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Trajetória de variedades locais cultivadas em roças de agricultores camponeses do Bairro da Serra - Iporanga, SP

Trajectory of local varieties cultivated in gardens of farmers peasants of Bairro da Serra - Iporanga, SP

Trajectoire des variétés locales cultivée dans les jardins des paysans des Bairro da Serra - Iporanga, SP

Trayectoria de las variedades locales cultivadas en los jardines de los campesinos de Bairro da Serra - Iporanga, SP

Resumos

Esse trabalho verificou a trajetória tecnológica das variedades locais conhecidas no Bairro da Serra - Iporanga, SP. Identificando a diversidade de variedades cultivadas nas roças dos agricultores para compreender o circuito local das sementes. A partir conhecimento do agricultor, por meio de entrevistas semi-estruturadas e abertas. Os dados foram analisados por análises descritivas, análise fatorial de componentes principais e peso ponderado. Existem etnovariedades de amendoim, arroz, feijão e milho cultivadas nas roças, a conservação in situ é realizada pelos próprios agricultores, por meio do sistema informal - troca de sementes e compra com vizinhos ou moradores da própria região.

Etnovariedade; Conservação; Vale do Ribeira


This Search verified the technological trajectory local varieties known in Neighborhood Saw- Iporanga, SP. Identifying the diversity of varieties grown in the fields of farmers to understand the local circuit seeds. From farmer knowledge, through semi-structured and open. The data were analyzed through descriptive analysis, multivarieted statistic with the analysis of the mainly compounds and weighed weight analysis. There ethnovarieties of peanut, rice, beans and corn cultivated in gardens, the conservation in situ is performed by farmers themselves, through the informal system - seed exchange and purchase with neighbors or residents of the region itself.

Ethnovarieties; Conservation; Vale do Ribeira


Cette étude a examiné la trajectoire technologique des variétés locales connu dans Quartier d' les Collines - Iporanga, SP. Identifier la diversité des variétés cultivés dans les jardins les agriculteurs de comprendre les graines circuit local. De la connaissance des agriculteurs, par semi-structurées et ouvertes. Les données ont été analysées par des statistiques descriptives, analyse en composantes principales et la pondération poids. Il existe des etnovariétés d'arachide, le riz, les haricots et le maïs cultivé dans les jardins. l' conservation in situ est effectué par les agriculteurs eux-mêmes, par le système informel - l'échange de semences et les achats avec des voisins ou des habitants de la région elle-même.

Etnovariétés; Conservation; Vale do Ribeira


Este estudio examinó la trayectoria tecnológica de las variedades locales conocido en Barrio de Sierra- Iporanga, SP. La identificación de la diversidad de variedades cultivadas en los jardines de los agricultores para entender las semillas circuito local. Desde el conocimiento de los agricultores, través de entrevistas semi-estructuradas y abiertas. Los datos fueron analizados mediante estadística descriptiva, análisis de componentes principales factores y la ponderación de peso. Hay etnovariedades cacahuete, arroz, frijoles y maíz cultivadas en los jardines, la conservación in situ se realiza por los propios agricultores, a través del sistema informal - intercambio de semillas y las compras con los vecinos o residentes de la propia región.

Etnovariedade; Conservación; Vale do Ribeira


ARTIGOS

Trajetória de variedades locais cultivadas em roças de agricultores camponeses do Bairro da Serra – Iporanga, SP

Trajectory of local varieties cultivated in gardens of farmers peasants of Bairro da Serra – Iporanga, SP

Trajectoire des variétés locales cultivée dans les jardins des paysans des Bairro da Serra – Iporanga, SP

Trayectoria de las variedades locales cultivadas en los jardines de los campesinos de Bairro da Serra – Iporanga, SP

Helionora da Silva AlvesI; Rodrigo Aleixo Brito de AzevedoII; Maria Cristina de Figueiredo e AlbuquerqueIII

IEngenheira Agrônoma, Doutoranda em Agricultura Tropical, Universidade Federal de Mato Grosso, CAPES, E-mail: helionora.alves@gmail.com

IIDoutor em Fitotecnia, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, E-mail: rodrigo.abazevedo@gmail.com

IIIDoutora em Produção e Tecnologia de Sementes, Universidade Federal de Mato Grosso, Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, E-mail: mcfa@cpd.ufmt.br

