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Análise comparativa entre tratamentos convencional e endovascular de aneurisma de aorta abdominal

Resumos

Contexto:

O aneurisma de aorta abdominal (AAA) é uma condição frequentemente assintomática, porém potencialmente fatal, cuja prevalência em homens com 60 anos ou mais está entre 4,3% e 8%. Existem duas modalidades de tratamento disponíveis: cirurgia aberta (TA) e endovascular (TE).

Objetivo:

Comparar os resultados dessas duas modalidades de tratamento, entre 2008 e 2013, em um hospital terciário.

Métodos:

Análise retrospectiva comparando 119 pacientes submetidos ao TA e 219 pacientes submetidos ao TE, para correção de AAA.

Resultados:

O grupo submetido ao TE apresentou maior idade (71,3 vs. 68,2 anos; p<0,001) e doença coronariana (44,7% vs. 27,7%; p=0,002), além de menor fração de ejeção (57,6% vs. 64,3%; p<0,001); por sua vez, o grupo submetido ao TA exibiu mais doença pulmonar obstrutiva crônica (16,0% vs. 5,9%; p=0,004) e menor colo proximal infrarrenal (15,5 mm vs. 23,0 mm; p<0,001). Entretanto, não houve diferença na classificação ASA (American Society of Anesthesiology) (p=0,36). O grupo de TE apresentou menor sangramento intraoperatório (171 mL vs. 729 mL; p<0,001), com menor necessidade de hemotransfusão (11,9% vs. 73,1% p<0,001), menor permanência em UTI (2,4 vs. 3,5 dias; p=0,002) e menor tempo de internação hospitalar (5,8 vs. 10,3 dias; p<0,001). A mortalidade em 30 dias foi semelhante (TA 5,0% vs. TE 4,1%; p=0,78), também não havendo diferença nas complicações pós-operatórias. O custo médio do TE foi maior (R$34.277,76 vs. R$4.778,60; p<0,001).

Conclusão:

As taxas de morbimortalidade foram semelhantes, sendo no TE o sangramento, a necessidade transfusional e a duração da internação hospitalar menores, porém com custo mais elevado.

aneurisma de aorta abdominal; procedimentos cirúrgicos vasculares; procedimentos endovasculares


Context:

Abdominal aortic aneurysm (AAA) is a condition that is usually asymptomatic, but potentially fatal, and has a prevalence in men over 60 years old ranging from 4.3% to 8%. There are two treatment options available: open surgery (OS) and endovascular treatment (ET).

Objective:

To compare the results of repairs conducted using these two treatment methods from 2008 to 2013 in a tertiary hospital.

Methods:

A retrospective analysis comparing 119 patients treated with OS and 219 patients who underwent ET for AAA repair.

Results:

The ET group was older (71.3 vs. 68.2 years; p<0.001) and had a higher rate of coronary disease (44.7% vs. 27.7%; p=0.002) and a lower ejection fraction (57.6% vs. 64.3%; p<0.001); in turn, the OS group had more chronic obstructive pulmonary disease (16.0% vs. 5.9%; p=0.004) and a smaller proximal infrarenal neck (15.5 mm vs. 23.0 mm; p<0.001). However, there was no difference in ASA classification (American Society of Anesthesiology) (p=0.36). The ET group had less intraoperative bleeding (171 mL vs. 729 mL; p<0.001) and required fewer blood transfusions (11.9% vs. 73.1% p<0.001), and spent shorter stays in both ICU (2.4 vs. 3.5 days; p=0.002) and hospital (5.8 vs. 10.3 days; p<0.001). Thirty-day mortality was similar (OS 5.0% vs. ET 4.1%; p=0.78) and there was also no difference in postoperative complications. The average cost of ET was higher (R$34,277.76 vs. R$4,778.60; p<0.001).

Conclusions:

Rates of morbidity and mortality were similar, although ET was associated with less bleeding, fewer transfusions and shorter hospital stays, but was more expensive.

abdominal aortic aneurysm; vascular surgical procedures; endovascular procedures


INTRODUÇÃO

O aneurisma de aorta abdominal (AAA) é uma condição usualmente assintomática e potencialmente fatal aos primeiros sintomas, definida como uma dilatação da aorta maior ou igual a 3,0 cm, o que normalmente corresponde a mais de dois desviospadrão acima do diâmetro médio para homens e mulheres, ou uma vez e meia maior que o esperado diâmetro infrarrenal normal do indivíduo11. Moll FL, Powell JT, Fraedrich G, et al. Management of abdominal aortic aneurysms clinical practice guidelines of the European society for vascular surgery. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2011;41(41, 1):S1-58. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2010.09.011. PMid:21215940
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.

