Acessibilidade / Reportar erro

Âncoras e valores sob diferentes perspectivas da gestão de carreira

Resumo

Objetivo:

Analisar associações entre âncoras de carreira e valores dos jovens profissionais da geração Y, sob a perspectiva dos conceitos de carreira.

Metodologia:

A exploração do objetivo proposto foi realizada por meio de uma pesquisa quantitativa com 189 formandos do curso de Administração de uma universidade comunitária católica da cidade de São Paulo. Para a identificação da âncora de carreira dos respondentes, utilizou-se o instrumento de Schein (1990) e, para os valores, o de Schwartz (1994). Técnicas estatísticas foram empreendidas para explorar as associações entre as âncoras e os tipos motivacionais dos entrevistados.

Resultados:

Destaca-se a constatação de associações estatísticas entre âncoras e valores analisados. É importante ressaltar também que, apesar da predominância da incidência da âncora Estilo de Vida, na divisão dos conglomerados, essa âncora foi característica predominante na diferenciação do conglomerado menor de respondentes, o das novas carreiras. Já a âncora Gerência Geral, que é a de menor incidência, é a característica predominante na caracterização do conglomerado maior, o das carreiras organizacionais. Além da âncora Estilo de Vida, o valor Hedonismo foi predominante entre os respondentes.

Contribuições:

Foi constatada a necessidade de considerar que a geração Y apresenta características geracionais que impulsionam a gestão de pessoas a propor estruturas de trabalho que proporcionem atividades que gerem aprendizado, prazer, autorrealização e conciliação entre vida pessoal e trabalho.

Palavras-chave:
Âncoras de carreira; valores; gestão de carreira

Abstract

Purpose:

To analyze the relationships between career anchors and young Generation Y professionals’ values, from the career concept perspective.

Design/methodology/approach:

Research concerning the proposed objective was carried out through quantitative research involving 189 Business Administration majors from a Catholic university in São Paulo, Brazil. We used two instruments to identify the career anchors and values of respondents: Schein (1990) and Schwartz (1994), respectively. We used statistical techniques to explore the relationships between career anchors and values.

Findings:

Among the results, mention should be made to the statistical relationships found between analyzed career anchors and values. It is also important to stress that, although the Lifestyle career anchor was predominantly present in the conglomerate division, this anchor was the predominant characteristic in the differentiation of the smaller group of respondents, the new career group. The General Management Career Anchor, which presents a lower incidence, is the predominant characteristic of the larger group, referring to organizational careers. As well as the Lifestyle career anchor, the Hedonism value was predominant among respondents.

Originality/value:

The need to consider the following was found: Generation Y presents generational characteristics that drive people management to propose work structures that offer activities to generate learning, pleasure, self-fulfillment and conciliation between work and personal life.

