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O usuário na co-criação de valor em serviços informacionais: fundamentos teóricos

The user withim value co-creation in informational services: theoretical foundations

Resumo:

Objetiva-se construir um quadro sinótico de referência acerca da co-criação de valor em serviços informacionais sob a ótica dos usuários, com fins de fundamentos e constructos teóricos para a investigação destes processos. Justifica-se pela carência e insipiência no entendimento de como ocorre a co-criação de valor em bibliotecas, principalmente sobre o viés da participação do usuário, já que predominantemente os estudos se voltam para o provedor de serviços. Trata-se de um ensaio teórico, cuja natureza é conceitual e analítica. Como resultado, espera-se que o quadro de referência possa contribuir para o avanço teórico e desenvolvimento de estudos que permitam a investigação dos processos/elementos de co-criação de valor dos usuários.

Palavras-chave:
co-criação de valor; serviços informacionais; estudo de usuários

Abstract:

The objective is to build a synoptic frame of reference about the co-creation of value in informational services considering the user perspective, therefore improving the understanding of the co-creation process due to user actions. It is justified by the reduced number of related research and limited understanding of how the co-creation of value in libraries occurs, particularly considering the user's actions, since the studies tend to focus on the service provider. It is a theoretical essay, whose nature is conceptual and analytical. As a result, it is expected that the frame of reference presented contribute to the theoretical advance and further development of studies that allow the investigation of the processes/elements of co-creation of value by users.

Keywords:
co-creation of value; information services; users study

1 Introdução

O cenário da prestação de serviços é adaptativo e voltado cada vez mais para a interação entre o beneficiário e as organizações. Isso porque, novas dinâmicas socioeconômicas vislumbram um universo colaborativo, cujo benefícios são mútuos.

Em bibliotecas não á diferente, seus serviços necessitam cada vez mais de demandas por customização, inovação, adaptabilidade. A co-criação de valor demonstrou ser uma opção para que estas organizações e seus serviços possam enfrentar os desafios (complexidade, dinamicidade, adaptabilidade).

A relação usuários e biblioteca precisa ser repensada. A co-criação de valor é parte relevante para entender a co-participação do usuário e biblioteca em termos de melhor servir e se beneficiar da prestação de serviços informacionais. A literatura atual desta área de conhecimento, permite fazer inferências quanto a necessidade desta inter-relação, de reconhecer que não adianta pensar em qualidade e inovação, se não permitir que o usuário participe e co-participe ativamente dos processos que envolvem os serviços informacionais (SILVEIRA; VARVAKIS, 2021SILVEIRA, Murilo Mauro; VARVAKIS, Gregório. Gestão do Conhecimento e co-criação de valor em Serviços Informacionais. Investigación Bibliotecológica, Ciudad de México, v. 35, n. 86, 2021.Disponível em: http://dx.doi.org/10.22201/iibi.24488321xe.2021.86.58255 . Acesso em: 19 jan. 2023.
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).

Diante deste cenário, o problema de pesquisa denota a relevância de compreender a participação do usuário no processo de co-criação de valor em serviços informacionais. A questão a que se coloca, é: como analisar a participação do usuário nos processos de co-criação de valor em serviços informacionais? Para tanto, o objetivo deste estudo é: construir um quadro de referência acerca da co-criação de valor em serviços informacionais sob o aspecto do usuário.

Consoante as pesquisas que fundamentam este estudo, não foram localizadas evidências sobre como analisar os processos de co-criação de valor por parte do usuário, especificamente em serviços informacionais.

Por meio de uma revisão bibliográfica sobre os processos de co-criação de valor em bibliotecas, Carvalho, Menezes, Domingues (2012CARVALHO, Maria Margarida Melo de; MENEZES, João Rosmaninho de; DOMINGUES, Caroline. A co-criação de valor nos serviços bibliotecários: uma abordagem conceptual em construção. In: JORNADAS LUSO-ESPANHOLAS DE GESTÃO CIENTÍFICA, 22., 2012, Villa Real. Anais [...]. Villa Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2012. p. 1-15.), afirmam que as diversas perspectivas sobre os serviços até hoje desenvolvidas desde os modelos de aferição da qualidade até o Service Dominant Logic (SDL) e Service Experience, embora centrem as suas análises nas condições necessárias para haver participação do cliente utilizador na criação do valor do serviço, revelam alguma insipiência no entendimento sobre o modo como este processo deve ser realizado.