Os AAA são geralmente diagnosticados em exames de rotina e, embora possam causar dor abdominal ou lombar, a ruptura pode ser o seu sintoma inicial. Esse risco é baixo em aneurismas menores do que 5,5 cm, porém, em sua ocorrência, somente 25% dos pacientes chegam vivos ao hospital e apenas 10% sobrevivem à cirurgia22. Puech-Leafio P, Molnar LJ, Oliveira IR, Cerri GG. Prevalence of abdominal aortic aneurysms: a screening program in Safio Paulo, Brazil. Sao Paulo Med. J. 2004;122(4):158-60..

Mais de 40 mil procedimentos para correção de AAA são realizados todos os anos nos EUA33. Gupta PK, Ramanan B, Lynch TG, et al. Endovascular repair of abdominal aortic aneurysm does not improve early survival versus open repair in patients younger than 60 years. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2012;43(5):506-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2012.02.006. PMid:22386386
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. Em São Paulo, estima-se que 1,8 a 3% das pessoas com 50 anos ou mais possuam esta condição22. Puech-Leafio P, Molnar LJ, Oliveira IR, Cerri GG. Prevalence of abdominal aortic aneurysms: a screening program in Safio Paulo, Brazil. Sao Paulo Med. J. 2004;122(4):158-60.. No subgrupo de homens com 60 anos ou mais, a prevalência está entre 4,3 e 8%44. Greenhalgh RM, Powell JT. Endovascular repair of abdominal aortic aneurysm. N Engl J Med. 2008;358(5):494-501. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMct0707524. PMid:18234753
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. Na presença de história familiar e doenças congênitas associadas, como Síndrome de Marfan e Ehler-Danlos, a prevalência e os índices de ruptura são ainda maiores55. Lederle FA. Abdominal aortic aneurysm—open versus endovascular repair. N Engl J Med. 2004;351(16):1677-9. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMe048258. PMid:15483287
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O tratamento cirúrgico eletivo é indicado para os pacientes com aneurismas com diâmetro superior a 5,5 cm6 ou com diâmetros menores, em situações especiais, como sexo feminino, presença de sintomas (dor e ateroembolismo) e características anatômicas específicas do aneurisma (saculações e ulcerações)33. Gupta PK, Ramanan B, Lynch TG, et al. Endovascular repair of abdominal aortic aneurysm does not improve early survival versus open repair in patients younger than 60 years. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2012;43(5):506-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2012.02.006. PMid:22386386
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55. Lederle FA. Abdominal aortic aneurysm—open versus endovascular repair. N Engl J Med. 2004;351(16):1677-9. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMe048258. PMid:15483287
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Em séries de pacientes operados em serviços de grande experiência, relatam-se taxas de mortalidade perioperatória (< 30 dias) para o tratamento cirúrgico aberto (TA) entre 1,6 e 6,5%, em grande parte devido ao bom manejo operatório e aos avanços nos cuidados pós-operatórios77. Mendonça CT, Moreira RCR, Timi JRR, et al. Comparação entre os tratamentos aberto e endovascular dos aneurismas de aorta abdominal em pacientes de alto risco cirúrgico. J Vasc Bras. 2005;4(3):232-42. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492005000300004.
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,88. Rossi FH. Pós-Operatório Hospitalar na Cirurgia Vascular e Endovascular. Condutas Terapêuticas do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Atheneu. 2006;1:6-6..

