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Panorama da Biblioteconomia e Ciência da Informação com os impactos dos recursos tecnológicos em tempos de pandemia1 1 Colaboração na montagem do editorial Daniel Domingues da Rocha (Assistente Editorial da RDBCI)

Chegamos a mais uma edição, e em dezoito anos de existência, completados neste ano, a RDBCI só tem a comemorar com a edição publicada.

Pelo segundo ano de pandemia, conseguimos manter o ritmo de trabalho on-line e aprimorando cada vez mais com a edição completa com os vídeos editados e publicados sobre comentários dos autores sobre seus artigos.

A temática desta vez, é sobre o “Panorama da Biblioteconomia e Ciência da Informação com os impactos dos recursos tecnológicos em tempos de pandemia”. Assim, nesta edição tivemos a publicação de cinco trabalhos focados na Pandemia e COVID-19.

Como dito, pelo segundo ano de pandemia, vimos que tanto a Biblioteconomia quanto a Ciência da Informação foram indispensáveis para o apoio e desenvolvimento informacional, e que os impactos dos recursos tecnológicos fizeram grande diferença dando continuidade do trabalho que garantidamente era feito 100% presencial, foi absorvido e complementado pelo ambiente on-line, tornando possível a realização de muitas pesquisas.

Vale a pena ressaltar também neste editorial, que já temos completado 3 anos de indexação da RDBCI, na base de dados de citação bibliográfica Scopus , tendo sua aceitação para ser incluída nesta base ocorrida em setembro de 2018. Desde então, a RDBCI tem alcançado um aumento significativo no seu Cite Score2 2 “CiteScore é uma métrica de revistas agnósticas. Muitos editores estão exibindo-o, incluindo Elsevier, Emerald, Frontiers, Hindawi, Inderscience, MDPI, SAGE, Taylor & Francis e Walter de Gruyter. O amplo uso do CiteScore torna-o mais útil como uma ferramenta para comparar periódicos, entender seu impacto e tomar decisões de acordo.” (ELSEVIER, 2021). , saltando de 0,4 para 0,9, praticamente duplicando este índice, conforme poderemos observar na tabela a seguir a evolução significativa da revista:

Tabela 1
Cite Score da RDBCI na Scopus entre 2018 e 2020

Na questão do processo de avaliação para a RDBCI, os anos de 2020 e 2021, foram muito difíceis para encontrarmos pareceristas que pudessem avaliar os artigos submetidos à revista. Mesmo possuindo um quadro com possui 893 avaliadores cadastrados, sendo 475 avaliadores certificados (conferidos e atualizados), esse trabalho foi difícil e contamos muito com a colaboração de alguns importantes avaliadores que colaboraram conosco a fim de avaliarem os artigos em tempo hábil. A equipe técnica da revista tem trabalhado arduamente no cadastro de avaliadores, conferindo sempre quem se coloca à disposição de avaliar no sistema, com isso, garantimos um amplo e qualitativo quadro de pareceristas na revista.

Hoje temos a distribuição destes pareceristas da seguinte forma por região geográfica brasileira (Quadro 1):

Quadro 1
Distribuição dos avaliadores da RDBCI pelo Brasil e exterior

Isso aponta que a revista demonstra não ter endogeneidade focada apenas em uma região, sendo avaliada por todas as regiões brasileiras, mesmo tendo uma pequena parcela de avaliadores estrangeiros.

Complementado a isso, damos destaque também as estatísticas da RDBCI junto ao Portal de Periódicos da UNICAMP. Desde 2015, quando o Portal foi inaugurado, a RDBCI está consecutivamente ranqueada no Portal como a 5ª publicação mais acessada, com um total de 690.604 acessos, ou 5,63% entre os 32 títulos credenciados do Portal, conforme podemos verificar no gráfico abaixo:

Gráfico 1
Periódicos mais acessados do Portal de Periódicos da UNICAMP

Outro fato marcante aos acessos e downloads de artigos da RDBCI no Portal de Periódicos, é o fato de termos o artigo: “A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento3 3 PIZZANI, L. et al. A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 10, n. 2, p. 53-66, 2012. DOI. ”, como o mais acessado atualmente, tendo alcançado o destaque de 50.753 do ranking dos artigos mais acessados. Além disso, o artigo publicado originalmente em 2012, marcado quase 10 anos de sua publicação, continua se mostrando atualizadíssimo, e corrobora para a construção de novos artigos.