RESUMO

Esse trabalho verificou a trajetória tecnológica das variedades locais conhecidas no Bairro da Serra - Iporanga, SP. Identificando a diversidade de variedades cultivadas nas roças dos agricultores para compreender o circuito local das sementes. A partir conhecimento do agricultor, por meio de entrevistas semi-estruturadas e abertas. Os dados foram analisados por análises descritivas, análise fatorial de componentes principais e peso ponderado. Existem etnovariedades de amendoim, arroz, feijão e milho cultivadas nas roças, a conservação in situ é realizada pelos próprios agricultores, por meio do sistema informal – troca de sementes e compra com vizinhos ou moradores da própria região.

Palavras-chave: Etnovariedade. Conservação. Vale do Ribeira.

ABSTRACT

This Search verified the technological trajectory local varieties known in Neighborhood Saw- Iporanga, SP. Identifying the diversity of varieties grown in the fields of farmers to understand the local circuit seeds. From farmer knowledge, through semi-structured and open. The data were analyzed through descriptive analysis, multivarieted statistic with the analysis of the mainly compounds and weighed weight analysis. There ethnovarieties of peanut, rice, beans and corn cultivated in gardens, the conservation in situ is performed by farmers themselves, through the informal system – seed exchange and purchase with neighbors or residents of the region itself.

Key words: Ethnovarieties. Conservation. Vale do Ribeira.

RÉSUMÉ

Cette étude a examiné la trajectoire technologique des variétés locales connu dans Quartier d' les Collines - Iporanga, SP. Identifier la diversité des variétés cultivés dans les jardins les agriculteurs de comprendre les graines circuit local. De la connaissance des agriculteurs, par semi-structurées et ouvertes. Les données ont été analysées par des statistiques descriptives, analyse en composantes principales et la pondération poids. Il existe des etnovariétés d'arachide, le riz, les haricots et le maïs cultivé dans les jardins. l' conservation in situ est effectué par les agriculteurs eux-mêmes, par le système informel – l'échange de semences et les achats avec des voisins ou des habitants de la région elle-même.

Mots-clés: Etnovariétés. Conservation. Vale do Ribeira.

RESUMEN

Este estudio examinó la trayectoria tecnológica de las variedades locales conocido en Barrio de Sierra- Iporanga, SP. La identificación de la diversidad de variedades cultivadas en los jardines de los agricultores para entender las semillas circuito local. Desde el conocimiento de los agricultores, través de entrevistas semi-estructuradas y abiertas. Los datos fueron analizados mediante estadística descriptiva, análisis de componentes principales factores y la ponderación de peso. Hay etnovariedades cacahuete, arroz, frijoles y maíz cultivadas en los jardines, la conservación in situ se realiza por los propios agricultores, a través del sistema informal – intercambio de semillas y las compras con los vecinos o residentes de la propia región.

Palabras clave: Etnovariedade. Conservación. Vale do Ribeira.

Introdução

No território brasileiro, há comunidades tradicionais e de pequenos agricultores que ocupam áreas de vegetação nativa, onde cultivam uma ampla diversidade de espécies e de variedades vegetais, numa agricultura de pequena escala, que caracteriza a agricultura camponesa, um termo utilizado na literatura para designar o sistema agrícola cujas bases técnicas reportam ao Brasil pré-colonial, mantida pelas populações indígenas remanescentes e populações que assimilaram a técnica transmitida culturalmente por seus antepassados. Essas técnicas vão sendo adaptadas aos ecossistemas das regiões onde são praticadas.

A economia destas comunidades baseia-se nos produtos oferecidos no pequeno comercio e do que e produzido para a subsistência, o que permite que permaneçam em seu local de origem. Por esse motivo, a manutenção da diversidade de plantas é de fundamental importância para estes agricultores e também para a sociedade em geral. No entanto, esse modelo de agricultura tem sido influenciada por transformações socioeconômicas e de uso da terra, que em muitos casos tem colocado limites a continuidade destes modos de vida.

