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Reabilitação Cardíaca na Pessoa Transplantada com Distrofia Muscular de Emery-Dreifuss

Resumo

A distrofia muscular de Emery-Dreifuss é uma doença neuromuscular hereditária rara. Suas manifestações começam principalmente na infância. As manifestações mais frequentes são fraqueza muscular progressiva, atrofia que geralmente se inicia na região escápulo-vertebral, estendendo-se posteriormente para a cintura pélvica e rigidez da coluna vertebral. Os pacientes também podem manifestar envolvimento cardíaco como palpitações, síncope, intolerância ao exercício, insuficiência cardíaca congestiva e distúrbios variáveis do ritmo cardíaco. 11. Bonne G, Leturcq F, Ben Yaou R. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. 2004 Sep 29 [updated 2019 Aug 15]. In: Adam MP, Mirzaa GM, Pagon RA, Wallace SE, Bean LJH, Gripp KW, Amemiya A, editors. GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington; 1993–2023.

2. Heller SA, Shih R, Kalra R, Kang PB. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. Muscle Nerve. 2020;61(4):436-48. doi: 10.1002/mus.26782.
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- 33. Madej-Pilarczyk A. Clinical Aspects of Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. Nucleus. 2018;9(1):268-74. doi: 10.1080/19491034.2018.1462635.
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A presença e a gravidade dessas manifestações podem variar de acordo com o indivíduo e os subtipos da doença. 22. Heller SA, Shih R, Kalra R, Kang PB. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. Muscle Nerve. 2020;61(4):436-48. doi: 10.1002/mus.26782.
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O envolvimento cardíaco é a característica mais preocupante desta doença, havendo alguns relatos da necessidade de transplante cardíaco nesta distrofia. 44. Dell’Amore A, Botta L, Suarez SM, Lo Forte A, Mikus E, Camurri N, et al. Heart Transplantation in Patients with Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy: Case Reports. Transplant Proc. 2007;39(10):3538-40. doi: 10.1016/j.transproceed.2007.06.076.
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Transplante Cardíaco; Distrofia Muscular de Emery-Dreifuss; Reabilitação Cardíaca

Abstract

Emery-Dreifuss muscular dystrophy is a rare hereditary neuromuscular disease. Its manifestations begin primarily in childhood. The most frequent manifestations are progressive muscle weakness, atrophy that usually begins in the scapula-vertebral region, extending later to the pelvic girdle, and spinal stiffness. Patients can also manifest cardiac involvement as palpitations, syncope, exercise intolerance, congestive heart failure, and variable heart rhythm disturbances.11. Bonne G, Leturcq F, Ben Yaou R. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. 2004 Sep 29 [updated 2019 Aug 15]. In: Adam MP, Mirzaa GM, Pagon RA, Wallace SE, Bean LJH, Gripp KW, Amemiya A, editors. GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington; 1993–2023.

2. Heller SA, Shih R, Kalra R, Kang PB. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. Muscle Nerve. 2020;61(4):436-48. doi: 10.1002/mus.26782.
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- 33. Madej-Pilarczyk A. Clinical Aspects of Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. Nucleus. 2018;9(1):268-74. doi: 10.1080/19491034.2018.1462635.
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The presence and severity of these manifestations can vary according to the individual and the disease’s subtypes. 22. Heller SA, Shih R, Kalra R, Kang PB. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy. Muscle Nerve. 2020;61(4):436-48. doi: 10.1002/mus.26782.
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Cardiac involvement is the most worrisome feature of this disease, and there are some reports of the need for heart transplantation in this dystrophy. 44. Dell’Amore A, Botta L, Suarez SM, Lo Forte A, Mikus E, Camurri N, et al. Heart Transplantation in Patients with Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy: Case Reports. Transplant Proc. 2007;39(10):3538-40. doi: 10.1016/j.transproceed.2007.06.076.
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Heart Transplant; Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy; Cardiac Rehabilitation

Introdução

Um programa de reabilitação para incapacidade funcional por distrofia tem sido considerado uma opção terapêutica.55. Coronados VY, Dunn GE, Viltres MVM. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy in Rehabilitation. A Case Report. Rev Cub de Med Fis y Rehab. 2017;9(2):1-8.