Nesta edição tivemos a publicação de 18 artigos originais, 12 artigos de pesquisa, 1 resenha e 2 relatos de experiência, focados como inicialmente dissemos na temática:

Panorama da Biblioteconomia e Ciência da Informação com os impactos dos recursos tecnológicos em tempos de pandemia”.

Abrimos com o artigo sobre as “Barreiras à informação em saúde nas mídias sociais”, de autoria de Fellipe Sá Brasileiro (Universidade Federal da Paraíba) e Ana Margarida. P. Almeida (Universidade de Aveiro). Os autores comentaram neste artigo que a utilização das mídias sociais para a autogestão de informações sobre saúde constitui uma prática recorrente dos usuários leigos que vivenciam diferentes contextos de saúde. Para descobrir as evidências atuais que impactam o uso benéfico das mídias sociais para fins de informação sobre saúde, os autores buscaram examinar como as barreiras à informação em saúde nas mídias sociais, percebidas pelos usuários leigos, são apresentadas em pesquisas empíricas recentes. Além disso, observaram que, embora sejam múltiplas e variem conforme os contextos de saúde e as motivações situacionais, as barreiras podem ser articuladas em uma malha composta por meta- barreiras, como diaspóricas, desinformação, letramento, interação e emocionais.

Na sequência temos o artigo de Fabiano Castro (Universidade Federal de São Carlos) em parceria com Rachel C. V. Alves (Universidade Estadual Paulista), com o trabalho “Cloud services e o padrão PREMIS: rumos para a preservação digital”. O objetivo dessa pesquisa consistiu no estudo do padrão de metadados PREMIS e sua relação com os Cloud Services. São apresentadas as discussões, as ações e as iniciativas encontradas na literatura científica internacional que versam sobre o uso de padrões de metadados em Cloud Service, bem como os casos que abordam o PREMIS, na perspectiva dos Cloud Services; além disso, o estudo da relação das unidades semânticas do Dicionário de Dados PREMIS em Cloud Services. Por fim, concluiu-se que, diante do cenário tecnológico vigente, caracterizado pela heterogeneidade de recursos informacionais, o Dicionário de Dados PREMIS com suas unidades semânticas apresenta importância capital para o estabelecimento da preservação digital em Cloud Services.

O próximo artigo, intitulado “Contexto das publicações científicas em periódicos indexados regionais versus publicações globais” é uma contribuição advinda dos países Peru e Equador. O objetivo desta pesquisa foi aprofundar os resultados obtidos na revisão bibliográfica de referências, em publicações de alto impacto, colocadas em periódicos indexados em bases de dados de alto nível, tais como: Scopus e Web of Science (WoS) comparados a publicações delas de alto impacto. De acordo com os autores, Israel Barrutia Barreto (Innova Scientific), Haiber Policarpio Echevarria Rodriguez (Universidad Nacional Hermilio Valdizan Huanuco) e Wilmer Ortega Chávez (Universidade Intercultural Nacional da Amazônia), no artigo foram discutidas as medidas tomadas por dois países (Peru e Equador) para aumentar sua proliferação científica e em que medida o Estado contribui para esse aprimoramento acadêmico-profissional.

Na contribuição de Ana Flávia D. Zammataro e Ana Cristina de Albuquerque (ambas da Universidade Estadual de Londrina), com o artigo: “Os conceitos de informação, documento e regime de informação a partir da perspectiva frohmanniana na Ciência da Informação : uma revisão sistemática da literatura em periódicos brasileiros” é proposta uma discussão sobre os estudos que abordam os conceitos de informação, documento e regime de informação, na perspectiva de Bernd Frohmann, no que diz respeito à sua materialidade, à institucionalidade, à historicidade e à agência documentária autônoma. As autoras consideraram que os trabalhos analisados complementam e ampliam diversas temáticas e emergem com reflexões desde filosóficas passando pelo profissional da informação até as práticas informacionais circundadas pelas políticas de informação, tecnologia e poder.