A publicação de Parodi et al.99. Parodi JC, Palmaz JC, Barone HD. Transfemoral intraluminal graft implantation for abdominal aortic aneurysms. Ann Vasc Surg. 1991;5(6):491-9. http://dx.doi.org/10.1007/BF02015271. PMid:1837729
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, em 1991, sobre o tratamento endovascular (TE) do AAA marcou uma mudança de paradigma no tratamento desta doença. Desde então, estudos randomizados prospectivos e multicêntricos têm demonstrado taxas de morbimortalidade perioperatórias menores do TE, quando comparadas às do TA22. Puech-Leafio P, Molnar LJ, Oliveira IR, Cerri GG. Prevalence of abdominal aortic aneurysms: a screening program in Safio Paulo, Brazil. Sao Paulo Med. J. 2004;122(4):158-60.44. Greenhalgh RM, Powell JT. Endovascular repair of abdominal aortic aneurysm. N Engl J Med. 2008;358(5):494-501. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMct0707524. PMid:18234753
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De acordo com dados recentes da literatura, há evidências que mostram que pacientes de alto risco se beneficiam do TE, ao passo que, em pacientes de baixo risco, com anatomia favorável para TE, ambas as técnicas têm resultados similares. O subgrupo de pacientes mais saudáveis apresentou maior benefício do TE em relação ao TA em termos de mortalidade precoce (30 dias), mas isso não se traduziu em uma vantagem de sobrevida em longo prazo1010. Moulakakis KG, Dalainas I, Kakisis J, Mylonas S, Liapis CD. Endovascular Treatment versus Open Repair for Abdominal Aortic Aneurysms: The Influence of Fitness in Decision Making. Int J Angiol. 2013;22(1):9-12. http://dx.doi.org/10.1055/s-0033-1333868. PMid:24436578
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,1111. Becquemin JP, Pillet JC, Lescalie F, et al. A randomized controlled trial of endovascular aneurysm repair versus open surgery for abdominal aortic aneurysms in low- to moderate-risk patients. J Vasc Surg. 2011;53(5):1167-1173.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2010.10.124. PMid:21276681
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Atualmente, há sérias dúvidas quanto à durabilidade, ao índice de complicações em médio prazo, à necessidade de reintervenções e aos custos do TE, preocupações estas que ganham importância à medida que, com o rastreio precoce efetivo, cada vez mais pacientes jovens com elevada expectativa de vida se mostram candidatos ao tratamento do AAA77. Mendonça CT, Moreira RCR, Timi JRR, et al. Comparação entre os tratamentos aberto e endovascular dos aneurismas de aorta abdominal em pacientes de alto risco cirúrgico. J Vasc Bras. 2005;4(3):232-42. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492005000300004.
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. Entretanto, com a evolução das endopróteses e o aumento da experiência com a terapêutica endovascular, tais preocupações podem estar superestimadas e não refletir a realidade no futuro1212. Sandford RM, Choke E, Bown MJ, Sayers RD. What is the best option for elective repair of an abdominal aortic aneurysm in a young fit patient? Eur J Vasc Endovasc Surg. 2014;47(1):13-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2013.09.014. PMid:24239144
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O TA com colocação de prótese sob visualização direta provou ser durável em dois sentidos: esta técnica tem sido utilizada há mais de 50 anos e os índices de complicações relacionadas à falha na prótese são de cerca de 0,3% ao ano. Esta é, contudo, uma cirurgia de grande porte, com taxas de morbimortalidade não desprezíveis55. Lederle FA. Abdominal aortic aneurysm—open versus endovascular repair. N Engl J Med. 2004;351(16):1677-9. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMe048258. PMid:15483287
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Dada a heterogeneidade do perfil de condições clínicas e anatômicas dos pacientes candidatos ao tratamento pelos dois métodos, é problemática a realização de uma randomização adequada para a análise comparativa entre as duas técnicas66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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,77. Mendonça CT, Moreira RCR, Timi JRR, et al. Comparação entre os tratamentos aberto e endovascular dos aneurismas de aorta abdominal em pacientes de alto risco cirúrgico. J Vasc Bras. 2005;4(3):232-42. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492005000300004.
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. Existem poucos estudos publicados nesse modelo e ainda não há consenso sobre a definição do tipo ideal de tratamento11. Moll FL, Powell JT, Fraedrich G, et al. Management of abdominal aortic aneurysms clinical practice guidelines of the European society for vascular surgery. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2011;41(41, 1):S1-58. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2010.09.011. PMid:21215940
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,66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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,1313. United Kingdom EVAR Trial Investigators, Greenhalgh RM, Brown LC, Powell JT, Thompson SG, Epstein D. Endovascular repair of aortic aneurysm in patients physically ineligible for open repair. N Engl J Med. 2010;362(20):1872-80. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa0911056. PMid:20382982
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1515. Lederle FA, Freischlag JA, Kyriakides TC, et al. Outcomes following endovascular vs open repair of abdominal aortic aneurysm: a randomized trial. JAMA. 2009;302(14):1535-42. http://dx.doi.org/10.1001/jama.2009.1426.
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.

É importante a análise de uma casuística local, dada a complexidade das variáveis que envolvem a seleção dos pacientes para cada tipo de tratamento e dos fatores técnicos e estruturais que podem influenciar na obtenção dos resultados. Não existe na literatura nacional grande estudo comparativo entre as duas técnicas.

OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é comparar os resultados dos tratamentos cirúrgico aberto e endovascular dos pacientes portadores de aneurisma de aorta abdominal entre os anos de 2008 e 2013 em um hospital terciário, através de uma análise retrospectiva com base na revisão sistemática de prontuários.

MÉTODO

Foi realizada uma análise retrospectiva, unicêntrica, observacional e transversal, com base na revisão de prontuários de 119 pacientes submetidos à correção cirúrgica aberta (TA) e 219 pacientes submetidos à correção endovascular (TE) de aneurisma de aorta abdominal (AAA), entre os anos de 2008 e 2013, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Os critérios de inclusão foram: pacientes portadores de AAA maior do que 5,0 cm de diâmetro, demonstrado por angiotomografia de multidetectores, com seguimento mínimo pós-operatório de 30 dias.