6. Schoser B, Montagnese F, Bassez G, Fossati B, Gamez J, Heatwole C, et al. Consensus-Based Care Recommendations for Adults with Myotonic Dystrophy Type 2. Neurol Clin Pract. 2019;9(4):343-353. doi: 10.1212/CPJ.0000000000000645.
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7. Ashizawa T, Gagnon C, Groh WJ, Gutmann L, Johnson NE, Meola G, et al. Consensus-Based Care Recommendations for Adults with Myotonic Dystrophy Type 1. Neurol Clin Pract. 2018;8(6):507-20. doi: 10.1212/CPJ.0000000000000531.
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8. Statland J, Tawil R. Facioscapulohumeral Muscular Dystrophy. Neurol Clin. 2014;32(3):721-8. doi: 10.1016/j.ncl.2014.04.003.
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9. Emery AE, Dreifuss FE. Unusual Type of Benign X-Linked Muscular Dystrophy. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1966;29(4):338-42. doi: 10.1136/jnnp.29.4.338.
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10. Feingold B, Mahle WT, Auerbach S, Clemens P, Domenighetti AA, Jefferies JL, et al. Management of Cardiac Involvement Associated with Neuromuscular Diseases: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation. 2017;136(13):e200-e231. doi: 10.1161/CIR.0000000000000526.
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- 1111. Saraiva F, Rodrigues D, Andrade H, Negrão L, Gonçalves L, Marinho A, et al. Emery-Dreifuss Muscular Dystrophy: Case Report. Rev Port Cardiol. 2012;31(3):241-5. doi: 10.1016/j.repc.2012.01.006.
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No caso da pessoa com transplante cardíaco (TC), recomenda-se a reabilitação cardíaca (RC), centrada na componente de exercício físico. Um programa de RC após TC pode retardar complicações, manter a capacidade funcional e melhorar a qualidade de vida, o que é vital nesses pacientes.66. Schoser B, Montagnese F, Bassez G, Fossati B, Gamez J, Heatwole C, et al. Consensus-Based Care Recommendations for Adults with Myotonic Dystrophy Type 2. Neurol Clin Pract. 2019;9(4):343-353. doi: 10.1212/CPJ.0000000000000645.
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, 77. Ashizawa T, Gagnon C, Groh WJ, Gutmann L, Johnson NE, Meola G, et al. Consensus-Based Care Recommendations for Adults with Myotonic Dystrophy Type 1. Neurol Clin Pract. 2018;8(6):507-20. doi: 10.1212/CPJ.0000000000000531.
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As recomendações atuais mostram que a RC reduz a mortalidade cardiovascular e as hospitalizações, melhorando a capacidade funcional e a qualidade de vida percebida.1212. Pelliccia A, Sharma S, Gati S, Bäck M, Börjesson M, Caselli S, et al. 2020 ESC Guidelines on Sports Cardiology and Exercise in Patients with Cardiovascular Disease. Eur Heart J. 2021;42(1):17-96. doi: 10.1093/eurheartj/ehaa605.
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Os programas de RC são geralmente divididos em três fases. Fase I, que ocorre durante o período de internação e consiste, progressivamente, em exercícios respiratórios, mobilizações polissegmentais, deambulação, autonomia nas atividades de vida diária e início do programa educativo adequado (informação/ensino sobre a doença, tratamento/medicação, alimentação, exercício físico e controle de fatores de risco cardiovascular). A fase II ocorre após a alta, em ambiente ambulatorial, onde a pessoa frequenta um programa de exercícios personalizado e supervisionado dando continuidade ao programa educacional iniciado anteriormente. A fase III é chamada de manutenção, na qual o objetivo principal é acompanhar e monitorar a pessoa, conduzindo-a a um estilo de vida mais saudável e à adesão e manejo adequados do regime terapêutico.1313. Novo A, Delgado B, Mendes E, Lopes I, Preto L, Loureiro M. Reabilitação Cardíaca - Evidência e Fundamentos para a Prática. Loures: Lusodidacta; 2020.

Os autores descrevem o caso de um homem de 32 anos com insuficiência cardíaca (IC) avançada secundária a distrofia muscular de Emery-Dreifuss (EDMD) que foi submetido à TC e foi incluído em um programa de RC.

