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Oficinas de primeiros socorros: relato de experiência

First aid workshop: report of an experience

Talleres de primeros auxilios: informe de una experiencia

Resumos

Este relato de experiência é resultado do processo de construção de oficinas de primeiros socorros, oferecidas aos moradores do bairro Cavalhada, da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. As oficinas resultaram da preocupação dos pesquisadores, envolvidos no projeto "Risco de vida na perspectiva dos usuários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Porto Alegre (SAMU) - subsídios para a gestão do serviço", em interferir, de forma mais dinâmica, na realidade estudada. Ao produzirmos este relato, buscamos fornecer subsídios para experiências no ensino de primeiros socorros.

Primeiros socorros; Educação em saúde; Enfermagem em emergência


This experience report is the result of the construction process of workshops on first aid offered to inhabitants of Cavalhada, a neighborhood in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The workshops resulted from a concern of researchers involved in the project "Life risk under the perspective of users of the Mobile Urgency Care Service of Porto Alegre (SAMU) - inputs for the service management". They aimed to interfere in the studied reality in a dynamic way. With this report, we intend to provide inputs for experiences in teaching first aid.

First aid; Health education; Emergency nursing


Este informe de experiencia es el resultado del proceso de construcción de talleres de primeros auxilios ofrecidos a los moradores del barrio Cavalhada de la ciudad de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Los talleres resultaron de la preocupación de los investigadores, envueltos en el proyecto "Riesgo de vida bajo la perspectiva de los usuarios del Servicio de Atención Móvil de Urgencia de Porto Alegre (SAMU) - informaciones para la gestión del servicio", en interferir de una forma más dinámica acerca de la ealidad estudiada. En la producción de este informe, buscamos proveer informaciones para experiencias en la enseñanza de primeros auxilios.

Primeros auxilios; Educación en salud; Enfermería de urgencia


RELATO DE EXPERIÊNCIA

Oficinas de primeiros socorros: relato de experiência

Talleres de primeros auxilios: informe de una experiencia

First aid workshop: report of an experience

Andréa Márian VeroneseI; Dora Lúcia Leidens Corrêa de OliveiraII; Isaquiel Macedo da RosaIII; Karoline NastIV

IMestre em Enfermagem, Doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPFEnf) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Enfermeira do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Membro do Grupo de Estudos em Promoção da Saúde (GEPS), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

IIPhD em Educação, Professora do PPFEnf/UFRGS, Coordenadora do GEPS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

IIIEnfermeiro, Mestrando em Enfermagem pelo PPGEnf/UFRGS, Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Membro do GEPS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

IVGraduanda em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da UFRGS, Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPQ, Membro do GEPS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Endereço da autora Endereço da autora: Andréa Márian Veronese Rua Comendador Castro, 140, Ipanema 91760-200, Porto Alegre, RS E-mail: andreamv@terra.com.br

RESUMO

Este relato de experiência é resultado do processo de construção de oficinas de primeiros socorros, oferecidas aos moradores do bairro Cavalhada, da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. As oficinas resultaram da preocupação dos pesquisadores, envolvidos no projeto "Risco de vida na perspectiva dos usuários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Porto Alegre (SAMU) – subsídios para a gestão do serviço", em interferir, de forma mais dinâmica, na realidade estudada. Ao produzirmos este relato, buscamos fornecer subsídios para experiências no ensino de primeiros socorros.

Descritores: Primeiros socorros. Educação em saúde. Enfermagem em emergência.

RESUMEN

Este informe de experiencia es el resultado del proceso de construcción de talleres de primeros auxilios ofrecidos a los moradores del barrio Cavalhada de la ciudad de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Los talleres resultaron de la preocupación de los investigadores, envueltos en el proyecto "Riesgo de vida bajo la perspectiva de los usuarios del Servicio de Atención Móvil de Urgencia de Porto Alegre (SAMU) – informaciones para la gestión del servicio", en interferir de una forma más dinámica acerca de la ealidad estudiada. En la producción de este informe, buscamos proveer informaciones para experiencias en la enseñanza de primeros auxilios.

Descriptores: Primeros auxilios. Educación en salud. Enfermería de urgencia.