Foram excluídos do estudo pacientes submetidos a TA ou TE de emergência por AAA roto e aneurismas de aorta toracoabdominal, e com seguimento inferior a 30 dias no pós-operatório.

Foi realizada análise demográfica dos pacientes: idade, sexo, raça, presença de fatores de risco para AAA, diabetes mellitus, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, estenose de carótidas, doença arterial coronariana, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência renal crônica. Observamos também o índice de massa corpórea, fração de ejeção ao ecocardiograma e diâmetro máximo do aneurisma.

Analisamos as características do reparo do aneurisma: tipo de anestesia (geral ou geral mais regional), configuração da correção (prótese reta ou bifurcada e tipo de endoprótese), além de informações sobre o perioperatório: tempo de duração do procedimento, perda sanguínea estimada, transfusão sanguínea autóloga e heteróloga, média de uso de contraste endovenoso e tempo médio de fluoroscopia.

As seguintes complicações pós-operatórias foram observadas: mortalidade; infarto agudo do miocárdio; acidente vascular cerebral; insuficiência renal aguda; amputação maior; isquemia mesentérica; hemorragia; infecção de sítio cirúrgico; isquemia de membros inferiores; tromboembolismo venoso; broncopneumonia, e ocorrência de vazamento nas endopróteses.

Estimou-se o tempo médio de permanência em unidade de terapia intensiva e duração de internação hospitalar, além dos custos relacionados aos procedimentos.

Para a estimativa do custo total do tratamento, levamos em consideração o valor pago pelo Sistema Único de Saúde ao Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, o custo da permanência em leito convencional e em unidade de terapia intensiva, o valor da prótese de Dacron reta e bifurcada, o valor da endoprótese, o valor de unidades transfundidas de hemoderivados e do equipamento de autotransfusão, e o valor total do procedimento.

As variáveis de interesse foram inseridas em uma planilha para análise estatística realizada no programa R3.0.1 e considerou-se significativo o valor de p<0,05.

Para as variáveis qualitativas, foi utilizado o teste exato de Fisher bicaudal, e para variáveis quantitativas, o teste T ou o teste de Mann-Whitney, de acordo com a distribuição da variável em questão. Para verificar a normalidade das variáveis quantitativas, utilizamos teste de Shapiro-Wilk.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.

RESULTADOS

Características demográficas dos pacientes

Entre janeiro de 2008 e março de 2013, 338 pacientes foram submetidos ao tratamento eletivo de aneurisma de aorta abdominal (AAA), tendo 119 destes recebido tratamento cirúrgico aberto (TA) e 219, o tratamento endovascular (TE).

O grupo submetido ao TE apresentou maior idade (71,3 vs. 68,2 anos; p<0,001) e doença coronariana (44,7% vs. 27,7%; p=0,002), além de menor fração de ejeção ao ecocardiograma (57,6% vs. 64,3%; p<0,001); por sua vez, o grupo submetido ao TA exibiu mais DPOC (16,0% vs. 5,9%; p=,004) e menor colo proximal infrarrenal (15,5 mm vs. 23,0 mm; p<0,001). Note-se, porém, que não houve diferença na classificação ASA (p=0,36). O grupo TA também apresentou características anatômicas mais complexas, com maior percentual de aneurismas justa e pararrenais (11,3% vs. 4,1% e 4,8% vs. 0,45%, respectivamente, com p<0,001). As demais características demográficas e condições clínicas de base são detalhadas na Tabela 1.

Tabela 1
Características demográficas dos pacientes tratados com AAA.

Dados dos procedimentos e do pós-operatório

Anestesia geral foi utilizada na quase totalidade dos pacientes do grupo TE (99,1%), enquanto anestesia geral associada com bloqueio regional, na maioria do grupo TA (65,5%). Enxerto aortoaórtico foi utilizado em 51,3% dos pacientes do grupo TA e a endoprótese bifurcada, em 88,6% do grupo TE. As características do reparo dos aneurismas são vistas na Tabela 2.

Tabela 2
Caraterística do reparo do aneurisma.

Quando comparado com a cirurgia aberta, o tratamento endovascular apresentou menor duração do procedimento (105,9 vs. 235,0 min; p<0,001), menor sangramento intraoperatório (171 vs. 729,5 mL; p<0,001), com menor necessidade de hemotransfusão (11,9%, vs. 73,1%; p<0,001), mais curta permanência em UTI (2,4 vs. 3,5 dias; p<0,001) e menor tempo de internação hospitalar (5,8 vs. 10,3 dias; p<0,001). A Tabela 3 mostra os dados do perioperatório.

Tabela 3
Dados do perioperatório.

A análise de custos mostrou que, em média, o TA foi significativamente mais barato do que o TE (R$4.778,60 vs. R$34.277,76; p<0,001). As Tabelas 4 e 5 mostram os custos dos procedimentos e dos hemoterápicos utilizados.

