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Crescimento de mudas de abacaxizeiro cv. Vitória durante a aclimatação em função do seu tamanho inicial¹

Estimates of growth of pineapple cv Vitoria seedlings of different sizes after acclimatization

Resumos

O abacaxizeiro cv. Vitória é uma nova cultivar lançada recentemente com a relevante característica de ser resistente à fusariose e tem sido distribuída para os produtores através de mudas produzidas in vitro. A aclimatação é fase fundamental para o preparo destas mudas antes do plantio no campo. O uso de mudas de diferentes estádios de crescimento, após a aclimatização, pode interferir na qualidade final das mudas para o plantio no campo, otimizando ou mesmo inviabilizando o sistema de produção. O objetivo deste trabalho foi avaliar as estimativas de crescimento de diferentes tamanhos de mudas produzidas in vitro e aclimatizadas em casa de vegetação, do abacaxizeiro cv. Vitória, durante a fase de aclimatação em canteiros a céu aberto, por um período de 150 dias. Foi utilizado o delineamento experimental em blocos casualizados, em arranjo fatorial 7x5, correspondentes a sete épocas de avaliação (0; 30,; 60; 90; 120; 150 e 161 dias após transplantio para aclimatação) e cinco estádios de desenvolvimento das mudas, representados por E-1, E-2, E-3, E-4 e E-5 (20; 30,; 60; 90 e 150 dias de aclimatização, respectivamente). Os tratamentos foram avaliados em relação ao número de folhas, altura da planta e diâmetro de roseta ao longo do período de aclimatação. Para as condições desse experimento, verifica-se que mudas do estádio 2; 3; 4 e 5podem ser aclimatadas por um período mínimo de 120 dias, sem perda de qualidade para o plantio, e a taxa de crescimento pode ser ajustada a regressões quadráticas de terceiro graus, com elevados índices de determinação (R²).

Ananas comosus; micropropagação; manejo de mudas


The pineapple cv Vitória is a new cultivar, with an important characteristic of being resistant to fusariosis. The use of seedlings of different stages of growth, after the acclimatization, can interfere in the final quality of the seedlings to plant in the field. This work aimed to evaluate the influence of different sizes of micropopagated and acclimatized seedlings of the pineapple cv Vitória on their development after acclimatization. Micropropagated seedlings of the pineapple cv Vitoria of different sizes, acclimatized under green houses were selected, and were planted in open air beds for acclimatization, for a period of 150 days. A randomized complete block design was used, in a factorial scheme 7x5, corresponding to seven initial phenologic phases (developing stages: 0, 30, 60, 90, 120, 150 and 161 days of acclimatization) and to five evaluation times in field conditions, represented by E-1, E-2, E-3, E-4 and E-5 (20, 30, 60, 90 and 150 days of acclimatization). The treatments were evaluated concerning the number of leaves, plant height and rosette diameter over the period of acclimatization. It was observed that the seedlings stages 2, 3, 4 and 5, can be acclimated for a minimum of 120 days without loss of quality for planting and that the growth rate can be adjusted by quadratic and third degree regressions, with high coefficients of determination (R²)

growth; Ananas comosus; cv Vitória; micropropagation


PROPAGAÇÃO PROPAGATION

Crescimento de mudas de abacaxizeiro cv. Vitória durante a aclimatação em função do seu tamanho inicial1 1 Trabalho Sinfruit 126 - Simpósio Internacional de Fruticultura - Avanços na Fruticultura (17 a 21 Outubro)

Estimates of growth of pineapple cv Vitoria seedlings of different sizes after acclimatization

Sávio da Silva BerilliI; Almy Junior Cordeiro de CarvalhoII; Silvio de Jesus FreitasIII; Ana Paula Candido Gabriel BerilliIV; Paulo Cesar dos SantosV

IEng. Agr. DS. Professor, Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Itapina - Rodovia BR-259, Km 70 - Zona Rural - Caixa postal 256, CEP 29709-910 - Colatina - ES, (27) 3723-1246. E-mail: berilli@gmail.com