Na Mata Atlântica, considerada como um dos ecossistemas que detém a maior diversidade biológica, pois apresenta uma elevada riqueza de espécies e cerca de 2% do total de espécies endêmicas em todo o mundo (MYERS et al., 2000), existem comunidades humanas que, até algumas décadas atrás, baseavam sua sobrevivência na utilização de recursos naturais locais e na prática da agricultura em pequena escala. Como uma parte dos remanescentes deste ecossistema tornou-se área de preservação permanente (SMA, 1998), as atividades desenvolvidas nas áreas ocupadas por estas comunidades tornaram-se restritas, isto é, as práticas de cultivo são atualmente cerceadas e fiscalizadas pelos órgãos responsáveis pelas Unidades de Conservação. Tal fato pode levar a uma redução do conhecimento botânico das populações locais, assim como do cultivo das espécies e variedades locais de plantas cultivadas.

Segundo Gadgil et al. (1993), o conhecimento tradicional contém informações valiosas sobre o papel que as espécies desempenham nesses sistemas agrícolas. O conhecimento local desse modelo de populações tem sido alvo de estudos diversos (BROOK; MCLACHLAN, 2008), pois a diversidade cultural está fortemente relacionada com a diversidade biológica, principalmente com plantas cultivadas e manipuladas pelas sociedades 'tradicionais' (HANZAKI et al., 2008). Muitas técnicas e práticas de manejo utilizadas por algumas populações 'tradicionais' têm o potencial de serem ecologicamente 'sustentáveis', já que respeitam a complexidade e delicadeza dos ecossistemas (ALBUQUERQUE, 1999).

Tal conhecimento pode não estar expresso na terminologia da ciência moderna, e muitas vezes, está entrelaçado à magia, aos mitos e à superstição, mas pode ser certamente explicitado. Assim, muitas comunidades possuem sistemas próprios de manejo, resultado da experiência acumulada historicamente da sua relação com os recursos naturais, o que viabiliza o suprimento de suas necessidades com um prejuízo ambiental mínimo (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002).

Tanto esse conhecimento, quanto as espécies e variedades locais, devem ser preservados, pois são importantes para a manutenção da resiliência dos sistemas agrícolas de pequena escala, ajudando a estabilizar a produção e, minimizar os riscos, bem como a aproveitar os microambientes disponíveis com as variedades de culturas mais adequadas.

Salick et al. (1997) enfatizou a importância de conservar a diversidade local e manter as praticas agrícolas tradicionais paralelas com as modernas como uma forma de contribuição para o aumento e manutenção da variabilidade, evitando dessa forma a erosão genética.

Variedades de espécies são cultivadas nas roças autóctones com diversas técnicas que se adaptam aos ecossistemas das regiões onde são praticadas. Agricultores tradicionais frequentemente mantêm suas variedades antigas mesmo tendo a disposição variedades modernas, em função das características ecológicas, sociais e econômicas do ambiente local muito próprias (BELLON, 1996). Segundo estes mesmos autores, a maior parte das variedades cultivadas esta associada ao profundo conhecimento acumulado pelos agricultores.

Sendo assim, segundo Plotkin (1995), as populações que habitam florestas tropicais representam a chave para entender, utilizar e proteger a biodiversidade tropical, pois são elas que interagiram durante séculos com a diversidade biológica presente nestes ambientes.

A dinâmica do sistema agrícola itinerante, existente nas áreas florestais Atlânticas, é marcada pela estratégia de corte e queima onde se utiliza uma área aproximada de 0,5 ha por um determinado tempo, menor que o seu tempo de pousio (PERONI, 1998). Este período de abandono permite que a vegetação se restabeleça pelos processos naturais de sucessão secundária. De certa forma esta dinâmica imita a escala natural de perturbação e, em vez de congelar o processo de sucessão, apenas o explora de forma temporária (DEAN, 1996).

Os termos landraces, folk variety ou primitive variety têm sido definidos como populações ecológica ou geograficamente distintas originadas a partir de seleção local realizada pelos agricultores (CLEVELAND et al., 1994). No entanto, para maior uniformização terminológica será utilizado o termo etnovariedade, sugerido por Martins1 1 MARTINS, P. S. (ESALQ/USP. Departamento de Genética, Piracicaba). Comunicação pessoal, 1995. .

