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Analgesia dos períodos pré e pós-operatório em cirurgias ortopédicas* * Recebido do Hospital Escola de Itajubá, Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, MG, Brasil.

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A dor é comum nas enfermarias e dificulta o tratamento e a recuperação dos pacientes, principalmente ortopédicos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a adequação da analgesia em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas, no pré e pós-operatório, e verificar possíveis variáveis preditoras da adequação analgésica desses pacientes nos dois momentos.

MÉTODOS:

Trata-se de um estudo quase-experimental com dois grupos, pré e pós-operatório ortopédico, realizado através de entrevista estruturada, exame físico e análise de prontuário, na Clínica Cirúrgica do Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá/MG, desenvolvido com pacientes no pré e pós-operatório de cirurgia ortopédica.

RESULTADOS:

Foram avaliados 31 pacientes, todos tinham prescrição médica de algum fármaco analgésico, sendo o opioide fraco o mais prescrito em 84% dos casos no pré-operatório passando para 87% no pós-operatório; 39% não apresentavam dor no pré-operatório, diminuindo para 36% no pós-operatório. Por outro lado, 39% dos pacientes apresentaram dor moderada a intensa no pré-operatório, aumentando para 45% no período pós-operatório, 74% apresentaram adequação analgésica no pré-operatório, aumentando para 81% no pós-operatório.

CONCLUSÃO:

A maior parte dos pacientes desta pesquisa tinha adequação analgésica no pré e pós-operatório de cirurgia ortopédica. Na amostra estudada, as variáveis selecionadas não apresentaram predição da adequação analgésica nos dois momentos da cirurgia ortopédica.

Descritores:
Analgesia; Dor; Mensuração da dor; Ortopedia

ABSTRACT

BACKGROUND AND OBJECTIVES:

Pain is frequent in wards and impairs patients’ treatment and recovery, especially orthopedic patients. So, this study aimed at evaluating pre and postoperative analgesic adequacy in patients submitted to orthopedic surgeries, and at looking for possible variables predicting the analgesic adequacy of such patients in both moments.

METHODS:

This is a quasi-experimental study with two groups, orthopedic pre and postoperative periods, carried out through structured interview, physical evaluation and medical record analysis, in the Surgical Clinic of the Teaching Hospital, School of Medicine, Itajuba/MG, developed with patients in the pre and postoperative periods of orthopedic surgery.

RESULTS:

Participated in the study 31 patients, all of them with medical prescription of some analgesic drug, being weak opioids those most frequently prescribed in 84% of preoperative cases, increasing to 87% in the postoperative period; 39% had no preoperative pain, decreasing to 36% in the postoperative period. On the other hand, 39% of patients had moderate to severe pain in the preoperative period, increasing to 45% in the postoperative period, being that 74% had analgesic adequacy in the preoperative period, increasing to 81% in the postoperative period.

CONCLUSION:

Most patients of this study had adequate analgesia in the pre and postoperative periods of orthopedic surgery. In our sample, selected variables have not adequately predicted analgesic adequacy in both moments of the orthopedic surgery.