IIEng. Agr. DS. Professor, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Avenida Alberto Lamego, 2000, Sala 116 P4, Horto, CEP- 28013-602, Campos dos Goytacazes-RJ. E-mail: almy@uenf.br

IIIEng. Agr. Doutor em Produção Vegetal, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Avenida Alberto Lamego, 2000, Sala 116 P4, Horto, CEP- 28013-602, Campos dos Goytacazes-RJ, (22) 2739 7097. E-mail: freitassj@gmail.com

IVBióloga, Ph.D. Professora, Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Itapina - Rodovia BR-259, Km 70 - Zona Rural - Caixa postal 256, CEP 29709-910 - Colatina - ES, (27) 3723-1246. E-mail: anapaulacg@gmail.com

VEng. Agr. Mestrando, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Avenida Alberto Lamego, 2000, Sala 116 P4, Horto, CEP- 28013-602, Campos dos Goytacazes-RJ. E-mail: pcsantos18@hotmail.com

RESUMO

O abacaxizeiro cv. Vitória é uma nova cultivar lançada recentemente com a relevante característica de ser resistente à fusariose e tem sido distribuída para os produtores através de mudas produzidas in vitro. A aclimatação é fase fundamental para o preparo destas mudas antes do plantio no campo. O uso de mudas de diferentes estádios de crescimento, após a aclimatização, pode interferir na qualidade final das mudas para o plantio no campo, otimizando ou mesmo inviabilizando o sistema de produção. O objetivo deste trabalho foi avaliar as estimativas de crescimento de diferentes tamanhos de mudas produzidas in vitro e aclimatizadas em casa de vegetação, do abacaxizeiro cv. Vitória, durante a fase de aclimatação em canteiros a céu aberto, por um período de 150 dias. Foi utilizado o delineamento experimental em blocos casualizados, em arranjo fatorial 7x5, correspondentes a sete épocas de avaliação (0; 30,; 60; 90; 120; 150 e 161 dias após transplantio para aclimatação) e cinco estádios de desenvolvimento das mudas, representados por E-1, E-2, E-3, E-4 e E-5 (20; 30,; 60; 90 e 150 dias de aclimatização, respectivamente). Os tratamentos foram avaliados em relação ao número de folhas, altura da planta e diâmetro de roseta ao longo do período de aclimatação. Para as condições desse experimento, verifica-se que mudas do estádio 2; 3; 4 e 5podem ser aclimatadas por um período mínimo de 120 dias, sem perda de qualidade para o plantio, e a taxa de crescimento pode ser ajustada a regressões quadráticas de terceiro graus, com elevados índices de determinação (R2).

Termos para indexação:Ananas comosus, micropropagação, manejo de mudas.

ABSTRACT

The pineapple cv Vitória is a new cultivar, with an important characteristic of being resistant to fusariosis. The use of seedlings of different stages of growth, after the acclimatization, can interfere in the final quality of the seedlings to plant in the field. This work aimed to evaluate the influence of different sizes of micropopagated and acclimatized seedlings of the pineapple cv Vitória on their development after acclimatization. Micropropagated seedlings of the pineapple cv Vitoria of different sizes, acclimatized under green houses were selected, and were planted in open air beds for acclimatization, for a period of 150 days. A randomized complete block design was used, in a factorial scheme 7x5, corresponding to seven initial phenologic phases (developing stages: 0, 30, 60, 90, 120, 150 and 161 days of acclimatization) and to five evaluation times in field conditions, represented by E-1, E-2, E-3, E-4 and E-5 (20, 30, 60, 90 and 150 days of acclimatization). The treatments were evaluated concerning the number of leaves, plant height and rosette diameter over the period of acclimatization. It was observed that the seedlings stages 2, 3, 4 and 5, can be acclimated for a minimum of 120 days without loss of quality for planting and that the growth rate can be adjusted by quadratic and third degree regressions, with high coefficients of determination (R2)

Terms for indexation: growth, Ananas comosus, cv Vitória, micropropagation.

INTRODUÇÃO

O Brasil ocupa uma posição de destaque na produção mundial de abacaxi, no entanto a suscetibilidade à fusariose das principais cultivares plantadas limita a produção comercial em todo o território nacional; com isso, o desenvolvimento de novas cultivares que apresentem resistência a essa doença, tornou-se objetivo prioritário de programas de melhoramento da cultura (VENTURA et al., 2009).