Caso Clínico

Homem de 32 anos diagnosticado com EDMD aos 12 anos de idade. Era portador heterozigoto da variante LMNA c.136A>G p.(Ile46Val), apresentando algum fenótipo característico dessa variante do gene: fraqueza muscular, contraturas e comprometimento cardíaco. Ele foi submetido a uma cirurgia no tendão de Aquiles e na articulação do cotovelo aos 15 anos por causa da atrofia muscular nos membros superiores e inferiores, com diminuição da amplitude de movimento articular.

Em 2018 foi identificado acometimento cardíaco decorrente da distrofia, com flutter atrial e trombo no apêndice atrial esquerdo, tendo feito implante de CRT-D e desde então hipocoagulado com varfarina. Nega história familiar de doenças cardiovasculares relevantes ou morte súbita, tem tabagismo ativo como fator de risco cardiovascular associado e IMC normal – 20,1.

Até 2020, o paciente foi internado várias vezes com IC, desenvolvendo cardiomiopatia dilatada não isquêmica (classe IV-NYHA) que não respondeu à terapia padrão para IC. Antes do transplante, apresentava perda funcional contínua associada à intolerância à atividade, tendo abandonado o exercício físico e as competições federadas de tênis de mesa desde 2018. O paciente foi transferido para nosso centro de TC ortotópico (INTERMACS 4), com menos de 24 horas entre o encaminhamento e transplante. Quando ele veio, seu nível de creatina quinase (CK) estava elevado (950 UI/l), e um estudo neurológico identificou hiporreflexia miotática, atrofia moderada, leve fraqueza muscular de membros superiores, extensão do antebraço limitada a +120/130°, contraturas do tendão de Aquiles com limitação da flexão dos pés e mobilidade da coluna vertebral preservada.

Segundo ele, nunca havia sofrido nenhuma intervenção de reabilitação, por isso foi integrado ao programa de RC pós-transplante ( Tabela 1 ). Para definir o programa de RC, foram consideradas as limitações da distrofia e o fenótipo além das condições pós-transplante. Apenas as limitações articulares foram condicionantes ao longo dos meses de intervenção, não havendo eventos adversos associados.

Tabela 1
– Plano Individualizado de Reabilitação Cardíaca - 3 fases

Discussão

São apresentados os domínios avaliados durante o programa de RC e suas implicações ( Tabela 2 ). Com relação ao uso de exercícios respiratórios, foi possível mensurar o aumento do volume de reserva inspiratória ao longo da intervenção. Embora ainda não tenha atingido valores considerados para a população portuguesa saudável, pode-se inferir que houve melhora clinicamente significativa da capacidade funcional por meio da avaliação do teste de caminhada de 6 minutos. Em relação à força, e apesar de se tratar de uma pessoa com déficit na amplitude de movimento articular, foi possível o aumento da força medida pela dinamometria. Todos esses ganhos promoveram uma melhora na capacidade de autocuidado e no desenvolvimento das atividades diárias, o que influencia na qualidade de vida percebida ( Tabela 3 ).

Tabela 2
– Resultados monitorados ao longo das 3 fases do programa de reabilitação cardíaca

Tabela 3
– Avaliação da Qualidade de Vida (EuroQol 5D5L)

Assim, a qualidade de vida melhorou, com evolução mais significativa nos itens Autocuidado, Atividade e Dor/Desconforto. De referir que o domínio Ansiedade/Depressão volta a agravar-se na fase 3 (com menor seguimento).

Conclusão

Este relatório aponta para a importância da integração dos pacientes transplantados cardíacos no programa de RC. Mesmo com limitações prévias, é possível melhorar a capacidade funcional, volume de reserva inspiratória, força e qualidade de vida em pacientes com EDMD.

Referências

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    Novo A, Delgado B, Mendes E, Lopes I, Preto L, Loureiro M. Reabilitação Cardíaca - Evidência e Fundamentos para a Prática. Loures: Lusodidacta; 2020.
  • Vinculação acadêmica
    Este artigo é parte de tese de doutorado de Maria Loureiro pelo Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar.
  • Aprovação ética e consentimento informado
    Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra sob o número de protocolo OBS.SF.111/2021. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo.
  • Fontes de financiamento: O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    16 Ago 2022
  • Revisado
    15 Mar 2023
  • Aceito
    05 Abr 2023
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