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Tradução, adaptação transcultural para o português-brasileiro e análise da confiabilidade do instrumento Rapid Entire Body Assessment-REBA

Resumos

Contextualização:

Instrumentos observacionais como o Rapid Entire Body Assessment avaliam de forma rápida os riscos biomecânicos presentes no ambiente de trabalho. No entanto, para a utilização desses instrumentos, é necessário realizar tradução, adaptação transcultural e testar propriedades de medida.

Objetivos:

Realizar a tradução, adaptação transcultural para o português-brasileiro e testar a confiabilidade do instrumento REBA.

Método:

Foram realizados os procedimentos de tradução e adaptação para o português-brasileiro seguindo as diretrizes propostas, por meio da realização da tradução, síntese das traduções, retrotradução, comitê de revisão, pré-teste da versão pré-final, além do teste de confiabilidade e percentual de concordância intra e interavaliadores calculados pelo Coeficiente Kappa ponderado linear associado ao intervalo de confiança de 95% e pela tabela 2×2, respectivamente.

Resultados:

Os procedimentos realizados para tradução e adaptação foram apropriados, as adequações necessárias foram realizadas no instrumento. A confiabilidade intra e interavaliadores apresentou valores de 0,104 a 0,504, variando de muito pobre a moderada. Para o percentual de concordância, os valores encontrados variaram de 5,66% a 69,81%. O percentual de concordância apresentou-se mais próximo de 100% no item antebraço (69,81%) do intra-avaliador 1 e no item pernas e antebraço (62,26%) do intra-avaliador 2.

Conclusões:

Os processos de tradução e adaptação transcultural foram realizados no REBA permitindo obter a versão brasileira do instrumento. Contudo, apesar de a confiabilidade da versão traduzida e adaptada ter sido testada adequadamente, os valores encontrados mostram que esse instrumento não apresenta valores de confiabilidade aceitáveis pelas diretrizes, indicando que deve ser refeita. Portanto, é necessário cautela para interpretar os riscos biomecânicos mensurados por esse instrumento.

biomecânica; saúde do trabalhador; ergonomia; fisioterapia


Background:

Observational instruments, such as the Rapid Entire Body Assessment, quickly assess biomechanical risks present in the workplace. However, in order to use these instruments, it is necessary to conduct the translational/cross-cultural adaptation of the instrument and test its measurement properties.

Objectives:

To perform the translation and the cross-cultural adaptation to Brazilian-Portuguese and test the reliability of the REBA instrument.

Method:

The procedures of translation and cross-cultural adaptation to Brazilian-Portuguese were conducted following proposed guidelines that involved translation, synthesis of translations, back translation, committee review and testing of the pre-final version. In addition, reliability and the intra- and inter-rater percent agreement were obtained with the Linear Weighted Kappa Coefficient that was associated with the 95% Confidence Interval and the cross tabulation 2×2.

Results

: The procedures for translation and adaptation were adequate and the necessary adjustments were conducted on the instrument. The intra- and inter-rater reliability showed values of 0.104 to 0.504, respectively, ranging from very poor to moderate. The percentage agreement values ranged from 5.66% to 69.81%. The percentage agreement was closer to 100% at the item 'upper arm' (69.81%) for the Intra-rater 1 and at the items 'legs' and 'upper arm' for the Intra-rater 2 (62.26%).

Conclusions:

The processes of translation and cross-cultural adaptation were conducted on the REBA instrument and the Brazilian version of the instrument was obtained. However, despite the reliability of the tests used to correct the translated and adapted version, the reliability values are unacceptable according to the guidelines standard, indicating that the reliability must be re-evaluated. Therefore, caution in the interpretation of the biomechanical risks measured by this instrument should be taken.

biomechanical; occupational health; ergonomics; physical therapy


lntrodução

Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT's) representam um importante problema de saúde no Brasil11. Brasil. Ministério da Saúde. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Brasília: Ministério da Saúde; 2001. p. 36.. Registros mostram aumento de 600% no numero de casos de DORT entre os anos de 1998 e 200522. Souza NS, Santana VS, Oliveira PR, Branco AB. Doenças do trabalho e benefícios previdenciários relacionados à saúde, Bahia, 2000. Rev Saúde Pública. 2008;42(4):630-8. PMid:18709240. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102008000400008
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102008...
. O nexo causal dos DORT's é complexo devido à multicausalidade de fatores de riscos envolvidos33. Augusto V, Sampaio R, Tirado M, Mancini M, Parreira V. A look into Repetitive Strain Injury/Work-Related Musculoskeletal Disorders within physical therapists' clinical context. Rev Bras Fisioter. 2008;12(1):49-56. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008000100010
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008...
, dentre os quais, estão os riscos biomecânicos relacionados à sobrecarga osteomuscular imposta pela tarefa laboral, o uso de força excessiva, movimentos repetitivos, posicionamentos inadequados e postura estática e prolongada, associados à intensidade, velocidade e tempo de exposição44. Da Costa BR, Vieira ER. Risk factors for work-related musculoskeletal disorders: A systematic review of recent longitudinal studies. Am J Ind Med. 2010;53(3):285-323. PMid:19753591..

Para compreender a influência dos fatores de risco no surgimento dos DORT's, recomenda-se a avaliação das situações laborais, utilizando abordagens ergonômicas adequadas, como os instrumentos observacionais. Esses instrumentos avaliam os riscos biomecânicos presentes nas situações de trabalho e monitoram os efeitos das melhorias ergonômicas, sem interferir no ambiente33. Augusto V, Sampaio R, Tirado M, Mancini M, Parreira V. A look into Repetitive Strain Injury/Work-Related Musculoskeletal Disorders within physical therapists' clinical context. Rev Bras Fisioter. 2008;12(1):49-56. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008000100010
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008...
, 55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876...
, 66. Li G, Buckle P. Current techniques for assessing physical exposure to work-related musculoskeletal risks, with emphasis on posture-based methods. Ergonomics. 1999;42(5):674-95. PMid:10327891. http://dx.doi.org/10.1080/001401399185388
http://dx.doi.org/10.1080/00140139918538...
.