Fabiana Sala (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo), Claudio M. Castro Filho (Universidade de São Paulo) e Oswaldo F. Almeida Júnior (Universidade Estadual Paulista) no artigo “Formação humanista: o papel da leitura literária na atuação do bibliotecário escolar”, os autores objetivam discorrer sobre a maneira como a prática da leitura literária pode influenciar na atuação do bibliotecário escolar a partir da perspectiva apresentada pelo autor Carlos Ruiz Záfon no enredo de sua obra A Sombra do Vento. Contudo, os autores esperam que o presente estudo possa contribuir para os debates acerca da temática na área da Ciência da Informação e refletir sobre a influência da leitura literária para uma formação mais humanista e empática do bibliotecário escolar.

Em “Gestão da segurança da informação e comunicações: análise ergonômica para avaliação de comportamentos inseguros”, Rogério Batista dos Santos (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Tiago Barros Pontes e Silva (Universidade de Brasília), relataram que, a partir da compreensão dos conceitos da Segurança da Informação e da Abordagem Ergonômica, buscou-se identificar os principais fatores que levam o sujeito a assumir comportamentos que colocam em risco a Segurança da Informação e das Comunicações da instituição ao desempenhar suas atividades cotidianas do trabalho. Com isso, os autores chegaram à conclusão que o presente trabalho apontou para uma questão que demanda maior aprofundamento na literatura: o conflito existente na própria prescrição de trabalho. Esse pode ser um dos fatores responsáveis pela dificuldade das pessoas em se comportarem de maneira segura nas instituições púbicas brasileiras.

No artigo seguinte, Virgínia M. Mota (Universidade Federal de Mato Grosso) e Rogério Henrique de Araújo Júnior (Universidade de Brasília) com o trabalho intitulado: “Limitações do acesso à informação sobre contratação pública em saúde no Brasil à luz da Lei de Acesso à Informação: uma revisão integrativa da literatura”, investigaram as limitações do acesso às informações sobre contratação pública em saúde no Brasil, no período de 1990 a 2018, de acordo com critérios definidos na Lei de Acesso à Informação. Os autores concluíram que a Ciência da Informação pode contribuir com estudos futuros para qualificar os processos de busca e recuperação da referida informação sobre contratação pública em saúde no Brasil.

No artigo “Mais fontes de informação especializada em africanidades: subsídios para novas e radicais epistemologias”, Wellington Marçal de Carvalho (Universidade Federal de Minas Gerais), Angerlânia Rezende (Universidade Federal da Paraíba) e Gracielle Mendonça Rodrigues Gomes (Universidade Federal de Minas Gerais) relataram no artigo que as fontes de informação especializada são artefatos construídos por seres humanos que agenciam uma série de elementos informacionais sobre determinado recorte / especialidade da existência cotidiana. Esses artefatos se prestam a sanar uma demanda informacional específica e, não obrigatoriamente, podem apontar novos caminhos em virtude do que resultar o ato de compulsar esses mecanismos. Sendo assim, os autores acreditaram que o rol de artefatos informacionais apresentado funciona como um estratégico guia a subsidiar o fortalecimento de epistemologias novas e radicais, fundamentadas em preceitos éticos e acolhedores dos saberes erigidos, prioritariamente, em espaços contra hegemônicos.

No próximo artigo publicado no sumário on-line desta edição, intitulado “Metadados e padrão de metadados para editoras universitárias brasileiras”, Fátima Beatriz Manieiro do Amaral, Ana Carolina Simionato Arakaki, Ariadne Chloe Mary Furnival (todas da Universidade Federal de São Carlos), pretenderam elaborar uma discussão sobre os benefícios da adoção de um padrão de metadados por editoras universitárias e a apresentação do ONIX for Books, padrão de metadados editoriais utilizado globalmente. As autoras verificaram que para as editoras universitárias, utilizarem um padrão de metadados para a descrição de seus livros ou recursos informacionais é urgente, uma vez que garantem a interoperabilidade e recuperação por lojas em plataformas digitais, bibliotecas e bases de dados, chegando mais facilmente ao usuário-cliente final.

Sobre o artigo “Modelagem de referência dos elementos centrais da “Ecologia da Informação” de Thomas H. Davenport”, falaremos sobre ele no final deste editorial.

