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Sociedade Nacional Européia de revistas cardiovasculares fundamento, lógica e declaração da missão do "clube dos editores" (força-tarefa da Sociedade Européia de Cardiologia)

EDITORIAL

Sociedade Nacional Européia de revistas cardiovasculares fundamento, lógica e declaração da missão do "clube dos editores" (força-tarefa da Sociedade Européia de Cardiologia)

Fernando Alfonso, MD, PhD, FESCI; Giuseppe Ambrosio, MD, PhD, FESCII; Fausto J. Pinto, MD, PhD, FESCIII; Ernst E. van der Wall, MD, PhD, FESC (Diretor da Força-Tarefa)IV

IEditores-Chefes: Revista Española de Cardiología, publicada pela Sociedade Espanhola de Cardiologia

II(Editor anterior) Giornale Italiano di Cardiologia, publicada pela Federação Italiana de Cardiologia

IIIRevista Portuguesa de Cardiologia, publicada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia

IVNetherlands Heart Journal, publicada pela Sociedade de Cardiologia dos Países Baixos

Correspondência Correspondência: Fernando Alfonso MD Editor-Chefe, Revista Española de Cardiología Sociedad Española de Cardiología Nuestra Señora de Guadalupe, 5-7 28028 Madrid - Spain E-mail: rec@revespcardiol.org

A produção científica cardiovascular na Europa está crescendo em quantidade e qualidade. A promoção de pesquisa de alta qualidade é um dos maiores objetivos da Sociedade Européia de Cardiologia (ESC) 1-3. A ESC tem duas Revistas oficiais altamente respeitadas, a European Heart Journal e a Cardiovascular Research, devotadas à pesquisa clínica e básica, respectivamente 1-3. A ESC também publica várias Revistas oficiais de sub-especialidades, cobrindo todo o espectro das doenças cardiovasculares e técnicas relacionadas. A maioria dos países europeus, entretanto, também tem suas próprias Revistas cardiovasculares. As Revistas das Sociedades Nacionais Cardiovasculares (NSCJ) são tradicionais e classicamente divulgam pesquisa científica de alta qualidade, principalmente a que se origina de cada país Europeu em particular. Elas também têm um papel principal na educação e harmonização da prática clínica. A maioria das NSCJ são publicadas na língua local, mas muitas delas também incorporam edições em Inglês.

Juntas, as NSCJ fornecem um meio altamente eficaz de difundir pesquisa cardiovascular produzida na Europa. O conhecimento científico, entretanto, não tem barreiras e muitas dessas Revistas ganharam um perfil internacional indiscutível. Algumas NSCJ, entretanto, estão apenas surgindo e se beneficiariam de uma rede de apoio. Tornou-se claro que o aumento da colaboração entre os Editores das NSCJ facilitaria o avanço no conhecimento e a maior difusão dos conteúdos científicos e educativos.

O desenvolvimento de uma "Constituição" em forma de documento e "Declaração da Missão" foi considerado desejável, a fim de estabelecer a base da futura colaboração entre os Editores das NSCJ. Assumimos essa responsabilidade ao reconhecer o papel crucial das NSCJ na Europa. Nosso objetivo foi produzir e emitir um documento central com princípios fundamentais com os quais todos os Editores das NSCJ pudessem concordar. Objetivos comuns serão identificados e medidas de consenso serão buscadas. O documento da Constituição aqui apresentado foi, portanto desenvolvido para formalizar a Força-Tarefa do Clube dos Editores das NSCJ.

Revistas das Sociedades Nacionais Cardiovasculares: fundamento e dados básicos

Todos os Editores-Chefes das revistas cardiovasculares oficiais das Sociedades Nacionais ESC são de facto membros do Clube dos Editores. Em abril de 2007, durante os "dias de primavera" na Casa do Coração (Heart House) em Nice, a Diretoria da ESC formalmente aprovou a iniciativa e a Força-Tarefa do Clube dos Editores foi oficialmente lançada. A organização da Força-Tarefa consiste em um núcleo de Editores das NSCJ e permanece dentro da divisão de membros da ESC, coordenada pelo vice-presidente da ESC. Um maior envolvimento do departamento de publicação da ESC também será considerado quando necessário. Os passos iniciais da Força-Tarefa do Clube dos Editores vão em direção à obtenção de maiores detalhes sobre quem somos e onde estamos agora. De acordo com isso, várias medidas pró-ativas foram tomadas:

1) A pedidos da Força-Tarefa, o portal da página da web das NSCJ foi modificado para aumentar sua visibilidade. Atualmente, esse site pode ser visitado não apenas a partir da área que correspondente aos membros e Sociedades Nacionais, mas também diretamente da área científica da ESC 4. É obvio que as NSCJ contribuem de forma significante para um grande input científico fornecido pela ESC como um todo e o reconhecimento apropriado a esse fato deve ser dado.