Este estudo pretende colmatar esta lacuna, ao ponto em que se observa que para investigar o usuário, é primordial entender como ele contribui com seus recursos para a co-criação de valor. O quadro de referência é instrumento que denota sobre os processos de co-criação de valor por parte usuário, e que permitirá a investigação destes recursos/processos.

A pesquisa se caracteriza com um ensaio teórico, cuja natureza é conceitual e analítica. Quanto a abordagem do problema é qualitativa. Segundo Richardson (2017RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2017.) é fundamentalmente interpretativa, pois permite que o pesquisador faça interpretações dos dados, o que inclui o desenvolvimento da descrição de um cenário, a análise de dados para identificar temas ou categorias e, por fim, interpretar ou tirar conclusões sobre seu significado teórico. Espera-se como resultado, fundamentação teórica para o desenvolvimento de pesquisas sobre a investigação da co-criação de valor em serviços informacionais.

2 Os usuários e os serviços informacionais

A co-criação de valor considera a interação dos recursos do usuário e do prestador de serviços. Para Vargo e Lush (2004VARGO, Stephen; LUSCH, Robert. Evolving to a new dominant logic for marketing. Journal of Marketing, Thousand Oaks, v. 68, p. 1-17, 2004. ), trata-se da interação bidirecional entre o prestador de serviços e o cliente na Service Dominant Logic, formando assim, o conceito raiz de co-criação de valor. A SDL, é visto como um modelo de troca centrado no serviço, enquanto troca de conhecimento, essa permuta essa feita através de meios intangíveis, competências, dinâmicas, processos de troca e relacionamentos e recursos operantes (VARGO; LUSCH, 2004VARGO, Stephen; LUSCH, Robert. Evolving to a new dominant logic for marketing. Journal of Marketing, Thousand Oaks, v. 68, p. 1-17, 2004. ).

Em bibliotecas, do lado do prestador de serviços, temos o profissional da informação como ponto chave para a prestação dos serviços informacionais, contudo, este estudo irá retratar os aspectos relacionados ao outro participante deste processo, os usuários.

Vários são os instrumentos usados para compreender os usuários de serviços informacionais. Petersen (2016PETERSEN, Sidsel. Dokk1: La co-creazione come nuovo metodo di lavoro in biblioteca. AIB studi: Rivista di biblioteconomia e scienze dell'informazione, Roma, v. 56, n. 3, p. 6, 2016. Disponibile in: Disponibile in: https://doi.org/10.2426/aibstudi-11510 . Accesso a: 19 jan. 2023.
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) afirma que existem diversos meios para investigar a co-criação de valor por parte dos usuários de biblioteca; entrevista, observação, visualizações ou testes de protótipos. Elas são cruciais para entender o pensamento do design e a co-criação de valor, de forma a entender não somente suas necessidades, mas também, sua coparticipação em relação aos serviços informacionais.

As ferramentas como estudos de usuários, o design think, a jornada dos usuários e a inovação aberta, podem colaborar e elucidar algumas práticas desta investigação sobre a co-criação de valor sob o viés dos usuários.

Os estudos de usuários permitem que bibliotecas e Unidades de Informação possam conhecer as necessidades informacionais de seus usuários, bem como, para aferir a qualidade dos serviços prestados. Para Rodrigues e Cardoso (2017RODRIGUES, Virginia Lucia; CARDOSO, Ana Maria Pereira. O campo de estudos de usuários na ciência da informação brasileira: uma revisão sistemática da literatura. Em Questão, Porto Alegre, v. 23, n. 2, p. 234-251, 2017.Disponível em: https://doi.org/10.19132/1808-5245232.234-251 . Acesso em: 19 jan. 2023.
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), a Ciência da Informação busca, desde seus primórdios, conhecer o perfil dos usuários, por meio da realização de estudos que ajudaram a sedimentar a prática de pesquisa na área.

Um ponto inicial para entender os estudos de usuário é reconhecer sua trajetória histórica durante os últimos anos. Na perspectiva de Rodrigues e Cardoso (2017RODRIGUES, Virginia Lucia; CARDOSO, Ana Maria Pereira. O campo de estudos de usuários na ciência da informação brasileira: uma revisão sistemática da literatura. Em Questão, Porto Alegre, v. 23, n. 2, p. 234-251, 2017.Disponível em: https://doi.org/10.19132/1808-5245232.234-251 . Acesso em: 19 jan. 2023.
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), o aparecimento dos estudos de usuários emerge de dois movimentos: o primeiro sendo os estudos de 1930 da Escola de Chicago desenvolvidos para a integração de grupos imigrantes na comunidade americana por meio da biblioteca pública; o segundo ocorre quando na Conferência sobre informação científica, realizada em 1948, pela Royal Society, em Londres, foram apresentados estudos que buscavam entender as necessidades dos usuários de informação científica.

