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Correlação da ansiedade pré-operatória com a dor pós-operatória aguda em idosos submetidos à prostatectomia transvesical

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

O estudo, realizado em idosos, objetivou correlacionar o nível de ansiedade apresentado no período pré-operatório com a intensidade da dor no pós-operatório imediato de prostatectomia transvesical.

MÉTODOS:

Foram estudados 64 idosos submetidos à prostatectomia transvesical, aplicando-se os seguintes instrumentos: escala numérica de dor e escala de ansiedade de Hamilton, no pré-operatório; e questionário reduzido de dor de McGill (versão adaptada para a língua portuguesa), no pós-operatório imediato. Os idosos foram divididos em quatro grupos, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório: ausente, leve, moderado e intenso. Foi realizada correlação de Spearman entre os níveis de ansiedade pré-operatória e a intensidade da dor pós-operatória.

RESULTADOS:

Houve correlação positiva significativa entre o nível de ansiedade pré-operatória e a intensidade da dor no pós-operatório imediato. As curvas de dor (sensitiva e afetiva) apresentaram aumento significativo nos momentos 6, 18 e 24h em todos os grupos. Essas curvas foram significativamente maiores nos idosos com ansiedade moderada e intensa do que naqueles sem ansiedade e com ansiedade leve. Foi registrado pico de dor no momento 18h no pós-operatório em todos os grupos.

CONCLUSÃO:

Em idosos, o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório correlacionou-se positivamente com a resposta álgica no pós-operatório imediato de prostatectomia transvesical. A utilização de mensurações pré-operatórias redutoras da ansiedade pode melhorar a analgesia no pós-operatório imediato dessa cirurgia e, assim, diminuir a quantidade de analgésicos utilizados nesse período. Verificou-se, também, necessidade de intervenção com analgesia adequada no momento do pico de dor 18h do pós-operatório.

Descritores:
Ansiedade pré-operatória; Dor pós-operatória; Hiperplasia prostática; Idoso; Prostatectomia

ABSTRACT

BACKGROUND AND OBJECTIVES:

The objective of this study was to correlate the level of anxiety presented in the preoperative period with the intensity of pain reported by elderly in the immediate postoperative period of transvesical prostatectomy.

METHODS:

Sixty-four elderly patients submitted to transvesical prostatectomy were studied, using the following instruments: the numeric pain scale and Hamilton anxiety rating scale in the preoperative; and the short-form McGill pain questionnaire (Portuguese version adapted) in the immediate postoperative period. The elderly divided into four groups, according to the level of anxiety presented in the preoperative period: absent, mild, moderate and intense. The Spearman correlation was established between preoperative anxiety levels and postoperative pain intensity.

RESULTS:

There was a significant positive correlation between the level of preoperative anxiety and pain intensity in the immediate postoperative period. The pain curves (sensitive and affective) presented a significant increase at moments 6, 18 and 24h in all groups. These curves were significantly higher in the elderly with moderate and intense anxiety than in those without anxiety and mild anxiety. The pain peak was recorded at 18h after surgery in all groups.

CONCLUSION:

In the elderly, the level of anxiety presented in the preoperative period was positively correlated with the pain response in the immediate postoperative of transvesical prostatectomy. The use of preoperative measures that reduce anxiety can improve analgesia in the immediate postoperative period of this surgery and, therefore, reduce the amount of analgesics used in this period. There was also a need for intervention with adequate analgesia at the postoperative pain peak which occurred 18h after surgery.

Keywords:
Elderly; Postoperative pain; Preoperative anxiety; Prostatectomy; Prostate hyperplasia

INTRODUÇÃO

A população idosa é submetida quatro vezes mais a número de cirurgias do que a não idosa, sendo que este número tem crescido progressivamente11 Rooke GA, Reves JG, Rosow C. Anesthesiology and geriatric medicine: mutual needs and opportunities. Anesthesiology. 2002;96(1):2-4.. No futuro, com o aumento acelerado do número de idosos, a maioria dos pacientes cirúrgicos terá idade superior a 65 anos e, muitos deles, mais de 80 anos22 Camarano AA, Kanso S, Mello JL. Como vive o idoso brasileiro? In: Camarano AA, (editor). Os novos idosos brasileiros, muito além dos 60? Rio de Janeiro: IPEA; 2004..

