 20 mulheres pertencentes ao GA, que tiveram representações divergentes do segmento anterior. Para estas mulheres, o climatério foi percebido com um forte contexto de desvalorização referente às mudanças que surgiram em suas vidas nessa fase. As modificações corporais foram referidas, fundamentalmente, pelas preocupações com a perda dos atrativos da beleza e da juventude, e com os sintomas característicos das mudanças biológicas próprias do climatério. Evidencia-se assim, a visão também negativa, do sexo no climatério. Esse fenômeno aqui ancora-se na forte correlação social entre sexo e reprodução. A visão histórica do corpo feminino como reprodutora é a base para o entendimento de que a mulher na menopausa é assexuada, ou seja, já tendo a sua função materna concluída, passa a ter uma conotação de que não é mais necessário dar continuidade à vida sexual. As representações dessas mulheres acerca do sexo no climatério sem prazer foram construídas mediante as vivências e convivências dentro de um ambiente social, influenciado pela mídia e tradição cultural do papel feminino centralizado na maternidade. Essa visão da mulher ainda está atrelada aos princípios valorativos que circulam em nossa sociedade de que, só é atraente o corpo jovem, magro, sem rugas e malhado, restando ao velho apenas as recordações.

Vida sexual ancorada no processo de envelhecimento

Na análise desse campo representacional verificam-se as 16 entrevistadas que estão dentro desse campo são do GB. O climatério para esse grupo torna-se singular pela quase completa ausência de condicionantes positivos atrelados às suas interpretações e inferências sobre esta fase de vida. Sob a ótica das representações é necessário interpretar o que lhes acontece para dar sentido ao climatério; essas mulheres lançam mão de situações que se deparam cotidianamente, de tal forma que orientam as suas escolhas e práticas, frente ao sexo nessa fase. Percebe-se a ancoragem do climatério como um processo de envelhecimento e doença, onde seus papéis sociais como mulher trabalhadora, mulher mãe, mulher esposa estão comprometidos. A despeito desta visão patológica do climatério a elaboração dessa representação encontra-se embasada histórica e culturalmente nas metáforas médicas do corpo da mulher, com relação à menstruação e a menopausa, onde esta última era considerada como uma enfermidade feminina.19

Frente a esse conjunto de conhecimento de resgates sociais o sexo no climatério foi representado como sem vida e sem necessidade, reforçando a simbologia do sexo apenas como biológico ligado a vida, a reprodução e a juventude. Finalmente, essa análise pode ser melhor compreendida quando ressalta-se que enquanto fenômeno, as representações sociais se apresentam sob diversas imagens e se condensam em um conjunto de significados os quais permitem explicar o que está acontecendo.18

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Investigar as representações sociais da vida sexual das mulheres no climatério atendidas em serviços públicos de saúde constituiu um empreendimento intelectual desafiador em virtude de a temática ser ainda pouco explorada e envolver questões complexas no campo representacional das relações da sensualidade e sexualidade na fase climatérica, agregadas aos valores sociohistoricoculturais tradicionais ao feminino e envelhecimento. A opção por uma linha de pesquisa de investigação cultural possibilitou o estudo do objeto pertinente a uma realidade dinâmica, multifatorial, complexa e em transformação que teve como eixo condutor um conjunto de conhecimento de resgates sociais, reforçando a simbologia do sexo apenas como biológico ligado à vida, a reprodução e a juventude numa compreensão das representações sociais sob diversas imagens que se condensam em significados que permitem explicar o que está acontecendo. , ainda, compreender como as mulheres que se encontram no período do climatério viveram a sua sexualidade, especificamente, a sua vida sexual. Suas vivências e inúmeras expectativas, de forma diferenciada por cada segmento: para umas, foram momentos de valorização pessoal, autoestima, autonomia, descobertas, conquistas, maturidade e liberdade; enquanto à outras, de desilusões, preconceitos, perdas, solidão, incertezas, e valores negativos.

Os resultados apontaram que a vida sexual da mulher no climatério ancorou-se nos estereótipos femininos de uma formação cultural conservadora, em que o sexo e o amor devem caminhar juntos, como algo indissociável e dependente um do outro. Por outro lado, a visão do envelhecimento sexual da mulher no climatério reforçou a idéia de que a atenção erótica é somente na esfera da juventude, exigindo a busca pela descoberta de outros valores, que não somente o físico para a atração sexual.

O climatério ainda necessita de maiores investigações por ser impregnado de uma cultura repleta de preconceitos, medos, mitos e silêncios subjulgados pela sociedade onde a mulher é considerada um ser submisso, não preparada para ter ou vivenciar uma vida sexual satisfatória e prazerosa, devido a um processo educacional religioso judaico-cristão, dentro de normas e regras rígidas quanto ao uso do seu próprio corpo e de sua sexualidade.

É necessário conhecermos mais a realidade desse grupo social de mulheres: suas vivências, suas necessidades, a fim de construir, a partir da interação e do diálogo propor estratégias de cuidados que busquem uma maior autonomia dessas mulheres em relação ao seu corpo, sua sexualidade e consequentemente sua cidadania.

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  • 1
    Representaciones sociales de la vida sexual de las mujeres en el climaterio atentidas en el servicio público de salud
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Abr 2013
    • Data do Fascículo
      Mar 2013

    Histórico

    • Recebido
      27 Nov 2011
    • Aceito
      06 Ago 2012
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