Araújo (2010ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Estudos de usuários conforme o paradigma social da ciência da informação: desafios teóricos e práticos de pesquisa. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 2, p. 23-39, 2010.Disponível em: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n2p23 . Acesso em: 18 jan. 2023.
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) afirma que a literatura cientifica produzida internacionalmente até a década de 70 do século XX e no Brasil até a década de 90 compôs pesquisa sobre uso de informação, perfil de comunidade e usuários e avaliação de sistemas e serviços de informação.

A partir de então, evoluiu-se para estudos que denotam a construção de modelos teóricos, cujo viés é entender como os usuários e beneficiam e se engajam em busca de informação. Sob a “perspectiva cognitivista, Belkin (1980), Wilson (1981), Dervin (1983), Taylor (1986), Ellis (1989) e Kuhlthau (1991) criam modelos para a compreensão do usuário e seu comportamento informacional” (ARAÚJO, 2010ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Estudos de usuários conforme o paradigma social da ciência da informação: desafios teóricos e práticos de pesquisa. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 2, p. 23-39, 2010.Disponível em: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n2p23 . Acesso em: 18 jan. 2023.
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, p. 23).

Como pode-se observar nesta trajetória histórica, os estudos de usuários evoluíram, o qual pesquisas futuras delinearam essas evoluções por meio de paradigmas.

Um dos autores que retrataram esses paradigmas foi Araújo (2010ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Estudos de usuários conforme o paradigma social da ciência da informação: desafios teóricos e práticos de pesquisa. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 2, p. 23-39, 2010.Disponível em: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n2p23 . Acesso em: 18 jan. 2023.
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). Segundo o autor, a literatura apontava dois paradigmas de estudos de usuários. O tradicional, o qual priorizava a coleta de dados quantitativos por meio de questionários sobre o perfil do usuário e de medição de seu comportamento. O alternativo, que privilegia a coleta de dados qualitativos, de preferência ocorre por meio de entrevista.

Contudo, o campo de estudo da Ciência da Informação tomou caminhos diferentes da dos estudos de usuários. Os estudos de Capurro e Hjørland (2003CAPURRO, Rafael; HJØRLAND, Birger. The concept of information. Annual review of information science and technology, Hoboken, v. 37, n. 1, p. 343-411, 2003. Available in: https://doi.org/10.1002/aris.1440370109 . Accessed on: 18 jan. 2023.
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) sistematizaram três formas de estudar a informação, o qual ele denomina de paradigmas. Assim, os estudos de usuários foram delimitados: um modelo físico (semelhante ao paradigma “tradicional” de estudos de usuários), um modelo cognitivo (semelhante à abordagem “alternativa” de estudos de usuários) e um modelo social. (Não teria ainda uma manifestação muito nítida no campo de estudos de usuários) (ARAÚJO, 2010ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Estudos de usuários conforme o paradigma social da ciência da informação: desafios teóricos e práticos de pesquisa. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 2, p. 23-39, 2010.Disponível em: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n2p23 . Acesso em: 18 jan. 2023.
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).

Além do estudo de usuário, outra ferramenta que investiga e induz a participação do usuário em serviços de biblioteca é o design thinking . Segundo Roque e Vieira (2019ROQUE, Isaac Brito; VIEIRA, David Vernon. Design thinking na elaboração de uma proposta de sinalização da Biblioteca Universitária da UFCA: relato de pesquisa. Informação@ Profissões, Londrina, v. 8, n. 2, p. 20-41, 2019.Disponível em: https://doi.org/10.5433/2317-4390.2019v8n2p20 . Acesso em: 19 jan. 2023.
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) em biblioteca, trata-se de uma metodologia com abordagem criativa, prática, intencional e repetitiva que visa a inovação e responder as reais necessidades dos usuários, considerando sua experiência em relação ao uso de serviços. Desta forma, o design thinking cria condições para que os usuários aproveitem melhor os recursos informacionais.