Tabela 4
Custo hospitalar de tratamento cirúrgico aberto e endovascular do AAA.
Tabela 5
Custo Unitário Médio dos Hemocerápicos (Concentrado de Hemáceas e Plasma Fresco Congelado).

Desfechos e eventos adversos

A mortalidade em 30 dias foi semelhante (TA 5,0% vs. TE 4,1%; p=0,78), também não havendo diferença estatística nas complicações pós-operatórias (Tabela 6).

Tabela 6
Complicações pós-operatórias do tratamento aberto e endovascular do AAA.

DISCUSSÃO

O objetivo do tratamento do AAA é evitar a ruptura e o óbito. Com o advento do TE, idealizada por Parodi et al.99. Parodi JC, Palmaz JC, Barone HD. Transfemoral intraluminal graft implantation for abdominal aortic aneurysms. Ann Vasc Surg. 1991;5(6):491-9. http://dx.doi.org/10.1007/BF02015271. PMid:1837729
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em 1991, uma nova opção menos invasiva e associada a menores complicações perioperatórias foi introduzida1111. Becquemin JP, Pillet JC, Lescalie F, et al. A randomized controlled trial of endovascular aneurysm repair versus open surgery for abdominal aortic aneurysms in low- to moderate-risk patients. J Vasc Surg. 2011;53(5):1167-1173.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2010.10.124. PMid:21276681
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. Desde então, novas técnicas, materiais e endopróteses foram desenvolvidas, e os resultados terapêuticos, analisados.

Em revisão de literatura, encontramos apenas quatro trabalhos randomizados que compararam as técnicas66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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,1111. Becquemin JP, Pillet JC, Lescalie F, et al. A randomized controlled trial of endovascular aneurysm repair versus open surgery for abdominal aortic aneurysms in low- to moderate-risk patients. J Vasc Surg. 2011;53(5):1167-1173.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2010.10.124. PMid:21276681
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,1515. Lederle FA, Freischlag JA, Kyriakides TC, et al. Outcomes following endovascular vs open repair of abdominal aortic aneurysm: a randomized trial. JAMA. 2009;302(14):1535-42. http://dx.doi.org/10.1001/jama.2009.1426.
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,1616. United Kingdom EVAR Trial Investigators, Greenhalgh RM, Brown LC, et al. Endovascular versus open repair of abdominal aortic aneurysm. N Engl J Med. 2010;362(20):1863-71. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa0909305. PMid:20382983
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, não havendo trabalho nacional que tenha utilizado esse método comparativo. Outros trabalhos comparam alguns desfechos específicos (taxas de reintervenção e insuficiência renal)1717. Giles KA, Landon BE, Cotterill P, O'Malley AJ, Pomposelli FB, Schermerhorn ML. Thirty-day mortality and late survival with reinterventions and readmissions after open and endovascular aortic aneurysm repair in Medicare beneficiaries. J Vasc Surg. 2011;53(1):6-13.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2010.08.051.
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1919. Antonello M, Menegolo M, Piazza M, Bonfante L, Grego F, Frigatti P. Outcomes of endovascular aneurysm repair on renal function compared with open repair. J Vasc Surg. 2013;58(4):886-93. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2013.02.249.
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, ou utilizaram grupos restritos, com características particulares (idosos, obesos, alto risco cirúrgico)33. Gupta PK, Ramanan B, Lynch TG, et al. Endovascular repair of abdominal aortic aneurysm does not improve early survival versus open repair in patients younger than 60 years. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2012;43(5):506-12. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2012.02.006. PMid:22386386
http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2012.02...
,77. Mendonça CT, Moreira RCR, Timi JRR, et al. Comparação entre os tratamentos aberto e endovascular dos aneurismas de aorta abdominal em pacientes de alto risco cirúrgico. J Vasc Bras. 2005;4(3):232-42. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492005000300004.
http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492005...
,2020. Biancari F, Catania A, D'Andrea V. Elective endovascular vs. open repair for abdominal aortic aneurysm in patients aged 80 years and older: systematic review and meta-analysis. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2011;42(5):571-6. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2011.07.011. PMid:21820922
http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2011.07...
,2121. Raval MV, Eskandari MK. Outcomes of elective abdominal aortic aneurysm repair among the elderly: endovascular versus open repair. Surgery. 2012;151(2):245-60. http://dx.doi.org/10.1016/j.surg.2010.10.022. PMid:21244863
http://dx.doi.org/10.1016/j.surg.2010.10...
.