Dando continuidade na Seção Artigos, Danielle do Carmo Pimenta Rioga e Renata Maria Abrantes Baracho (ambas da Universidade Federal de Minas Gerais), com o artigo “Necessidades informacionais do estudante internacional na pós-graduação: uma revisão de literatura”, as autoras apresentaram um artigo de revisão que tem como problema a escassez de estudos que versam sobre o processo de internacionalização estudantil, cujo argumento principal é o de que a identificação desses estudos facilitará a compreensão do processo pelos interessados. As autoras analisaram estudos sobre as necessidades informacionais do estudante internacional da pós-graduação, sendo a Universidade Federal de Minas Gerais a referência do estudo. A partir desse mapeamento, as autoras notaram que há escassez de publicações voltadas às necessidades de informação dos estudantes internacionais, sobretudo dos pós-graduandos, considerando o panorama das universidades brasileiras.

Em “Práticas informacionais e design thinking: abordando usuários 3.0 na Ciência da Informação”, Leila Jane Brum Lage Sena Guimarães e Eliane Cristina de Freitas Rocha (ambas da Universidade Federal de Minas Gerais) neste artigo, tiveram como objetivo construir aporte teórico entre os propósitos do design thinking que se aliam aos objetivos de estudo de práticas situadas de apropriação de tecnologias pelos usuários. As autoras concluíram que a construção de artefatos mediadores para a web 3.0 requer a abordagem de estudos centrada no contexto de interação dos seus usuários, por meio de uma metodologia sensível à modelagem de contexto, como é a proposta do design thinking, podendo ser uma abordagem inovadora para a área de Ciência da Informação.

No artigo “O processo de desinformação e o comportamento informacional: uma análise sobre a escolha de voto nas eleições municipais de 2020”, de autoria de Diego Leonardo de Souza Fonseca e João Arlindo dos Santos Neto (ambos da Universidade Estadual de Londrina), eles analisaram como o processo de desinformação, por meio das fake news, pode influenciar o comportamento informacional de eleitores/moradores da Zona Leste da cidade de Manaus/Amazonas, na decisão do voto para as eleições municipais de 2020. Com isso, consideraram que a decisão do voto e os critérios de escolha dos candidatos sofreram influências diretas do tipo de conteúdo informacional consumido pelos eleitores, independentemente do tipo de mídia (tradicional ou alternativa), podendo inferir que o comportamento informacional deles tende a ser ditado por notícias falsas ou informações de baixa qualidade.

Produtividade científica brasileira na área de células-tronco (2001-2019)” de autoria de Raymundo das Neves Machado (Universidade Federal da Bahia), teve como objetivo básico obter uma visão da produtividade científica brasileira na área de células-tronco, no período de 2001 a 2019, por meio dos indicadores bibliométricos de produção científica.

Em “Publicações científicas em marketing verde: uma perspectiva bibliométrica”, os autores Rafael Felix da Silva e Edelvino Razzolini Filho (ambos da Universidade Federal do Paraná), objetivaram identificar e analisar as características das publicações científicas em marketing verde, no período de 1991 a 2020. Concluíram que as pesquisas sobre marketing verde tiveram uma progressão temática temporal caracterizada por cinco estágios: comportamento do consumidor, marketing verde, desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e produtos verdes.

Sandra Regina Moitinho Lage, Patricia Ofelia Pereira de Almeida e Rosane Suely Alvares Lunardelli (todas da Universidade Estadual de Londrina), no artigo sobre “A representação temática da informação na Saúde Coletiva no contexto das palavras-chave”, propuseram identificar as palavras-chave utilizadas em dissertações do campo da saúde coletiva, apresentar as mais empregadas e analisar o conteúdo temático que as constituem. As autoras ao identificarem e analisarem as palavras-chave, observaram que se ratifica o compromisso do campo da saúde coletiva, em especial do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina, que prioriza a promoção, a prevenção e a proteção da saúde com vistas ao bem-estar da população. As autoras destacaram, o papel da Ciência da Informação, dos estudos relacionados à organização e a representação da informação, com vistas a recuperação e a socialização da informação científica.