Há, ao menos, 30 instrumentos observacionais disponíveis na literatura, a maioria em língua inglesa, para diversos fins e com diferentes abordagens55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876...
. No Brasil, foi identificado, até o momento, apenas um instrumento observacional, que analisou o risco "in loco", foi traduzido e adaptado e teve teste de algumas propriedades de medida, denominado QEC (Quick Exposure Check)77. Comper ML, Costa LO, Padula RS. Clinimetric properties of the Brazilian-Portuguese version of the Quick Exposure Check (QEC). Rev Bras Fisioter. 2012;16(6):487-94. PMid:23032294. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552012005000049
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552012...
, 88. Comper MLC, Costa LOP, Padula RS. Quick Exposure Check (QEC): a cross-cultural adaptation into Brazilian-Portuguese. Work. 2012;41(Supl 1):2056-9. PMid:22317019. http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2012-0430-2056
http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2012-0430-...
.

A aplicação dos instrumentos observacionais é feita de duas maneiras: por meio de observação "in loco"ou filmagens55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876...
, 66. Li G, Buckle P. Current techniques for assessing physical exposure to work-related musculoskeletal risks, with emphasis on posture-based methods. Ergonomics. 1999;42(5):674-95. PMid:10327891. http://dx.doi.org/10.1080/001401399185388
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. A observação "in loco" depende da experiência do observador, sendo indicada para avaliação de posturas estáticas ou repetitivas. Por outro lado, a análise por meio de filmagem se apresenta mais reprodutível e detalhada devido à possibilidade de analisar os dados do vídeo repetidas vezes66. Li G, Buckle P. Current techniques for assessing physical exposure to work-related musculoskeletal risks, with emphasis on posture-based methods. Ergonomics. 1999;42(5):674-95. PMid:10327891. http://dx.doi.org/10.1080/001401399185388
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, 99. Mathiassen S, Liv P, Wahlström J. Cost-efficient observation of working postures from video recordings - more videos, more observers or more views per observer? Work. 2012;41(Supl 1):2302-6. PMid:22317059. http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2012-0456-2302
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. Para a escolha, devem-se considerar fatores como o ambiente a ser avaliado, custo, indivíduo a ser avaliado e tempo disponível para avaliação55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876...
.

Entre os instrumentos disponíveis55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
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, o Rapid Entire Body Assessment (REBA)1010. McAtamney L, Hignett S. REBA: a rapid entire body assessment method for investigating work related musculoskeletal disorders. In: Annual Conference Ergonomics Society of Australia: Proceedings of the 31st Annual Conference Ergonomics Society of Australia; 13-15 Dec 1995; Glenelg. Glenelg: Ergonomics Society of Australia; 1995. p. 45-51. , 1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)...
apresenta-se de fácil compreensão, com baixo custo de aplicação99. Mathiassen S, Liv P, Wahlström J. Cost-efficient observation of working postures from video recordings - more videos, more observers or more views per observer? Work. 2012;41(Supl 1):2302-6. PMid:22317059. http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2012-0456-2302
http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2012-0456-...
, mostrando-se atrativo, pois tem sido utilizado para avaliar diferentes ambientes de trabalho e, por conseguinte, diversos fatores de risco biomecânicos1212. Motamedzade M, Ashuri MR, Golmohammadi R, Mahjub H. Comparison of ergonomic risk assessment outputs from rapid entire body assessment and quick exposure check in an engine oil company. J Res Health Sci. 2011;11(1):26-32. PMid:22911944.

13. Kim S, Nussbaum MA, Jia B. Low back injury risksduring construction with prefabricated (panelised) walls: effects of task and design factors. Ergonomics. 2011;54:60-71. PMid:21181589. http://dx.doi.org/10.1080/00140139.2010.535024
http://dx.doi.org/10.1080/00140139.2010....

14. Gentzler M, Stader S. Posture stress on firefighters and emergency medical technicians (EMTs) associated with repetitive reaching, bending, lifting, and pulling tasks. Work. 2010;37(3):227-239. PMid:20978330. http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2010-1075
http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2010-1075...

15. Mokkink L, Terwee C, Patrick D, Alonso J, Stratford P, Knol D, et al. The COSMIN checklist for assessing the methodological quality of studies on measurement properties of health status measurement instruments: an international. Qual Life Res. 2010;19:539-49. PMid:20169472 PMCid:PMC2852520. http://dx.doi.org/10.1007/s11136-010-9606-8
http://dx.doi.org/10.1007/s11136-010-960...
- 1616. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. http://dx.doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
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. O REBA foi criado no ano 2000 por uma equipe de fisioterapeutas, ergonomistas, terapeutas ocupacionais e enfermeiros por meio da codificação de 600 exemplos posturais, tendo como propósito avaliar as posturas de risco para desenvolvimento de lesões osteomusculares. Diferencia-se de outros instrumentos que objetivam avaliar posturas de risco, como o OWAS (Ovako Working Analysis System) e o RULA (Rapid Upper Limb Assessment), por permitir análise de tarefas variadas e incorporar as variáveis peso do objeto manuseado e qualidade da pega1313. Kim S, Nussbaum MA, Jia B. Low back injury risksduring construction with prefabricated (panelised) walls: effects of task and design factors. Ergonomics. 2011;54:60-71. PMid:21181589. http://dx.doi.org/10.1080/00140139.2010.535024
http://dx.doi.org/10.1080/00140139.2010....
. Apesar de utilizado para avaliar o risco em vários estudos1212. Motamedzade M, Ashuri MR, Golmohammadi R, Mahjub H. Comparison of ergonomic risk assessment outputs from rapid entire body assessment and quick exposure check in an engine oil company. J Res Health Sci. 2011;11(1):26-32. PMid:22911944.

13. Kim S, Nussbaum MA, Jia B. Low back injury risksduring construction with prefabricated (panelised) walls: effects of task and design factors. Ergonomics. 2011;54:60-71. PMid:21181589. http://dx.doi.org/10.1080/00140139.2010.535024
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- 1414. Gentzler M, Stader S. Posture stress on firefighters and emergency medical technicians (EMTs) associated with repetitive reaching, bending, lifting, and pulling tasks. Work. 2010;37(3):227-239. PMid:20978330. http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2010-1075
http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2010-1075...
, a versão original desse instrumento apresenta-se testada apenas em relação ao percentual de concordância interavaliadores, que variou de 62% a 85%, excluindo a categoria ombro1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
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. Contudo, os autores não mencionam o teste estatístico utilizado nessa análise.