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é um dos processos mórbidos mais comuns no idoso. Naqueles com idade acima de 80 anos, 90% apresentam evidências histológicas dessa condição, 81% têm sintomas relacionados à doença e 10% desenvolvem retenção urinária aguda. Um dos tratamentos da HBP é a prostatectomia transvesical (PTV)33 AUA guidelines on management of benign prostatic hyperplasia (2003). Chapter 1: Diagnosis and treatment recommendations. J Urol. 2003;170(2 Pt 1):530-47..

A dor é subjetiva, englobando todos os sintomas que o paciente descreve como tal. A existência de diversos tipos de dor pode ser compreendida por identificação da nocicepção, da percepção dolorosa, do sofrimento e do comportamento doloroso, identificando-se, subjacentes a essas situações clínicas, substratos anatômicos, fisiológicos e psicológicos44 Santos EM, Pimenta CA. Contradições entre o relato de dor no pós-operatório e a satisfação do doente com a analgesia. Rev Bras Cancerol. 2000;46(1):93-104.,55 Linton SJ, Shaw WS. Impact of psychological factors in the experience of pain (Psychologically Informed Practice) (Report). Phys Ther. 2011;91(5):700-11.. A dor perioperatória aguda está relacionada à estimulação nociceptiva produzida por lesão consequente ao ato cirúrgico, resultando em experiências sensitivas, cognitivas e emocionais associadas às respostas autonômicas e comportamentais e elevado índice de ansiedade66 Grau JW, Huie JR, Garraway SM, Hook MA, Crown ED, Baumbauer KM, et al. Impact of behavioral control on the processing of nociceptive stimulation. Front Physiol. 2012;10;3:262.,77 Gruenewald M, Ilies C, Herz J, Schoenherr T, Fudickar A, Höcker J, Bein B. Influence of nociceptive stimulation on analgesia nociception index (ANI) during propofol-remifentanil anaesthesia. Br J Anaesth. 2013;11(6):1024-30..

Embora a dor seja produzida como resposta afetiva à percepção do estresse que envolve os sistemas somático, motor e cognitivo, a compreensão da psicologia da dor permanece desafiando os profissionais da área da saúde. Exige que se transcenda a dimensão objetiva do evento e se considere as particularidades de cada paciente, ou seja, o impacto da dor em sua vida e no contexto sociocultural no qual está inserido88 Silva JA, Ribeiro-Filho NP. Avaliação psicofísica da percepção de dor. Psicologia USP. 2011;22 (1):223-30.,99 Peacock S, Patel S. Cultural influences on pain. Rev Pain. 2008;1(2):6-9..

A presença de estressores pode modificar o impacto psicossocial, a vulnerabilidade e a tolerância à dor1010 Salomons TV, Nusslock R, Dettloff A, Johnstone T, Davidson RJ. Neural emotion regulation circuit underlying anxiolytic effects of perceived control over pain. J Cogn Neurosci. 2015;27(2): 222-33.. O nível de ansiedade encontrado no idoso, que vai ser submetido ao procedimento cirúrgico, pode influenciar sua evolução no pós-operatório (PO)1111 Taenzer P, Melzack R, Jeans ME. Influence of psychological factors on postoperative pain, mood and analgesic requirements. Pain. 1986;24(3):331-42.,1212 Feinmann C, Ong M, Harvey W, Harris M. Psychological factors influencing post-operative pain and analgesic consumption. Br J Oral Maxillofac Surg 1987;25(4):285-92.. São relatadas relações entre ansiedade pré-operatória e dor pós-operatória aguda em indivíduos submetidos a diferentes procedimentos cirúrgicos, incluindo histerectomia abdominal eletiva1313 Kain ZN, Sevarino F, Alexander GM, Pincus S, Mayes LC. Preoperative anxiety and postoperative pain in women undergoing hysterectomy. A repeated-measures design. J Psychosom Res. 2000;49(6):417-22., mastectomia radical1414 Ozalp G, Sarioglu R, Tuncel G, Aslan K, Kadiogullari N. Preoperative emotional states in patients with breast cancer and postoperative pain. Acta Anaesthesiol Scand. 2003;47(1):26-9., cirurgia de câncer de mama1515 Katz J, Poleshuck EL, Andrus CH, Hogan LA, Jung BF, Kulick DI, et al. Risk factors for acute pain and its persistence following breast cancer surgery. Pain. 2005;119(1-3):16-25. e cirurgia colorretal1616 Elkins G, Staniunas R, Rajab MH, Marcus J, Snyder T. Use of a numeric visual analog anxiety scale among patients undergoing colorectal surgery. Clin Nurs Res. 2004;13(3):237-44.. Em adição, a ansiedade pré-operatória, mensurada como ansiedade específica antecipatória da cirurgia versus mensuração geral da ansiedade, é significativo preditor independente de dor intensa no PO (mensuração na escala analógica visual >7/10) em indivíduos submetidos a diversos procedimentos cirúrgicos (oftalmológico, laparoscópico, cirurgia abdominal e ortopédico)1717 Kalkman CJ, Visser K, Moen J, Bonsel GJ, Grobbee DE, Moons KG. Preoperative prediction of severe postoperative pain. Pain. 2003;105(3):415-23..