O abacaxi 'Vitória', recentemente lançado e resistente à fusariose, constitui uma promissora alternativa para contornar os problemas gerados por essa doença (VENTURA et al., 2009). Tendo em vista que as mudas desta cultivar já se encontram em fase de comercialização pelas biofábricas, é necessária uma estratégia de logística e suprimento de mudas em todo o território nacional. Nesse contexto, a cultura de tecidos torna-se ferramenta indispensável, pois em pouco tempo e pequeno espaço é possível produzir grandes quantidades de mudas homogêneas e de excelente qualidade (MORAES et al., 2010).

Apesar das vantagens oferecidas pelas mudas micropropagadas, os custos de produção desse material são elevados e, na maior parte das vezes, inviabiliza sua utilização na produção comercial (MORAES et al., 2010). Os onerosos custos de produção das mudas micropropagadas vêm justificando a realização de estudos científicos nas diferentes etapas da produção de mudas (micropropagação - aclimatização - aclimatação) com o intuito de reduzir os custos e viabilizar esse processo em larga escala (BREGONCI et al., 2008; CATUNDA et al., 2008; MORAES et al., 2010; BERILLI et al., 2011).

A maior parte dos estudos que vêm sendo realizados no processo de produção de mudas micropropagadas está focada nas etapas de micropropagação (multiplicação in vitro) ou aclimatização (casa de vegetação), o que vem apresentando resultados promissores na redução de custos e no aumento da rusticidade das mudas. Apesar do avanço das pesquisas na multiplicação in vitro e na aclimatização, são raros os estudos na fase de aclimatação (enviveiramento), a qual pode comprometer qualquer resultado obtido nas etapas anteriores. A escassez de informações é especialmente crítica para novas cultivares.

Os termos aclimatização e aclimatação são muitas vezes confundidos, porém a correta conotação de aclimatização refere-se à transferência de plântulas in vitro para um ambiente protegido, como em casas de vegetação (ambiente controlado), sendo esse um processo basicamente artificial. A aclimatação representa a fase seguinte do processo de adaptação que ocorre, essencialmente, em ambiente natural, também referida por alguns autores por enviveiramento (GUERRA; NODARI, 2006).

Bregonci et al. (2008), avaliando a aclimatação de mudas micropropagadas do abacaxi cv. Gold com períodos de aclimatização variando entre 0 e 150 dias em casa de vegetação, observaram que é possível a utilização de mudas de diferentes tamanhos, com boa adaptabilidade às condições encontradas na aclimatação. No entanto, há limites que devem ser respeitados, pois a utilização de mudas pouco aclimatizadas pode comprometer a qualidade destas.

Este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento de mudas micropropagadas e aclimatizadas do abacaxizeiro cv. Vitória durante a fase de aclimatação.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na Estação Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO - RIO), no município de Campos dos Goytacazes, região norte do Estado do Rio de Janeiro, cujas coordenadas geográficas são: 210 48' de latitude sul, e 410 20' de longitude oeste, e altitude de 11m. O clima da região é classificado como sendo quente e úmido (AW). O solo da área experimental é, segundo a classificação brasileira de solos, um Neossolo flúvico Tb. As características físicas são de 75% de fração areia, 19% de silte e 6% de argila.

Foi utilizado o abacaxizeiro da cultivar Vitória, o qual foi plantado em canteiros individuais e irrigado de acordo com a demanda evapotranspirométrica. O espaçamento foi de 15 cm entre plantas, tendo sido efetuada uma adubação foliar por semana em todos os tratamentos, na dosagem de 0,5% de ureia e 0,5% de cloreto de potássio com regador manual, na quantidade de cinco litros de solução por m2.