Assim, este estudo objetivou traduzir e adaptar transculturalmente o REBA1010. McAtamney L, Hignett S. REBA: a rapid entire body assessment method for investigating work related musculoskeletal disorders. In: Annual Conference Ergonomics Society of Australia: Proceedings of the 31st Annual Conference Ergonomics Society of Australia; 13-15 Dec 1995; Glenelg. Glenelg: Ergonomics Society of Australia; 1995. p. 45-51. , 1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)...
para o português-brasileiro e analisar a confiabilidade intra e interavaliadores.

Método

Para utilizar esses instrumentos observacionais no Brasil55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876...
, é necessário adequá-los seguindo as diretrizes de tradução, adaptação transcultural e testes de propriedades de medida1515. Mokkink L, Terwee C, Patrick D, Alonso J, Stratford P, Knol D, et al. The COSMIN checklist for assessing the methodological quality of studies on measurement properties of health status measurement instruments: an international. Qual Life Res. 2010;19:539-49. PMid:20169472 PMCid:PMC2852520. http://dx.doi.org/10.1007/s11136-010-9606-8
http://dx.doi.org/10.1007/s11136-010-960...
, 1616. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. http://dx.doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
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para resolver as diferenças culturais e idiomáticas.

Os autores1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
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do método REBA foram contatados e autorizaram a tradução e a adaptação do instrumento original para o português-brasileiro.

O estudo foi realizado em duas etapas: 1ª - procedimentos de tradução e adaptação do instrumento REBA1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
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para o português-brasileiro; 2ª - teste da confiabilidade intra-avaliador e interavaliadores da versão adaptada.

O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil e foi aprovado (Protocolo: 13668689). Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Instrumento

O instrumento REBA avalia os segmentos corporais e separa-os em dois grupos (A e B). O grupo A é composto por tronco, pescoço e pernas, tendo 60 combinações posturais para pontuar na Tabela A; o grupo B é composto por ombro, antebraço e punho, com 36 combinações para pontuar na Tabela B.

A pontuação da variável carga/força é adicionada à pontuação encontrada na Tabela A, resultando na pontuação A, e a pontuação da variável pega é adicionada à pontuação encontrada na Tabela B, resultando na pontuação B. As pontuações A e B são cruzadas entre si na Tabela C, obtendo-se a pontuação C. À pontuação obtida na Tabela C é adicionada a pontuação da atividade para gerar a pontuação final do REBA1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)...
. A pontuação final é classificada de acordo com o nível de risco, podendo ser de insignificante (1 ponto) a muito alto (11-15 pontos).

Tradução e adaptação transcultural do REBA

Os autores do instrumento REBA foram consultados e autorizaram a tradução e a adaptação transcultural do instrumento.

Para traduzir e adaptar o REBA, foram adotadas as diretrizes propostas por Beaton et al.1616. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. http://dx.doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
http://dx.doi.org/10.1097/00007632-20001...
, seguindo as etapas: tradução, síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas e pré-teste da versão pré-final.

A tradução foi realizada por dois tradutores independentes, brasileiros e bilíngues, que produziram duas versões do inglês para o português-brasileiro (T1 e T2). O tradutor 1 possuía experiência na área de saúde do trabalhador e conhecimento dos conceitos do instrumento, enquanto o tradutor 2 não possuía experiência na área da saúde e não estava a par dos conceitos do instrumento, o que favoreceu uma tradução conceitual e literária. As versões produzidas foram consensualmente sintetizadas pelo comitê de especialistas em uma única versão (T12).

Em seguida, essa versão foi retrotraduzida para o idioma original por dois outros tradutores, independentes, bilíngues e que não possuíam conhecimento do instrumento. Essa etapa resultou em duas retrotraduções (RT1 e RT2).

Posteriormente, o comitê de especialistas, composto por quatro fisioterapeutas e dois engenheiros que atuavam na área de saúde do trabalhador, avaliou todas as traduções e retrotraduções (T1, T2, T12, RT1 e RT2). O comitê procedeu a verificação quanto ao título, aos itens, às instruções, às pontuações e à forma de registro, gerando uma versão pré-final.

De acordo com as diretrizes para a realização do pré-teste de questionários, o ideal é aplicar a versão pré-final em 30 a 40 pacientes ou indivíduos1616. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. http://dx.doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
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. Para tanto, foram convidados 90 profissionais da área da saúde por meio de e-mails para participar dessa etapa. Entretanto, apenas nove fisioterapeutas com formação generalista aceitaram avaliar a compreensão do instrumento, e todos eles avaliaram o risco de cinco tarefas registradas em vídeo. Em caso de os profissionais relatarem dificuldade de entendimento em algum item do instrumento, ele passava por adequações e, em seguida, era reencaminhado ao comitê de especialistas1717. Wynd C, Schmidt B, Schaefer M. Two quantitative approaches for estimating content validity. West J Nurs Res. 2003;25(5):508-18. PMid:12955968. http://dx.doi.org/10.1177/0193945903252998
http://dx.doi.org/10.1177/01939459032529...
.

Teste de confiabilidade intra e interavaliador

Esta etapa verifica a confiabilidade intra-avaliador e interavaliadores da versão do REBA adaptada para o português-brasileiro, seguindo as diretrizes propostas por Mokkink et al.1515. Mokkink L, Terwee C, Patrick D, Alonso J, Stratford P, Knol D, et al. The COSMIN checklist for assessing the methodological quality of studies on measurement properties of health status measurement instruments: an international. Qual Life Res. 2010;19:539-49. PMid:20169472 PMCid:PMC2852520. http://dx.doi.org/10.1007/s11136-010-9606-8
http://dx.doi.org/10.1007/s11136-010-960...
. Além disso, foi verificada a porcentagem de concordância entre os avaliadores nas análises.