Keywords:
Analgesia; Orthopedics; Pain; Pain measurement

INTRODUÇÃO

A dor é definida pela International Association for the Study of Pain (IASP) como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão dos tecidos, que pode ser real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão1International Association for Study of Pain (IASP). Consensus development conference statement: the integrated approach to the management of pain. J Accid Emerg Med. 1994;6(3):292-491. e pode ser aguda ou crônica, capaz de produzir sequelas ou até mesmo levar ao risco de morte2Lima LR, Stival MM, Barbosa MA, Pereira LV. Controle da dor no pós-operatório de cirurgia cardíaca: uma breve revisão. Rev Eletr Enf. 2008;10(2):521-9.. Calil e Pimenta3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese. relataram que após uma extensa pesquisa bibliográfica constatou-se que a dor nas situações de emergência como nos traumas é menos investigada e tratada adequadamente. Nas enfermarias, médicos ortopedistas e enfermeiros enfrentam diariamente esse sintoma nos períodos pré e pós-operatório de cirurgias ortopédicas. No pós-operatório os pacientes ortopédicos sentem dor devido a lesão tecidual gerada no trauma, atividade física funcional da cirurgia4Pasero C, McCaffery M. Orthopaedic postoperative pain management. J Perianesth Nurs. 2007;22(3):160-73., falta de avaliação da dor e uso inadequado de analgésicos5White PF, Kehlet H. Improving postoperative pain management: what are the unresolved issues? Anesthesiology. 2010;112(1):220-5.,6Roberts M, Brodribb W, Mitchell G. Reducing the pain: a systematic review of postdischarge analgesia following elective orthopedic surgery. Pain Med. 2012;13(5):711-27.. A permanência dessa dor dificulta o tratamento e a recuperação dos pacientes, pois há alterações significativas nos sinais vitais7Chester JG, Rudolph JL. Vital signs in older patients: age-related changes. J Am Med Dir Assoc. 2011;12(5):337-43.. Uma revisão sistemática sobre os fatores que influenciam a rápida reabilitação de pacientes submetidos a artroplastia total do quadril, identificou que pacientes que permaneceram com dor no pós-operatório apresentaram maiores incidências de readmissão hospitalar e apresentação nos setores de urgência8Sharma V, Morgan PM, Cheng EY. Factors influencing early rehabilitation after THA: a systematic review. Clin Orthop Relat Res. 2009;467(7):1400-11..

Avaliar, controlar e aliviar a dor tem seu o aspecto humanitário e também é parte vital do tratamento do paciente com trauma, pois contribui para a manut dor constitui um agente estressor para o paciente, porém ações para se obter melhor enção de suas funções fisiológicas e acelera o processo de reabilitação3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. Aavaliação e tratamento são pouco estudadas3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. A sua avaliação deve ser realizada e tratada por uma equipe multiprofissional9Han X, Geffen S, Browning M, Kenardy J, Geffen G. Outcome evaluation of a multidisciplinary pain management programme comparing group with individual change measures. Clin Psychologist. 2011;15(3):133-8.. O ortopedista e o enfermeiro possuem papel importante no momento de decidir sobre a avaliação, administração de analgesia suplementar e manutenção da dor6Roberts M, Brodribb W, Mitchell G. Reducing the pain: a systematic review of postdischarge analgesia following elective orthopedic surgery. Pain Med. 2012;13(5):711-27.. Ao avaliar a dor aguda, é necessário investigar a localização, intensidade, início, duração e periodicidade dos episódios dolorosos, qualidade sensitiva, padrão evolutivo, fatores agravantes ou atenuantes e outros sintomas associados3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. No seu cotidiano, o enfermeiro avalia e registra a dor dos pacientes, porém, muitas vezes, apesar da disponibilidade de estratégias, não adequa a analgesia, ignorando os fármacos prescritos no esquema na forma “se necessário”1010 Silva MA, Pimenta CA, Cruz Dde A. [Pain assessment and training: the impact on pain control after cardiac surgery]. Rev Esc Enferm USP. 2013;47(1):84-92. Portuguese..

Estudo de Silva, Pimenta e Cruz1010 Silva MA, Pimenta CA, Cruz Dde A. [Pain assessment and training: the impact on pain control after cardiac surgery]. Rev Esc Enferm USP. 2013;47(1):84-92. Portuguese. mostrou que a educação permanente tanto para a equipe médica quanto de enfermagem, apresentou efeito positivo na avaliação, no registro da intensidade da dor, na prescrição analgésica e na recuperação do paciente no pós-operatório. Para se planejar a terapia antálgica e verificar a adequação do esquema sugerido, vem sendo utilizadas a escala visual analógica (EAV) e de descritores verbais3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.,1111 Freitas CC, Vieira PR, Torres GV, Pereira CR. Avaliação da dor com o uso das escalas unidimensionais. Rev Dor. 2009;10(1):56-62.. A EAV é uma escala unidimensional de domínio público1212 Burckhardt CS, Jones KD. Adult measures of pain: The McGill Pain Questionnaire (MPQ), Rheumatoid Arthritis Pain Scale (RAPS), Short- Form McGill Pain Questionnaire (SF-MPQ), Verbal Descriptive Scale (VDS), Visual Analog Scale (VAS), and West Haven-Yale Multidisciplinary Pain Inventory (WHYMPI). Arthritis Rheum. 2003;49:S96-104., fornece uma estimativa da dor dos pacientes, é fácil de aplicar e possui uma pontuação1313 Hawker GA, Mian S, Kendzerska T, French M. Measures of adult pain: Visual Analog Scale for Pain (VAS Pain), Numeric Rating Scale for Pain (NRS Pain), McGill Pain Questionnaire (MPQ), Short-Form Mcgill Pain Questionnaire (SF-MPQ), Chronic Pain Grade Scale (CPGS), Short Form-36 Bodily Pain Scale (SF-36 BPS), and Measure of Intermittent and Constant Osteoarthritis Pain (ICOAP). Arthritis Care Res. 2011;63(Suppl 11):S240-52.. Após busca na base de dados Pubmed/Medline, com o Medical Subject Headings (MESH) “analgesia, pain measurement, orthopaedic, pain”, e combinação dos operadores booleanos “AND OR e NOT”, encontraram-se 282 artigos realizados com seres humanos nos últimos 10 anos. A mesma estratégia foi realizada na base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), com os Descritores em Ciência da saúde (DECS): “analgesia, medição da dor, ortopedia, dor”, porém não houve retorno de artigos publicados.