2) A comunicação eletrônica torna a sociedade científica mais próxima. Dessa forma, links diretos para as NSCJ foram atualizados e implementados 4. Isso irá estimular ainda mais a troca de pesquisa científica entre autores, pesquisadores e leitores europeus. A submissão de artigos de pesquisa originais de alta qualidade deveria ser encorajada pelos Editores das NSCJ, estabelecendo ferramentas de rede eficientes, conectando todas as Revistas européias.

3) Como passo final preliminar, a Força-Tarefa irá se esforçar para obter dados editoriais e organizacionais detalhados de todas as Revistas correspondentes. Em acordo com isso, feedback foi diretamente pedido aos Editores das NSCJ e Presidentes das Sociedades Nacionais. Um questionário estruturado abrangente (23 itens) foi criado. O envio corporativo e a subsequente coleta de todos os dados editoriais foram garantidos com a ajuda do departamento de membros da ESC. Verificações de consistência foram feitas e, quando necessário, a confirmação do dados foi diretamente obtida do Editor nacional correspondente. Os resultados completos detalhados dessa pesquisa estão atualmente livremente disponíveis na página da web da ESC (meta-arquivo das Revistas nacionais) 4. Esse material postado será atualizado anualmente.

Os principais resultados da pesquisa são mostrados a seguir. Quarenta Sociedades Nacionais responderam ao questionário estruturado, incluindo um total de 34 Revistas. Oito Sociedades Nacionais não tem uma Revista oficial, os três países Bálticos compartilham a mesma Revista e três Sociedades Nacionais têm mais de uma Revista. A mais antiga Revista cardiovascular na Europa é a Archives des Maladies du Cœur et des Vaisseaux, fundada em 1908. No geral, 11 Revistas têm mais de 30 anos de existência, dois têm mais de 20 anos e 12 são publicadas há mais de uma década. Além das NSCJ na língua local, 12 Revistas também estão disponíveis em Inglês (texto completo) e 27 Revistas sistematicamente incluem Resumos em Inglês. Trinta e três Revistas incluem artigos originais, enquanto uma consiste exclusivamente de artigos de revisão ou artigos "estado da arte". Treze Revistas são publicadas mensalmente. A tiragem das Revistas varia de 1.000 a 9.000 cópias (média de 3.135 cópias). Um sistema de "revisão paritária" (peer-review) é selecionado para avaliar manuscritos por 31 Revistas e 23 Revistas aderem aos padrões do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas.

Vinte e nove Revistas são indexadas (Index Medicus), 18 aparecem no site PubMed (MEDLINE) e cinco obtiveram um fator de impacto em 2006. Além da edição impressa, 26 Revistas têm uma edição eletrônica, e 13 também implementaram um sistema eletrônico para submissão de artigos. Uma página da web dedicada é oferecida por 25 Revistas, enquanto 26 publicações são diretamente acessadas via página da web da sociedade nacional correspondente 4.

Considerações editoriais gerais

Considerações técnicas e éticas devem ser levadas em conta 5-8. A promoção dos padrões de qualidade editorial é de suma importância para aumentar a atratividade de nossas publicações no globalizado e altamente competitivo campo de Medicina cardiovascular acadêmica. Nesse aspecto, a Força-Tarefa acredita que todos os esforços devem ser feitos para seguir as recomendações uniformes inicialmente emitidas pelo Comitê Internacional dos Editores de Revistas Médicas (ICMJE) quase 30 anos atrás. Essas recomendações foram recentemente atualizadas (6ª edição) e a ênfase mudou dos requisitos técnicos originais (centralizados na unificação dos aspectos técnicos e formais da preparação dos manuscritos), para os princípios gerais de ética editorial e políticas globais que deveriam conduzir a área de publicação biomédica 5,8. Os requisitos técnicos são realmente importantes para garantir clareza, precisão e para facilitar a divulgação dos estudos médicos. Por sua vez, a implementação e a rígida aderência a esses requisitos eventualmente aumentam a qualidade geral da pesquisa. Nesse aspecto, as sugestões fornecidas pelo grupo CONSORT (CONsolidated Standards Of Reporting Randomised Trials) devem ser seguidas a fim de melhorar a apresentação de testes clínicos randomizados9. Esses estudos estão de acordo com requisitos especiais, incluindo um check-list e diagrama de fluxo. Devemos nos lembrar que a cardiologia é uma das Disciplinas médicas onde a execução de testes clínicos randomizados tem dado mais frutos, e o conceito de Medicina Baseada em Evidência é amplamente aceito.