O delineamento utilizado foi o em blocos casualizados, em arranjo fatorial 7x5, com três blocos, sendo que os dados obtidos dentro de cada bloco foram constituídos por uma média de 12 plantas. Os tratamentos foram divididos em sete épocas de avaliação (início-0; 30; 60; 90; 120; 150 e 160 dias da aclimatação) e cinco estádios de desenvolvimento das mudas micropropagadas e previamente aclimatizadas (estádio 1, estádio 2, estádio 3, estádio 4 e estádio 5). Cada estádio correspondeu a um intervalo diferente, no qual as mudas passaram durante a aclimatização em casa de vegetação, na empresa fornecedora de mudas (BIOMUDAS). Sendo assim, cada estádio foi caracterizado por diferentes tamanhos, representados pelo número de folhas, altura da planta e diâmetro da roseta foliar da muda, conforme mostrado na Tabela 1. Os estádios corresponderam a 20; 30; 60; 90 e 150 dias de aclimatização em casa de vegetação das mudas obtidas in vitro.

O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2007 a maio de 2008. Todas as plantas, em seus diversos estádios de desenvolvimento, foram aclimatadas neste mesmo período. As avaliações iniciaram-se no mês de dezembro, com a chegada das mudas da Biofábrica, sendo coletados dados de número de folhas, altura da planta e diâmetro da roseta foliar das mudas, no início e mensalmente, até as mudas atingirem a altura igual ou superior a 20 cm, altura recomendada para transplante para o plantio definitivo, segundo Reinhardt e Cunha (1999), no limite de seis meses.

O número de folhas foi obtido contando-se todas as folhas visíveis das plantas, sem destacá-las ou prejudicar sua estrutura.

As avaliações biométricas das plantas foram realizadas utilizando réguas graduadas. As medições de altura foram realizadas da base da planta até o ponto mais alto das folhas, sem mexer na estrutura das plantas. O diâmetro da roseta foliar foi medido entre as maiores folhas opostas.

A taxa de crescimento foi calculada segundo a fórmula:

Em que: TC é a taxa de crescimento expressa em número de folhas ou centímetros por dia; MB é a medida biométrica (número de folhas, altura da planta ou diâmetro da roseta foliar) expressa em número de folhas ou centímetros; e DAT, o tempo expresso em dias após transplantio na aclimatação. O gráfico da taxa de crescimento não inclui os dados iniciais, pois estes não foram gerados durante a aclimatação.

Os dados foram submetidos a análises de variância, pelo teste F, e as médias, comparadas pelo teste de Tukey (p< 0,05). Os graus de liberdade para tratamentos foram desdobrados via análise de regressão para as variáveis estudadas em dias após transplantio, em canteiros para aclimatação. As regressões foram selecionadas de acordo com o nível de significância (R2).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a análise de variância, houve diferença significativa entre as épocas de avaliação e entre os estádios de crescimento das mudas. Tendo havido diferença significativa entre as épocas, procedeu-se ao desmembramento das épocas em regressões e o teste de médias dentro de cada época (Figuras 1 e 2).



Mesmo no início da aclimatação (0 dia), alguns estádios de desenvolvimento das mudas não diferiram estatisticamente para os parâmetros analisados, notadamente para o número de folha das mudas (Fig. 1). No entanto, tais diferenças iniciais, mesmo não apresentando significância, representam consideráveis intervalos no período de aclimatização e, consequentemente, relevantes diferenças nos custos de produção das mudas.

As diferenças de estádio de crescimento iniciais das mudas refletiram-se na evolução do desenvolvimento das mudas durante a fase de aclimatação. As mudas menores, com apenas 20 dias de aclimatização, apresentaram valores para as variáveis de crescimento estudadas sempre inferiores aos obtidos para os demais tratamentos (Figs. 1 e 2). Da mesma forma, as mudas maiores, correspondentes ao estádio 5 no início do estudo, mantiveram valores de altura, diâmetro e número de folhas quase sempre estatisticamente superiores aos dos demais tratamentos. Por outro lado, as diferenças de valores das variáveis estudadas entre as mudas, nos estádios 2; 3 e 4, foram diminuindo ao longo do período de aclimatação, tornando-se estatisticamente não significativas ou numericamente muito próximas a partir de 120 dias (Figs. 1 e 2).