A confiabilidade analisa o comportamento de um instrumento ao ser utilizado em ensaios repetidos em uma amostra estável, representando o erro relativo da medida1818. Maher CG, Latimer J, Costa LOP. The relevance of cross-cultural adaptation and clinimetrics for physical therapy instruments. Rev Bras Fisioter. 2007;11(4):245-52. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552007000400002
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552007...
, 1919. Menezes Costa Lda C, Maher CG, McAuley JH, Costa LO. Systematic review of cross-cultural adaptations of McGill Pain Questionnaire reveals a paucity of clinimetric testing. J Clin Epidemiol. 2009;62(9):934-43. PMid:19595572. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclinepi.2009.03.019
http://dx.doi.org/10.1016/j.jclinepi.200...
. A confiabilidade pode ser avaliada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) ou pelo Coeficiente de Kappa (K), dependendo da variável, e abrange a confiabilidade intra-avaliador e interavaliadores.

A confiabilidade intra-avaliador mensura a precisão do instrumento quando é utilizado mais de uma vez pelo mesmo avaliador. Por outro lado, a confiabilidade interavaliador mensura a precisão do instrumento utilizado para avaliação de uma mesma tarefa por diferentes avaliadores1919. Menezes Costa Lda C, Maher CG, McAuley JH, Costa LO. Systematic review of cross-cultural adaptations of McGill Pain Questionnaire reveals a paucity of clinimetric testing. J Clin Epidemiol. 2009;62(9):934-43. PMid:19595572. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclinepi.2009.03.019
http://dx.doi.org/10.1016/j.jclinepi.200...
. A pontuação deve ser a mesma para medidas repetidas.

Neste estudo, a confiabilidade foi testada por dois avaliadores com cinco e sete anos de experiência em outros projetos de pesquisa na área da saúde do trabalhador. Eles receberam orientações sobre o instrumento e realizaram a aplicação em situações reais por meio da análise de videotarefas. O treinamento foi de oito horas, distribuídas em dois dias seguidos, envolvendo tanto a aplicação quanto a pontuação do instrumento para as tarefas analisadas. Após o treinamento, os avaliadores foram locados em ambientes separados para avaliar 53 videotarefas de trabalhos na indústria têxtil, bibliotecas, escritórios, supermercados. As videotarefas incluíam atividades de manuseio de diferentes objetos e cargas; posturas estáticas prolongadas; repetição de movimentos; diferentes posições e movimentação (agachar, caminhar, varrer, digitar, costurar etc.).

As videotarefas foram registradas em situações reais de trabalho a partir da contagem de três ciclos de cada tarefa. A variação do tempo dos ciclos foi analisada por meio de cronômetro digital. Os avaliadores foram orientados a reproduzir os vídeos de acordo com o número de vezes necessário para compreensão das tarefas e análise dos movimentos. Para facilitar essa análise, recomendou-se a identificação das etapas de cada ciclo e os percentuais de tempo nas posturas durante as etapas. O tempo utilizado para cada análise foi de 8 a 10 minutos, e o tempo total gasto para as análises das 53 videotarefas para teste e reteste pelos avaliadores foi de duas semanas.

O REBA foi avaliado e pontuado para cada região corporal e tal procedimento foi realizado novamente após o intervalo de sete dias. Para a análise da confiabilidade interavaliador, foi considerada apenas a primeira avaliação das 53 videotarefas.

Análise estatística

Na análise dos dados, utilizou-se o Coeficiente Kappa ponderado (Kw) para variáveis categóricas2020. Sim J, Wright CC. The kappa statistic in reliability studies: use, interpretation, and sample size requirements. Phys Ther. 2005 Mar;85(3):257-68. PMid:15733050.. O Coeficiente Kappa ponderado linear foi classificado, de acordo com Landis e Koch2121. Landis J, Koch G. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 1977;33(1):159-74. PMid:843571. http://dx.doi.org/10.2307/2529310
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, em: confiabilidade quase perfeita (>0,81), substancial (0,61 a 0,80), moderada (0,41 a 0,60), pobre (0,21 a 0,40) e muito pobre (0,00 a 0,20).

A porcentagem de concordância intra e interavaliadores foi avaliada por meio de tabulação cruzada (2×2) para calcular a porcentagem (%), com valores de 0% a 100%. Quanto maior a percentagem, melhor a concordância. Todos os dados foram transferidos para o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0. O teste de Kappa ponderado foi realizado no programa estatístico VassarStats.

Resultados

Tradução e adaptação transcultural do REBA

As versões oriundas da etapa de tradução (T1 e T2) e retrotradução (RT1 e RT2) mostraram-se adequadas, necessitando apenas de algumas modificações gramaticais por meio de reposicionamentos ou substituições de termos por sinônimos, objetivando uma compreensão mais fácil.

No pré-teste da versão pré-final, os nove fisioterapeutas avaliadores não questionaram nenhum termo relacionado à pontuação dos grupos A e B, as dificuldades encontradas foram na compreensão das instruções referentes ao preenchimento da Tabela A, Tabela B, Tabela C e sua associação às pontuações de carga/força e pega. Isso pode ser observado na frase que originalmente era: "For each region, there is a posture scoring scale plus adjustment notes for additional considerations. Then score the Load / Force and Coupling factors".