A correlação direta entre o nível de ansiedade pré-operatória e o grau de dor referida no PO é expressa na maior quantidade de analgésicos utilizada no PO em indivíduos que apresentam maior nível de ansiedade no pré-operatório1313 Kain ZN, Sevarino F, Alexander GM, Pincus S, Mayes LC. Preoperative anxiety and postoperative pain in women undergoing hysterectomy. A repeated-measures design. J Psychosom Res. 2000;49(6):417-22.,1818 Hong JY, Jee YS, Luthardt FW. Comparison of conscious sedation for oocyte retrieval between low-anxiety and high-anxiety patients. J Clin Anesth. 2005:17(7):549-53.. Na população idosa, é importante destacar que a dor posterga a alta hospitalar, com consequente aumento nos custos e maior probabilidade de complicações1919 Aubrun F, Marmion F. The elderly patient and postoperative pain treatment. Best Pract Res Clin Anaesthesiol. 2007;21(1):109-27..

O objetivo deste estudo foi avaliar a dor no PO imediato de idosos submetidos à PTV, correlacionando seu grau com o nível de ansiedade encontrado no período pré-operatório.

MÉTODOS

Trata-se de pesquisa quali-quantitativa, com estudo observacional, analítico, do tipo coorte prospectivo. Foram incluídos idosos, com idade a partir de 60 anos, pertencentes às classes sociais de 1 a 5, submetidos à PTV no Serviço de Urologia do Hospital Regional da Asa Norte, que pertence à Fundação Hospitalar do Distrito Federal, no período de maio de 2009 a maio de 2010.

Foram estudados 78 idosos submetidos à cirurgia de PTV. O cálculo amostral foi realizado utilizando-se a seguinte fórmula2020 Aronson WL, McAuliffe MS, Miller K. Variability in the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification Scale. AANA J. 2003;71(4):265-74.: n=Z2alfa/2. p.q/E2. Sendo: n=número amostral; Z a/2=valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado; p=proporção populacional de indivíduos estudados com ansiedade; q=proporção populacional de indivíduos que não pertencem à categoria estudada (sem ansiedade) (q=1-p); E=erro máximo estimado.

Os critérios de inclusão foram: idosos ≥60 anos; submetidos à PTV no serviço estudado e no período do estudo; assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), após fornecidos os esclarecimentos adequados e dirimidas quaisquer dúvidas.

Os critérios de exclusão foram: estado grave, estado físico ASA III (ou acima), ou seja, em estado de descompensação clínica2121 Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. "Mini-mental state". A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res. 1975;12(3):189-98.; déficit cognitivo, avaliado com o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM)2222 McCaffery M. Using the 0-to-10 pain rating scale. Am J Nurs. 2001;101(1):81-2.; dor crônica44 Santos EM, Pimenta CA. Contradições entre o relato de dor no pós-operatório e a satisfação do doente com a analgesia. Rev Bras Cancerol. 2000;46(1):93-104., índice de dor acima de 3 na escala numérica de dor (END)2323 Dyer CB, Ashton CM, Teasdale TA. Postoperative delirium. A review of 80 primary data-collection studies. Arch Intern Med. 1995;155(5):461-5., em uso de fármaco habitual ou atendido em ambulatório de dor; depressão ou ansiedade diagnosticada por médico, em uso de fármaco antidepressivo ou ansiolítico permanente, ou que frequentam ambulatório de psiquiatria para tratamento de ansiedade ou de depressão; anestesia diferente da utilizada no protocolo da pesquisa.