Verificou-se, no grupo submetido ao TE, a presença de idade mais avançada, doença coronariana e menor fração de ejeção. A elevada prevalência dessas comorbidades se deve ao fato de o nosso serviço ser um centro de referência nacional para doenças cardiovasculares. Pacientes de alto risco nos são encaminhados para tratamento, sendo que, em muitos desses casos, optou-se pelo TE por ser menos invasivo, mais rápido e com menores permanência em UTI e internação hospitalar. Outros estudos corroboram esses resultados, ratificando os benefícios do TE66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002...
,1111. Becquemin JP, Pillet JC, Lescalie F, et al. A randomized controlled trial of endovascular aneurysm repair versus open surgery for abdominal aortic aneurysms in low- to moderate-risk patients. J Vasc Surg. 2011;53(5):1167-1173.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2010.10.124. PMid:21276681
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2010.10....
,2222. de la Motte L, Jensen LP, Vogt K, Kehlet H, Schroeder TV, Lonn L. Outcomes after elective aortic aneurysm repair: a nationwide Danish cohort study 2007-2010. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2013;46(1):57-64. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2013.04.020. PMid:23683392
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,2323. Adriaensen ME, Bosch JL, Halpern EF, Myriam Hunink MG, Gazelle GS. Elective endovascular versus open surgical repair of abdominal aortic aneurysms: systematic reviewof short-term results. Radiology. 2002;224(3):739-47. http://dx.doi.org/10.1148/radiol.2243011675. PMid:12202708
http://dx.doi.org/10.1148/radiol.2243011...
.

Em grupos selecionados de pacientes de baixo a intermediário risco, o TA e o TE não apresentam diferenças em termos de sobrevida e complicações maiores e menores. A escolha da melhor modalidade terapêutica deve depender da ponderação de diferentes riscos: maior permanência hospitalar, taxa de transfusão no pós-operatório, complicações relacionadas à incisão no TA, maior necessidade de seguimento com tomografias, mais alta taxa de reintervenção e pequeno – porém persistente – risco de ruptura do AAA com TE1111. Becquemin JP, Pillet JC, Lescalie F, et al. A randomized controlled trial of endovascular aneurysm repair versus open surgery for abdominal aortic aneurysms in low- to moderate-risk patients. J Vasc Surg. 2011;53(5):1167-1173.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2010.10.124. PMid:21276681
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. O tratamento, portanto, deve ser individualizado, devendo o médico assistente levar em consideração a expectativa de vida do paciente, a avaliação de risco cirúrgico, a anatomia do aneurisma e, inclusive, a preferência do paciente1010. Moulakakis KG, Dalainas I, Kakisis J, Mylonas S, Liapis CD. Endovascular Treatment versus Open Repair for Abdominal Aortic Aneurysms: The Influence of Fitness in Decision Making. Int J Angiol. 2013;22(1):9-12. http://dx.doi.org/10.1055/s-0033-1333868. PMid:24436578
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.

Além dos AAA infrarrenais, também foram incluídos no trabalho os portadores de aneurismas justarrenais e pararrenais. Nestes casos, adotamos conduta cautelosa na indicação do TE, pelo fato de haver maior possibilidade de reintervenções e de insuficiência renal nesse grupo de pacientes, conforme verificado em outros estudos publicados66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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,1515. Lederle FA, Freischlag JA, Kyriakides TC, et al. Outcomes following endovascular vs open repair of abdominal aortic aneurysm: a randomized trial. JAMA. 2009;302(14):1535-42. http://dx.doi.org/10.1001/jama.2009.1426.
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,2121. Raval MV, Eskandari MK. Outcomes of elective abdominal aortic aneurysm repair among the elderly: endovascular versus open repair. Surgery. 2012;151(2):245-60. http://dx.doi.org/10.1016/j.surg.2010.10.022. PMid:21244863
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,2424. Carpenter JP, Baum RA, Barker CF, et al. Impact of exclusion criteria on patient selection for endovascular abdominal aortic aneurysm repair. J Vasc Surg. 2001;34(6):1050-4. http://dx.doi.org/10.1067/mva.2001.120037. PMid:11743559
http://dx.doi.org/10.1067/mva.2001.12003...
.

Em relação às características do procedimento, em nossa casuística, a totalidade dos pacientes foi submetida à anestesia geral; e, no grupo submetido ao TA, a anestesia regional foi associada em 65,5% dos casos. Essa conduta permitiu uma menor infusão de agentes anestésicos no intra e no pós-operatório; extubação mais rápida; melhor controle da dor e deambulação precoce; redução de complicações pulmonares, tromboembólicas e abdominais, e até mesmo de eventos coronarianos, pela redução do tônus simpático. Em nossa opinião, essa prática pode ser responsável pela baixa taxa de complicações pós-operatórias observadas em nosso estudo. Apesar da possibilidade de realização do TE apenas com anestesia local, essa conduta não é rotina em nosso serviço. Com o paciente intubado, existe a possibilidade da realização de apneia, o que facilita o posicionamento e a liberação mais precisa da endoprótese em pacientes com colos proximais aórticos desfavoráveis, o que se apresenta muito comum em nossa casuística. Esta proporção é consistente com o DREAM66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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, em que 94,7% dos pacientes do TE foram submetidos à anestesia geral.