Keywords:
Career anchors; values; career management

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Referências

  • Arthur, M. B., Claman, P. H., & DeFillippi, R. (1995). Intelligent enterprise, intelligent careers. Academy of Management Executive, 9(4), 7-20.
  • Arthur, M. B., Inkson, K., & Pringle, J. K. (1999). The new careers: Individual action and economic change London: Sage.
  • Arthur, M. B., & Rousseau, D. (1996). The boundaryless career: A new employment principle for a new organizational era New York: University Press.
  • Bendassolli, P. F. (2009). Recomposição da relação sujeito-trabalho nos modelos emergentes de carreira. Revista de Administração de Empresas- RAE, 49(4), 387-400.
  • Bido, D. S., Souza, C. A., Silva, D., Godoy, A. S., & Torres, R. T. (2010). Qualidade do relato dos procedimentos metodológicos em periódicos nacionais na área de administração de empresas: O caso da modelagem em equações estruturais nos periódicos nacionais entre 2001 e 2010. Organizações e Sociedade, 19(60), 125-144.
  • Briscoe, J. P., & Finkelstein, L. M. (2009). The “new career” and organizational commitment - do boundaryless and protean attitudes make a difference? Career Development International, 14(3), 242-260.
  • Briscoe, J. P., Hall, D. T., & DeMuth, R. L. F. (2006). Protean and boundaryless careers: An empirical exploration. Journal of Vocational Behavior, 69(1), 30-47.
  • Caldas, M. P. (2006). Conceptualizing brazilian multiple and fluid cultural profiles. Management Research: The Journal of the Iberoamerican Academy of Management, 4 (3), 169-180.
  • Cennamo, L., & Gardner, D. (2008). Generational differences in work values, outcomes and person-organisation values fit. Journal of Managerial Psychology, 23(8), 891-906.
  • Clarke, M. (2013). The organizational career: Not dead but in need of redefinition. The International Journal of Human Resource Management, 24(4), 684-703.
  • Costanza D. P., Badger J. M., Fraser R. L, Severt J. B., & Gade P. A. (2012). Generational Differences in Work-Related Attitudes: A Meta-analysis. Journal of Business and Psychology, 27(4), 375-394.
  • D’Amato, A., & Herzfeldt, R. (2008). Learning orientation, organizational commitment and talent retention across generations: A study of European managers. Journal of Managerial Psychology, 23(8), 929-953.
  • Dutra, J. S. (2002). A gestão de carreira. In M. T. L. Fleury (Coord.), As pessoas na organização (pp. 99-114). São Paulo: Ed. Gente.
  • Dutra, J. S. (Org.). (2010). Gestão de carreiras na empresa contemporânea São Paulo: Atlas.
  • Elder, G. H. (1998). The life course as developmental theory. Child Development, 69(1), 1-12.
  • Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social (5a ed). São Paulo: Atlas.
  • Gomes, D. F. N., Moraes, K. S., Barbosa, R. P., & Trevisan, L. N. T. (2013). Âncoras de carreiras: revisão do conceito de mobilidade a partir de estudo com egressos do curso de Administração em dois momentos - 2007 e 2010. ReCaPe - Revista de Carreiras & Pessoas, 3(1), 50-62.
  • Hair, J. R., Black, W. C, Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados (6a ed.). Porto Alegre: Bookman.
  • Hall, D. T. (2002). Careers in and out of organizations London: Sage .
  • Hofstede, G. (1997). Culturas e organizações: Compreender a nossa programação mental Lisboa: Silabo.
  • Howe, N., & Strauss, W. (2007). The next 20 years: How customer and workforce attitudes will evolve. Harvard Business Review, 85(7-8), 41-52.
  • Ibarra, H. (2009). Identidade de carreira: A experiência é a chave para reinventá-la São Paulo: Ed. Gente.
  • Kilimnik, Z. M., Sant’anna, A. S., Oliveira, L. C. V., & Barros, D. T. (2008). Seriam as âncoras de carreiras estáveis ou mutantes? Um estudo com profissionais de Administração em transição de carreira. Revista Brasileira de Orientação Profissional-ABOP, 9(1), 43-60.
  • Lyons, S., & Kuron, L. (2014). Generational differences in the workplace: A review of the evidence and directions for future research. Journal of Organizational Behavior, 35(S1), 139-157.
  • Moura, A. M., Comini, G., & Teodósio, A. S. S. (2015). The international growth of a social business: A case study. Revista de Administração de Empresas, 55(4), 444-460.
  • Pereira, L. M. (2016). Transição de carreira para a docência universitária: Um estudo sobre a influência dos valores pessoais e âncoras de carreira (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-graduação em Administração, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, Brasil.
  • Reis, G. G., Antonio, F. A. A., Laizo, A., & Marinho, B. L. (2010). Os valores dos administradores de empresas mudam ao longo da carreira? Relações entre prioridades axiológicas e tempo de formado. Revista de Administração do Mackenzie- RAM, 11(5), 32-54.