Na versão pré-final utilizada no pré-teste, a frase acima se apresentava: "Para cada região, existe uma escala de pontuação da postura mais os itens de ajuste para considerações adicionais. Em seguida, pontue carga/força e fatores de acoplamento". Após o relato de dificuldade de compreensão, foram realizados os ajustes necessários para facilitar a compreensão e encaminhados ao comitê de especialistas, resultando na versão final do REBA adaptado (Anexo 1S Anexo 1S Versão Português Brasileiro do Rapid Entire Body Assessment (REBA). Rapid Entire Body Assessment (REBA) REBA foi proposto por Hignett e McAtamney como meio para avaliar posturas de risco de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho. Considere as tarefas críticas de um trabalho. Para cada tarefa, avalie os fatores de postura, atribuindo uma pontuação para cada região do corpo. A ficha a seguir fornece um formato para este processo. As áreas na folha de dados com um fundo cinza claro são para marcar os valores da postura, acrescentando se necessário a pontuação de ajuste. Pontue o Grupo A (posturas de pescoço, tronco e pernas) e Grupo B (posturas de braços, antebraços e punhos, direitos e esquerdos). Para cada região, existe uma escala de pontuação da postura, mais os itens de ajuste para considerações adicionais. Assim que finalizar a pontuação do Grupo A, cruze as pontuações na tabela A e ao finalizar a pontuação do Grupo B cruze as pontuações na tabela B. Encontre as pontuações da tabela A para as pontuações de postura do Grupo A e da tabela B para as pontuações de postura do Grupo B. As tabelas acompanham a folha de coleta de dados. O resultado da tabela A é somado à pontuação da tabela carga/força. O resultado da tabela B é somado à tabela de pega. A pontuação A é a soma da pontuação obtida na tabela A e escore de peso/força. A pontuação B é a soma da pontuação da Tabela B e do ajuste de pega para cada mão. A pontuação C é lida a partir da Tabela C, ao cruzar os resultados obtidos na pontuação A e B. A Pontuação total do REBA é a soma da pontuação C com a pontuação da atividade. O grau de risco é encontrado na tabela de decisão REBA. GRUPO A: tronco, pescoço e pernas. 1º) Observe a posição em que o tronco se encontra e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso o tronco apresente algum ajuste, acrescente +1 ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação. Tronco Movimento Pontuação Ajuste de Pontuação Ereto/vertical 1 Acrescentar +1, se o tronco estiver em rotação ou inclinação lateral 0°- 20° flexão0°- 20° extensão 2 20° - 60° flexão> 20° extensão 3 > 60° flexão 4 TOTAL: 3 2º) Observe a posição em que o pescoço se encontra e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso o pescoço apresente algum ajuste, acrescente +1 ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação. Pescoço Movimento Pontuação Ajuste de Pontuação 0°- 20° flexão 1 Acrescentar +1, se o pescoço estiver em rotação ou inclinação lateral > 20° flexão ou em extensão 2 TOTAL:2 3º) Observe a posição em que as pernas se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso as pernas apresentem algum ajuste, acrescente ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação. Pernas Movimento Pontuação Ajuste de Pontuação Em pé com distribuição do peso bilateralmente; caminhando; sentado 1 Acrescentar +1, se o joelho(s) estiver entre 30° - 60° flexão Acrescentar +2, se o joelho(s) estiver > 60° flexão (exceto postura sentada) Em pé com distribuição do peso unilateralmente; postura instável 2 TOTAL:2 GRUPO B: braços/ombros, antebraços/cotovelos. 4º) Observe a posição em que os braços/ombros se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso os braços/ombros apresentem algum ajuste, acrescente ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação. Braços/ Ombros Movimento Pontuação Ajuste de Pontuação 20° extensão a 20°flexão 1 Acrescentar +1, se o ombro estiver:• abduzido• em rotaçãoAcrescentar +1, se o ombroestiver elevadodiminuir -1, se o braço estiver apoiado, com suporte de peso ou se a postura é a favor da gravidade > 20° extensão20° - 45° flexão 2 45° - 90° flexão 3 > 90° flexão 4 TOTAL:2 5º) Observe a posição em que os antebraços/cotovelos se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Antebraços/ Cotovelos Movimento Pontuação 60°- 100° flexão 1 < 60° flexão ou > 100° flexão 2 TOTAL:1 6º) Observe a posição em que os punho se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso os punhos apresentem algum ajuste, acrescente +1 ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação. Punhos Movimento Pontuação Ajuste de Pontuação 0°- 15° flexão ou extensão 1 Acrescentar +1, se o punho estiver em desvio lateral ou rotação > 15° flexão ou extensão 2 TOTAL:2 7º) Coloque os resultados encontrados para Tronco, Pescoço e Penas, marque-os na Tabela A. De acordo com o exemplo dado, tronco foi pontuado com 3, pescoço foi pontuado com 2 e pernas também foi pontuada com 2. A combinação desses valores irá gerar o valor de acordo com o cruzamento de linha e coluna da tabela, demonstrado com as setas, as quais nesse exemplo aparecerá o valor 5. Tabela A e Tabela Carga e Força Tabela A Pescoço Tronco 1 2 3 Pernas 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 1 2 3 4 1 2 3 4 3 3 5 6 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 8º) Observe o peso da carga manuseada pelo indivíduo e pontue na Tabela Carga/Força. Caso observe movimentos rápidos ou bruscos com a carga ,acrescente +1 à esta pontuação. Carga/Força 0 1 2 (+)1 < 5Kg 5 - 10 Kg > 10 Kg Movimentos rápidos ou bruscos 9º) Coloque os resultados encontrados para Braço, Antebraço e Punho, marque-os na Tabela B. De acordo com o exemplo dado, braço foi pontuado com 2, antebraço foi pontuado com 1 e punho foi pontuado com 2. A combinação desses valores irá gerar o valor de acordo com o cruzamento de linha e coluna da tabela, demonstrado com as setas, as quais nesse exemplo aparecerá o valor2. Tabela B e Tabela Pega Tabela B Antebraço Braço 1 2 Punho 1 2 3 1 2 3 123456 1 2 2 1 2 3 1 2 3 2 3 4 3 4 5 4 5 5 4 5 5 5 6 7 6 7 8 7 8 8 7 8 8 8 9 9 10º) Observe a pega utilizada pelo indivíduo e pontue na Tabela Pega. Caso observe que a pega é inaceitável, acrescente +1 ao valor pontuado. "Pega" 0 (Boa) 1 (Razoável) 2 (Pobre) (+)1 (Inaceitável) Agarre manual bem ajustado para pega, permitindo força de preensão Agarre manual aceitável, mas não ideal ou a pega é aceitável por adequação de outras partes do corpo Agarre manual não aceitável, embora possível Preensão inadequada e insegura, sem agarre manualPega é inaceitável, utilizando outras partes do corpo 11º) Na Tabela C, coloque o valor encontrado no cruzamento de linha e coluna da Tabela A somado ao valor encontrado na Tabela Carga. Em seguida, coloque o valor encontrado no cruzamento de linha e coluna da Tabela B somado ao valor encontrão na Tabela Pega. Faça a combinação desses valores na Tabela C através da linha e coluna, encontrando, neste caso, o valor de 6. Tabela C e Tabela Atividade TABELA C Pontuação B Pontuação A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12º) Ao valor encontrado na Tabela C através do cruzamento de linha e coluna (6), pode-se adicionar a pontuação de Atividade. +1 Uma ou mais partes do corpo estão em postura estática. Ex: sustentar por mais que 1 minuto +1 Repetição de movimentos em pequeno intervalo de tempo. Ex: repetição de mais que 4 vezes por minuto (não incluindo caminhada) +1 Ajustes posturais rápidos ou base instável 13º) O valor encontrado na Tabela C somado ao valor de Atividade será colocado neste quadro para verificar o Nível de Risco verificando a Ação a ser tomada para com este indivíduo observado. De acordo com o exemplo adotado, o valor será 7. Tabela D Níveis de Risco Ergonômico REBA Nível de Ação Pontuação Nível de Risco Ação (Incluindo futuras avaliações) 0 1 Insignificante Não é necessária 1 2-3 Baixo Pode ser necessária 2 4-7 Médio Necessária 3 8-10 Alto Atuação em breve 4 11-15 Muito Alto Atuação Imediata * * Veja material suplementar disponível na versão online no site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issues&pid=1413-3555&lng=en&nrm=iso ), com a frase da seguinte forma: "Para cada região, existe uma escala de pontuação da postura mais os itens de ajuste para considerações adicionais. Assim que finalizar a pontuação do grupo A, cruze as pontuações na Tabela A e, ao finalizar a pontuação do grupo B, cruze as pontuações na Tabela B".