ABSTRACT

This experience report is the result of the construction process of workshops on first aid offered to inhabitants of Cavalhada, a neighborhood in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The workshops resulted from a concern of researchers involved in the project "Life risk under the perspective of users of the Mobile Urgency Care Service of Porto Alegre (SAMU) – inputs for the service management". They aimed to interfere in the studied reality in a dynamic way. With this report, we intend to provide inputs for experiences in teaching first aid.

Descriptors: First aid. Health education. Emergency nursing.

INTRODUÇÃO

Apesar de sua grande relevância, tendo em vista a quantidade de agravos à saúde que acontece, cotidianamente, no trânsito, nos domicílios, no ambiente de trabalho e em outros locais, no Brasil, o ensino de primeiros socorros ainda é pouco difundido, prevalecendo o desconhecimento sobre o tema(1).

Durante o desenvolvimento da pesquisa "Risco de vida na perspectiva dos usuários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Porto Alegre – subsídios para a gestão do serviço"a a Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria da Saúde de Porto Alegre, nº 121.16/01/2007. , surgiu entre os moradores da região de Porto Alegre onde o estudo foi realizado, uma forte demanda por conhecimentos de primeiros socorros. É preciso salientar que, desde a formulação do projeto de pesquisa, foi nossa preocupação, para além da produção de conhecimentos, oferecer um retorno mais imediato à população envolvida no trabalho de campo. Partimos do pressuposto de que é preciso socializar os saberes, produzidos na academia, seja no âmbito da pesquisa, ensino ou extensão, perante uma construção dialógica com a sociedade, para que ambas, universidade e população, compartilhem seus conhecimentos sobre primeiros socorros. Portanto, o interesse da população entrou em sintonia com a proposta, já incluída na agenda inicial da pesquisa, de realizar oficinas sobre primeiros socorros.

Nossa experiência, no ensino de primeiros socorros, ocorreu junto a um grupo de moradores do Bairro Cavalhada da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e buscou ampliar os saberes e práticas que envolvem a referida atividade. Ao produzirmos este relato de experiência, foi nossa intenção fornecer subsídios para o desenvolvimento de iniciativas no ensino de primeiros socorros.

CONSTRUINDO AS OFICINAS DE PRIMEIROS SOCORROS

No âmbito do SAMU de Porto Alegre, tal qual ocorre em serviços de atendimento pré-hospitalar móvel de outros países(2), é comum o recebimento de chamadas telefônicas demandando o envio de ambulâncias para atendimento de situações que, embora avaliadas como urgentes pelos solicitantes, são consideradas, pelo médico regulador, como não pertinentes à natureza do serviço, por não serem suficientemente graves para justificar o envio de uma ambulância. Nessas situações, os médicos do SAMU orientam os solicitantes sobre procedimentos a serem realizados ou sobre a necessidade de encaminhamentos a outros serviços, conforme cada caso.

A partir da análise de demandas não pertinentes ao SAMU, do bairro Cavalhada, no ano de 2006, foi possível identificar uma importante concentração dessa demanda em área onde se localizam loteamentos populares. Com o objetivo de apresentar a proposta das oficinas de primeiros socorros, uma das pesquisadoras passou a frequentar as reuniões da Rede de Proteção da Criança e do Adolescente das regiões Sul e Centro-Sul de Porto Alegre, onde se localiza o bairro Cavalhada. Nessa rede se reúnem os representantes do Conselho Tutelar, das áreas da educação, saúde e assistência social, entre outras, para a implementação de ações comunitárias conjuntas.

A proposta de realizar oficinas de primeiros socorros para a população que solicitava o SAMU para casos não graves tinha dois propósitos: atualizar conhecimentos sobre primeiros socorros e esclarecer os objetivos do trabalho do SAMU. A proposta foi acolhida pelos participantes da rede, sendo disponibilizada a sede da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) – Cavalhada para a realização do trabalho educativo, pois grupos já constituídos na Fasc haviam demandado abordagens sobre saúde.

As oficinas foram planejadas de forma a atender a população do bairro e, em particular, as pessoas que participavam de grupos quinzenais nos programas assistenciais da Fasc: Núcleo de Apoio Sócio Familiar (NASF) e programa de Proteção e Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Três grupos participaram das atividades, sendo realizados um total de sete encontros de três horas cada, com uma média de oito participantes, na maioria mulheres entre 20-40 anos. Também integraram as oficinas um assistente social e uma psicóloga que atuam na Fasc, além das duas facilitadorasb b A primeira e a quarta autora desse artigo foram as facilitadoras das oficinas. .