Partindo dessas considerações este estudo teve por objetivos avaliar a adequação analgésica em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas, no pré e pós-operatório, e verificar possíveis variáveis preditoras da adequação analgésica desses pacientes nos dois momentos.

MÉTODOS

Realizou-se um estudo prospectivo, quase-experimental1414 Grimshaw J, Campbell M, Eccles M, Steen N. Experimental and quasi-experimental designs for evaluating guideline implementation strategies. Fam Pract. 2000;17(Suppl 1):S11-6.,1515 Sousa VD, Driessnack M, Mendes IA. An overview of research designs relevant no nursing: Part 1: quantitative research designs. Rev Lat Am Enfermagem. 2007;15(3):502-7., não randomizado com dois grupos, antes e depois da cirurgia ortopédica, com o propósito de coletar informações sobre o tratamento a que os pacientes foram submetidos. Os participantes do estudo estavam internados na Clínica Cirúrgica do Hospital Escola de Itajubá, MG (HE-FMIt). Para selecionar os participantes foram realizadas visitas diárias em busca de pacientes em tratamento cirúrgico de fraturas que estivessem de acordo com os critérios de seleção. As entrevistas e avaliações foram realizadas entre janeiro e agosto de 2014. Foi utilizado um questionário estruturado, avaliação do exame físico e análise de prontuário. Participaram do estudo 31 pacientes com idade superior a 18 anos, com escore 15 na Escala de Coma de Glasgow (ECGl)1616 Jennett B. Development of Glasgow Coma and Outcome Scales. Nepal J Neurosc. 2005;1(2):24-8. e com algum tipo de fratura óssea em tratamento cirúrgico pela equipe de ortopedia.

Baseado no estudo de Calil e Pimenta 3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese. foi desenvolvido um questionário para caracterizar o perfil sócio-demográfico e clínico além de descrever a intensidade dolorosa, o uso de analgesia e avaliar a adequação da analgesia dos participantes deste estudo. No pós-operatório a avaliação foi realizada 24h após a cirurgia, não ultrapassando 48h, pois de acordo com Landgraf et al.1717 Landgraf CS, Marques RC, Pires OC, Constantino E, Leite VR, Posso MB, et al. Avaliação da analgesia pós-operatória em um hospital universitário. Rev Dor. 2010;11(4):319-22. após 24h do procedimento o efeito residual da anestesia já foi eliminado do organismo.

Avaliou-se as seguintes características relacionadas à dor aguda: presença ou ausência de dor; localização; intensidade numa EAV de 0 a 10, qualidade/tipo de dor; início do quadro álgico; duração da dor; fatores agravantes e atenuantes3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. As intervenções farmacológicas analgésicas foram investigadas no prontuário do paciente, quanto ao aprazamento e administração. As prescrições analgésicas foram classificadas como: exclusivamente analgésico; exclusivamente anti-inflamatórios não esteroides (AINES); opioide fraco e opioide forte3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. O Índice de Manejo da Dor (IMD) foi utilizado para avaliar a adequação analgésica3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. O IMD tem por finalidade analisar a potência analgésica de acordo com a intensidade da dor referida pelo sujeito3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. A potência analgésica (PA) foi classificada como 0 – ausência de fármaco analgésico; 1 – AINES; 2 – opioide fraco (codeína, tramadol); 3 – opioide forte (morfina, meperidina)3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.