Após a inclusão de informações na versão adaptada, nenhum avaliador teve dúvida quanto às instruções de aplicação.

Avaliação da confiabilidade

Os testes de confiabilidade foram realizados com intervalo de confiança de 95% e mostraram que, para o intra-avaliador 1, o Kappa variou de 0,129 para o item antebraço a 0,504 para o item tronco, representando muito pobre e moderada confiabilidade, respectivamente. Já o percentual de concordância variou de 15,09% para o item nível de ação a 69,81% para o item antebraço (Tabela 1).

Tabela 1
Teste de confiabilidade e percentual de concordância intra-avaliador 1 da versão brasileira do Rapid Entire Body Assessment (REBA).

Para confiabilidade intra-avaliador 2, o Kappa variou de 0,104 para o item punho a 0,492 para o item pernas, e o coeficiente Kappa apresentou valor de -0,088 para o item antebraço, representando muito pobre e moderada confiabilidade, respectivamente. Por outro lado, a concordância variou de 18,86% para o item pontuação total a 62,26% para os itens antebraço e pernas (Tabela 2).

Tabela 2
Teste de confiabilidade e percentual de concordância intra-avaliador 2 da versão brasileira do Rapid Entire Body Assessment (REBA).

Para confiabilidade interavaliadores 1 e 2, o Kappa variou de 0,126 para o item pescoço a 0,454 para o item pernas, representando muito pobre e moderada confiabilidade, respectivamente. O percentual de concordância variou de 5,66% para o item nível de ação a 66,03% para o item antebraço (Tabela 3).

Tabela 3
Teste de confiabilidade e percentual de concordância interavaliadores 1 e 2 da versão brasileira do Rapid Entire Body Assessment (REBA).

Discussão

A avaliação do ambiente de trabalho em busca de fatores de riscos que possam acometer os trabalhadores brasileiros é essencial na prevenção e diminuição de DORT's. No Brasil, poucos são os instrumentos adequados para utilização, diferentemente do que se observa em outros idiomas55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876...
.

Poucos são os instrumentos observacionais traduzidos e adaptados para o português-brasileiro que podem ser utilizados em trabalhadores brasileiros, no entanto muitos são os estudos que utilizam os instrumentos observacionais sem tradução e adaptação1212. Motamedzade M, Ashuri MR, Golmohammadi R, Mahjub H. Comparison of ergonomic risk assessment outputs from rapid entire body assessment and quick exposure check in an engine oil company. J Res Health Sci. 2011;11(1):26-32. PMid:22911944.

13. Kim S, Nussbaum MA, Jia B. Low back injury risksduring construction with prefabricated (panelised) walls: effects of task and design factors. Ergonomics. 2011;54:60-71. PMid:21181589. http://dx.doi.org/10.1080/00140139.2010.535024
http://dx.doi.org/10.1080/00140139.2010....
- 1414. Gentzler M, Stader S. Posture stress on firefighters and emergency medical technicians (EMTs) associated with repetitive reaching, bending, lifting, and pulling tasks. Work. 2010;37(3):227-239. PMid:20978330. http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2010-1075
http://dx.doi.org/10.3233/WOR-2010-1075...
. A utilização de um instrumento estrangeiro sem a sua devida adaptação pode colocar em risco a validade e a confiabilidade das avaliações efetuadas2222. Giusti E, Befi-Lopes D. Tradução e adaptação transcultural de instrumentos estrangeiros para o Português Brasileiro (PB). Pro Fono. 2008;20(3):207-10. PMid:18852970. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000300012
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.

O processo de tradução e adaptação é tão importante quanto o desenvolvimento de um novo instrumento2323. Nascimento E, Figueiredo V. WISC-III e WAIS-III: alterações nas versões originais americanas decorrentes das adaptações para uso no Brasil. Psicol Reflex Crít. 2002;15(3):603-12. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722002000300014
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. Nesse processo, deve-se sempre buscar a maior equivalência possível entre o instrumento original e sua versão traduzida e adaptada. Diante desse contexto, optamos por traduzir, adaptar transculturalmente para o português-brasileiro e testar a confiabilidade do instrumento REBA1010. McAtamney L, Hignett S. REBA: a rapid entire body assessment method for investigating work related musculoskeletal disorders. In: Annual Conference Ergonomics Society of Australia: Proceedings of the 31st Annual Conference Ergonomics Society of Australia; 13-15 Dec 1995; Glenelg. Glenelg: Ergonomics Society of Australia; 1995. p. 45-51. , 1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
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.