Os autores Ieda Pelógia Martins Damian (Universidade Estadual Paulista), Rafaela Carolina da Silva (Universidade Estadual Paulista) e João Arlindo dos Santos Neto (Universidade Estadual de Londrina) no artigo sobre “Serviço de referência e informação no contexto da hibridez em bibliotecas” se propuseram a verificar as necessidades de adequações do serviço de referência e informação para serem ofertados em bibliotecas híbridas, onde foi realizado um estudo de natureza qualitativa e do tipo exploratória para destacar que existem necessidades de adequações do serviço de referência e informação para que as bibliotecas se configurem como híbridas.

No último artigo da Seção Artigos, Eduardo Augusto de Andrade e Rodrigo Moreno Marques (ambos da Universidade Federal de Minas Gerais) no artigo “Teoria Ator-Rede (TAR) como alternativa à superação das dualidades presentes nos estudos de comportamento informacional”, analisaram a Teoria Ator-Rede (TAR) como uma alternativa às polaridades reducionistas presentes no campo de estudos de usuários. O estudo revelou uma abordagem diferenciada no rastreamento de atividades informacionais ao considerar que usuários da informação, sejam eles individuais ou coletivos, continuamente trocam propriedades em um mesmo plano, sem a referida polarização ou a busca por posições intermediárias. Sendo assim, os autores concluíram que TAR não é apenas como uma alternativa coerente, mas oportuna para a apreensão de fenômenos informacionais contemporâneos.

Seguindo para a Seção Artigos de Pesquisa, Marcos de Souza e Fernanda Gomes Almeida (ambos da Universidade Federal de Minas Gerais), apresentaram o artigo: “Acessibilidade Web dos sites das bibliotecas das Universidades Federais do Estado de Minas Gerais”. Neste artigo de natureza mista, os autores tiveram como objetivo verificar se os sites das bibliotecas das Universidades Federais do Estado de Minas Gerais estão adequados quanto aos recursos de acessibilidade Web. Como resultado, a pesquisa indicou baixo percentual de Pessoas com Deficiências inseridas nas universidades mineiras, se comparado ao Censo 2010. Os autores afirmaram que a combinação entre as técnicas de avaliação, automática e heurística são fundamentais para uma análise mais completa da acessibilidade Web.

No artigo de pesquisa seguinte, Benjamin L. Franklin e Maria Renata C. Duran (ambos da Universidade Estadual de Londrina) relataram em “Bibliotecas emergenciais: por um acervo acessível nos tempos de pandemia”, como colaborar para o estabelecimento do conceito de Bibliotecas Emergenciais, consonantes com o esforço de enfrentamento da pandemia, no sentido de viabilizar o acesso a um acervo em tempos de exceção. Os autores concluíram na pesquisa que as Bibliotecas Emergenciais podem oferecer uma resposta afirmativa alternativa às restrições e à escassez, que caracterizaram o enfrentamento à pandemia.

No artigo de pesquisa sobre “O comportamento de busca de pós-graduandos em engenharia: um estudo a partir do modelo de Tom Wilson”, Etiene Siqueira Rocha (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo) e Helen de Castro Silva Casarin (Universidade Estadual Paulista) realizaram uma pesquisa sobre o estudo do comportamento informacional de pós-graduandos dos cursos de Engenharia de Produção, Mecânica, Aeroespacial e Naval e Oceânica, que compõem a área da Engenharia III da Capes, analisando as formas de busca e obtenção de informação utilizadas pelos pós-graduandos e comparando o comportamento informacional dos sujeitos entre as subáreas incluídas no estudo. Concluíram que as especificidades da Engenharia têm pouca influência no comportamento informacional dos alunos.

Dinâmicas da produção científica brasileira em revistas da área de Comunicação na Web of Science” apresentado por Elaine Rosangela de Oliveira Lucas (Universidade do Estado de Santa Catarina), Guadalupe Aguado-Guadalupe (Universidad Carlos III de Madrid) e Eva Herrero-Curiel (Universidad Carlos III de Madrid), os autores tiveram como objetivo determinar a evolução dessa produção científica, conhecer a afiliação institucional dos coautores, ver as temáticas abordadas, o idioma de publicação e as redes internacionais de coautoria. Como resultado, as autoras observaram um crescimento na produção científica em Comunicação, na projeção internacional, e uma tradição em coautoria com redes internacionais. No período de 2014 a 2017, tenderam a publicar principalmente em inglês, frente às colaborações usuais que vinham mantendo com países de língua espanhola até 2014. As autoras concluíram que o sistema de avaliação da Capes, quadrienal, pode ter influenciado a produção científica em Comunicação no intervalo estudado.