Para análise dos dados utilizou-se o software BioEstat versão 5.0 e Minitab 16. Foi realizada a estatística descritiva com média, desvio padrão, frequência absoluta e relativa.Por meio do teste de normalidade de Anderson Darling verificou-se que as amostras não possuíam distribuição normal. Portanto foi utilizado o teste t de Student pareado para comparar o manuseio da dor antes e depois. O coeficiente de Correlação de Spearman com a classificação: 0,00 – 0,19 ausente ou muito fraca; 020 – 0,39 fraca; 0,40 – 0,59 moderada; 0,60 – 0,79 forte e 0,80 – 1,00 muito forte1818 Swinscow TD. Statistics at Square: ONE. 9th ed. [Internet].London: BMJ; 1997 [acesso em 21 fev 2015]. Disponível em: http://www.bmj.com/about-bmj/resources-readers/publications/statistics-square-one.
http://www.bmj.com/about-bmj/resources-r...
. Foi realizada regressão logística multivariada para identificar os possíveis preditores da adequação analgésica no pré e pós-operatório. As variáveis independentes foram faixa etária, gênero, tempo de estudo, uso de álcool e drogas, tipo de fratura, segmento de fratura, motivo da fratura, avaliação da dor pelo médico, avaliação da dor pelo enfermeiro, uso de analgésico e doença crônica; e como variável desfecho a adequação analgésica nos dois períodos. Em todos os testes foram considerados índice de significância de p< 0,05.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), via Plataforma Brasil com o parecer consubstanciado nº 496.465/2013.

RESULTADOS

Os resultados obtidos depois de avaliar 31 pacientes estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1
Caracterização sócio-demográfica e clínica dos participantes do estudo

Analisando os resultados da caracterização sócio-demográfica dos participantes do estudo (Tabela 1), identificou-se que 61% dos pacientes eram adultos jovens/maduros (18 a 49 anos); a maioria (68%) era do gênero masculino, 84% tinham algum nível de estudo, 58% informaram que não faziam uso de bebida alcoólica e drogas ilícitas. Em relação ao tipo de fratura 87% dos pacientes apresentavam fratura interna, os membros inferiores foram os mais comprometidos com 58% das fraturas, a queda foi o motivo causou mais fraturas (65%).

Na tabela 2 médicos e enfermeiros avaliaram a dor em 52% e 29% dos casos, respectivamente. A maioria (61%) dos pacientes informou não possuir doença crônica e 81% faziam uso em casa de al-gum analgésico quando sentiam dor.

Tabela 2
Avaliação da dor dos participantes do estudo

A tabela 3 mostra a avaliação do índice de manuseio da dor dos participantes do estudo.

Tabela 3
Avaliação do índice de manuseio da dor

Quando se analisa a potência analgésica utilizada (Tabela 3), identificou-se que todos os pacientes tinham prescrição médica de algum analgésico. As prescrições de AINES como dipirona (500mg), por via venosa (IV) a cada 6h ou cetoprofeno (100mg), IV a cada 12h foram utilizadas em 16% no pré-operatório e apenas 3% no pós-operatório. No período pré e pós-operatório predominou a prescrição de opioide fraco (84 e 87%), como cloridrato de tramadol (50mg) a cada 8h ou de 100mg IV a cada de 12h. Identificou-se nesse hospital escola que nenhum paciente no pré-operatório recebeu prescrição de opioide forte como o cloridrato de petidina (50mg/mL) + cloridrato de metoclopramida (5mg/mL) + dipirona (500mg/mL) a cada 6h IV. A ausência da dor dos pacientes no período pré-operatório foi maior do que no período pós-operatório, porém a adequação analgésica foi maior no período pós-operatório. Ao avaliar as médias do índice de manuseio da dor no pré e pós-operatório, não houve diferença estatística significativa entre elas (p=0,207), como apresenta a tabela 4.

Tabela 4
Comparação do manuseio da dor nos dois períodos

Observou-se na correlação de Spearman (Tabela 5) que o índice de manuseio da dor e a classificação do seu manuseio quando realizado pelos enfermeiros apresentaram correlação moderada significativa no período pós-operatório.