O valor potencial de etnovariedades não estaria ligado apenas a decodificação de informação contida no DNA destas etnovariedades, mas também no fato de existir todo um conhecimento sobre sua seleção, propagação, coleta e armazenamento de sementes, crescimento, valores culturais e usos (CLEVELAND et al., 1994), apesar de muitos destes aspectos carecerem de fundamentação científica (WOOD; LENNÉ, 1997).

Estratégias reais para a conservação in situ de espécies cultivadas ainda são escassas, por isso há necessidade de se entender quais processos dinâmicos de conservação estão sendo mantidos nestas comunidades tradicionais que indicariam caminhos para a elaboração de princípios norteadores de políticas científicas de conservação biológica (VAN DORP et al., 1993). Na literatura, os estudos referentes aos sistemas agrícolas tradicionais estão fortemente fundamentados na avaliação da diversidade cultivada e na premissa básica que diversidade agrícola e cultural estão fortemente ligadas, tanto que conservação de biodiversidade é considerado um imperativo cultural (SHIVA, 1996).

Considerando este contexto, o presente trabalho procura identificar taxonicamente, dentre as principais espécies na dieta alimentar dos agricultores, a diversidade de etnovariedades que se propagam por sementes e são cultivadas nas roças de unidades produtivas2 2 Unidade Produtiva é toda área utilizada pelo agricultor para desenvolver seu sistema de produção, independente da área estar situada ou não na propriedade em que reside (AZEVEDO, 2001). do Bairro da Serra, localizado no Parque Estadual do Alto do Ribeira (PETAR), em área de Mata Atlântica, no qual, busca-se compreende o circuito local das sementes.

Este trabalho pretende contribuir com as discussões pertinentes ao papel que as populações humanas remanescentes nesse ecossistema desempenham enquanto agricultores camponeses.

1 Aspectos metodológicos

A área de estudo compreende Bairro da Serra (24° 33' 09,4" de latitude sul e 48° 40' 39,0" de longitude oeste de Greenwich) um dos principais bairros rurais, ligado ao município de Iporanga-SP, localizado às margens da rodovia SP-165 (que liga Apiaí a Iporanga), a 23 km da cidade de Apiaí e a 17 km de Iporanga. Tem grande parte de sua área localizada formalmente dentro do PETAR, fazendo limite com a região sul do Parque. Cerca de 600 moradores se estabeleceram dentro de uma pequena área urbana.

O Bairro da Serra tem a história da sua economia baseada na agricultura, que na atualidade está em declínio, na extração do palmito e na mineração, atividades hoje proibidas por lei, por isso o turismo passou a ser a atividade econômica mais importante, uma vez que o rico patrimônio natural local compreende cavernas, rios de água cristalina e cachoeiras.

O modo de vida dos agricultores camponeses que vivem nesse local pode ser definido como agroextrativista, extremamente dependente da floresta. Caracterizado pela agricultura itinerante ou roça de coivara, com plantio de rotação de culturas que inclui principalmente o arroz, o feijão e o milho. Mesmo que não possam mais desenvolver a prática da derrubada e queima como antigamente, devido a legislação ambiental, ainda mantém uma relação intrínseca com o ambiente, o que possibilita testar alternativas de manejo que permitam continuar seu modo de vida camponês.

Antes de iniciar a coleta de dados foi realizada reunião com a comunidade para o primeiro contato com seus moradores. Na segunda visita à comunidade, a reunião aconteceu com o intuito de esclarecer os objetivos e propósitos da pesquisa e pedir autorização dos agricultores para realização das mesmas no local. O trabalho de campo foi realizado em períodos sucessivos de convivência local, no período de março de 2008 a março de 2009. Nessa convivência foram utilizados os princípios da técnica da "observação participante" (BECKER, 1999).

Por meio da observação e indicação dos moradores locais, foram escolhidos informantes-chave para desenvolver a descrição das percepções dos agricultores sobre as etnovariedades que se propagam por sementes e são cultivadas nas roças. Foi desenvolvida por meio de entrevistas semi-estruturadas e abertas, com objetivo de sistematizar o saber local e relacioná-lo com o conhecimento científico no sentido de se compreender as lógicas utilizadas pelos agricultores nos manejos das sementes. Esse critério foi o adotado por Descola (1986). Foi elaborado um roteiro-guia, utilizado na abordagem sobre as sementes.