As oficinas versaram sobre: funcionamento do SAMU, obstrução de vias aéreas por corpo estranho, parada cardiorrespiratória, atendimento a fraturas, luxações, entorses, contusões e hemorragias, acidente vascular encefálico, parto, febre, convulsões, insuficiência respiratória e intoxicações. Os temas abordados foram propostos tanto pelas facilitadoras, quanto pelos participantes, reconhecendo-se a importância deste espaço para dar visibilidade às experiências de cada um. Seis momentos constituíram os encontros: apresentação dos participantes, exercício de reflexão sobre experiências vividas nas urgências a serem abordadas no encontro, atualização dos saberes que emergiam neste exercício com simulações de primeiros socorros, problematização das condições dos participantes para a realização dos atendimentos, retomada dos saberes aprendidos e avaliação qualitativa da atividade.

A orientação pedagógica utilizada nas oficinas foi a da problematização(3). A realidade dos participantes, experiências, conhecimentos prévios, opiniões, dúvidas e estratégias utilizadas no dia-a-dia para atendimento de urgências, bem como as tomadas de decisão, que resultam em chamadas ao SAMU, foram discutidas de forma participativa. O material didático utilizado foi constituído de: cartazes; folhetos explicativos sobre cada assunto abordado; manequins próprios para o ensino de parada cardiorrespiratória; talas improvisadas com travesseiros, papelões, madeira, tecidos, roupas, entre outros.

A orientação sobre a abordagem de situações de urgência e primeiros socorros levou sempre em consideração as necessidades dos participantes e os recursos disponíveis, criando a oportunidade de uma aprendizagem singular, pois foi construída a partir das suas próprias experiências. Diferentemente das tradicionais palestras, em que o autoritarismo e a verticalidade do ato educativo estão presentes, as oficinas abriram espaços para o diálogo e a crítica sobre determinado cotidiano(4). As facilitadoras assumiram um papel de coparticipante, o que favoreceu a construção compartilhada de conhecimentos(5).

No decorrer dos encontros, surgiram diversas dúvidas, como o uso adequado do termômetro e a identificação de sinais vitais. Além disso, crenças populares também foram referidas, como, por exemplo, a de que rodelas de cebola crua sobre os pés das crianças, assim que murcham, indicam que a febre diminuiu ou cessou. Nesse caso, tivemos o cuidado de não desqualificar o procedimento, que deve ter sido passado de geração em geração nas famílias, embora tenhamos enfatizado a importância e eficácia do termômetro quanto ao controle da temperatura corporal. Foi destacado que o uso da cebola não deve dispensar o uso do termômetro, visto que este é mais preciso, alertando-se as mães para os perigos da falta de um controle rigoroso da temperatura e as possíveis consequências da febre alta. Também participaram do grupo, pessoas portadoras de asma ou seus familiares. Oportunamente, uma das participantes contribuiu com a importante informação de que há, na comunidade, um grupo que se encontra periodicamente para discutir assuntos relativos à asma. Esse fato era, até então, desconhecido pelos outros participantes, bem como o número telefônico do Centro de Informações Toxicológicas, que foi devidamente divulgado. Por outro lado, emergiram questionamentos sobre gestação e parto, o que demonstra a necessidade de futuros trabalhos educativos voltados para estes temas.

Quanto ao trabalho do SAMU, os participantes demonstraram conhecer os objetivos do serviço e os procedimentos para acessá-lo, informando que, além de ligar para solicitar atendimento de urgência, também recorrem ao serviço para transporte a pronto-atendimentos, o que sugere dificuldades de acesso a outros serviços de saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino de primeiros socorros deveria ser amplamente disponibilizado e democratizado. Hoje, aprender sobre primeiros socorros é restrito aos profissionais de saúde ou àqueles que estão próximos de universidades, hospitais e de outros centros que promovem tais cursos. Além de conferir aos usuários maior segurança para tratar de seus problemas de saúde, reduzindo sua vulnerabilidade, a produção e socialização de conhecimentos sobre primeiros socorros pode gerar diminuição da demanda considerada não pertinente ao SAMU, tornando mais eficiente e otimizado o atendimento de urgências desse serviço.