Tabela 5
Correlação de Spearman entre os escores do índice de manuseio da dor

Na regressão logística multivariada considerando o manuseio da dor como variável desfecho, não foi possível predizer se há relação entre as variáveis independentes com o manuseio de dor nos períodos pré e pós-operatório de cirurgia ortopédica (p=0,207).

DISCUSSÃO

O Comitê de Traumatologia Desportiva e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia de São Paulo realizaram um estudo em 2010 que demonstrou que o manuseio da dor perioperatória é visto como uma prática mais apropriada, pois produz potencialização do efeito analgésico e redução das complicações1919 Silva RT, Marchetto A, Pedrinelli A, Santili C, Laurino CF, Meirelles ES, et al. Consenso brasileiro sobre dor perioperatória em ortopedia e traumatologia desportiva. Rev Bras Ortop. 2010;45(3):2-15..

Neste estudo, nota-se que todos os pacientes estavam com algum analgésico prescrito no pré e no pós-operatório. Essa prática diverge do estudo de Oliveira et al.2020 Oliveira RM, Leitão IM, Silva LM, Almeida, PC, Oliveira SK, Pinheiro MB. Dor e analgesia pós-operatória: análise dos registros em prontuários Rev Dor. 2013;14(4):251-5. que relata que a maioria dos pacientes observados no pós-operatório não recebeu fármaco analgésico, mesmo com queixa álgica2121 Dadalt GT, Eizerik DP. Trauma físico: nível de dor relatado e analgésico prescrito. Rev Bras Farm. 2013;94(2):89-93.. A prescrição de analgésicos nas duas situações é vista como um fator positivo, pois ajuda a diminuir o estresse sofrido pelo paciente durante a internação, colabora na redução do risco de infecção, nos custos, na incidência de reinternações7Chester JG, Rudolph JL. Vital signs in older patients: age-related changes. J Am Med Dir Assoc. 2011;12(5):337-43.,8Sharma V, Morgan PM, Cheng EY. Factors influencing early rehabilitation after THA: a systematic review. Clin Orthop Relat Res. 2009;467(7):1400-11., diminuição da morbimortalidade, além de promover a realização de algumas atividades precocemente, como fisioterapia e deambulação2222 Bassanezi BS, Oliveira Filho AG. Analgesia pós-operatória. Rev Col Bras Cir. 2006;33(2):116-22.. A prescrição analgésica mais comum foi o opioide fraco, com 84% no pré-operatório e 87% no pós-operatório. Essa categoria de analgésicos ocupa o segundo degrau da escada analgésica da Organização Mundial da Saúde (OMS)2323 Alivio del dolor en el cancer. Ginebr; OMS; 1987. 78p. pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/rep-110876.
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. São muito utilizados por ortopedistas, pois podem ser associados ou não a coadjuvantes2121 Dadalt GT, Eizerik DP. Trauma físico: nível de dor relatado e analgésico prescrito. Rev Bras Farm. 2013;94(2):89-93.,2323 Alivio del dolor en el cancer. Ginebr; OMS; 1987. 78p. pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/rep-110876.
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no tratamento da dor moderada, principalmente no controle da dor perioperatória3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese..

O presente estudo foi realizado em um hospital escola, onde acadêmicos de medicina e residentes atuam diariamente, então é válido salientar a importância da implantação de protocolos e programas de educação permanente para o tratamento da dor. Isso foi bem apresentado no estudo de Moreira et al.2424 Moreira L, Truppel YM, Kozovitsvits FG, Santos VA, Atet V. Analgesia no pós-cirúrgico: panorama do controle da dor. Rev Dor. 2013;14(2):106-10. que evidencia também a falta de orientação a respeito da escolha dos métodos analgésicos adequados, optando pela prescrição mais usada, sem levar em consideração se esta é a mais indicada para o paciente, podendo influenciar de forma negativa, retardando sua recuperação e interferindo em sua qualidade de vida.

