Acessibilidade / Reportar erro

Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil – Ano 20

Não sem grande satisfação desejamos informar que a Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil (RBSMI) está completando 20 anos de existência e por isso mesmo nos trazendo um sentimento de grande alegria. Porém, isto ocorrendo num momento em que tão terrível pandemia se abate sobre nós, força-nos a dizer também que é um aniversário com um misto de alegria e tristeza. Alegria pelas nossas conquistas e pelo nosso crescimento, mas pesar por estarmos vivendo um tempo de enorme angústia, incerteza e sofrimento humanos.

De onde vem a alegria? Certamente da memória do nosso longíquo começo, enfrentando as dificuldades naturais ao início de um grande empreendimento - editar uma revista científica - partindo das difíceis condições objetivas de então. Felizmente, entretanto, pudemos atender às demandas e as responsabilidades que, aliás, muito aumentaram ao longo do tempo. De qualquer modo publicamos artigos que preencheram as nossas expectativas pela qualidade e pela abordagem temática. Artigos como o de Musgrove “What is the minimum a doctor should know about health economics”1 ou o de Ebrahim “Poli eradication, and after...”22 Ebrahim GJ. Poli eradication, and after... Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 1 (2): 189-91. , ou o de Maciel Filho e Araújo Jr. “Discussing community participation in health: na approach from the Brazilian experience'’”33 Maciel Filho R, Araujo Jr. JLC. Discussing community participation in health: an approach from the Brazilian experience. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 2 (2): 91-103. ou ainda o de Batista Filho “Avaliação antropométrica do estado nutricional da gestante: visão retrospectiva e prospectiva”44 Coelho KS, Souza AI, Batista Filho M. Avaliação antropométrica do estado nutricional da gestante: visão retrospectiva e prospectiva Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 2 (1): 57-61. e ainda “O controle das anemias no Brasil”55 Batista Filho M. O controle das anemias no Brasil. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 4 (2): 121-3., foram todos assuntos relevantes já nos nossos primeiros anos e são bons exemplos desse período e da nossa história. Crescemos paulatinamente em número de publicações. Recebendo de cinquenta a sessenta manuscritos estamos agora com mais de 500 anualmente, e, com uma taxa de rejeição superior a 90%, o que não é pouco. Indexados em 15 bases internacionais incluindo SciELO, EBSCO e SCOPUS, estamos felizes com nosso desempenho editorial. Por isso aproveitamos a oportunidade para agradecer aos nossos revisores e em especial aos nossos articulistas, que tanto nos tem brindado com sua confiança. De fato, um periódico científico não é um ente isolado e não existe sem os seus editores, seus articulistas e seu público leitor. Por isso nossa revista tem um grande papel e responsabilidade na comunidade da saúde e, na atual circunstância sanitária não se furtou a desempenha-los. Por isso acabamos de publicar uma edição suplementar sobre a COVID-196 e estamos com outro número em fase de editoração. É, no mínimo, uma amostra da nossa intenção de participar do esforço mundial do periodismo científico, para fazer frente a tão grave ameaça à sobrevivência de todos. Na realidade, neste momento, a ideia de comunicar o máximo que a ciência pode dizer (e fazer) é absolutamente imprescindível. Por todas as razões, a tarefa de disseminar o que a ciência vem realizando na batalha contra um inimigo tão poderoso e destrutivo é o nosso farol. Testemunhamos em todo o mundo uma densidade de publicações sobre uma mesma temática nunca vista antes. Estamos portanto inseridos nesta verdadeira mainstream das ciências da vida. Quando necessário a ciência pode correr mais. Pode ganhar a luta e já está ganhando! Mais ainda: raramente mostrou-se tão ágil e competente como agora. Não é sem razão que a sua capacidade na produção de vacinas, não só uma, mas várias para uma só doença e em tão pouco tempo foi tão bem revelada. A ciência, bem usada, nos dá sempre uma esperança. Retroceder, jamais! Na realidade toda essa capacidade - através dos seus trabalhadores na área da micro-biologia, da epidemiologia e da saúde coletiva, bem como daqueles que a aplicam todos os dias na linha de frente buscando aliviar e salvar vidas enquanto arriscam as suas - devem aqui ser homenageados. Reconheçamos que a ciência existe para promover a vida.

Sim, essas vitórias devem ser reconhecidas e nos deixam felizes. O poder da ciência e no nosso caso particular, a história da RBSMI, nos envolvem diretamente e nos alegram. Porém não é possível esqueceremos nunca este momento de dor e sofrimento, uma emergência letal, se se pode falar assim. Por isso a nossa felicidade não é completa. Entristecidos, como todos, pela perda de tantos seres humanos, estamos, ao mesmo tempo experimentando um momento de luto.

Infelizmente!

References

  • 1
    Musgrove P. What is the minimum a doctor should know about health economics?. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2001; 1 (2): 103-9.
  • 2
    Ebrahim GJ. Poli eradication, and after... Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 1 (2): 189-91.
  • 3
    Maciel Filho R, Araujo Jr. JLC. Discussing community participation in health: an approach from the Brazilian experience. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 2 (2): 91-103.
  • 4
    Coelho KS, Souza AI, Batista Filho M. Avaliação antropométrica do estado nutricional da gestante: visão retrospectiva e prospectiva Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 2 (1): 57-61.
  • 5
    Batista Filho M. O controle das anemias no Brasil. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2002; 4 (2): 121-3.
  • 6
    Rev Bras Saúde Mater Infant. 2021; 21 (Supl. 1) Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1519-382920210001&lng=en&nrm=iso
    » https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1519-382920210001&lng=en&nrm=iso

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Maio 2021
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2021
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira Rua dos Coelhos, 300. Boa Vista, 50070-550 Recife PE Brasil, Tel./Fax: +55 81 2122-4141 - Recife - PR - Brazil
E-mail: revista@imip.org.br