Lira et al. (2019LIRA, Raquel Alexandre de et al. Design thinking em bibliotecas: evidências da literatura. P2P e inovação, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 104-116, 2019.) lembra que o design thinking se baseia na capacidade do ser humano em ter intuições, identificar padrões e elaborar ideias com significado emocional. Isto é, permite a coleta de informações dos usuários, distanciando de métodos de pesquisa tradicionais, de forma a observar mais qualitativamente, por meio de observação, mapeamento da jornada, etnografia etc. Para Reddacliff (2017REDDACLIFF, Anne. If margaret mead was a librarian: observation and visitor experience at libraries in Russia and the Baltic States. Journal of the Australian Library and Information Association, Abingdon, v. 66, n. 1, p. 17-27, 2017. Available in: https://doi.org/10.1080/00049670.2017.1283739 . Accessed on: 19 jan. 2023.
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), estudos sobre design thinking é usado comumente em biblioteca que visam utilizar abordagens com foco em experiência do usuário, concepção de serviços e espaços que respondam as necessidades do usuário.

Outro ponto relevante que é atribuído a experiência do usuário em utilizar os serviços está relacionado a jornada do usuário. Essa abordagem faz parte do processo de design thinking, em que de forma bem definida, fazem parte para a geração de ideias centrada no problema do usuário. A jornada do usuário é uma das ferramentas do design thinking que busca sintetizar as informações, e representa graficamente as etapas de relacionamento do usuário com os serviços, descrevendo os passos antes, durante e depois de sua utilização.

Acredita-se que os aspectos relacionados a co-criação de valor muito se aproximam da abordagem de design thinking, ao ponto que ambos procuram vislumbrar o cliente como principal recurso quanto a melhoria e desenvolvimento dos serviços informacionais. Para Samson, Granath e Alger (2017SAMSON, Sue; GRANATH, Kim; ALGER, Adrienne. Journey mapping the user experience. College & Research Libraries, Chicago, v. 78, n. 4, p. 459, 2017. Available in: https://doi.org/10.5860/crl.78.4.459 . Accessed on: 19 jan. 2023.
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), o design thinking, trata-se de uma abordagem co-criativa e centrada no usuário para compreender e refinar os serviços, dela possui ferramentas como etnografia, jornada do usuário que visam observar a ecologia da prestação de serviços.

A inovação aberta também é outro instrumento usado para promover a inovação sob a participação do usuário nos processos. Para Henkel et al., (2017HENKEL, Maria et al. Case studies on open innovation in libraries. Proceedings of the Association for Information Science and Technology, Leesburg, v. 54, n. 1, p. 705-706, 2017. Available in: https://doi.org/10.1002/pra2.2017.14505401123 . Accessed on: 18 jan. 2023.
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) a inovação aberta também é conhecida como co-criação ou biblioteca participativa, de forma que os processos de inovação neste contexto, são chamados de design thinking. Em sua essência, a inovação aberta consiste em melhorar e desenvolver produtos e serviços, aumentando os processos desenvolvimento e de inovação dentro de organizações.

3 Serviços informacionais, usuários e a co-criação de valor

A literatura científica acompanhou e referendou o desenvolvimento da sociedade e, no caso dos serviços de informação, observou-se que sua dinâmica seguiu os avanços sociais, econômicos e tecnológicos. Ultimamente, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) mudaram a forma de como suprir necessidades informacionais. No percalço deste contexto, os estudos sobre serviços de informação denotam que os avanços sempre seguiram o interesse do usuário, o atendimento de suas necessidades. Contudo, recentemente, cada vez mais, o usuário participa e co-participa da criação e desenvolvimento dos serviços (SILVEIRA; VARVAKIS, 2021SILVEIRA, Murilo Mauro; VARVAKIS, Gregório. Gestão do Conhecimento e co-criação de valor em Serviços Informacionais. Investigación Bibliotecológica, Ciudad de México, v. 35, n. 86, 2021.Disponível em: http://dx.doi.org/10.22201/iibi.24488321xe.2021.86.58255 . Acesso em: 19 jan. 2023.
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). Assim, observa-se, que a dinâmica dos estudos sobre serviços informacionais segue este caminho e que a Ciência da Informação e a Biblioteconomia contribuíram e contribuem para melhor satisfazer as necessidades de informação, pois muitas destas adequações advêm do desenvolvimento científico e tecnológico.