Quando se verifica a intensidade dolorosa antes do procedimento cirúrgico, nota-se que 61% apresentavam alguma dor, e 64% após o procedimento. Ressalta-se a elevada incidência de dor em pacientes internados para tratamento ortopédico1919 Silva RT, Marchetto A, Pedrinelli A, Santili C, Laurino CF, Meirelles ES, et al. Consenso brasileiro sobre dor perioperatória em ortopedia e traumatologia desportiva. Rev Bras Ortop. 2010;45(3):2-15.. Isso ocorre porque há um déficit na avaliação e nas intervenções da dor pós-operatória. Em muitas situações o profissional sem preparo subestima a queixa e a real necessidade do paciente. Barbosa et al.2525 Barbosa MH, Araújo NF, Silva JA, Corrêa TB, Moreira TM, Andrade EV. Avaliação da intensidade da dor e analgesia em pacientes no período pós-operatório de cirurgias ortopédicas. Esc Anna Nery. 2014;18(1):143-7. realizaram um estudo em hospital de ensino da região do Triângulo Mineiro e identificaram resultados similares, onde 65,6% dos pacientes de pós-operatório imediato apresentavam alguma queixa álgica. Neste estudo a maioria dos enfermeiros e quase a metade dos médicos não avaliaram a dor dos pacientes, mesmo estando presente em mais da metade dos pacientes 2626 Nascimento LA, Kreling MC. Avaliação da dor como quinto sinal vital: opinião de profissionais de enfermagem. Acta Paul Enferm. 2011;24(1):50-4..

Observou-se que 74% dos pacientes ortopédicos estavam com a analgesia adequada antes do procedimento cirúrgico, indo contra a literatura que aponta uma inadequação analgésica na primeira avaliação. Esse número sobe para 81% após o procedimento, indo ao encontro de estudo que mostra melhora da adequação analgésica numa segunda avaliação3Calil AM, Pimenta CA. [Pain intensity of pain and adequacy of analgesia]. Rev Lat Am Enfermagem. 2005;13(5):692-9. Portuguese.. Mesmo com o aumento da adequação analgésica entre pré e pós-operatório, essa diferença não foi estatisticamente significativa.

Identificou-se limitação no IMD na amostra estudada. Mesmo com a analgesia adequada nos dois períodos avaliados, destaca-se elevado índice de dor moderada a intensa no período pré (39%) e pós-operatório (45%) de cirurgia ortopédica. Observa-se que grande parte dos pacientes no pré e pós-operatório estava com um opioide fraco, 84 e 87% respectivamente. Alguns estudos mencionam a dificuldade dos médicos ortopedistas na prescrição de opiodes fortes como a morfina2727 Webster BS, Verma SK, Gatchel RJ. Relationship between early opioid prescribing for acute occupational low back pain and disability duration, medical costs, subsequent surgery and late opioid use. Spine. 2007;32(19):2127-32.. O presente estudo não identificou o uso de opioide forte como a morfina no pré-operatório, apenas 10% dos pacientes tinham prescrição desse opioide no pós-operatório. A morfina é o opioide de primeira linha no tratamento de dor moderada a intensa, pois possui vantagens em relação a outros opioides fortes2828 Kraychete DC, Siqueira JT, Garcia JB e Grupo de Especialistas. Recommendations for the use of opioids in Brazil: Part II. Use in children and the elderly. Rev Dor. 2014;15(1):65-9.. O uso da morfina nas primeiras 24h do pós-operatório ortopédico foi associada a menores taxas de queixa de dor moderada a intensa dos pacientes2929 Zaslansky R, Eisenberg E, Peskin B, Sprecher E, Reis DN, Zinman C, et al. Early administration of oral morphine to orthopedic patients after surgery. J Opioid Manag. 2006;2(2):88-92.. Acredita-se que as altas taxas de prescrição de opioides fracos nos dois períodos deste estudo podem estar associadas à maior queixa de dor moderadas a intensa entre os pacientes deste estudo.