O REBA consiste em um instrumento destinado à avaliação do ambiente de trabalho em busca de fatores de riscos biomecânicos, aos quais os trabalhadores podem estar expostos1010. McAtamney L, Hignett S. REBA: a rapid entire body assessment method for investigating work related musculoskeletal disorders. In: Annual Conference Ergonomics Society of Australia: Proceedings of the 31st Annual Conference Ergonomics Society of Australia; 13-15 Dec 1995; Glenelg. Glenelg: Ergonomics Society of Australia; 1995. p. 45-51. , 1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
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. Seu processo de tradução e adaptação transcultural para o português-brasileiro mostrou-se de acordo com o proposto por Beaton et al.1616. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. http://dx.doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
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, com resultados que proporcionaram uma versão com equivalência ao instrumento de origem.

O REBA, em seu processo de pré-teste da versão pré-final, apresentou dificuldades relatadas pelos avaliadores nas instruções gerais, necessitando de adequação de termos e adição de palavras para torná-lo mais didático. No entanto, o instrumento REBA em sua versão original1010. McAtamney L, Hignett S. REBA: a rapid entire body assessment method for investigating work related musculoskeletal disorders. In: Annual Conference Ergonomics Society of Australia: Proceedings of the 31st Annual Conference Ergonomics Society of Australia; 13-15 Dec 1995; Glenelg. Glenelg: Ergonomics Society of Australia; 1995. p. 45-51. , 1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
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não apresenta instruções claras sobre aplicação, o que dificulta a compreensão. O REBA traduzido e adaptado apresentou-se compreensível para utilização na avaliação dos fatores de riscos presentes no ambiente de trabalho após a inclusão de informações complementares, mesmo assim, temos que reconhecer a limitação por termos incluído apenas nove avaliadores no pré-teste.

Ao analisar o teste de confiabilidade do instrumento traduzido e adaptado, observamos que a versão português-brasileiro do REBA apresentou confiabilidade classificada entre muito pobre e moderada para análises intra-avaliador 1, análises intra-avaliador 2 e análises interavaliadores 1 e 2, com valores de Kappa ponderado variando de 0,104 para o item punho a 0,504 para o item tronco. A propriedade confiabilidade representa que, ao utilizar o instrumento em ensaios repetidos, com condições estáveis, ele produz resultados similares1616. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. http://dx.doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
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, condições essas que não foram observadas neste estudo.

Os valores da confiabilidade encontrados estão abaixo dos valores considerados pelas diretrizes, que sugerem valores de confiabilidade acima de 0,70172424. Terwee CB, Bot SD, De Boer MR, van der Windt DA, Knol DL, Dekker J, et al. Quality criteria were proposed for measurement properties of health status questionnaires. J Clin Epidemiol. 2007;60(1):34-42. PMid:17161752. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclinepi.2006.03.012
http://dx.doi.org/10.1016/j.jclinepi.200...
. Alguns aspectos podem ter contribuído para esses baixos valores, tais como as características do REBA, o treinamento insuficiente dos avaliadores e até mesmo o fato de o pré-teste ter sido realizado por apenas nove fisioterapeutas, evidenciando alguma possível falha no processo de tradução. Por outro lado, os valores do percentual de concordância variou de 5,66% para o item nível de ação a 69,81% para o item antebraço. O REBA, em sua versão original, relata apenas valores para percentual de concordância de 62 a 85% para análises interavaliadores1111. Hignett S, McAtamney L. Rapid entire body assessment (REBA). Appl Ergon. 2000;31:201-5. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-6870(99)00039-3
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. Tais valores de concordância foram superiores aos valores encontrados neste estudo.

Deve-se relatar que o instrumento REBA possui limitações até mesmo em seu idioma de origem por não ter detalhes sobre a confiabilidade, mas apresentar valores em porcentagem de concordância. Valores abaixo de 0,70 em confiabilidade não são observados somente no REBA. O instrumento Quick Exposure Check (QEC), traduzido, adaptado para o português-brasileiro também apresentou, no teste das propriedades de medida, valores de confiabilidade moderada intra-avaliador (0,41 a 0,60), e confiabilidade de moderada a substancial (0,62 a 0,86) interavaliador77. Comper ML, Costa LO, Padula RS. Clinimetric properties of the Brazilian-Portuguese version of the Quick Exposure Check (QEC). Rev Bras Fisioter. 2012;16(6):487-94. PMid:23032294. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552012005000049
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. O fato de a confiabilidade ter se apresentado um pouco mais alta do que os resultados do REBA pode estar relacionado às características de pontuação dos instrumentos. O QEC é mais objetivo, com menos opções de posição para cada segmento corporal.

Além disso, a maioria dos instrumentos observacionais que avaliam riscos descritos em uma revisão sistemática sobre o tópico apresenta também valores abaixo de 0,70 para confiabilidade55. Takala EP, Pehkonen I, Forsman M, Hansson GA, Mathiassen SE, Neumann WP, et al. Systematic evaluation of observational methods assessing biomechanical exposures at work. Scand J Work Environ Health. 2010;36(1):3-24. PMid:19953213. http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876
http://dx.doi.org/10.5271/sjweh.2876...
.

Ao considerar que esses instrumentos representam uma das melhores formas disponíveis para avaliação de fatores de riscos ocupacionais, faz-se necessário interpretar os resultados com cautela. Até o momento, apenas a propriedade de medida confiabilidade foi testada na versão português-brasileiro do REBA devido a limitações encontradas pelo estudo, como a dificuldade de conseguir avaliadores treinados para observar um n de tarefas de no mínimo 100, que seria o indicado para testar adequadamente as demais propriedades de medida, como a consistência interna. Uma possível limitação deste estudo é o número de profissionais que aceitaram participar do pré-teste da versão pré-final do instrumento, pois, segundo as diretrizes, ele deve ser feito com um grupo entre 30 e 40 indivíduos. Além disso, o aperfeiçoamento da análise se dá pelo treinamento, então, nesse sentido, o fato de os resultados do teste de confiabilidade terem sido baixos pode indicar que os avaliadores não tiveram treinamento suficiente, o que indica necessidade de um tempo maior de treinamento do que o proposto neste estudo. Enfim, é recomendável que outros estudos refaçam o teste de confiabilidade e avaliem as demais propriedades de validade e responsividade.

Conclusão

O instrumento REBA apresentou resultados satisfatórios no processo de tradução, adaptação, no entanto o instrumento teve sua confiabilidade variando de muito pobre a moderada, com valores abaixo do proposto pelas diretrizes de propriedades de medida, indicando que a confiabilidade precisa ser refeita. Portanto, ao utilizar esse instrumento observacional, a interpretação dos dados obtidos deve ser cautelosa, e futuros estudos devem reavaliar a confiabilidade e outras propriedades de medida.