Segundo Cunningham (2001), é melhor trabalhar com um pequeno grupo de bons informantes ("informantes-chaves") do que com um grande grupo que tenham pouco conhecimento do assunto. Sendo informante-chave aquele que, dentro de sua comunidade, tem conhecimentos mais detalhados acerca do assunto pesquisado. Dessa forma, o critério de escolha desses informantes baseou-se na disponibilidade de tempo desses e o desejo em participar das entrevistas, sendo agricultores nascidos e criados na região. Sendo assim, dez informantes representando sete unidades produtivas, participaram da pesquisa.

A partir da decomposição das informações obtidas nas entrevistas, foram identificadas as variedades de quatro principais espécies vegetais que se propagam por sementes: amendoim, arroz, feijão e milho, cultivadas ou não nas roças.

Para as características de origem das sementes dessas quatro espécies vegetais, foram construídas matrizes constituídas por variáveis qualitativas (variáveis binárias), atribuindo-se valor 1 (um) para presença da característica em determinada variedade e o valor 0 (zero) para ausência da característica (REIS, 2001). Foram excluídas da matriz as variáveis com variância de valor zero.

As análises estáticas foram realizadas de forma sequencial (análise descritiva, análise fatorial e análise fatorial com cálculo de peso das variáveis) e com objetivos diferenciados:

– Análise descritiva: buscou-se identificar as características de origem atribuindo-se importância percentual para a origem das sementes e etnovariedades citadas.

– Análise fatorial: método componentes principais: foi utilizada para a identificação dos itens mais importantes no universo dos que foram apontados. Utilizou-se como ferramenta o programa de estatística SPSS-15 (PESTANA; GAGEIRO, 2000). Uma condição para que a análise de componentes principais fosse possível de ser realizada é que a variância de cada variável tenha sido diferente de zero. Assim foi construída uma matriz binária para análises das características de origem das sementes de arroz, feijão e milho. Com as matrizes, realizou-se a análise que forneceu os fatores com suas explicações de variação dos dados. Esses fatores foram utilizados, sendo estabelecida classificação das características de origem. Considerou-se como variáveis importantes no processo de categorização dos fatores, aquelas cujos valores absolutos da correlação com os fatores fossem maiores ou iguais a 0,7. A opção em trabalhar com o valor de 0,7 foi em função de agregar informações significativas em todos os fatores. Utilizar valores abaixo de 0,7 aumenta o número de variáveis descrevendo cada um dos fatores, dificultando sua interpretação. Adotou-se que só seriam considerados os fatores que em conjunto explicassem 70% ou mais da variação dos dados originais (AZEVEDO, 2001; BERNARDI et al., 2001).

– Análise por peso ponderado: indicou a importância relativa de cada um dos itens. Realizada com os resultados obtidos na análise de componentes principais, baseando-se em metodologia proposta para a definição de pesos para as variáveis em análise de impacto ambiental realizada por Ying e Liu (1995). Esta análise tem a função de reduzir o grande número de variáveis intercorrelacionadas em um número menor de fatores não correlacionados entre si. Cada fator é constituído de combinações lineares das variáveis originais explicando em determinada porcentagem a variância total dos dados, onde o primeiro fator responde pelo maior percentual, o segundo pelo segundo maior percentual, e sucessivamente (MANLY, 1986). Com base nos resultados obtidos da porcentagem da variância explicada por cada fator e nos coeficientes das variáveis na combinação linear dos mesmos, exibidos nos resultados da análise de componentes principais, calculou-se o peso para cada uma das variáveis. Para ponderar as variáveis, além das percentagens de explicação da variância dos dados, foi necessário utilizar o valor dos coeficientes das variáveis utilizados para o cálculo dos escores. Ambos retornaram como resultado da análise de componentes principais no programa estatístico (SPSS). Para realizar a ponderação dos pesos de cada variável, utilizou-se dos valores absolutos dos coeficientes utilizados para o cálculo do escore dos fatores considerados, de cada uma das variáveis, e multiplicou-se pelo percentual de explicação da variância de cada um dos fatores. A soma dos resultados obtidos para cada variável foi o peso ponderado de cada uma delas.

2 Resultados

Os agricultores consideraram arroz, feijão, milho e amendoim como as mais importantes na dieta alimentar, por isso plantam frequentemente, e foram escolhidas como objeto de estudo por haver disponibilidade de material para visualização e possibilidade de acompanhamento do manejo nas roças.