Como observado, é relevante compreender a participação do usuário na prestação de serviços informacionais. Os estudos de usuários, o service design, o design think, a inovação aberta demonstra caminhos para uma melhor compreensão dos processos que envolvem sua colaboração quanto a utilização dos serviços. A co-criação de valor passa pelo envolvimento do usuário na participação de criação e desenvolvimento dos serviços. Os instrumentos/dinâmicas aqui relatadas, demonstram que ele pode ser o percursor de um melhor serviço prestado, e, portanto, um colaborador para co-criação de valor.

A nova dinâmica organizacional, como visto aqui, exige organizações adaptadas as mudanças, aos interesses cada vez mais voláteis de seus usuários, aos anseios e ansiedades por serviços informacionais que atendam suas necessidades em um universo informacional complexo.

É preciso olhar para fora da organização, e perceber o quanto o usuário pode colaborar para que as bibliotecas agreguem e cocriem valor aos seus serviços, e os usuários se beneficiem com isso.

Pesquisas sobre a co-criação de valor, observam o usuário como coparticipante do processo, vislumbram o entendimento de suas necessidades em detrimento a sua participação em cocriar valor nos serviços de informação.

A co-criação de valor aqui estudada considera os aspectos culturais, sociais, investigam a historicidade e experiências em usar os serviços, bem como, seus intentos em termos de interesses em usar a informação. O usuário é condutor de seu destino quando a ele se dá, oportunidade para cocriar valor bilateralmente com a biblioteca. O processo de co-criação de valor não é guiado exclusivamente pelos intentos da organização, ou ideais de profissionais que nela atuam, mas sim, pelo contexto situacional e das necessidades e participação dos usuários.

Para entender a visão do usuário quanto sua participação no processo de co-criação de valor, faz-se necessário compreender o seu contexto em relação aos serviços informacionais. As organizações operam a co-criação de valor com os usuários de forma a se beneficiar com suas habilidades, conhecimentos e seus recursos operantes. Em bibliotecas, a participação ativa dos usuários pode beneficiar diversos aspectos relacionados ao escopo desta organização.

Diferente dos recursos do prestador de serviços (bibliotecas), os recursos dos usuários são distintos e consideram várias perspectivas pessoais e sociais em relação ao uso dos serviços.

Em relação aos processos de co-criação de valor do usuário, Baron e Warnaby (2011BARON, Steve; WARNABY, Gary. Individual customers' use and integration of resources: empirical findings and organizational implications in the context of value co-creation. Industrial Marketing Management, New York, v. 40, n. 2, p. 211-218, 2011. Available in: https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2010.06.033 . Accessed on: 18 jan. 2023.
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) destacaram três aspectos. O primeiro foi o aspecto físico, em que correlaciona a energia, emoção e força do usuário no processo de co-criação. O segundo aspecto é a cultura, o qual está relacionado ao conhecimento, habilidade, história e imaginação. O terceiro aspecto trata da questão social, estando imbuído os relacionamentos.

Siddike, Unemoto e Koda (2014SIDDIKE, Md Abul Kalam; UMEMOTO, Katsuhiro; KOHDA, Youji. Transformation of public libraries: co-creation of values at multipurpose community learning centers. In: IIAI 3RD INTERNATIONAL CONFERENCE ON ADVANCED APPLIED INFORMATICS, 3., 2014, Kitakyushu, Japan. Proceedings [...]. Kitakyushu: IIAI, p. 2014. p. 109-114. ) por sua vez, destacaram o reconhecimento de valores como recurso para cocriar valor. Já Golooba (2017GOLOOBA, Moses. Factors affecting value co-creation effectiveness in digital library service quality. 2017. Thesis (Doctor of Philosophy in information technology) - International Islamic University Malaysia, Kuala Lumpur, 2017.) abordou em seu estudo, os recursos intrínsecos, como por exemplo, as habilidades cognitivas e adquiridas e, as experiências. Para o autor, estes recursos são divididos em lócus de controle (motivação e comportamento do usuário), autorregulação (aprendizagem), e autoeficácia (eficiência em executar uma ação)

Observa-se, portanto, que o usuário possui características distintas quanto aos aspectos que consideram sobre co-criação de valor. Os estudos sobre a análise de sua perspectiva são escassos, normalmente vislumbram os aspectos do prestador de serviços (biblioteca), pois a prática da criação de valor, baseia-se nesta perspectiva. Contudo, a co-criação de valor é bilateral, carece do entendimento mútuo dos seus processos. Mas que, pouco se sabe como este usuário pode contribuir para a co-criação de valor, e tampouco como isso pode ser investigado em serviços informacionais.