A técnica do procedimento cirúrgico e as equipes envolvidas durante o período da pesquisa foram as mais semelhantes possíveis. A técnica anestésica, utilizada em todos pacientes, constou de raquianestesia hiperbárica simples com agulha 25G, via mediana, entre os 3º e 4º ou entre os 3º e 4º interespaços lombares (L2-L3 ou L3-L4), empregando-se a bupivacaína hiperbárica a 0,5% (15mg), associada à 0,08mg de morfina. Esta última foi usada em todos os pacientes, pois a PTV é procedimento cirúrgico descrito com elevado grau de dor no PO imediato2424 Hamilton M. The assessment of anxiety states by rating. Br J Med Psychol. 1959;32(2):50-5.. Não foram empregados ansiolíticos como resgate no intraoperatório, No PO imediato, foram evitados fármacos que pudessem afetar a cognição do paciente, tais como a cetamina, a prometazina e o droperidol2525 de Sousa DA, Moreno AL, Gauer G, Manfro GG, Koller SH. Revisão sistemática de instrumentos para avaliação de ansiedade na população brasileira. Aval Psicol. 2013;12(3):397-410..

Inicialmente, os pacientes preencheram o questionário com seu perfil sociodemográfico e clínico (nome, idade, sexo, escolaridade, estado civil, profissão, peso (em kg), consumo de tabaco e álcool e comorbidades).

Na visita pré-anestésica de rotina, realizada na véspera do dia da cirurgia, foram explicados detalhadamente aos pacientes os procedimentos a serem realizados, sendo respondidos seus questionamentos e dúvidas. A seguir, aplicados os seguintes instrumentos, na ordem indicada: MEEM2222 McCaffery M. Using the 0-to-10 pain rating scale. Am J Nurs. 2001;101(1):81-2., END2323 Dyer CB, Ashton CM, Teasdale TA. Postoperative delirium. A review of 80 primary data-collection studies. Arch Intern Med. 1995;155(5):461-5. e escala de ansiedade de Hamilton (Ham-A)2626 Aldrete JA. The post-anesthesia recovery score revisited. J Clin Anesth. 1995;7(1):89-91.. O MEEM2222 McCaffery M. Using the 0-to-10 pain rating scale. Am J Nurs. 2001;101(1):81-2. foi aplicado para que os pacientes com distúrbios da cognição fossem excluídos.

A END2323 Dyer CB, Ashton CM, Teasdale TA. Postoperative delirium. A review of 80 primary data-collection studies. Arch Intern Med. 1995;155(5):461-5. foi utilizada na autoavaliação da intensidade de dor aguda presente no pré-operatório. Esta escala consiste de uma reta de 10cm de comprimento, apresentando na extremidade esquerda o número zero, que indica ausência de dor; 1, 2 e 3 indicam dor leve; 4, 5 e 6, dor moderada; 7, 8 e 9, dor intensa; e 10, que é a pior dor, insuportável, inserida no lado direito da reta. Foram excluídos os pacientes que apresentaram índice de dor acima de 3.

A Ham-A2626 Aldrete JA. The post-anesthesia recovery score revisited. J Clin Anesth. 1995;7(1):89-91. é um instrumento desenhado para acessar e quantificar a gravidade da ansiedade. É constituído por 14 itens, sendo que cada item tem a pontuação de cinco pontos em uma escala tipo Likert, de zero a quatro pontos, com maiores escores indicando ansiedade mais intensa. A Ham-A é composta de duas subescalas: psíquica e somática. A subescala psíquica (itens 1-6 e 14) direciona-se para as queixas da ansiedade mais subjetivas, cognitivas e afetivas (como humor ansioso, tensão, medos, dificuldade de concentração), sendo particularmente útil na gravidade do transtorno de ansiedade generalizado. O componente somático (itens 1-13) enfatiza características do transtorno de ansiedade generalizado, como excitação autonômica, sintomas respiratórios, gastrointestinais e cardiovasculares.

Depois da aplicação da END e da Ham-A, foi prescrita a medicação pré-anestésica padrão, que consistiu em midazolam (5mg), por via oral.

No perioperatório foram monitorados: pressão arterial, pulso, frequência cardíaca, arritmias, hidratação e saturação periférica de oxigênio. Após o ato cirúrgico, os pacientes foram encaminhados à sala de recuperação pós-anestésica (SRPA), sendo avaliados sequencialmente segundo a escala de Aldrete modificada, até a obtenção de escore 9 ou 10 para alta da SRPA2727 Melzack R. The short-form McGill pain questionnaire. Pain. 1987;30(2):191-7..