  • Robbins, S. P., Judge, T. A., & Sobral, F. (2010). Comportamento organizacional (14a ed.). São Paulo: Pearson Prentice Hall.
  • Rokeach, M. (1979). Understanding human values: Individual and social London: The Free Press.
  • Rosolen, T. (2014). Negócios sociais e valores pessoais: Um estudo quantitativo com estudantes de administração (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-graduação em Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
  • Santos, N. M. B. F., & Abrahim, G. S. (2008). A influência dos valores pessoais na determinação das âncoras de carreira. Anais do Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 32. Recuperado de http://www.anpad.org.br/admin/pdf/GPR-A871.pdf
    » http://www.anpad.org.br/admin/pdf/GPR-A871.pdf
  • Schein, E. H. (1990). Career Anchors: Discovering Your Real Values San Diego, CA: Pfeiffer & Company.
  • Schwartz, S. H. (1994). Are there universal aspects in the structure and contents of human values? Journal of Social Issues, 50(4), 19-45.
  • Schwartz, S. H. (2005). Validade e aplicabilidade da teoria de valores. In A. Tamayo & J. B. Porto (Orgs.), Valores e comportamento nas organizações (pp. 56-95). Petrópolis, RJ: Vozes.
  • Segers, J., Inceoglu, I., Vloeberghs, D., Bartram, D., & Henderickx, E. (2008). Protean and boundaryless careers: A study on potential motivators. Journal of Vocational Behavior, 37(2), 212-230.
  • Silva, R. C., Dias, C. A. F, Krakauer, P. V. C., Silva, M. T. G., & Marinho, B. L. (2012). Carreiras: novas ou tradicionais? Um estudo com profissionais brasileiros. ReCaPe- Revista de Carreiras & Pessoas, 2(1), 19-39.
  • Silva, R. C., Dutra, J. S., Veloso, E. F. R., Fischer, A. L., & Trevisan, L. N. (2015). Generational perceptions and their influences on organizational commitment. Management Research: The Journal of the Iberoamerican Academy of Management, 13(1), 5-30.
  • Silva, R. C., Trevisan, L. N., Veloso, E. F. R., & Dutra, J. S. (2014). Âncoras de carreiras e valores laborais: Implicações para a gestão de carreira das organizações. Anais do Encontro da Anpad, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 38.
  • Smola, K. W., & Sutton, C. D. (2002). Generational differences: Revisiting generational work values for the new Millennium. Journal of Organizational Behavior, 23(4), 363-382.
  • Sullivan, S. E., & Baruch, Y. (2009). Advances in career theory and research: A critical review and agenda for future exploration. Journal of Management, 35(6), 1542-1571.
  • Trevisan, L. N. T., Veloso, E. F. R., Silva, R. C., & Dutra, J. S. (2015). O auxílio das âncoras de carreira na análise das percepções sobre estresse e tecnologia no ambiente de trabalho. Anais do Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho - EnGPR, Salvador, BA, Brasil, 5.
  • Twenge, J. M., Campbell, S. M., Hoffman, B. J., & Lance, C. E. (2010). Generational differences in work values: Leisure and extrinsic values increasing, social and intrinsic values decreasing. Journal of Management, 36(5), 1117-1142.
  • Veloso, E. F. R. (2012a). Carreiras sem fronteiras e transição profissional no Brasil: Desafios e oportunidades para pessoas e organizações São Paulo: Atlas.
  • Veloso, E. F. R. (2012b). É possível negar a existência da geração Y no Brasil? Revista Organizações & Sociedade, 19(63), 745-747.
  • Veloso, E. F. R., Dutra, J. S., Fischer, A. L., Pimentel, J. E. A., Silva, R. C., & Amorim, W. A. C. (2011). Gestão de carreiras e crescimento profissional. Revista Brasileira de Orientação Profissional- ABOP, 12(1), 61-72.
  • Veloso, E. F. R., & Dutra, J. S. (2010). Evolução do conceito de carreira e sua aplicação para a organização e para as pessoas. In J. S. Dutra (Org.), Gestão de carreiras na empresa contemporânea (pp. 3-39). São Paulo: Atlas.
  • Veloso, E. F. R., Silva, R. C., & Dutra, J. S. (2012). Diferentes gerações e percepções sobre carreiras inteligentes e crescimento profissional nas organizações. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 13(2), 197-207.
  • Veloso, E. F. R., Silva, R. C., Trevisan, L. N. T., Gomes, D. F. N., & Dutra, J. S. (2014). Momento social, valores e expectativa: Como as mudanças econômicas influenciam a visão dos jovens sobre o trabalho? Revista Organizações em Contexto, 10(19), 279-305.
  • Westerman, J. W., & Yamamura, J. H. (2007). Generational preferences for work environment fit: Effects on employee outcomes. Career Development International, 12(2), 150-161.
  • 2
    Processo de Avaliação: Double Blind Review

Contribuição por autor:

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2016

Histórico

  • Recebido
    19 Nov 2014
  • Aceito
    29 Abr 2016
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Av. da Liberdade, 532, 01.502-001 , São Paulo, SP, Brasil , (+55 11) 3272-2340 , (+55 11) 3272-2302, (+55 11) 3272-2302 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbgn@fecap.br