No artigo sobre “Um estudo com autoridades de monitoramento do sistema eletrônico do serviço de informação ao cidadão (e-sic): perfil dos gestores”, de autoria de Luciana de Morais (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba) e Eliane Bezerra Paiva (Universidade Federal da Paraíba), o foco deste trabalho foi conhecer o perfil do (a) gestor (a) desse serviço, bem como sua satisfação em relação ao desempenho de suas funções profissionais nesse ambiente de trabalho. As autoras verificaram, que, apesar das barreiras encontradas, os (as) gestores (as) do e-SIC desempenham suas funções satisfatoriamente e consideram o Sistema como uma ferramenta de poder entre a sociedade e o setor público, o que possibilita mais controle e comunicação social e contribui significativamente com a população.

No “Estudo sobre a retomada das atividades presenciais em meio à pandemia da Covid-19 baseado na percepção dos responsáveis pelas bibliotecas”, Rosangela Galdino e Willian Eduardo Righini de Souza (ambos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo) objetivaram traçar e implementar uma rota de análise das condições de retorno de bibliotecas pertencentes a instituições de ensino às atividades presenciais, por meio da coleta e análise da opinião de seus responsáveis quanto ao cumprimento (ou não) dos critérios sanitários indicados pelo protocolo de biossegurança do Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo 8ª Região (CRB-8). Galdino e Souza concluíram que o trabalho contribuiu com o esforço de enfrentamento à pandemia ao colaborar na produção de um instrumento que pode ser replicado a outras instituições, além de inspirar ações de escuta aos implicados nos impedimentos do confinamento.

Giovanna D. Maimone e Thamyres Vieira dos Santos (ambas da Universidade de São Paulo), apresentaram no artigo “Informação científica em tempos de pandemia: análise do tempo de indexação de artigos de periódicos com vocabulário controlado MeSH no PubMed”, uma temática vinculada à recuperação da informação científica contida no buscador PubMed cujo objetivo foi verificar atrasos na indexação de publicações científicas com os termos do vocabulário controlado Medical Subject Headings (MeSH). Desta pesquisa, resultou-se que cerca de 89% das publicações, considerando a amostra de 62 itens, tiveram um atraso na indexação de pelo menos 15 dias; e cerca de 11% demoraram de 15 a 135 dias. Para que os pesquisadores conseguissem recuperar os mais recentes conteúdos científicos sobre a COVID- 19, foi fundamental que tivessem construídas estratégias de busca que contemplem a utilização do termo do vocabulário controlado MeSH aliado à utilização das variações de nomenclatura da temática em demais campos.

No artigo de pesquisa seguinte, Samuel Santos da Rosa, Fabiano Couto Corrêa da Silva e Caterina Marta Groposo Pavão (todos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) publicaram em “Iniciativas de acesso aberto no combate à pandemia: dados abertos e propriedade intelectual na disseminação da informação e conhecimento”, um estudo que teve como objetivo analisar as iniciativas Transparência Covid-19 e Open Covid Pledge, trazendo à luz a discussão sobre dados abertos e propriedade intelectual no avanço da ciência, da colaboração científica e da socialização do conhecimento. Concluíram que a discussão sobre dados abertos e propriedade intelectual, através de um olhar pela Ciência Aberta, mostra a importância destes no enfrentamento à pandemia sobre suas barreiras e usos para a área da Saúde e para sociedade no sentido de socialização e compartilhamento do conhecimento.

Mídias sociais e bibliotecas na produção científica dos Estados Unidos”, teve como objetivo buscar a identificação das características de investigações sobre mídias sociais e bibliotecas na produção científica estadunidense, de modo a acompanhar sua evolução e apontar tendências. Com isso, Maira Nani França (Universidade Estadual Paulista), Angela Maria Grossi (Universidade Estadual Paulista) e Ana R. Pacios (Universidad Carlos III de Madrid) identificaram termos emergentes e representantes do interdomínio analisado ainda não contemplados nos principais tesauros utilizados por pesquisadores da área.