A seguir, foram encaminhados à enfermaria, onde se realizou a avaliação de dor no PO imediato às 6, 18, 24 e 30h após o início da anestesia, com a aplicação do Questionário Reduzido de Dor de McGill (QR-MPQ)2828 Pimenta CA, Teixeira MJ. Questionário de Dor de McGill - Proposta de Adaptação para a Língua Portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 1996;30(3):473-83., também se observando, neste período, o consumo total de analgésicos.

O Questionário de McGill (MPQ)2828 Pimenta CA, Teixeira MJ. Questionário de Dor de McGill - Proposta de Adaptação para a Língua Portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 1996;30(3):473-83. é um instrumento útil na mensuração da dor, tendo sido traduzido para o português e validado no Brasil2929 Varoli FK, Pedrazzi V. Adapted version of the McGill pain questionnaire to Brazilian Portuguese. Braz Dent J. 2006;17(4):328-35.. Na pesquisa atual, foi utilizada sua forma abreviada (QR-MPQ), que consiste de 15 palavras representativas da dor sensitiva (n=11) e afetiva (n=4). Para cada descritor há um número que indica sua intensidade, em ordem crescente, de zero a três2828 Pimenta CA, Teixeira MJ. Questionário de Dor de McGill - Proposta de Adaptação para a Língua Portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 1996;30(3):473-83.,2929 Varoli FK, Pedrazzi V. Adapted version of the McGill pain questionnaire to Brazilian Portuguese. Braz Dent J. 2006;17(4):328-35..

Foram feitas as seguintes mensurações com a utilização do QR-MPQ: número de descritores escolhidos, que corresponde ao número de palavras utilizadas pelo paciente para qualificar sua dor, sendo o menor número zero (caso não escolha nenhum descritor) e o maior 15 (caso escolha todos os descritores); índice quantitativo de dor, obtido somando-se os valores de intensidade dos descritores escolhidos, sendo 45 o maior índice possível; Índice de Dor Presente (PPI), que é a combinação do número (à esquerda) com a palavra escolhida (à direita), indicador da intensidade da dor como um todo no momento de administração do questionário; escala analógica visual (EAV) e END, a fim de se obter um indicador de intensidade da dor como um todo.

Após a última mensuração do QR-MPQ, os pacientes foram divididos em quatro grupos, de acordo com o nível de ansiedade apresentado na Ham-A, aplicada no pré-operatório: grupo 1, ausência de ansiedade; grupo 2, leve; grupo 3, moderada; e grupo 4, intensa.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS), com o parecer nº 307/2009 e registro nº 395/2009.

Análise estatística

Foi utilizado o programa Statistical Package for Social Science para Windows (SPSS 10.0). Inicialmente foram realizadas as análises descritivas para a caracterização da amostra. A avaliação da normalidade foi efetuada com o teste de Kolmogorov-Smirnov e a da homocedasticidade com o teste de Levene. Os dados foram representados por médias e desvios padrões. A Análise de Variância para mensurações repetidas foi feita com o teste de Bonferroni, sendo utilizada como post hoc para verificar o comportamento da dor, de acordo com o nível de ansiedade encontrado no pré-operatório. Realizada a correlação de Spearman entre os níveis de ansiedade e a intensidade da dor. O nível de significância adotado foi de p≤0,05.

RESULTADOS

Dos 78 idosos submetidos à PTV no período estudado, 14 foram excluídos pelos seguintes motivos: uso de ansiolítico (2) e antidepressivo (1); consulta em ambulatório de dor (2) e de psiquiatria (2), anestesia diversa da adotada no protocolo da pesquisa (4); e não assinatura do TCLE (3).

A amostra estudada foi composta por 64 pacientes do sexo masculino, idade média de 69,25±5,38 anos (60 a 83 anos), divididos em quatro grupos segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório: grupo 1, 29 (10,9%) não apresentaram ansiedade; grupo 2, 26 (40,6%) leve; grupo 3, 20 (31,2%) moderada; e grupo 4, 11 (17,9%) intensa.

Entre os grupos, não surgiram diferenças significativas relacionadas à idade, peso, escolaridade, estado civil, profissão, consumo de tabaco e álcool, comorbidades e dias de internação, assim como em relação aos dados monitorados durante o ato cirúrgico.