Atualmente, edições online representam o meio mais eficiente de divulgar a informação que as Revistas publicam. Visitas às edições eletrônicas aumentam cada vez mais e o download de artigos completos cresce exponencialmente 3,10. Dessa forma, a conectividade eletrônica deveria ser facilitada de forma que as edições online das Revistas fiquem mais visíveis para os leitores e, se possível, sejam disponibilizadas sem custo.

Nesse aspecto, um novo índice provocativo, conhecido como o "fator de impacto da web", tem sido proposto e o campo de webometria está emergindo. Por outro lado, considerações éticas afetam diretamente a credibilidade do conteúdo científico. Assim, elas devem assegurar transparência, confiança e honestidade no processo científico envolvido na execução e publicação de pesquisas 5-8. O propósito final é proteger o processo de troca científica. Deve ser reconhecido que uma grande parte da pesquisa corporativa recentemente saiu dos centros acadêmicos e universitários para acordos próximos entre patrocinadores e organizações de pesquisa de contrato privado. Da mesma forma, a explícita apresentação do papel do patrocinador no design, condução, análise, interpretação e forma escrita do teste clínico está se tornando cada vez mais relevante. Outros conceitos tais como a Liberdade Editorial e a Independência Editorial têm sido recentemente enfatizados pelo ICMJE, WAME (World Association of Medical Editors) e CSE (Council of Science Editors) 5-8. Autoridade e autonomia são críticas para assegurar as decisões editoriais apropriadas. Nesse aspecto, os Editores das NSCJ deveriam guardar zelosamente a independência editorial de suas respectivas Revistas nacionais.

O processo de revisão paritária ou arbitragem - apesar de suas limitações - tem sido entronizado no mais alto grau e é atualmente identificado como parte essencial do processo editorial cientifico. Sendo assim, padrões para excelência na revisão paritária devem ser desenvolvidos. Isso requer julgamento justo e experiência no campo. Os Editores são responsáveis pela monitoração e por assegurar uma avaliação justa, a bom tempo e de forma completa nesse processo5-8.

Outras questões como os conflitos de interesse (para autores, revisores e editores) e requisitos para autoria também tem o propósito de proteger a credibilidade da informação científica. A revelação de potenciais conflitos de interesse deve ser reforçada. A revelação sobre acessibilidade de dados e a concordância com a inteira responsabilidade pela apresentação e interpretação precisas dos dados são considerações chave. A confidencialidade e embargos aceitos devem ser mantidos. Vieses na publicação (relato seletivo de achados positivos e falta de publicação de estudos com resultados negativos) devem ser evitados pelos Editores das NSCJ.

Todo o processo da publicação é baseado em credibilidade, confiança, autenticidade e honestidade científica 5-8. A fim de preservar ainda mais a credibilidade científica, os Editores das NSCJ devem harmonizar suas políticas em relação ao comportamento científico impróprio e fraude científica 11-16. O Grupo HEART (Heart Editors Action Round Table) de editores cardiovasculares emitiu um documento de consenso centralizado na publicação redundante 12. Eventualmente, a publicação de notas de "expressão de preocupação" ou até mesmo retratação de materiais publicados deveriam ser considerados. As práticas de salami slicing ("fatiar" artigos) e shotgunning (simultaneamente submeter essencialmente o mesmo artigo a mais de uma publicação) deveriam ser desencorajadas, e, pelo menos, reveladas 11-16. Publicações secundárias, mesmo em diferentes línguas, devem seguir os requisitos do ICMJE 5.