No artigo de pesquisa sobre “A responsabilidade social dos bibliotecários em bibliotecas públicas: dimensões e ações”, Fernanda Bernardo Ferreira e Sandra de Albuquerque Siebra (ambos da Universidade Federal de Pernambuco) tiveram como proposta neste artigo, a análise das dimensões e ações relacionadas à responsabilidade social desenvolvidas por bibliotecários em bibliotecas públicas. Os autores verificaram que a maioria das práticas de responsabilidade social mapeadas já fazem parte do fazer bibliotecário e que as dimensões ética, política, educacional e cultural contempladas nas atividades biblioteconômicas são abrangidas naquelas dimensões e ações relativas à responsabilidade social.

Nadi Helena Presser, José Alexandre L. de Lima (ambos da Universidade Federal de Pernambuco) e Eli Lopes da Silva (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) apresentaram nesta edição, o artigo de pesquisa “Os riscos do uso dos meios digitais de comunicação não oficiais nas Universidades Federais”. Os autores especificamente, identificaram os riscos que possam impactar nos processos de recuperação e uso da informação, bem como analisaram a magnitude e o impacto desses riscos, selecionaram respostas para eles, por meio de controles e outras ações; e, por fim, propuseram ações para monitorar e coordenar os processos e os resultados do gerenciamento de riscos. Concluíram que usar provedores de e- mail não oficiais, usar o WhatsApp e redes sociais para envio, recebimento e armazenamento de informações oficiais e armazenar arquivos oficiais em repositórios on-line foram os principais riscos identificados.

O último artigo da Seção de Artigos de Pesquisa, Paulo Marcelo Carvalho Holanda e Cíntia de Azevedo Lourenço (ambos da Universidade Federal de Minas Gerais), no trabalho sobre “O treinamento e implementação da RDA: olhares e perspectivas”, apontaram as principais ações de treinamentos para implementação da catalogação pelo Recursos, Descrição e Acesso (RDA) desenvolvidos pelos países membros que participaram do seu desenvolvimento, pelas bibliotecas de outros países e identificar as principais preferências de programas, métodos e tópicos de conteúdo para treinamento da RDA pelos catalogadores da Universidade Federal de Minas Gerais. Os autores ressaltaram que o treinamento é uma etapa importante para a implementação da RDA e que a identificação de preferencias de treinamentos por parte das instituições é um passo primordial para definir bem que instrumentos de treinamentos serão utilizados e introduzidos ao pessoal de suas comunidades de informação.

Vander Luis Duarte Rodrigues e Moisés Rockembach (ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) apresentaram a resenha crítica intitulada por eles como “Arquivos da web como fonte historiográfica”, do livro de Niels Brugger e Ian Milligan (organizadores), “The SAGE handbook of web history” publicado pela editora SAGE em 2018. A resenha sobre o livro destaca sobre qual memória digital que preservamos agora para futuros usuários e suas respectivas pesquisas, além de falar dos artefatos preservados que são o que nos permitem (re)construir ou (re)criar a memória, seja ela individual, coletiva ou organizacional.

Na Seção Relato de Experiência temos a apresentação de dois trabalhos. No primeiro relato, Roberta M. de Bem e Tatiana Rossi (ambas da Universidade Federal de Santa Catarina) apresentaram as “Ferramentas de tecnologias de informação e comunicação como suporte ao processo de gestão do conhecimento: uma análise das ferramentas da BU/UFSC à luz do framawork GC@BU”. O estudo destacou que as ferramentas, em grande maioria, servem a vários processos de Gestão do Conhecimento, e que dificilmente sua empregabilidade se encaixa em somente uma das fases do ciclo de Gestão do Conhecimento, e neste caso serviu muito bem para ser aplicado na Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina.