4 A formulação do quadro teórico de referência

Para formulação do quadro de referência, fez-se o mapeamento de forma estruturada o conhecimento sobre um quadro conceitual sobre a co-criação de valor em serviços informacionais. Desta forma, uma pesquisa bibliográfica em bases internacionais foi formulada entre os dias nove e dez de outubro de 2021. Montou-se o comando de busca (“co-creation of valueandinformation servic*”) OR (“co-creation of valueandlibrar*”), pesquisou-se em (títulos, palavras chaves e resumos), artigos posteriores a 2020, nas bases da Scopus; Web of Science; Library and Information Science Abstracts (Lisa). Como resultado foram recuperados 12 documentos, o qual foram avaliados sua consistência e aderência a temática do estudo. No Brasil, na Base de Dados Referencial de Artigos e Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), localizou-se dois artigos, o qual um deles é indexado pelas bases internacionais e o outro não aborda sobre a temática específica (serviços informacionais).

A figura 1 representa um compilado desses estudos, de forma a observar amplamente o cenário de estudo e o escopo desta pesquisa.

Figura 1 -
Cenário/escopo do estudo

Observada a literatura delimitada para esta pesquisa, a estrutura na figura 1, denota, uma visão ampla dos processos de co-criação de valor, isto é, a estrutura de encontro entre usuário e provedor proposta por Payne et al., (2008PAYNE, Adrian et al. Managing the co-creation of value. Journal of the academy of marketing science, New York, v. 36, n. 1, p. 83-96, 2008. Available in: https://doi.org/10.1007/s11747-007-0070-0 . Accessed on: 19 jan. 2023.
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), bem como, os processos de encontro Diálogo, Acesso, Risco e Transparência (DART) propostos por Prahalad e Ramaswamy (2004PRAHALAD, Coimbatore Krishnarao; RAMASWAMY, Venkat. Co-creation experiences: the next practice in value creation. Journal of Interactive Marketing, New York, v. 18, n. 3, p. 5-14, 2004. Available in: https://doi.org/10.1002/dir.20015 . Accessed on: 19 jan. 2023.
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).

No contexto específico, estão relacionados aos recursos operantes dos participantes, e o meio ambiente onde ocorrem a co-criação de valor. Os recursos operantes de bibliotecas foram descritos por Islam, Argawal e Ikeda (2015ISLAM, Md Anwarul; AGARWAL, Naresh Kumar; IKEDA, Mitsuru. Conceptualizing value co-creation for service innovation in academic libraries. Business Information Review, Thousand Oaks, v. 32, n. 1, p. 45-52, 2015. Available in: https://doi.org/10.1177/0266382115573155 . Accessed on: 19 jan. 2023.
https://doi.org/10.1177/0266382115573155...
), Golooba (2017GOLOOBA, Moses. Factors affecting value co-creation effectiveness in digital library service quality. 2017. Thesis (Doctor of Philosophy in information technology) - International Islamic University Malaysia, Kuala Lumpur, 2017.), Siddike, Unemoto e Koda (2014SIDDIKE, Md Abul Kalam; UMEMOTO, Katsuhiro; KOHDA, Youji. Transformation of public libraries: co-creation of values at multipurpose community learning centers. In: IIAI 3RD INTERNATIONAL CONFERENCE ON ADVANCED APPLIED INFORMATICS, 3., 2014, Kitakyushu, Japan. Proceedings [...]. Kitakyushu: IIAI, p. 2014. p. 109-114. ), Baron e Warnaby (2011BARON, Steve; WARNABY, Gary. Individual customers' use and integration of resources: empirical findings and organizational implications in the context of value co-creation. Industrial Marketing Management, New York, v. 40, n. 2, p. 211-218, 2011. Available in: https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2010.06.033 . Accessed on: 18 jan. 2023.
https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2010...
). Já os recursos referentes ao usuário, foram encontrados nos estudos de Baron e Warnaby (2011BARON, Steve; WARNABY, Gary. Individual customers' use and integration of resources: empirical findings and organizational implications in the context of value co-creation. Industrial Marketing Management, New York, v. 40, n. 2, p. 211-218, 2011. Available in: https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2010.06.033 . Accessed on: 18 jan. 2023.
https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2010...
), Siddike, Unemoto e Koda (2014SIDDIKE, Md Abul Kalam; UMEMOTO, Katsuhiro; KOHDA, Youji. Transformation of public libraries: co-creation of values at multipurpose community learning centers. In: IIAI 3RD INTERNATIONAL CONFERENCE ON ADVANCED APPLIED INFORMATICS, 3., 2014, Kitakyushu, Japan. Proceedings [...]. Kitakyushu: IIAI, p. 2014. p. 109-114. ) e Golooba (2017GOLOOBA, Moses. Factors affecting value co-creation effectiveness in digital library service quality. 2017. Thesis (Doctor of Philosophy in information technology) - International Islamic University Malaysia, Kuala Lumpur, 2017.). Baron e Warnaby (2011BARON, Steve; WARNABY, Gary. Individual customers' use and integration of resources: empirical findings and organizational implications in the context of value co-creation. Industrial Marketing Management, New York, v. 40, n. 2, p. 211-218, 2011. Available in: https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2010.06.033 . Accessed on: 18 jan. 2023.
https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2010...
), acreditam que o ambiente (político, econômico e tecnológico) é fator relevante ao analisar os processos de co-criação de valor.