Finalmente, a estimulação dos índices bibliométricos é de claro interesse para obter reconhecimento internacional. O fator de impacto (Journal Citation Reports) representa um meio amplamente aceito de avaliar o prestígio cientifico de Revistas. Entretanto, falhas no cálculo do fator de impacto devem ser reconhecidas e méritos de pesquisa ou estudo não devem ser recompensados com base no fator de impacto da Revista na qual os artigos são eventualmente publicados2,17-19. A técnica de "aumentar" o fator de impacto ao sugerir aos autores que adicionem mais artigos de suas respectivas Revistas às listas de referência de seus artigos deve ser desencorajada. Entretanto, os Editores da NSCJ devem desenvolver políticas comuns a fim de estimular a divulgação de estudos europeus exclusivamente baseados na qualidade científica e critérios de relevância clínica. Isso iria sobrepor-se à vieses atuais de citação, particularmente contra Revistas biomédicas não publicadas em Inglês17. O apoio conjunto da pesquisa Européia pelo aumento do reconhecimento da qualidade editorial e científica européias é considerado, portanto, altamente recomendável.

Razão lógica para o Clube dos Editores

As NSCJ são heterogêneas e, acima de tudo, são publicadas em diferentes línguas. Isso enfatiza o fato de que a cooperação entre os Editores das NSCJ é crucial para evitar fenômenos "Torre de Babel" que impeçam a divulgação eficiente de informação científica no continente Europeu. Mesmo Revistas relativamente humildes não devem ser condenadas ao ostracismo, mas ao invés disso, consideradas altamente bem sucedidas, se tiverem uma divulgação ampla e forem profundamente apreciadas por seus leitores. Deveríamos quebrar barreiras e libertar o conhecimento científico de quaisquer constrições geradas por língua, logística, barreiras burocráticas ou econômicas. A intercomunicação entre Revistas Européias é altamente recomendável. Referências cruzadas devem ser estimuladas, mas somente se baseadas em critérios rígidos de qualidade científica. Uma lista mínima de questões importantes deve ser desenvolvida, contendo princípios com os quais todos os Editores das NSCJ possam concordar. Objetivos comuns, prioridades e desafios devem ser prontamente identificáveis. Finalmente, decisões globais pró-ativas devem ser feitas a fim de capturar uma maior audiência.

Todas as recomendações editoriais acima descritas, entretanto, são flexíveis o suficiente para admitir políticas editoriais específicas que moldam o interesse particular de cada Revista específica. O espaço para a diversidade deve ser zelosamente mantido, já que o foco e o escopo de diferentes Revistas nacionais realmente diferem.

De qualquer forma, o avanço no conhecimento é baseado na troca de novas informações pelos investigadores e os Editores das NSCJ têm inteira responsabilidade pelo estímulo da cooperação entre pesquisadores europeus.

Gostaríamos de apresentar três exemplos típicos onde esses esforços de colaboração podem ser aplicáveis:

1) Novas recomendações sugerindo o registro de todos os testes clínicos antes da publicação definitiva devem ser discutidas tendo em vista as leis nacionais administrativas atualmente disponíveis e recentes diretrizes européias (EudraCT). Propostas para um "Repositório" europeu uniforme de testes clínicos preenchendo não apenas os requisitos administrativos e regulatórios, mas também os editoriais (incluindo acesso público livre de custo) devem ser consideradas20,21. Isso irá permitir o reconhecimento precoce de alterações inapropriadas de desenho de teste clínico ou falhas metodológicas. Eventualmente, a maioria dos Editores das NSCJ poderia unir recomendações uniformes e políticas editoriais em comum e plataformas poderiam ser criadas a nível Europeu.

2) A colaboração entre os Editores das NSCJ é essencial para divulgar e promover a aplicação clínica das diretrizes de prática clínica da ESC. Após o endosso das Sociedades Nacionais, a tradução dessas diretrizes para as línguas locais nacionais deve facilitar sua implementação na prática clínica22-27. Notas de pé de página incorporando comentários de especialistas locais são cruciais nesse aspecto. A publicação dessas diretrizes nas NSCJ deve seguir as regras gerais de "publicação secundária" após a publicação primária no European Heart Journal ter sido aceita. De qualquer forma, o tempo é de especial importância, e esse processo editorial detalhado e rigoroso (tipicamente afetando documentos especialmente longos) deve ser acelerado a fim de apressar o processo de tradução e monitorar sua precisão. A implementação de um "processo inicial de tradução" seria desejável. Uma completa colaboração entre os Editores das NSCJ e o Comitê da ESC de diretrizes de prática é, dessa forma, de suma importância. O circulo de conhecimento será fechado quando o feedback correspondente for assegurado pela divulgação de registros de atividade nacional selecionados, revelando práticas locais no cuidado de pacientes28,29. Isso irá ajudar a elucidar o sucesso, a viabilidade e a implementação das diferentes iniciativas da ESC a nível nacional. Esperamos que essa troca bidirecional de conhecimento promova a ampla implementação dessas recomendações e a harmonização das práticas cardiovasculares em todo o território europeu. Eventualmente, práticas clínicas uniformes e consistentes devem traduzir-se como melhorias no cuidado ao paciente.