No período pré-operatório, não surgiu correlação significativa entre o nível de ansiedade e as dores somática e afetiva referidas. Correlacionando-se o nível de ansiedade pré-operatória com a dor somática no PO imediato, identificou-se correlação positiva e moderada após 6h e positiva e intensa após 18, 24 e 30h. Assim, quanto maior o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório maior foi o relato de dor somática no PO imediato. Ao se efetuar esta mesma correlação com a dor afetiva no PO imediato, identificou-se correlação positiva e intensa após 6, 18, 24 e 30h, mostrando que quanto maior o nível de ansiedade no pré-operatório, maior foi o relato de dor afetiva no PO imediato (Tabela 1).

Tabela 1
Correlação entre os níveis de ansiedade pré-operatória e a dor somática e afetiva no pós-operatório imediato de prostatectomia transvesical (n=64), HRAN, DF

Foi demonstrada interação significativa entre os grupos e os momentos de avaliação da dor sensitiva [F(12,240)= 13,65; p=0,001]. Os resultados entre os grupos demonstraram que no pré-operatório não houve diferença significativa entre eles; 6, 18, 24 e 30h PO, surgiram diferenças significativas (p<0,05), sendo os valores de dor (índice álgico) dos grupos 1 e 2 menores que os dos grupos 3 e 4 (Figura 1).

Figura 1
Avaliação da dor sensitiva no pré-operatório e em diferentes momentos do pós-operatório imediato de prostatectomia transvesical, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório (n=64), HRAN, DF

* p<0,05, diferença significativa em relação ao grupo 1; # p<0,05, diferença significativa em relação ao grupo 2.


Observou-se interação significativa entre os grupos e os momentos de avaliação na END [F (12, 240)=31,50; p=0,001]. Quanto à dor afetiva, a comparação entre grupos demonstrou que no pré-operatório não ocorreu diferença significativa; 6, 18, 24 e 30h PO surgiram diferenças significativas (p<0,05), com valores dos grupos 1 e 2 menores que os dos grupos 3 e 4; e 30h PO, também surgiu diferença significativa (p<0,05) com valores do grupo 3 menores que os do grupo 4 (Figura 2).

Figura 2
Avaliação da dor afetiva no pré-operatório e em diferentes momentos do pós-operatório imediato de prostatectomia transvesical, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório (n=64), HRAN, DF.

* p≤0,05, diferença significativa em relação ao grupo 1; # p≤0,05, diferença significativa em relação ao grupo 2; ∞ p≤0,05, diferença significativa em relação ao grupo 3.


Na END, surgiu interação significativa entre os grupos e os momentos de avaliação [F (12, 240)=15,56; p=0,001]. Nesta escala, os resultados entre grupos demonstraram que no pré-operatório não houve diferença significativa, enquanto 6, 18, 24 e 30h PO surgiram diferenças significativas (p<0,05), sendo os valores dos grupos 1 e 2 menores que dos grupos 3 e 4 (Figura 3).

Figura 3
Avaliação da escala numérica da dor no pré-operatório e em diferentes momentos do pós-operatório imediato de prostatectomia transvesical, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório (n=64), HRAN, DF

* p<0,05, diferença significativa em relação ao grupo 1; # p<0,05, diferença significativa em relação ao grupo 2.


Encontrou-se interação significativa entre grupos e momentos de avaliação no PPI [F(12,240)= 9,82; p=0,001]. Houve interação entre os grupos 1 e 2 e, na outra ponta, entre os grupos 3 e 4, ou seja, os grupos 1 e 2 entre si e os grupos 3 e 4 entre si foram similares na avaliação deste índice. Os resultados entre grupos demonstraram que no pré-operatório não houve diferença significativa, enquanto que em 6, 18 e 24h PO surgiram diferenças significativas (p<0,05), sendo os resultados dos grupos 1 e 2 menores que os dos grupos 3 e 4. Os grupos 1 e 2 tiveram índices de dor menores que os grupos 3 e 4, com diferença significativa, o que indica que quanto maior o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório, maior foi o relato de dor no PO imediato. No momento de avaliação de 30h PO, não emergiram diferenças significativas (Figura 4).

Figura 4
Avaliação do índice de dor presente no pré-operatório e em diferentes momentos do pós-operatório de prostatectomia transvesical, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório (n=64), HRAN, DF.