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Anexo 1S Versão Português Brasileiro do Rapid Entire Body Assessment (REBA).

Rapid Entire Body Assessment (REBA)

REBA foi proposto por Hignett e McAtamney como meio para avaliar posturas de risco de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho.

Considere as tarefas críticas de um trabalho. Para cada tarefa, avalie os fatores de postura, atribuindo uma pontuação para cada região do corpo. A ficha a seguir fornece um formato para este processo. As áreas na folha de dados com um fundo cinza claro são para marcar os valores da postura, acrescentando se necessário a pontuação de ajuste.

Pontue o Grupo A (posturas de pescoço, tronco e pernas) e Grupo B (posturas de braços, antebraços e punhos, direitos e esquerdos). Para cada região, existe uma escala de pontuação da postura, mais os itens de ajuste para considerações adicionais. Assim que finalizar a pontuação do Grupo A, cruze as pontuações na tabela A e ao finalizar a pontuação do Grupo B cruze as pontuações na tabela B.

Encontre as pontuações da tabela A para as pontuações de postura do Grupo A e da tabela B para as pontuações de postura do Grupo B. As tabelas acompanham a folha de coleta de dados.

O resultado da tabela A é somado à pontuação da tabela carga/força. O resultado da tabela B é somado à tabela de pega.

A pontuação A é a soma da pontuação obtida na tabela A e escore de peso/força. A pontuação B é a soma da pontuação da Tabela B e do ajuste de pega para cada mão.

A pontuação C é lida a partir da Tabela C, ao cruzar os resultados obtidos na pontuação A e B. A Pontuação total do REBA é a soma da pontuação C com a pontuação da atividade. O grau de risco é encontrado na tabela de decisão REBA.

GRUPO A: tronco, pescoço e pernas.

1º) Observe a posição em que o tronco se encontra e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso o tronco apresente algum ajuste, acrescente +1 ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação.

TOTAL: 3

2º) Observe a posição em que o pescoço se encontra e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso o pescoço apresente algum ajuste, acrescente +1 ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação.


Pescoço

TOTAL:2

3º) Observe a posição em que as pernas se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso as pernas apresentem algum ajuste, acrescente ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação.

TOTAL:2

GRUPO B: braços/ombros, antebraços/cotovelos.

4º) Observe a posição em que os braços/ombros se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso os braços/ombros apresentem algum ajuste, acrescente ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação.


Braços/ Ombros

TOTAL:2

5º) Observe a posição em que os antebraços/cotovelos se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação.


Antebraços/ Cotovelos

TOTAL:1

6º) Observe a posição em que os punho se encontram e pontue de acordo com o grau de movimento, no quadrado denominado Pontuação. Caso os punhos apresentem algum ajuste, acrescente +1 ao valor pontuado para o grau de movimento, no quadro denominado Ajustes de Pontuação.

TOTAL:2

7º) Coloque os resultados encontrados para Tronco, Pescoço e Penas, marque-os na Tabela A. De acordo com o exemplo dado, tronco foi pontuado com 3, pescoço foi pontuado com 2 e pernas também foi pontuada com 2. A combinação desses valores irá gerar o valor de acordo com o cruzamento de linha e coluna da tabela, demonstrado com as setas, as quais nesse exemplo aparecerá o valor 5.


Tabela A e Tabela Carga e Força

8º) Observe o peso da carga manuseada pelo indivíduo e pontue na Tabela Carga/Força. Caso observe movimentos rápidos ou bruscos com a carga ,acrescente +1 à esta pontuação.

Carga/Força 0 1 2 (+)1 < 5Kg 5 - 10 Kg > 10 Kg Movimentos rápidos ou bruscos

9º) Coloque os resultados encontrados para Braço, Antebraço e Punho, marque-os na Tabela B. De acordo com o exemplo dado, braço foi pontuado com 2, antebraço foi pontuado com 1 e punho foi pontuado com 2. A combinação desses valores irá gerar o valor de acordo com o cruzamento de linha e coluna da tabela, demonstrado com as setas, as quais nesse exemplo aparecerá o valor2.


Tabela B e Tabela Pega

10º) Observe a pega utilizada pelo indivíduo e pontue na Tabela Pega. Caso observe que a pega é inaceitável, acrescente +1 ao valor pontuado.

"Pega" 0 (Boa) 1 (Razoável) 2 (Pobre) (+)1 (Inaceitável) Agarre manual bem ajustado para pega, permitindo força de preensão Agarre manual aceitável, mas não ideal ou a pega é aceitável por adequação de outras partes do corpo Agarre manual não aceitável, embora possível Preensão inadequada e insegura, sem agarre manualPega é inaceitável, utilizando outras partes do corpo

11º) Na Tabela C, coloque o valor encontrado no cruzamento de linha e coluna da Tabela A somado ao valor encontrado na Tabela Carga. Em seguida, coloque o valor encontrado no cruzamento de linha e coluna da Tabela B somado ao valor encontrão na Tabela Pega. Faça a combinação desses valores na Tabela C através da linha e coluna, encontrando, neste caso, o valor de 6.


Tabela C e Tabela Atividade

12º) Ao valor encontrado na Tabela C através do cruzamento de linha e coluna (6), pode-se adicionar a pontuação de Atividade.

+1 Uma ou mais partes do corpo estão em postura estática. Ex: sustentar por mais que 1 minuto

+1 Repetição de movimentos em pequeno intervalo de tempo. Ex: repetição de mais que 4 vezes por minuto (não incluindo caminhada)

+1 Ajustes posturais rápidos ou base instável

13º) O valor encontrado na Tabela C somado ao valor de Atividade será colocado neste quadro para verificar o Nível de Risco verificando a Ação a ser tomada para com este indivíduo observado. De acordo com o exemplo adotado, o valor será 7.

Tabela D
Níveis de Risco Ergonômico REBA

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Jun 2014

Histórico

  • Recebido
    17 Mar 2013
  • Revisado
    06 Set 2013
  • Aceito
    05 Fev 2014
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