3) Aumentar a divulgação de testes clínicos oficiais da ESC de grande significância, através da rápida tradução de seus resumos para as línguas locais e a publicação dos principais resultados desses estudos importantes, e ao mesmo tempo prestar a máxima atenção a fim de preservar a acurácia e integridade cientifica, permanece um desafio30,31. Essa proposta final irá requerer, mais uma vez, uma coordenação próxima entre as instituições científicas da ESC, o departamento de publicação da ESC e os Editores das NSCJ.

Declaração da Missão:

1) Aumentar a colaboração entre os Editores das NSCJ. O principal objetivo dessa Força-Tarefa é promover a interação entre os Editores das NSCJ. Tópicos editoriais selecionados serão discutidos e debatidos usando uma abordagem sistemática e abrangente. Comitês ativos e ad hoc serão criados. Políticas editoriais comuns devem ser desenvolvidas. Quando necessário, editoriais, requisitos uniformes e documentos de consenso serão emitidos. Encontros regulares (Congresso Anual da ESC e outros) serão marcados e uma agenda formal será proposta.

2) Promover a excelência editorial. Um dos maiores objetivos da Força-Tarefa é criar meios para melhorar os padrões científicos das NSCJ. O conteúdo científico, requisitos de qualidade, credibilidade e ética editorial e de pesquisa serão promovidos5-8.

3) Melhorar a divulgação do conhecimento científico. A coordenação de iniciativas editoriais entre as NSCJ e também as Revistas oficiais da ESC irão facilitar ainda mais a divulgação do conteúdo científico e editorial. Desenvolver estratégias comuns para aumentar a noção da alta qualidade da pesquisa científica gerada na Europa, a qual, por sua vez, irá afetar positivamente os indicadores bibliométricos. Reconhecimento e difusão da pesquisa cardiovascular Européia, diretrizes de prática clínica da ESC e outras iniciativas científicas ou educativas devem ser promovidas. A distribuição de material acadêmico comum, currículo central e materiais de ensino adicionais também devem ser facilitados. A promoção de edições científicas deve ser encorajada para aumentar a divulgação e a visibilidade da NSCJ.

4) Compartilhar informação editorial técnica, experiências, iniciativas, publicação de recursos e ferramentas técnicas entre os Editores das NSCJ. Tratar de assuntos em comum em relação ao acesso livre do conteúdo científico. Prever estratégias comuns para avançar no campo dinâmico de plataformas padronizadas para submissão de manuscritos. Adotar políticas comuns com o objetivo de aumentar a eficiência no processo de publicação. Promover edições paralelas eletrônicas e em Inglês em um número cada vez maior de NSCJ e, eventualmente, compartilhar recursos de cópia-editoração. Desenvolver esforços conjuntos para resolver de forma eficiente o problema de recursos editoriais finitos e, finalmente, assegurar a viabilidade econômica das NSCJ.

5) Fornecer uma estrutura operativa e conjunto de dados que irá permitir futuras associações e futuras iniciativas de publicação européias abrangentes. Estimular a colaboração entre os Editores das NSCJ e as entidades científicas da ESC e o departamento de publicação. Dessa forma, a promoção de questões de impacto, temas ou monográficas, cobrindo tópicos "quentes" cardiovasculares, pode ser coordenada de forma adequada.

6) Relações Públicas. Fornecer uma voz comum quando questões referentes às NSCJ surgirem. Servir como elemento de ligação nas relações com as entidades governamentais, profissionais ou organizações científicas, indústria, mídia e o público.

7) Promover a colaboração entre as Sociedades Nacionais e a ESC. Promover o estreitamento entre as Revistas oficiais da ESC e as NSCJ. Promover incentivos europeus para estimular a publicação de pesquisa de qualidade.