Etnovariedades

Sob o ponto de vista agrícola, as etnovariedades, variedades locais, ou "folk varieties", representam recursos genéticos agrícolas que vêm sendo coletados e utilizados pelos centros de germoplasma e conservados de forma ex situ. As consequências, objetivos e interesses da conservação ex situ se diferenciam dos da conservação in situ efetuada por agricultores "tradicionais". Os melhoristas formais se preocupam em manter a máxima diversidade genética armazenada nos bancos de germoplasma enquanto que os agricultores estão preocupados na diversidade e na estrutura populacional que garanta maior adaptação local (SOLERI; SMITH, 1995).

As etnovariedades de amendoim, arroz, feijão e milho citadas por agricultores de sete unidades produtivas do Bairro da Serra foram:

Amendoim: quatro etnovariedades foram citadas em duas unidades produtivas: 'amendoim preto', 'amendoim vermelho', 'amendoim branco' e 'amendoim rasteiro', sendo que o 'branco' não é mais cultivado, pois perderam a semente ("muda"3 3 Os agricultores entrevistados denominam por muda a semente utilizada para propagação da espécie vegetal. ) para continuar propagando. Das duas unidades produtivas que cultivam amendoim, uma estabelece o plantio da etnovaiedade 'rasteiro', e a outra as etnovariedades 'preto' e 'vermelho'. Porém os agricultores conhecem as etonovariedades que não cultivam e demonstraram o interesse em cultivar as não cultivadas, assim, verificou-se que existe pouco compartilhamento de conhecimento no que diz respeito aos tipos de etnovariedades de amendoim conhecidas, por haver pouco diálogo e/ou contato entre esses agricultores, por isso não esta existindo troca de sementes para essas etnovariedades.

Arroz: foram citadas um total de onze etnovariedades de arroz (Tabela 1), sendo as etnovariedades 'tirivinha', 'pratão' e 'viralomba' as mais conhecidas entre esses agricultores. A 'tirivinha' foi cultivada no passado hoje não existe mais, há dificuldade em encontrar a "muda" do arroz 'cabo roxo'; e 'viralomba' e 'pratão' são as etnovariedades mais cultivadas. Verificou-se que os agricultores conhecem mais etnovariedades do que cultivam, sendo que quase todos cultivam apenas uma etnovariedade.

Feijão: foram citadas pelos agricultores um total de 21 etnovariedades de feijão (Tabela 1). As etnovariedades 'carioquinha' e 'mulatinho' são as mais conhecidas e cultivadas entre eles. Em segundo lugar mais conhecido está a etnovariedade 'preto' e em terceiro 'mãezinha', 'roxo' e 'rosinha'. O 'carioquinha' é cultivado em quatro das unidades produtivas e o 'mulatinho' em três. O 'preto' é bem conhecido, mas apenas uma unidade produtiva cultiva; a aceitabilidade dessa etnovariedade não é boa pela maioria desses agricultores. Das 21 etnovariedades citadas, apenas sete são cultivadas por esses agricultores, sendo elas: 'carioquinha'; 'preto'; 'mulatinho'; 'rosinha'; 'mãezinha'; 'jaula' e 'sangue de boi'. Esses agricultores cultivam de duas a três etnovariedades de feijão em suas roças, e como ocorrido para o arroz, conhecem mais etnovariedades do que cultivam.

Milho: os agricultores que participaram desse estudo citaram um total de nove etnovariedades de milho (Tabela 1). A etnovariedade 'palha roxa' é a mais conhecida entre os agricultores, o 'híbrido amarelinho' o segundo mais conhecido e milho 'branco' é o terceiro. Antigamente esse último era o mais cultivado no Bairro da Serra, porém atualmente não se cultiva mais por não encontrarem "muda". Eles informaram que o milho 'pipoca' também era muito cultivado na região, mas hoje quase não se encontra mais. Das nove etnovariedades citadas, cinco são cultivadas por esses agricultores, sendo elas: 'palha roxa'; 'híbrido amarelinho'; 'palha branca'; 'híbrido mole' e 'pipoca'. Sendo que, a maioria cultiva 'palha roxa' e 'híbrido amarelinho'. Nas roças cultivam de uma a três etnovariedades de milho.