A opção pela problematização, como abordagem metodológica das oficinas, conferiu dinamismo aos encontros e oportunidade de participação dos usuários no processo educativo, contrariando modelagens educativas mais tradicionais que trabalham com a seleção e exposição vertical de conteúdos por parte dos educadores. O diálogo possibilitou o compartilhamento de dúvidas referentes a primeiros socorros, as quais foram tratadas, sempre, de forma participativa, buscando-se a atualização dos conhecimentos(6). Essa troca pedagógica propiciada pelo diálogo foi importante para a aprendizagem, não só dos participantes, mas, também, das facilitadoras, ampliando o olhar para além da técnica, instigando a criatividade e ensinando novas formas de fazer construídas naquela cultura.

Quanto aos limites evidenciados na utilização das oficinas para abordar primeiros socorros, podemos citar a diferença entre uma simulação e a realidade vivida. As condições do ambiente, a disponibilidade de recursos e o clima emocional presente numa situação de urgência e risco de vida são fatores que não podem ser simulados de uma forma fidedigna. Além disto, seria importante desenvolver estas oficinas de forma continuada, sobretudo, nos serviços de atenção básica.

Finalmente, destacamos que a responsabilidade social dos pesquisadores é fator importante a ser considerado(7). A exemplo das oficinas apontadas neste artigo é fundamental que, de maneira mais imediata, os pesquisadores devolvam aos cidadãos os resultados das suas pesquisas. Compartilhando os resultados de estudos com os pesquisadores, os cidadãos poderão, inclusive, julgar o mérito dos investimentos em pesquisas e em programas de pós-graduação. Os pesquisadores formados por programas sensíveis à necessidade de redução de vulnerabilidades e comprometidos com a promoção de melhores condições de vida da população saberão dar valor ao investimento que a sociedade faz neles e serão por ela reconhecidos.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e Ministério da Saúde – Edital PPSUS II – pelo financiamento da pesquisa "Risco de vida na perspectiva dos usuários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Porto Alegre – subsídios para a gestão do serviço".

Recebido em: 05/01/2010

Aprovado em: 15/03/2010

  • 1 Pergola MA, Araújo IEM. O leigo e o suporte básico de vida. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(2):335-42.
  • 2 Kawakami C, Ohshige K, Kubota K, Tochikubo O. Influence of socioeconomic factors on medically unnecessary ambulance calls. BMC Health Serv Res [Internet]. 2007 [cited 2008 Feb 18];7(120):1-9. Available from: http://www.biomedcentral.com/1472-6963/7/120
  • 3 Freire P. Pedagogia do oprimido. 42Ş ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2005.
  • 4 Souza AC, Colome ICS, Costa LED, Oliveira DLLC. A educaçăo em saúde com grupos na comunidade: uma estratégia facilitadora da promoçăo da saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2005;26(2):147-53.
  • 5 Corcione D. Fazendo oficina. In: Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Gestăo do Trabalho e da Educaçăo na Saúde, Departamento de Gestăo da Educaçăo. Rev-SUS Brasil: cadernos de textos. Brasília (DF); 2004. p. 30-35.
  • 6 Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários ŕ prática educativa. 31Ş ed. Săo Paulo: Paz e Terra; 2005.
  • 7 Dantas F. Responsabilidade social e pós-graduaçăo no Brasil: idéias para (avali)açăo. RBPG: Rev Bras Pós-Grad [Internet]. 2004 [citado 2009 dez 10];1(2):160-72. Disponível em: http://www2.capes.gov.br/rbpg/index.php/numeros-publicados/volume-1-no2
  • Endereço da autora:
    Andréa Márian Veronese
    Rua Comendador Castro, 140, Ipanema
    91760-200, Porto Alegre, RS
    E-mail:
  • a
    Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria da Saúde de Porto Alegre, nº 121.16/01/2007.
  • b
    A primeira e a quarta autora desse artigo foram as facilitadoras das oficinas.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      19 Out 2010
    • Data do Fascículo
      Mar 2010

    Histórico

    • Aceito
      15 Mar 2010
    • Recebido
      05 Jan 2010
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