Foi com atenção especial que lemos o artigo sobre o estudo conduzido por Urfalıoğlu et al.11 Urfalıoğlu A, Bakacak M, Boran OF. Ultrasound-guided versus surgical transversus abdominis plane block in obese patients following cesarean section: a prospective randomised study. Rev Bras Anestesiol. 2017;67:480-6. sobre o bloqueio do plano transverso abdominal (TAP) guiado por ultrassom em pacientes obesas. A conclusão do referido estudo é que os bloqueios TAP, tanto o guiado por ultrassom quanto o cirúrgico, são seguros e têm eficácia similar no fornecimento de analgesia pós-operatória a gestantes obesas após cesariana. Concordamos que o bloqueio TAP, cirúrgico ou guiado por ultrassom, é uma técnica segura e útil para limitar o uso de opioides que podem interferir também na amamentação, mas devemos ressaltar que a conclusão dos autores pode levar a equívocos. De fato, o IMC das pacientes não era realmente alto: 35,5 ± 1,85 no grupo de ultrassom e 36,1 ± 1,97 no grupo cirúrgico, o que correspondente à obesidade Classe I ou baixa obesidade Classe II que não são representativas de obesidade mórbida ou superobesidade. Acreditamos que as vantagens do bloqueio TAP cirúrgico poderiam ficar mais claras com um IMC maior (> 40 ou obesidade Classe III). Como corretamente observado por Urfalıoğlu et al., dificuldades técnicas podem ocasionalmente ser encontradas em relação à inserção da sonda e à distinção das camadas musculares abdominais por causa da obesidade, especialmente com um IMC mais elevado que poderia levar à deposição da anestesia local em lugar errado ou a complicações, como punção intestinal.
Reference
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1Urfalıoğlu A, Bakacak M, Boran OF. Ultrasound-guided versus surgical transversus abdominis plane block in obese patients following cesarean section: a prospective randomised study. Rev Bras Anestesiol. 2017;67:480-6.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
May-Jun 2018