Abreu et al. (2007), em estudo realizado para avaliar a produtividade de milho crioulo produzido por agricultores familiares de Chapecó, SC, afirmaram que as variedades crioulas: Roxo, Branco e Palha Roxa são tão produtivas quanto os híbridos de alta tecnologia, e tem a vantagem de que os próprios agricultores podem produzir suas próprias sementes, não sendo dependentes de empresas que detenham a tecnologia de produção de sementes.

Na agricultura camponesa ainda é possível encontrar variedades crioulas. Essas são capazes de tolerar melhor as variações ambientais bem como resistir ao ataque de organismos prejudiciais. Além de serem mais adaptadas às condições locais garantindo autonomia ao pequeno produtor (CATÃO, 2007). Foi observado o detalhamento na diferenciação de etnovariedades nestas espécies. Segundo Peroni e Martins (1996), no caso do cará, o agricultor pode chegar a um nível subvarietal, caracterizando a variedade com um nome e também um "sobrenome"4 4 Na linguagem do agricultor. , podendo haver mais de uma variedade com um mesmo nome mas com um "sobrenome" diferente. Este detalhamento, com nomeação utilizando um binômio, se assemelha ao binômio gênero-espécie empregado na sistemática biológica (BERLIN, 1992); esse fato ocorreu na nominação de algumas das etnovariedades citadas pelos agricultores.

Foram citadas pelos agricultores ao todo 45 etnovariedades das quatro espécies aqui descritas. Observou-se o maior número de variedades totais do que espécies, fato já amplamente discutido na literatura (BOSTER, 1983). Foi observada nas roças, como destacado por Martins (1995), a presença de espécies semelhantes entre si no que diz respeito à forma de propagação (semente), e da parte utilizada para consumo (grãos).

Amorozo (2000), em estudo realizado em Santo Antônio do Leverger, MT, com agricultores tradicionais, verificou a existência de 60 etnovariedades de mandioca (Manihot esculenta), introduzidas no local em períodos

que variaram de 0 a mais de 50 anos. Os agricultores estudados citaram etnovariedades que foram cultivadas por seus ancestrais, e continuam sendo cultivadas por eles, porém foram citadas etnovariedades que já não são mais cultivadas por novas opções ou extinção do material genético de propagação.

Uma característica importante a ressaltar é que populações humanas fora do contexto amazônico, como os camponeses de São Paulo, por exemplo, podem cultivar um número tão grande ou até maior de espécies e variedades que populações humanas indígenas amazônicas (PERONI, 2004).

Origem das Etnovariedades

Foram identificadas 25 características que explicam a origem das etnovariedades de amendoim, arroz, feijão e milho. Nos cálculos de análise descritiva a característica 'é da região' foi a mais representativa com a presença de 16,8% das etnovariedades citadas sendo consideradas da região do Vale do Ribeira, a característica 'tem que comprar de alguém que planta' representou 8,6% das etnovariedades estabelecidas pelos agricultores para sua origem, em terceiro lugar de importância, a característica 'não acha para comprar em casa agropecuária' com 7,6%, em quarto a característica 'da época dos pais' e 'etnovariedade da roça (lavoura do mato)' com 6,5% as demais características aparecem com menor relevância apresentando menos de 6,0 % de explicação da origem das etnovariedades (Figura 1).


Essas características foram submetidas a análise fatorial de componentes principais, para identificar as mais explicativas. Foram identificados oito fatores com autovalores maiores que um e que responderam 73,3% da variação dos dados originais (Tabela 2).

Os fatores foram descritos considerando os aspectos que cada variável representa (Tabela 3). No fator 1 foram verificadas quatro características de origem das etnovariedades, nos fatores 2, 3 e 4, duas características. Nos fatores 5, 6 e 7 os valores de módulo foram abaixo de 0,7 sendo assim as características de origem que os compões não foram consideradas relevantes e o fator 8 apresentou uma característica com valor de módulo negativo, ou seja, não é representativa.