O estádio 1 apresentou-se sempre consideravelmente inferior aos outros estádios para todas as características avaliadas, notadamente a partir dos 60 dias de aclimatação para o número de folhas, 90 dias para diâmetro e 120 dias de aclimatação para altura das plantas (Figura 1). Esses resultados demonstram que uma pequena diferença de tempo no processo de aclimatização das mudas em casa de vegetação (diferença entre os estádios 1 e 2 é de 10 dias) é suficiente para comprometer o bom desempenho das mudas micropropagadas e, consequentemente, inviabilizar sua comercialização. O baixo desenvolvimento das mudas do estádio 1, durante a aclimatação, tem padrão de resposta semelhante a mudas transplantadas para a aclimatação sem prévia aclimatização (BREGONCI et al., 2008). Isso ocorre, pois o pouco tempo na aclimatização em casa de vegetação não foi suficiente para as necessárias alterações morfológicas e fisiológicas responsáveis por uma transição bem-sucedida (ALBERT, 2004).

O estádio 5 apresentou maior desempenho para todas as características e em todas as épocas avaliadas; apesar disso, as biofábricas consideram essas mudas como refugo e indesejadas para a comercialização, reflexo da aparência grotesca e do excessivo tempo necessário para que esse estádio de desenvolvimento seja atingido (Figura 1). Resultados observados por Fauth et al. (1994) mostraram que a manutenção de plântulas de abacaxi em ambiente de aclimatização, por períodos superiores a 186 dias, mostrou-se não recomendado; no entanto, nada impede a viabilidade dessas mudas no processo produtivo da cultura.

Reinhardt e Cunha (1999) indicaram que as mudas de abacaxizeiro não devem ter altura inferior a 25 cm para o transplantio para o campo após aclimatação. Os resultados deste trabalho demonstram que os estádios 2; 3 e 4, a partir dos 120 dias de aclimatação, apresentaram alturas iguais ou superiores a 20 cm, não apresentando diferenças significativas para estas características e, a partir dos 150 dias de aclimatação, para o diâmetro da roseta (Figura 1). Esses resultados indicam que é possível utilizar mudas com características iguais ou superiores às do estádio 2 para se obterem mudas com altura superior a 20 cm, sendo que o período mínimo para aclimatação é de 120 dias, visto que, após este período, as mudas nos diferentes estádios (2; 3; 4 e 5) apresentaram alturas iguais ou superiores a 20 cm.

Todas as características de crescimento estudadas apresentaram regressões significativas, com probabilidades acima de 90 %, sendo as regressões de altura, diâmetro da roseta e número de folhas ao longo da aclimatação ajustadas a modelos quadráticos crescentes, sendo possível perceber uma proximidade entre as curvas de regressão dos estádios 2; 3 e 4, principalmente para a característica de altura de plantas, sendo o estádio 1 sempre inferior, e o estádio 5 superior, ambos desde o início da aclimatação, para todas as características avaliadas (Figura 2).

CONCLUSÃO

O período de 20 dias para a aclimatização em casa de vegetação de mudas de abacaxi cv. Vitória, produzidas in vitro, é insuficiente para um crescimento adequado das mudas na fase de aclimatação a céu aberto. O período mínimo de aclimatização deve ser de 30 dias, associado a um período mínimo de 120 dias na fase de aclimatação, para a obtenção de mudas com altura mínima de 20 cm, diâmetro da roseta foliar, mínimo de 30 cm, e número mínimo de 17 folhas visíveis. Mudas com 150 dias de aclimatização apresentaram crescimento superior ao de mudas com 90 ou menos dias de aclimatização, mas períodos longos como este podem implicar custo muito elevado de produção das mudas. Estes resultados necessitam ser complementados com estudos do comportamento efetivo das mudas após o seu transplantio para o campo.

  • ALBERT, L. H. B. Aspectos morfoanatômicos de mudas de abacaxizeiro "Smooth Cayenne" micropropagadas. 2004. 54p. Tese (Doutorado em Fitotecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras (MG), 2004.
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    Trabalho Sinfruit 126 - Simpósio Internacional de Fruticultura - Avanços na Fruticultura (17 a 21 Outubro)
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Dez 2011
    • Data do Fascículo
      Out 2011
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