Delimitado e explanado o escopo teórico, isto é, identificado os recursos, e os processos de encontro, buscou-se uma estratégia para atendimento do objetivo proposto. Formulou-se uma estrutura que direciona a teoria ao encontro dos objetivos propostos por esta pesquisa, isto é, uma estratégia para a investigação e entendimento dos elementos de co-criação de valor por parte dos usuários de serviços informacionais.

Figura 2 -
Cruzamentos entre recursos e processos para co-criação de valor do usuário

A figura 2 demonstra a estratégia de investigação quanto a identificação dos processos de co-criação de valor sob o ponto de vista do usuário de serviços informacionais.

Tendo observado o cenário do estudo, construído a estrutura teórica, e planejado a estratégia para obtenção de dados quanto aos objetivos propostos, formulou-se a partir dos cruzamentos demonstrados na figura acima, o quadro de referência (quadro 1) tendo em vistas esses aspectos já analisados e estruturados em relação ao usuário.

O quadro de referência comporta os estudos e delineamentos teóricos (o portfólio bibliográfico pesquisado), a formulação da estrutura teórica (figura 1) e a estratégia para análise dos dados do usuário (figura 2). Sua estrutura é dividida em quatro seções, (diálogo, acesso, risco e transparência) que são os elementos DART. Em cada seção foram distintos os aspectos (intrínseco e extrínseco) do usuário, sendo que, em cada um deles, foram delimitados os recursos operantes condizentes com o aspecto.

Para cada recurso operante buscou-se descrevê-lo, (o que?), o motivo pelo qual o recurso faz parte da pesquisa (por quê?), a justificativa da necessidade de ele ser relevante no contexto dos serviços informacionais (importância), a formulação da pergunta para entendimento e obtenção de dados quantos aos elementos/processos de co-criação de valor daqueles recursos, por fim, a fundamentação teórica que sustenta a pergunta.

As perguntas, portanto, foram formuladas para entendimento dos processos de co-criação de valor, se baseiam nos outros elementos do quadro, como a descrição, motivo, justificativa, e principalmente na fundamentação teórica investigada. Em suma, por meio da revisão de literatura, formulação do cenário de estudo, estrutura de estratégia de investigação, tem-se o quadro de referência (quadro 1), o qual cada pergunta fora norteada por esses processos.

Quadro 1 -
Quadro de referência do usuário

Conforme analisado na literatura, observa-se uma dinâmica pouco estudada com relação a co-criação de valor, isto é, a visão do usuário e sua contribuição enquanto elemento ativo neste processo bilateral. Seus recursos (conhecimento/habilidade, lealdade, disposição, feedback e relações), distintos do provedor, consideram aspectos não muito tradicionais dos quais as bibliotecas costumam analisar, isto é, sua perspectiva cultural, social e física deste participante.

Os processos de encontro (DART) são os meios em que os recursos dos usuários possam ser investigados. Por meio do “Diálogo” o usuário pode utilizar de seus meios e formas de comunicação para cocriar valor com a biblioteca, o qual seus recursos operantes devem ser compreendidos mutuamente entre biblioteca e usuário. Esta questão na co-criação de valor, considera a análise dos recursos do usuário (meios canais) sob o que ele considera adequado para o diálogo.