A análise de componentes principais separou as características de origem das etnovariedades citadas pelos agricultores, hierarquizando as mais importantes. Os resultados dessa análise corroboram os obtidos na análise descritiva, no qual a característica 'é da região' ficou em primeiro lugar com a presença de 28,7% das etnovariedades sendo consideradas da região por esses agricultores, em segunda ordem de importância, o característica 'tem que comprar de quem planta' com 14,8%, em terceira ordem 'não acha para comprar em casa agropecuária' com 13,0%, em quarta ordem de importância a característica 'etnovariedade da roça', em quinta ordem a característica 'vizinho que forneceu' com 10,2% e com menor relevância ficaram as demais características, abaixo de 10% de etnovariedades explicando as características de origem (Figura 1).

A análise de componentes principais identificou as características de origem das etnovariedades mais importantes em termos da variabilidade dos dados, reduziu o número de variáveis e validou os resultados da análise descritiva. No ponto de vista dos agricultores, a origem da maioria das etnovariedades de amendoim, arroz, feijão e milho que conhecem, são da própria região do Vale do Ribeira, sendo que para adquiri-las caso não disponham do material genético para propagação, precisam procurar algum agricultor da região que as cultivam, pois não são encontradas em estabelecimentos comerciais.

Com os resultados obtidos na análise de componentes principais, foi realizada a análise de peso ponderado. No qual, os valores β são o peso individual das variáveis que explicam as características classificatórias das sementes. Os valores de w referem-se ao peso relativo de cada variável que explica as características classificatórias das sementes (Tabela 4).

As características de origem mais importantes são as com pesos iguais ou maiores que o peso de cada uma das variáveis como se todas fossem igualmente importantes. Assim, a característica 'é da região' foi a mais importante para os agricultores, com 27,7% das etnovariedades citadas apresentando essa característica. Em segundo lugar de importância a característica 'da época dos pais', com 10,7%, em terceiro lugar 'vizinho que forneceu' com 9,8%, em quarto lugar as características 'comprou' e 'não existe mais' com 8,9% e de menor importância as demais características com menos de 8,0% de etnovariedades que explicam essas características (Figura 1). Com o resultado dessa análise foi possível hierarquizar as características que os agricultores se baseiam para identificar a origem das etnovariedades de amendoim, arroz, feijão e milho, que foram citadas por agricultores de sete unidades produtivas do Bairro da Serra. As características de origem das etnovariedades que não apresentaram correlação elevada em nenhum dos fatores, quando somadas suas influências menores, em cada um dos fatores tornaram-se importantes.

Foi possível perceber evidências da existência de ampla diversidade de etnovariedades em outros locais que abrangem a região do Vale do Ribeira. Também se mantêm por meio dos agricultores estudados, e possíveis outros na região do Vale do Ribeira, um circuito interno de manutenção das etnovariedades locais, por meio de troca de sementes e compra com vizinhos ou moradores de outros locais da própria Região.

Sendo assim, existe no Bairro da Serra a conservação in situ das etnovariedades locais de amendoim, arroz, feijão e milho, conforme citou Dominguez (2000), que abordou essa conservação, como a realizada pelos próprios agricultores, por meio do sistema informal de sementes ou sistema de sementes "crioulas".

Considerações finais

Por fim, a partir dos relatos dos agricultores estudados percebe-se a existência de maior número de citações de etnovariedades totais do que de espécies, no qual o conhecimento sobre as etnovariedades foi transmitido de geração à geração. A despeito da origem das sementes, é possível perceber evidências da existência de diversidade de etnovariedades em outros locais que abrangem a região do Vale do Ribeira e ainda se mantêm um circuito interno de conservação das etnovariedades locais, por meio de troca de sementes e compra com vizinhos ou moradores de outros locais da própria Região.

Recebido em 19/9/2010; revisado e aprovado em 28/12/2010; aceito em 9/4/2011

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  • 2
    Unidade Produtiva é toda área utilizada pelo agricultor para desenvolver seu sistema de produção, independente da área estar situada ou não na propriedade em que reside (AZEVEDO, 2001).
  • 3
    Os agricultores entrevistados denominam por muda a semente utilizada para propagação da espécie vegetal.
  • 4
    Na linguagem do agricultor.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Jul 2012
    • Data do Fascículo
      Dez 2011

    Histórico

    • Aceito
      09 Abr 2011
    • Revisado
      28 Dez 2010
    • Recebido
      19 Set 2010
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