Considerações finais

Todas as informações apresentadas no presente documento formam a base de apoio para essa estimulante iniciativa editorial. Os Editores das NSCJ devem se esforçar para progressivamente adaptar suas políticas locais, incluindo instruções aos autores, para seguir as recomendações editoriais gerais5-8,32,33. O principal desafio do Clube dos Editores será promover consensos e concordâncias sobre prioridades estratégicas entre as NSCJ. A dimensão e qualidade dos artigos devem ser melhoradas e ações estratégicas devem ter por objetivo a inclusão da maioria das NSCJ nos bancos de dados bibliográficos internacionais bem conceituados e sistemas de busca eletrônica. Esforços conjuntos devem objetivar o aumento da distribuição e divulgação dessas Revistas e a consolidação de seu prestígio e reconhecimento pela comunidade científica internacional. Os principais objetivos desse esforço pioneiro estão, portanto, já bastante claros: aumentar a colaboração entre os Editores das NSCJ, aumentar os padrões editoriais, melhorar os requisitos de qualidade, preservar a ética de publicação, garantir a credibilidade científica e expandir a disseminação do conhecimento científico.

O comprometimento dos editores das NSCJ para atingir esses objetivos é crucial e esse fórum emergente do Clube dos Editores deve fornecer uma oportunidade única de promover políticas editoriais globais. Após algum tempo, os resultados e implicações dessas ambiciosas iniciativas editoriais deveriam ser criticamente avaliados.

Agradecimentos

A ajuda contínua de Anne Mascarelli (ESC) merece reconhecimento especial.

Anesti Kondili MD, Djamaleddine Nibouche MD, Karlen Adamyan MD, Kurt Huber MD, Hugo Ector MD, Izet Masic MD, Rumiana Tarnovska MD, Mario Ivanusa MD, Vladimír Stan ě k MD, J ø rgen Videb æ k MD, Mohamed Hamed MD, Alexandras Laucevicius MD, Pirjo Mustonen MD, Jean-Yves Artigou MD, Ariel Cohen MD, Mamanti Rogava MD, Michael Böhm MD, Eckart Fleck MD, Gerd Heusch MD, Rainer Klawki MD, Panos Vardas MD, Christodoulos Stefanadis MD, József Tenczer MD, Massimo Chiariello MD, Joseph Elias MD, Halima Benjelloun MD, Olaf R ø devand MD, Piotr Ku ł akowski MD, Edvard Apetrei MD, Victor A. Lusov MD, Rafael G. Oganov MD, Velibor Obradovic MD, Gabriel Kamensky MD, Miran F. Kenda MD, Christer Höglund MD, Thomas F. Luscher MD, René Lerch MD, Moufid Jokhadar MD, Habib Haouala MD, Vedat Sansoy MD, Valentin Shumakov MD, Adam Timmis MD

Editores de Revistas Cardiovasculares da Sociedade Européia Nacional; veja o apêndice apêndice para a lista completa

Carlos Daniel Tajer MD, Kathleen Coard MD, Rachel Hajar MD, Chu-Pak Lau MD, H K Chopra MD, Seyed Abdolhossein Tabatabaei MD, Manlio Márquez MD, Abdus Samad MD, Javier Galeano MD, Anton Doubell MD, Chi-Tai Kuo MD, Rungroj Krittayaphong MD, Kaduo Arai MD

Editores de Revistas Cardiovasculares afiliadas à Sociedade Européia Nacional; veja o apêndice apêndice para a lista completa

Fernando Bacal MD, Luis Guzmán MD

Outras Sociedades Cardiológicas com Revistas Oficiais endossando esse documento

Esse manuscrito será simultaneamente publicado em todas as Revistas das Sociedades Afiliadas que consentiram em sua publicação.

Apêndice - nomes das revistas (em ordem alfabética de país de origem) e membros (Editor Chefe) da força-tarefa do Clube dos Editores

Apêndice apêndice

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apêndice

  • Correspondência:
    Fernando Alfonso MD
    Editor-Chefe, Revista Española de Cardiología
    Sociedad Española de Cardiología
    Nuestra Señora de Guadalupe, 5-7
    28028 Madrid - Spain
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      13 Out 2009
    • Data do Fascículo
      Ago 2009
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