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Pseudoaneurisma Gigante da Via de Saída do Ventrículo Esquerdo após Procedimento de Ross

Palavras-chave
Obstrução do Fluxo Ventricular Externo / cirurgia; Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos / complicações; Ecocardiografia

Mulher de 33 anos deu entrada em nosso hospital apresentando sintomas de dispneia após exercício físico, ortopneia, tosse e edema podal nos últimos seis meses. Seis anos antes, ela foi submetida ao procedimento de Ross para correção de uma válvula aórtica bicúspide.

Exame físico não apresentou problemas, exceto por um sopro sistólico de nível 3 na borda esquerda do esterno.

Um raio X do peito revelou uma opacidade na borda esquerda da silhueta cardíaca (Figura 1A). Ecocardiografia transtorácica apresentou uma estrutura sacular gigante, adjacente e conectada à via de saída do ventrículo esquerdo por meio de um istmo localizado na posição de 2 horas, compatível com um pseudoaneurisma. Esta estrutura causou compressão da via de saída do ventrículo direito (VSVD) e da artéria pulmonar, causando uma obstrução (Figura 1 B e C)

Figura 1
A) Radiografia de tórax; B e C) Ecocardiografia transtorácica pré-operatória, eixos axiais modificados e visões subcostais; D e E) Ressonância magnética pré-operatória; F) Imagem de ressonância magnética de seguimento. Ao: aorta; AE: átrio esquerdo; VSVE: via de saída do ventrículo esquerdo; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo; AD: átrio direito; AP: artéria pulmonar; PsA: Pseudoaneurisma; VSVD: via de saída do ventrículo direito.

Imagens de ressonância magnética cardíaca identificaram sua origem na via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE), relacionado diretamente ao seio esquerdo e não coronário. Havia pequenos trombos no pseudoaneurisma, comprimindo a parede adjacente ao ventrículo esquerdo (Figura 1 D e E).

A paciente foi tratada cirurgicamente. A bolsa do pseudoaneurisma foi aberta por meio de um acesso transpleural e a comunicação entre a VSVE e a cavidade do pseudoaneurisma foi fechada com um tampão de teflon. A recuperação pós-operatória e o acompanhamento da paciente decorreram sem problemas.

Após 3 meses de acompanhamento, a paciente encontra-se assintomática. O pseudoaneurisma foi totalmente isolado da circulação arterial, sem obstrução significante da VSVD (Figura 1F).

Pseudoaneurisma da VSVE é uma complicação incomum do procedimento de Ross, mas que pode ameaçar a vida. Acompanhamento com técnicas de imagem permitem uma identificação antecipada e uma rápida intervenção.

  • Fontes de financiamento
    O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
  • Vinculação acadêmica
    Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Abr 2017

Histórico

  • Recebido
    03 Ago 2016
  • Revisado
    13 Set 2016
  • Aceito
    13 Set 2016
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