Ao se correlacionar os níveis de ansiedade apresentados no pré-operatório com a END no PO, demonstrou-se correlação positiva e intensa após 6, 18 e 24h e positiva e moderada após 30h. Ou seja, quanto maior o nível de ansiedade demonstrado no pré-operatório, maior foi o relato de dor no PO imediato. Não houve correlação significativa entre o nível de ansiedade e a END referida no pré-operatório (Tabela 2).

Tabela 2
Correlação entre os níveis de ansiedade pré-operatória e a escala numérica de dor mensurada em diferentes momentos do pós-operatório de prostatectomia transvesical, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório (n=64), HRAN, DF

Ao se correlacionar os níveis de ansiedade pré-operatória com o índice de dor presente (PPI), foi demonstrada correlação positiva e moderada após 6h (r=0,56; p=0,001) e positiva e forte após 18h (r=0,76; p=0,001) e 24h (r=0,81; p=0,001). Assim, quanto maior o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório maior foi o relato de dor 6h, 18h e 24h PO imediato. Não surgiu correlação significativa entre o nível de ansiedade e o PPI no pré-operatório e após 30h PO (Tabela 3).

Tabela 3
Correlação entre os níveis de ansiedade pré-operatória e o índice de dor presente mensurado em diferentes momentos do pós-operatório de prostatectomia transvesical, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório (n=64), HRAN, DF

Na tabela 4 estão listadas as correlações entre os níveis de ansiedade pré-operatória e a dor mensurada em diferentes momentos do pós-operatório. Nas quatro mensurações, dor sensitiva, dor afetiva, END e PPI, essas correlações foram significativas (p=0,001).

Tabela 4
Correlação entre os níveis de ansiedade pré-operatória e a dor mensurada em diferentes momentos do pós-operatório de prostatectomia transvesical, segundo o nível de ansiedade apresentado no pré-operatório (n=64), HRAN, DF

DISCUSSÃO

Na presente pesquisa, surgiu correlação entre a ansiedade apresentada no pré-operatório e a dor referida em diferentes momentos do PO imediato de cirurgia de PTV. Portanto, na amostra estudada, a presença de ansiedade no período pré-operatório foi preditor positivo da dor apresentada no PO imediato desta cirurgia.

Em revisão sistemática de instrumentos para avaliação de ansiedade na população brasileira foi evidenciada adequação do instrumento utilizado nesta pesquisa para a avaliação da ansiedade no Brasil3030 Jackson T, Tian P, Wang Y, Iezzi T, Xie W. Toward identifying moderators of associations between presurgery emotional distress and postoperative pain outcomes: a meta-analysis of longitudinal studies. J Pain. 2016;17(8):874-88..

Foram avaliadas no PO imediato diferentes formas de dor, não se verificando diferenças entre a suas percepções. As avaliações no pré-operatório e em diferentes momentos no PO imediato, tanto da dor sensitiva quanto da dor afetiva, mostraram curvas ascendentes de dor nos momentos 6 e 18h PO em todos os grupos. Entretanto, os grupos que apresentaram sem ansiedade e com ansiedade leve no pré-operatório, mostraram esta curva com ascendência significativamente menor, enquanto nos grupos com ansiedade moderada e intensa esta curva ergueu-se com maior ascendência, o que significa que os pacientes desses dois últimos grupos apresentaram índices de dor PO mais elevados. Recentemente foi realizada uma metanálise com o objetivo de avaliar quais as principais relações entre o sofrimento emocional pré-cirúrgico e a dor pós-operatória. Foram selecionados 46 estudos, com total de 6.207 pacientes, nos quais foi observado que os níveis elevados de estresse emocional pré-cirúrgico foram associados com significativo maior grau de dor e uso de analgésicos no PO imediato. A dimensão dessas relações dependeu de fatores metodológicos e características das amostras, como ansiedade e depressão associadas, assim como o tipo de cirurgia. Foi concluído que o estresse emocional pré-operatório é fator de risco de maior dor no PO e incapacidade, havendo necessidade de medidas que reduzam essas alterações emocionais no pré-operatório3131 Closs SJ, Fairtlough HL, Tierney AJ, Currie CT. Pain in elderly orthopaedic patients. J Clin Nurs. 1993;2(1):41-5..