Em relação aos tipos de anastomoses cirúrgicas distais, o tipo aortoaórtico foi o mais frequente (51,3%), seguido pelo aortobi-ilíaco (40,3%), assim como no DREAM66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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(59,8% e 33,3%, respectivamente). O tipo de endoprótese mais utilizada foi a bifurcada (88,6%), sendo tal índice de 94%, na literatura66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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.

Apesar da menor morbidade operatória e da menor permanência hospitalar, a literatura tem demonstrado um maior custo do TE em relação ao TA. Neste estudo, o TE apresentou custo em média 700% mais elevado do que o TA (R$34.277,76 vs. R$4.778,60; p<0,001). Esta diferença de valor está relacionada, principalmente, ao custo das endopróteses, o que também foi demonstrado em outros trabalhos publicados2525. Min SI, Min SK, Ahn S, et al. Comparison of costs of endovascular repair versus open surgical repair for abdominal aortic aneurysm in Korea. J Korean Med Sci. 2012;27(4):416-22. http://dx.doi.org/10.3346/jkms.2012.27.4.416. PMid:22468106
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2828. Stroupe KT, Lederle FA, Matsumura JS, et al. Cost-effectiveness of open versus endovascular repair of abdominal aortic aneurysm in the OVER trial. J Vasc Surg. 2012;56(4):901-9.e2. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2012.01.086. PMid:22640466
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. O valor da endoprótese corresponde, em média, a 70% do custo total do procedimento.

Na literatura nacional, o único trabalho encontrado que avaliou especificamente esses dados foi Mendonça et al.77. Mendonça CT, Moreira RCR, Timi JRR, et al. Comparação entre os tratamentos aberto e endovascular dos aneurismas de aorta abdominal em pacientes de alto risco cirúrgico. J Vasc Bras. 2005;4(3):232-42. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492005000300004.
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, publicado em 2005, no qual foram avaliados os custos de 31 pacientes submetidos ao TA e 18 pacientes ao TE (n=49). O custo total médio do procedimento foi 436% mais caro no grupo do TE (custo do TEV = R$ 48.063,00 e custo do TA = R$ 11.020,00). O principal fator responsável por essa diferença foi também o custo da endoprótese, que correspondeu a 77,4% do custo total. No entanto, nessa comparação, não foram utilizados os valores pagos pelo SUS. O cálculo foi feito apenas com os pacientes que tinham contrato com o plano de saúde privado, com um total de 21 pacientes no TA e de 16 no TE77. Mendonça CT, Moreira RCR, Timi JRR, et al. Comparação entre os tratamentos aberto e endovascular dos aneurismas de aorta abdominal em pacientes de alto risco cirúrgico. J Vasc Bras. 2005;4(3):232-42. http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492005000300004.
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.

Schermerhorn ML et al. realizaram um estudo retrospectivo, analisando pacientes beneficiários de um sistema de saúde americano (Medicare), portadores de AAA, submetidos ao tratamento aberto e endovascular de AAA no período de 2001 a 2004, com seguimento até 2005. Foram incluídos 45.660 pacientes, sendo 22.830 pacientes em cada grupo, com idade média de 76 anos. A mortalidade perioperatória foi menor no grupo endovascular do que no aberto (1,2% vs. 4,8%; p<0,001), assim como tempo médio de internação hospitalar (3,4 vs. 9,3 dias; p<0,001)2929. Schermerhorn ML, O'Malley AJ, Jhaveri A, Cotterill P, Pomposelli F, Landon BE. Endovascular vs. open repair of abdominal aortic aneurysms in the Medicare population. N Engl J Med. 2008;358(5):464-74. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa0707348. PMid:18234751
http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa0707348...
.