Mesmo com baixa proporção de enfermeiros (29%) que avaliaram a dor e anotaram no prontuário do paciente, identificou-se por meio da correlação de Spearman que a avaliação da dor realizada pelos enfermeiros no período pré-operatório colaborou de forma moderada e positivamente para a adequação analgésica no pós-operatório. Esse achado foi muito importante, pois alguns estudos mostram que a dor no período pós-operatório ainda continua a ser um problema de grande importância clínica3030 Bennett P, St Marie B. The epidemiology of pain. Core Curriculum for Pain Management Nursing. Philadelphia: WB Saunders Co; 2002. 45-53p.,3131 Mac Lellan K. Postoperative pain: strategy for improving patient experiences. J Adv Nurs. 2004;46(2):179-85.. Os enfermeiros são os principais responsáveis pelos cuidados, promoção de conforto e alivio da dor nos pós operatório3232 Bell L, Duffy A. Pain assessment and management in surgical nursing: a literature review. Br J Nurs. 2009;18(3):153-6.,3333 Sloman R, Rosen G, Rom M, Shir Y. Nurses' assessment of pain in surgical patients. J Adv Nurs. 2005;52(2):125-32.. Pelo maior contato que enfermeiros têm com os pacientes, a maioria dos médicos depende das avaliações realizadas pelos enfermeiros3131 Mac Lellan K. Postoperative pain: strategy for improving patient experiences. J Adv Nurs. 2004;46(2):179-85.. Por isso, se os enfermeiros subestimam a dor do paciente, provavelmente o seu manuseio será comprometido3232 Bell L, Duffy A. Pain assessment and management in surgical nursing: a literature review. Br J Nurs. 2009;18(3):153-6.,3333 Sloman R, Rosen G, Rom M, Shir Y. Nurses' assessment of pain in surgical patients. J Adv Nurs. 2005;52(2):125-32..

Outro importante papel que o enfermeiro tem no manuseio da dor é na administração de analgésicos, principalmente na modalidade de prescrição médica “se necessário”. Nessa modalidade a avaliação e administração de fármacos exige dos enfermeiros conhecimento, responsabilidade profissional e ética3232 Bell L, Duffy A. Pain assessment and management in surgical nursing: a literature review. Br J Nurs. 2009;18(3):153-6.,3434 Duignan M, Dunn V. Congruence of pain assessment between nurses and emergency department patients: a replication. Int Emerg Nurs. 2008;16(1):23-8..

No presente estudo não foi possível identificar os preditores da adequação analgésica dos pacientes no pré e pós-operatório com as variáveis sócio-demográficas e clínicas selecionadas. Ribeiro et al.3535 Ribeiro CO, Simone JC, Ramiro TH, Santos VS, Nunes MS, Alves JA. Dor em pacientes submetidos à apendicectomia. Rev Dor. 2014;15(3):198-201. utilizaram o índice de manuseio da dor para avaliar 41 pacientes no pós-operatório de apendicectomia. Nesse estudo não encontraram associação significativa entre as variáveis clinicas e adequação analgésica. Na investigação de Kamarul et al.3636 Kamarul AB, Abu Yazid MN, Mohd Idzwan Z, Rashidi A. A study on pain management for acute orthopaedic fracture in emergency department, hospital Universiti Sains Malaysia. Malaysian J Med Sci. 2006;13(1):179. foi avaliado o padrão de uso de analgésicos para controlar a dor da fratura de extremidades e clavículas em 42 pacientes adultos; e determinar a associação entre o tipo de fratura (membro superior vs. membro inferior), com a adequação do manuseio da dor. Os resultados evidenciaram associação estatisticamente significativa entre a idade e intensidade da dor na chegada (valor p=0,0015).

Este estudo teve como limitações o tamanho da amostra (31 indivíduos), a análise apenas da classe de analgésico (não relacionando a via de administração e dose) e a seleção do tipo de anestesia, o que se sugere para estudos futuros, incluindo essas sugestões. Salientando que a dor é uma característica subjetiva, cabe lembrar que a utilização de escalas e instrumentos validados se faz necessária para a realização de uma avaliação fidedigna.

CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram que a maior parte dos pacientes possuía adequação analgésica no pré e pós-operatório de cirurgia ortopédica. No entanto, destaca-se que muitos pacientes ainda apresentavam dor moderada a intensa nos dois períodos avaliados. Em relação às variáveis selecionadas no presente estudo, não foi possível identificar a predição da adequação analgésica nos dois momentos da cirurgia ortopédica.

  • Fontes de fomento: não há.
  • *
    Recebido do Hospital Escola de Itajubá, Faculdade de Medicina de Itajubá, Itajubá, MG, Brasil.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2015

Histórico

  • Recebido
    14 Dez 2014
  • Aceito
    04 Ago 2015
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