O “Acesso” é a dimensão em que o usuário poderá participar e colaborar para a co-criação de valor em termos de visualizar os processos de forma clara, e poder contribuir para melhorias. O acesso à informação é primordial para que a co-criação ocorra, e que para isso, a instituição deve dispor de meios, e o usuário ser introduzido, motivado a participar juntamente com a biblioteca, de processos que possam beneficiar ambos.

A avaliação de “Riscos” e benefícios é relevante ao ponto que o usuário por si só, pode reconhecer vantagens e desvantagem em participar dos processos que possa se envolver. Mitigar os riscos é permitir que o usuário participe dos processos de co-criação de valor, se se prejudicar e ou causar prejuízos a biblioteca, em termos de expectativa e percepção.

A “Transparência”, é a dimensão em que o usuário pode se beneficiar e propor benefícios a biblioteca e vice-versa, em ter disponível informações sobre o uso dos serviços informacionais. Quanto mais transparecer informações, para ambos os participantes, melhor será os benefícios mútuo.

Islam, Agarwal e Ikeda (2015ISLAM, Md Anwarul; AGARWAL, Naresh Kumar; IKEDA, Mitsuru. Conceptualizing value co-creation for service innovation in academic libraries. Business Information Review, Thousand Oaks, v. 32, n. 1, p. 45-52, 2015. Available in: https://doi.org/10.1177/0266382115573155 . Accessed on: 19 jan. 2023.
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) afirmam que as atividades de co-criação em bibliotecas, os usuários estão cientes de que eles estão contribuindo para o desenvolvimento de novas ideias / conceitos em serviços de biblioteca. Com a participação do usuário na co-criação de valor, acreditamos que as bibliotecas estarão em melhor posição para oferecer novos serviços.

5 Conclusão

A análise do viés do usuário quanto a sua participação na co-criação de valor é ponto chave para entender o processo em sua completude. Cabe observar que alguns estudos sobre co-criação de valor em bibliotecas, utilizaram somente o ponto de vista de um dos participantes, em sua maioria, o viés da biblioteca, o que de certa forma, também tem sua contribuição quanto ao entendimento de como cocriar valor. Pois as perspectivas, levavam em conta a participação do usuário na investigação. Contudo, por mais esforço e conhecimento que tenham as equipes de bibliotecas, a análise do usuário considera aspectos intrínsecos e extrínsecos a sua participação nos serviços informacionais. O qual somente ele, pode responder seus intentos sob seus recursos operantes.

Esta análise muito contribui para o entendimento do verdadeiro significado de co-criação de valor. Não basta apenas olhar a co-criação como sendo a participação da biblioteca e do usuário em um cenário, tem que se adentrar-se a análise do que ele considera para a co-criação, seus pontos de vistas e processos direcionados pelos elementos de encontro DART.

Acredita-se que por meio do quadro de referência, os processos e elementos para co-criação de valor em serviços informacionais possam ser descobertos, de forma a contribuir para que as bibliotecas direcionem seus esforços por melhor servir o usuário. A co-criação de valor, pode ser a força motriz para que esta instituição continue prestando seu primordial papel à sociedade, enquanto provedora de atendimento das necessidades informacionais de seu público, diante de um contexto dinâmico e adaptativo.

Investigar a co-criação de valor em relação aos usuários, contribui para que as Unidades de Informação também possam ajustar e melhorar seus serviços em detrimentos aos verdadeiros intentos dos usuários. Poder olhar e entender os recursos operantes do usuário (conhecimento/habilidade, lealdade, disposição, feedback e relações), por meio dos elementos de encontro DART, é ter como extrair os elementos /processos intrínsecos a este participante.

Observou-se que os estudos sobre co-criação de valor em serviços informacionais demonstraram a relevância deste tema para a Biblioteconomia e consequentemente para a Ciência da Informação. Os modelos já descritos na literatura apresentam intentos de formular uma estrutura que permita melhorias e gestão neste processo de interação. Esta pesquisa, portanto, serve de subsídios para formulação desta estrutura, o qual o quadro teórico de referência, é instrumento para sua construção.

Como pesquisas futuras, sugere-se a investigação por parte do outro participante da co-criação de valor, o provedor (biblioteca), bem como, a aplicação empírica quanto a análise dos elementos de co-criação de valor, e a estrutura de um modelo destes processos.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    19 Maio 2022
  • Aceito
    19 Jan 2023
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