No presente estudo, a mortalidade e as complicações pós-operatórias não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre as duas técnicas. A taxa de mortalidade em 30 dias para TA foi 5,0%, em comparação a 4,1%, no TE. Há, na literatura, quatro grandes estudos controlados randomizados, que demonstraram uma menor taxa de mortalidade pós-operatória após TE (EVAR- 13030. EVAR trial participants. Endovascular aneurysm repair versus open repair in patients with abdominal aortic aneurysm (EVAR trial 1): randomised controlled trial. Lancet. 2005;365(9478):2179-86. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(05)66627-5. PMid:15978925
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, DREAM66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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, ACE3131. Becquemin JP. The ACE trial: a randomized comparison of open versus endovascular repair in good risk patients with abdominal aortic aneurysm. J Vasc Surg. 2009;50(1):222-4. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2009.04.074. PMid:19563976
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e OVER1515. Lederle FA, Freischlag JA, Kyriakides TC, et al. Outcomes following endovascular vs open repair of abdominal aortic aneurysm: a randomized trial. JAMA. 2009;302(14):1535-42. http://dx.doi.org/10.1001/jama.2009.1426.
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). A mortalidade em 30 dias ou durante internação, para tratamento endovascular, foi de 2,1% no EVAR-1, 1,2% no DREAM, 0,6% no ACE e 0,5% no OVER. Para o TA, a mortalidade foi de 4,3% no EVAR-1, 4,6% no DREAM, 1,3% no ACE e 3,0% no OVER. No entanto, publicações de dados, em longo prazo, desses estudos não mostraram diferença significativa na sobrevida ao longo do tempo1616. United Kingdom EVAR Trial Investigators, Greenhalgh RM, Brown LC, et al. Endovascular versus open repair of abdominal aortic aneurysm. N Engl J Med. 2010;362(20):1863-71. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa0909305. PMid:20382983
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,3232. Blankensteijn JD, Jong SE, Prinssen M, et al. Two-year outcomes after conventional or endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2005;352(23):2398-405. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa051255.
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3535. Chadi SA, Rowe BW, Vogt KN, et al. Trends in management of abdominal aortic aneurysms. J Vasc Surg. 2012;55(4):924-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2011.10.094. PMid:22226189
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2011.10....
. Apesar de a escolha do tipo de tratamento levar em consideração as características clínicas e anatômicas, o fato de a nossa casuística conter, em sua maioria, pacientes de alto risco cirúrgico parece ter contribuído para maiores taxas de mortalidade em relação aos grandes estudos. Essa diferença se mostra maior quando comparamos os nossos resultados do TE, em que os pacientes possuíam maior idade, cardiopatia e doença coronariana, importantes preditores de mortalidade no tratamento do AAA66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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,1616. United Kingdom EVAR Trial Investigators, Greenhalgh RM, Brown LC, et al. Endovascular versus open repair of abdominal aortic aneurysm. N Engl J Med. 2010;362(20):1863-71. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa0909305. PMid:20382983
http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa0909305...
,3535. Chadi SA, Rowe BW, Vogt KN, et al. Trends in management of abdominal aortic aneurysms. J Vasc Surg. 2012;55(4):924-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2011.10.094. PMid:22226189
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,3636. Verhoeven EL, Prins TR, Tielliu IF, et al. Treatment of short-necked infrarenal aortic aneurysms with fenestrated stent-grafts: short-term results. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2004;27(5):477-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2003.09.007. PMid:15079769
http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2003.09...
.

A presença de maior número de pacientes com insuficiência renal aguda dialítica no grupo do TA tem provável relação com a maior prevalência, em nossa casuística, de aneurismas complexos, exigindo clampeamentos acima das artérias renais ou mesmo reimplantes destas. Contudo, com o desenvolvimento de endopróteses ramificadas e fenestradas, além de novas técnicas endovasculares, há uma tendência no aumento da proporção de pacientes com características desfavoráveis que serão submetidos ao TE; entretanto, não existem ainda estudos comparativos66. Prinssen M, Verhoeven EL, Buth J, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2004;351(16):1607-18. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa042002. PMid:15483279
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,3535. Chadi SA, Rowe BW, Vogt KN, et al. Trends in management of abdominal aortic aneurysms. J Vasc Surg. 2012;55(4):924-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvs.2011.10.094. PMid:22226189
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,3636. Verhoeven EL, Prins TR, Tielliu IF, et al. Treatment of short-necked infrarenal aortic aneurysms with fenestrated stent-grafts: short-term results. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2004;27(5):477-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2003.09.007. PMid:15079769
http://dx.doi.org/10.1016/j.ejvs.2003.09...
.

Apesar de esta casuística apresentada ser a maior relatada na literatura nacional, nosso estudo tem limitações pelo fato de não ser randomizado nem prospectivo, com curto seguimento pós-operatório avaliado (30 dias). Os grupos não foram homogêneos, sendo os pacientes escolhidos para cada tipo de tratamento com base nos aspectos clínicos e anatômicos.

Esta análise comparativa de cinco anos das duas modalidades terapêuticas para AAA mostrou que o tratamento endovascular, apesar de taxas semelhantes de complicações precoces, está associado à menor duração do procedimento e da internação hospitalar, assim como da necessidade transfusional, em relação à cirurgia aberta. Apesar do elevado custo atual, com a tendência de diminuição do preço das endopróteses, o tratamento endovascular deve ser considerado, cada vez mais, como uma boa opção na abordagem do AAA em pacientes do SUS.

  • Fonte de financiamento: Nenhuma.
  • O estudo foi realizado no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo (SP), Brasil.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    29 Dez 2013
  • Aceito
    24 Jun 2014
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