Encontrou-se, também, pico de dor no momento 18h PO em todos os grupos, o que revelou uma janela álgica importante nesse horário. Portanto, neste momento devem-se executar ações que reduzam a dor e, consequentemente, seus efeitos deletérios. Não se encontraram publicações anteriores relatando essa janela álgica. Nesta ocasião, é possível que os pacientes tenham referido maior intensidade de dor por apresentarem baixa concentração plasmática do analgésico, já que ainda não haviam usado o fármaco do horário matutino. Outra possibilidade é que, ao acordarem e se movimentarem, sentiram a chamada dor incidental, pois foi nesse momento que eles perceberam que efetivamente tinham sido operados. A partir do momento da avaliação 18h PO, ou seja, 24 e 30h PO, houve redução progressiva das dores sensitiva e afetiva em todos os grupos, mantendo-se, porém, a relação anterior, ou seja, os grupos sem ansiedade e com ansiedade leve apresentando índices álgicos menores que aqueles com ansiedade moderada e intensa.

É descrito que parcela significativa de idosos submetidos a diferentes procedimentos cirúrgicos não recebem tratamento adequado para a dor surgida no PO imediato3232 Secoli SR. Polifarmácia: interações e reações adversas no uso de medicamentos por idosos. Rev Bras Enferm. 2010;63(1):136-40.. Entre os fatores que podem contribuir para hesitação, ou até mesmo relutância em disponibilizar tratamento analgésico para o idoso no pós-operatório, incluem-se: risco de reações farmacológicas adversas; equívoco a respeito da eficácia das estratégias de tratamento não farmacológico da dor; atitudes discriminatórias em relação aos pacientes com idade avançada; e aumento do risco de polifarmácia3333 Roy R, Thomas M. A survey of chronic pain in an elderly population. Can Fam Physician. 1986;32:513-6.. Também entre idosos internados, 16 a 27% não recebem tratamento para alívio de dor3434 Marzinski LR. The tragedy of dementia: clinically assessing pain in the confused, nonverbal elderly. J Gerontol Nurs. 1991;17(1):25-8., sendo que, entre os idosos com demência, este fato ocorre ainda com maior frequência3535 Thomas T, Robinson C, Champion D, Mckell M, Pell M. Prediction and assessment of the severity of post-operative pain and of satisfaction with management. Pain. 1998;75(2-3):177-85..

Dor PO mais intensa do que a esperada e a satisfação reduzida do paciente em relação à cirurgia, são previsíveis quando há alto nível de ansiedade pré-operatória3636 Beidel DC, Christ MG, Long PJ. Somatic complaints in anxious children. J. Abnorm Child Psychol. 1991;19(6):659-70.. Também, quando os pacientes estão sofrendo emocionalmente no PO, com consequente ansiedade, esta é acompanhada de aumento na incidência de sintomas somáticos e queixas álgicas, levando à prescrição frequente de ansiolíticos no PO. Contudo, os resultados desta associação ainda são controversos3737 Lima LR, Stival MM, Barbosa MA, Pereira LV. Controle da dor no pós-operatório de cirurgia cardíaca: uma breve revisão. Rev Eletr Enf. [Internet]. 2008;10(2):521-9. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n2/v10n2a23.htm.
http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n2/v10...
.

Na presente pesquisa, os pacientes foram operados em um hospital público. Embora se tomassem todos os cuidados para que as equipes cirúrgicas fossem as mais semelhantes possíveis, assim como as técnicas aplicadas no ato cirúrgico, este foi um potencial viés deste estudo, já que as equipes se alternaram a cada plantão de 12h.

A realização de intervenção pré-operatória precoce, reduzindo o grau de ansiedade na população idosa, provavelmente alterará a resposta álgica no PO imediato, otimizando o manuseio da dor e, consequentemente, reduzindo o consumo de analgésicos potentes nesse período, o que é particularmente importante nesta faixa etária que frequentemente utiliza polifarmácia. Futuros estudos deverão ser realizados avaliando, em idosos, quais as intervenções para reduzir sua ansiedade no período pré-operatório diminuindo, assim, a resposta álgica no PO imediato. Devem ser elaborados modelos matemáticos que testem sua validade preditiva, assim como criados protocolos que identifiquem os idosos vulneráveis.

CONCLUSÃO

Confirmou-se que idosos submetidos à PTV apresentam maior nível de ansiedade no pré-operatório e maior índice álgico no PO imediato. Encontrou-se, também, pico de dor no momento 18h PO em todos os grupos, o que revelou uma janela álgica importante nesse horário.

  • Fontes de fomento: não há.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2017

Histórico

  • Recebido
    03 Jun 2016
  • Aceito
    09 Out 2017
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