No segundo trabalho desta seção, de autoria de Robson S. Teixeira (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o autor comentou no relato “O papel das bibliotecas universitárias no contexto da informação digital: uso do canal de vídeos da Biblioteca do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro - IF UFRJ”, o apontamento sobre uma problemática contemporânea a respeito da utilização de mídias sociais nas Unidades de Informação e organização de conteúdos virtuais. O relato teve como objetivo avaliar a funcionalidade do canal de vídeos, objetivando assim enquadrá-lo como uma ferramenta de disseminação de informação em consonância com as demandas do público-alvo do canal de vídeos da Biblioteca do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Fechamos este editorial, com uma triste notícia. Justamente deixamos por falar por último sobre o artigo a seguir, como dito anteriormente.

Um dos autores que teve seu manuscrito aprovado e publicado neste volume, em maio passado, nos deixou tragicamente em um acidente automobilístico, e sem ainda, não tendo explicações de como tudo aconteceu nos deixou tão cedo. O autor mencionado é Leonardo Guimarães Garcia, docente da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto), que publicou em parceria com Amanda Frazão Rodrigues da Silva (bibliotecária e mestre em Inovação Tecnológica pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro), o artigo “Modelagem de referência dos elementos centrais da ‘Ecologia da Informação’ de Thomas H. Davenport”.

O trabalho publicado por Leonardo Guimarães Garcia e Amanda Frazão Rodrigues da Silva, trouxe à tona que devido ao aumento considerável tanto do volume quanto da importância das informações para as organizações, a gestão eficiente dos ambientes informacionais organizacionais tornou-se uma necessidade. Os autores explicaram que para que essa eficiência seja alcançada, é essencial que haja uma correta compreensão da natureza e da dinâmica desses ambientes. Dessa forma, eles citaram o modelo da Ecologia da Informação de Thomas H. Davenport que foi criado com essa finalidade. Sendo assim, os autores propuseram e aplicaram uma abordagem de modelagem que converte os elementos da “Ecologia da Informação” em elementos de referência direcionados à implantação no contexto organizacional. Ao indicarem uma arquitetura gerencial e práticas de gestão baseadas no modelo de Davenport, os autores afirmaram que os elementos de referência poderão fornecer importante contribuição ao desempenho e ao sucesso organizacional.

O trabalho publicado fica como uma grande contribuição para a área. Não conhecíamos o prof. Leonardo Guimarães Garcia, mas pela sua produção pesquisada na plataforma Lattes, foi um excelente pesquisador, e um docente dedicado aos estudos ligados à Biblioteconomia e Ciência da Informação.

Sendo assim, a RDBCI dedica esta edição ao professor Leonardo Guimarães Garcia, pela sua colaboração e pelo registro de sua passagem na nossa revista com a produção do referido artigo.

Para finalizar, a partir desta edição, inauguramos ao final de cada editorial, finalizaremos com um quadro (Quadro 2), incluindo os trabalhos publicados em suas respectivas seções com data de publicação, enfatizando a visibilidade e ranqueamento por quantidade de downloads obtidos pelos trabalhos publicados, bem como a origem institucional dos autores, conforme a Tabela 2.

Tabela 2
Origem institucional dos autores que publicaram no volume 19 - 2021

Quadro 2
Ranqueamento dos trabalhos com maior número de downloads até 31/12/20214

Assim, desejamos a todos um excelente 2022, e prosperidade para RDBCI.

Gildenir Carolino Santos
Editor - RDBCI dezembro/2021

REFERÊNCIAS

  • 5
  • 1
    Colaboração na montagem do editorial Daniel Domingues da Rocha (Assistente Editorial da RDBCI)
  • 2
    CiteScore é uma métrica de revistas agnósticas. Muitos editores estão exibindo-o, incluindo Elsevier, Emerald, Frontiers, Hindawi, Inderscience, MDPI, SAGE, Taylor & Francis e Walter de Gruyter. O amplo uso do CiteScore torna-o mais útil como uma ferramenta para comparar periódicos, entender seu impacto e tomar decisões de acordo.” (ELSEVIER, 2021).
  • 3
    PIZZANI, L. et al. A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, SP, v. 10, n. 2, p. 53-66, 2012. DOI.
  • 4
    ART - Artigo / ARP - Artigo de Pesquisa / REX - Relato de Experiência / RES - Resenha

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Jun 2023
  • Data do Fascículo
    2021
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